sábado, abril 28, 2012

Os Patriotas e os outros...

           Na última edição do programa de debate televisivo Prós e Contas da RTP1, no dia 23 do corrente Abril de 2012, em sequência da alusão, creio que do Senhor Coronel Sousa e Castro, que na essência eu subscrevo, com relação a uns ditos vencimentos “pornográficos”, dos gestores portugueses e ao nível das elites destes últimos; respectiva alusão ao que o Dr. º Jaime Nogueira Pinto com a maior das naturalidades ou até das superioridades correspondeu dizendo algo como: “se os gestores não forem “”devidamente”” remunerados saem do país”. O que me leva desde logo a questionar o que é que é ser devidamente remunerado? O que aquém e além de questões semânticas como devida, justa, correcta ou qualquer outro adjectivo que se queria aplicar ao que o Dr. º Jaime Nogueira Pinto quis dizer e disse. Desde logo para mim, ser devidamente remunerado, já seja ao nível das elites que gerem o país(*) e/ou as empresas nacionais, passando subsequente e equitativamente por todas as fazes e/ou hierarquias intermédias, até à base da sociedade operária, no meu modesto entender penso que deve ser algo baseado na própria economia interna e/ou do produto interno bruto, com uma minimamente devida equidade entre as hierarquias mais elevadas e as mais básicas com todos os seus intermédios _ salvo que desde logo o intermédio a nível social em Portugal está em vias de extinção. É que caso contrário, não se pode entender que os gestores vençam ao nível dos países mais ricos e os operários de base vençam ao nível da pobreza nacional ou pior. Claro que vivemos numa economia aberta e globalizada, mas nesse caso parece-me que isso funciona quer para gestores, quer para operários intermédios e de base. Além de que se os gestores podem sair do país porque não lhes interessa viver ao nível interno, naturalmente os operários intermédios ou de base também o podem e devem fazer. E nesse caso quem é que cá fica? Só se forem entidades como eu que aquém e além disto que e como pró vital, sanitária ou subsistentemente escrevo, inclusive como minha maior, melhor, quando não mesmo única forma de expressão e de existência própria, de resto pouco mais ou nada me resta que auto subsistir básica, elementar, rudimentar, esforçada, sofrível ou mesmo degradante e decadentemente _ desde logo porque devido a minhas confessas limitações próprias, jamais consegui nem tenho claras ou mesmo literais perspectivas de passar da base de todas as hierarquias sociais internas e naturalmente ou tanto mais se externas e enquanto tal ou da minha unilateral parte a um nível essencialmente esforçado e sofrível como globalmente sempre. Mas não faltará quem tenha a ambição e/ou a capacidade de e para progredir na vida, nem que para isso tenha de emigrar; salvo que até como expresso num outro texto que postei neste mesmo Blog, também haja quem titule os emigrantes de “ratos indignos, que fogem ás dificuldades internas” _ vulgo na minha interpretação: antipatriotas _ sendo que aos níveis mais intermédios ou mesmo básicos da sociedade, em especial se dependentes doutrens, que não gozando de estabilidade de emprego ou reconhecimento e valorização das suas efectivas ou potencias competências, além que quando com emprego não auferindo estes últimos vencimentos acima das pobres capacidades do país ou se acaso até abaixo disso, desde logo e ao invés das elites gestoras e/ou liberais a um nível médio e alto, acabando os primeiros a tanto mais ou menos que querer objectivamente emigrar, em demasiados casos tendo mesmo necessariamente de o fazer, desde logo para tão só sobreviver e se tanto quanto possível para melhorar as suas próprias condições de vida pessoal e familiar, até porque a taxa de desemprego interna é galopante, salvo a alternativa de empregos cada vez mais e mais precários quer ao nível de direitos sociais, quer de condições laborais, quer de vencimentos pagos ao nível ou preço de países subdesenvolvidos, mais uma reitera vez ao inverso das elites gestoras que têm de ser pagas ao nível dos países mais ricos e desenvolvidos; sem natural e necessário prejuízo ainda duns também ditos intermédios ou básicos que, com mais ou menos mérito e competência, mas que tendo o dito emprego e respectivo vencimento certo, seguro e garantido ou que com actividade autónoma ou liberal mais ou menos solidificada e estabelecida, se sentem muito satisfeitos ou não se importam muito, por não dizer mesmo nada com o global status envolvente, aquém e além das justiças e injustiças deste último, que inclusive leva muitos a terem de emigrar para tão só sobreviverem e/ou na melhor das hipóteses para progredirem ou se sentirem minimamente valorizados na vida. Sem esquecer que duma ou doutra forma e por esmagadora ou indiscutível regra geral, os emigrantes até acabam por prestigiar o país com o seu trabalho honesto e competente, com respectivos benefícios económico/financeiros que dai advém para a economia interna, sempre e quando esses mesmos emigrantes enviem para cá e/ou invistam internamente as suas economias, neste último caso, para além dos proventos materiais não raro com base e em sequência da também auto estima e autoconfiança que acabaram por adquirir exteriormente, em sequência do seu efectivo esforço e trabalho próprio, que até por estarem fora tiveram e têm de dar o litro, mas também por estarem fora, se enquanto um fora civilizado, com respectivo reconhecimento e vencimento derivado desse litro dado (**) _ já que interiormente e até dadas as circunstancias, é o que e como em regra se sabe ao nível da auto estima e autoconfiança interna, salvo claro uns excepcionais discursos do Senhor Presidente da Republica, que ao menos retoricamente procuram puxar pela auto estima e autoconfiança interna, sem esquecer também ainda as visíveis e meritórias excepções públicas e globais como Ronaldos, Figos, Mourinhos e outros desportistas, futebolistas ou figuras públicas em geral com positiva projecção externa.

