Antes de mais não me aprece a mim que a problemática da violência esteja na religião, na ideologia, na cultura, na civilização, etc., A, B ou C, estando sim e acima de tudo na natureza humana e/ou da própria vida, que depois certos contextos religiosos, ideológicos, culturais ou civilizacionais humanos favorecem mais ou menos a violência por parte da e/ou de entre a própria humanidade. De qualquer modo a auto designada racionalidade humana é que não pode fugir à responsabilidade de evitar o mais possível qualquer nível de violência ou então de em última e incontornável instância sofrer as consequências da violência que gera violência, especialmente de entre si mesma humanidade. Até porque por básico princípio primário, que a violência gera ou pelo menos pode gerar
violência é um dado adquirido que à partida nem sequer tem grande discussão.
Salvo quando isso não sucede de facto, cujo este último caso em especial tem
muito o que se lhe diga, até porque por norma envolve valores humanos, vitais e
universais que estão muito aquém e além do mero princípio primário de violência
que gera violência, sem mais ou para além da mera e proporcional auto defesa face a qualquer ofensiva violenta!
Mas dado o facto de eu confessamente não ter suficiente cultura
técnica ou intelectual para escrever acerca dum assunto tão vital ou fatal,
como no caso concreto também acerca da violência, sem por exemplo utilizar a minha
experiência e/ou perspectiva própria; sequência de que tenho quase invariavelmente
de utilizar estas últimas (experiência e/ou perspectiva próprias) não por uma
questão egocêntrica, até porque isso implica sempre uma responsabilidade
acrescida, tanto mais se focando um tema como o da violência, mas sim porque
não tenho muito mais nem melhor como pegar neste assunto, violência, que é como mínimo potencialmente transversal à vida modo geral e respectivamente
à própria humanidade enquanto tal, enquanto por si só com esta última como
autora e/ou vitima de violência, inclusive e especialmente de entre si mesma
humanidade. Pelo que especialmente quando a violência não gera violência, acaba
sendo uma espécie de excepcional fenómeno que até pelas suas múltiplas facetas eu
não me sinto à altura de poder analisar e descrever racional, intelectual e/ou
tecnicamente em toda a sua extensão e complexidade, salvo no que isso entre na
minha seguinte (auto) reflexão/experiência própria de base (pró) transversalmente
pessoal, humana, vital e universal e/ou ainda de como diria o mestre de artes marciais: _ "aprender a lutar para não ter de lutar"!.
A partir de que já na essência do que violentamente envolvente aqui me está a trazer e do que eu próprio penso e sinto ao respeito, digo
que tanto mais se como algo que se está a tornar recorrente e que parece ter
vindo para ficar, como o designado “terrorismo global” auto proclamado de
“islâmico”, que a nível Europeu está a atingir particular e insistentemente a
França. Logo e sem esquecer em absoluto todos os atentados terroristas anteriores
de auto proclamada base “islâmica”, inclusive fora da Europa, incluindo dentro do próprio mundo islâmico e de entre si mesmo, além dalgum já posterior atentado terrorista como recentemente na Alemanha, sem tão pouco e muito menos esquecer a continua ameaça de atentados terrorista; mas em especial após mais um indiscriminado atentado como o de Nice muito em concreto que atingiu famílias
inteiras, incluindo acima de tudo muitas crianças, no meu pessoal caso concreto confesso que o meu primeiro instinto foi o
de imaginar a Europa livre de islâmicos, até porque nunca se sabe de onde ou de
quem individual ou conjunturalmente pode vir um ataque terrorista no contexto
actual, salvo enquanto terrorismo de base auto proclamada “islâmica”, logo
esperando-se essencial e indefinidamente a partir dos islâmicos. Sequência de
que imaginei ainda todo o mundo não islâmico a lutar contra o cancro do
terrorismo auto proclamado “islâmico”, o que por si só e no limite levaria ou poderia
levar a uma dita “guerra civilizacional” _ com todas as
globais consequências dai decorrentes. Mas imediatamente após ou alternadamente
não consegui evitar pensar também que nem de perto, nem de longe todos os
islâmicos são terrorista ou apoiam o terrorismo dito “islâmico”, até porque há
muitos islâmicos (xiitas) vitimas do auto proclamado terrorismo “islâmico”
(sunita). Além que quantas vezes também nós ocidentais fizemos inocentes vitimas islâmicas ou outras, incluindo crianças, que depois designamos fria e distantemente como
“vitimas colaterais” _ mesmo que com a ressalva de abjectos terroristas que se escudam de entre ou por detrás de vitimas inocentes. Em qualquer dos casos com o cíclico princípio primário de violência que gera violência sempre presente em efectivo ou em potencia e então sim já em nome desta ou daquela outra religião, ideologia, cultura, etnia, civilização, etc., face a outra, em que umas e outras se auto proclamem vitimas de ofensiva violência por parte da(s) outra(s), com respectivo direito a proporcional e/ou respectivamente ofensiva auto defesa. Violento ciclo este que é muito difícil de evitar ou de quebrar, após uma primeira ofensiva violenta por parte dum individuo ou grupo humano sobre outro, pelo menos sem que intervenham superiores factores humanos ou vitais externos às partes violentamente envolvidas e/ou então que uma das partes envolvida tenha a superior capacidade humana/vital de se defender sem ofender a parte originalmente ofensiva, evitando que uma aniquile a outra e/ou que se aniquilem de entre si; cuja no limite aniquilação duma ou de ambas as partes envolvidas em acto de violência é normalmente o que resulta do mero e primário ciclo de violência que gera violência, sem mais. O que creio eu só se evita e/ou se quebra com racionalidade e inteligência humana, em salvaguarda da própria humanidade ou então sob suprema providencia Divina/Universal que pode ou não incluir a salvaguarda humana!
Sendo que o primeiro e grande combate à violência começa em cada qual face à sua própria natureza humana, no mínimo potencialmente violenta; cujo respectivo primeiro e grande combate ao terrorismo auto proclamado de “islâmico” deve começar e estar acima de tudo dentro do próprio islão.
Sendo que o primeiro e grande combate à violência começa em cada qual face à sua própria natureza humana, no mínimo potencialmente violenta; cujo respectivo primeiro e grande combate ao terrorismo auto proclamado de “islâmico” deve começar e estar acima de tudo dentro do próprio islão.
Mas
enfim é necessário ser-se um pouco ou mesmo muito mais culto do que eu para
poder analisar e explanar a fundo todas as causas, os efeitos e consequências
desta violência barbara auto-proclamada de “terrorismo islâmico” em concreto e respectivamente
no que isso suscita em cada um de nós consoante a personalidade, a cultura
geral, a ideologia, etc., etc., de cada qual e do respectivo colectivo que
acabamos por formar, desde o nível familiar, passando pelos níveis comunitário,
nacional, até ao nível global/universal que neste último caso inclui todos sem
excepção, como por exemplos os próprios terroristas e suas vitimas, sejam uns e
as outras quem quer que sejam, mas desde logo, em qualquer caso e ao menos por
princípio são todo/as humano/as. A partir do que na minha modesta opinião uma
coisa parece-me mais ou menos incontornável que é o facto desta
indiscriminadamente bárbara violência dita de global “terrorismo islâmico”,
começar a suscitar, desde logo e