            Mas com as elites que temos ou temos tido desde globalmente sempre e um dito povo de brandos costumes em que me incluo e que por herança genética ou cultural, salvo em última instância tal como eu e no meu próprio limite (aqui) o faço, de resto é um povo que tem por genérico costume encolher os ombros, quer perante e para com as possibilidades positivas quer perante e contra as possibilidades negativas da vida, em qualquer dos casos e na respectiva sequência: com ou sem liberdade; com ou sem revoluções; com ou sem retóricos discursos ou exemplos de sucesso público, etc., etc., salvo raras, pontuais ou ilusórias excepções de resto e por constatável norma jamais passaremos da injusta e vil trampa de sempre, desde logo ao nível social. 

            Enfim não só me parece, como tenho mesmo a convicta certeza de que com argumentos e factos como os globalmente atrás expressos, uns continuam e continuarão a ser Senhores e os outros uns fulanos que vivem acima das possibilidades próprias e do país; uns Patriotas e outros antipatriotas ou melhor ainda uns continuam a ser Filhos da Mãe e os outros filhos da outra...  

            (*) ...com ressalva para as elites políticas que suposta ou efectivamente estarão mal remuneradas, desde logo com relação aos ditos gestores públicos ou privados, mas que não necessariamente políticos. Ainda que dadas as não raro ou mesmo positiva e universalmente comuns (in)competências políticas ou de gestão política da causa pública demonstradas desde globalmente sempre, por parte da respectiva classe política, sem esquecer que muitos dos políticos ou melhor gestores políticos vêm de empresas públicas ou privadas para o “””patriótico””” exercício da gestão política-pública, de onde cíclica e posteriormente saem para retomar ou tomar a gestão de empresas públicas ou privadas onde são remunerados a peso de ouro ou desde logo “pornograficamente”; além ainda dos políticos de carreira e/ou a cem por cento, que serão de facto ou relativamente mal remunerados, mas não deixam de auferir uma série de benesses, de regalias, de direitos, de privilégios, de imunidades e por ai fora que em grande media estão vedadas ao cidadão comum e tanto pior se de base, por mais competentes e/ou trabalhadores que estes sejam, sendo que eu nem sequer me incluo nuns nem noutros, pois jamais passei dum mero auto subsistente sem profissão concreta nem trabalho certo, seguro ou definido _ já agora algo de que não me lamento e muito menos me regozijo, porque se assim é, em substancial medida a mim mesmo o devo, especialmente quando em sequência dum meu rotundo fracasso interpessoal, social e curricular escolar, acabei apostando essencialmente na vertente física como factor de pró afirmação ou ao menos de pró subsistência, ainda que o próprio físico tenha vindo gradual e crescentemente a falir em e sobre diversos aspectos, pelo menos enquanto base central da e para a minha vida ou subsistência; tudo ainda com ressalva de que e quando não me tendo conseguido integrar de forma digna, vertical e meritória no melhor do sistema, tão pouco me quis ou quero render ou vender ao respectivo pior do sistema vigente e envolvente, sequência de que eu até chego a preferir ser e estar como sou ou estou, com reflexo paradigma no que e como desde logo (aqui) escrevo, do que por exemplo e por um lado viver às custas do País ou das genéricas misérias alheias e/ou por outro lado ter de fumar vários maços de tabaco ou entornar vários litros de substancias alcoólicas ou outras por dia, para tão só me poder ir suportando a mim mesmo _ sem prejuízo de quem fuma ou bebe consciente e/ou moderadamente, até por isso faço alusão ao fumar e ao beber em itálico, num sentido semi metafórico e literal. Aquém e além de que por mim mesmo falando, para me auto suportar eu tenha de escrever coisas como esta, o que em conclusão final nem sei se é melhor ou pior que simplesmente me afogar em tabaco e/ou em álcool e afins _ salvo que com o que e como eu escrevo e sem ironia, a partir do meu próprio nível e da minha própria realidade, eu esteja a corresponder ao que as elites e/ou o status social actual pede recorrentemente, como seja: criatividade e produtividade, neste meu caso senão criatividade e produtividade económica, literária ou intelectual, pelo menos pró vital, sanitária e (auto) subsistentemente, creio poder afirmar que o é!...

            ...aquém e além de que não raro é mais bem visto, aceite ou tolerado socialmente o cidadão, por exemplo do género masculino como eu, que fumando e consumindo desmesuradamente álcool e afins ou não, no entanto tenha casa e família própria, mesmo que também tenha uma infinidade de irracionais dividas às costas e/ou uma família infeliz, se acaso e no limite até bata na mulher e nos filhos, por circunstancial e oportuno exemplo com argumentativa base na crise, mas que dependente ou independentemente disso obedece ou pelo menos encolhe submissa ou resignadamente os ombros perante o status envolvente e/ou ainda por outro lado o tipo que tem tudo e mais uma coisa, mesmo que no mínimo e permanentemente deixando dúvidas acerca dos teres, haveres ou pareceres, mas que apesar disso ou até por isso consegue estar dentro do sistema; do que por exemplo alguém como eu que escreve responsável e consequentemente coisas auto e extra criticas como esta, tanto mais se para tal e mesmo não tendo dívidas que contribuem para a respectiva dívida do País ao exterior, mesmo que e/ou até por estas últimas com lucro por parte do competente, sério e patriótico sistema bancário ou financeiro, mas que tão pouco tendo eu família própria, nem emprego certo, seguro e definido, o que por si só e em qualquer dos casos confere logo à partida algum estatuto social, na sequência pouca ou nenhuma aceitável credibilidade social me reste. Além de que talvez ainda por falta de suficiente fé, ainda que também com suficiente resiliência da minha parte, num mundo ou sociedade semi caótico(a), a que acresce o meu pré caos próprio, pelo que salvo muita coisa mude na minha vida e/ou na vida em redor, enquanto não querendo eu arrastar alguém (uma companhia), nem adicionar alguém (uma descendência), quer ao meu pré caos próprio, quer ao genérico semi caos envolvente e/ou tanto pior se ao conjunto das duas coisas, na respectiva sequência e salvo que a natureza algum dia e dalguma forma fale mais alto do que a circunstancial conjuntura própria e envolvente, de resto e por mim mesmo já desisti de por exemplo procurar constituir vida familiar própria. Até porque alguém que escreve como eu aqui o faço com relação aos poderosos e/ou à própria sociedade em geral, num país de brandos costumes, frequentemente acomodado ao sistema e não raro até submisso ao status envolvente enquanto status instituído de cima para baixo e/ou de fora para dentro, eu jamais poderia ou poderei ser um bom partido para qualquer rapariga descendente de boas famílias (poderosas ou humildes), salvo a rapariga em causa, que até se por coincidente com a minha faixa etária fosse ou seja suficientemente independente, inclusive porque doutra forma sou eu mesmo que não quero; mas neste último caso sou também eu que não estou à devida altura na medida em que não vivo de escrever enquanto tal e quiçá menos ainda se de forma critica com relação aos poderosos, apesar de e/ou até porque eu tenha de escrever para tão só necessitar sobreviver, mas a partir do que é uma sobrevivência mesmo esforçada, sofrível, quando não até degradante e decadentecom base ou sequência desta minha global condição existencial própria e mas também do status envolvente, como seja de entre as pré, pró e pós caóticas misérias intrínsecas e extrínsecas a mim, em que por exemplo tendo eu já entrado na casa dos quarenta, (ainda) esteja confessa e reconhecidamente a (sobre)viver e/ou pró vital, sanitária ou subsistentemente a escrever, sob (semi-)dependência do tecto maternal/paternal. Aquém e além de que significativa parte do que e de quem me rodeia imediata ou remotamente não seja duma ou doutra forma muito positiva, vital ou universalmente melhor do que eu, que se acaso e não raro em muitos casos até bem pelo contrário _ sem natural prejuízo do seu inverso!

            (**) ...sequência a que acrescentaria a auto revista e complementada parte duma minha resposta a um comentário numa página do Facebook, precisamente com base na intervenção do Senhor Coronel Sousa e Castro no Prós e Contras de dia 23 último. Cuja referida parte da minha resposta ao comentário em causa, enquanto este último proferido por uma outra pessoa que no presente contexto identificarei ficticiamente como senhor José, foi e é a seguinte:

            ...já agora porque será que os portugueses no estrangeiro (civilizado) são produtivos e trabalhadores, ao "invés" de a nível nacional interno? Não será também ou acima de tudo porque há uma profunda distorção da realidade a nível interno, designadamente com cada vez menos equidade entre ricos e pobres e/ou entre quem gere e quem é gerido, desde logo com universal incompetência ou ganância também das elites nacionais, até enquanto primária e sectariamente o próprio senhor José diz que “os pobres dependem dos ricos (elites) para não morrerem de fome” ao que correspondo complementarmente eu que: sem exclusão do respectivo inverso, dos ricos sem os pobres tão pouco poderiam jamais ser ricos, desde logo porque duma ou doutra forma dependemos todos uns dos outros; talvez também por tudo isso, em especial pela redutora, sectária, corporativista, unilateralista, primária, arrogante, prepotente, reaccionária e numa palavra universalmente ignorante perspectiva do senhor José, que eu suspeito seja uma perspectiva algo ampla desde logo dentro ou de entre as elites, de que só ou essencialmente os pobres dependerão dos ricos, em unilateral sentido, acabando subsequentemente os pobres por na media do possível ou até do indispensável ter de emigrar _ claro que com a também cada vez mais complexa situação de que o próprio mercado de emprego externo começar a estar saturado; tudo ainda com ressalva das devidas positivas excepções internas que eu gostaria fossem a maioria e por isso a norma, a todo este nível político e social, desde logo entre entidades ou elites gestoras e entidades ou bases operárias, sendo que sem sombra de dúvida há excelentes e competentes individualidades quer dum lado quer do outro, com toda uma infinidade de variações de entre as elites de topo e as base operárias, incluídos os respectivos péssimos exemplos em ambos os níveis. Mas dado que acabam por ser as elites a liderar o país, inclusive como reiteradamente diz o senhor José: “sem os ricos (elites), os pobres morrem de fome” e duma ou doutra forma os ricos são ou pertencem às entidades liderantes; porque será então que Portugal jamais passou da cepa torta como seja duma dita improdutividade e/ou duma profunda injustiça social? Sem prejuízo* da e para a longa, vasta e rica história nacional enquanto tal.

            * ...dir-me-ão que eu utilizo muito a expressão sem prejuízo ao que no caso eu só posso corresponder dizendo que o mesmo se deve essencialmente ao facto de que eu não vejo ou não quero ver a vida duma perspectiva unilateralista ou fechada em e sobre si mesma e/ou em e sobre mim próprio, no caso vejo-a ou prefiro e procuro perspectivá-la dos mais diversos anglos possíveis e imaginários, até porque ao ter-me auto assumido há muito a mim mesmo como efectivamente nada e ninguém; o que por si só equivaleu a ser potencialmente tudo e todos, em qualquer dos casos pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal. Na sequência até para auto subsistir o mais positiva ou absolutamente possível em e a mim mesmo, tive de optar e/ou se acaso de me decantar pelo melhor e para o bem. Mas pelo caminho tentado e/ou necessitando entender o mais e o melhor possível os motivos e as razões de toda e de qualquer parte pessoal, humana, vital ou universal em jogo e intrínseca ou extrínseca a mim. Pelo que como melhor das hipóteses não me considero bom nem mau, desde logo e no limite ao nível maniqueísta dos termos bom e mau, mas sim o que e como eu vou constante e permanentemente conseguindo construir e/ou auto (re)construir-me; de entre todas as potencialidade positivas e negativas intrínsecas e extrínsecas a mim _ com resultado prático (também) no presente. Perante e para com o que o termo sem prejuízo acaba por me ser mais ou menos indispensável, desde logo e tanto mais se ao vasto e transversal nível político ou social aqui global e essencialmente em causa!...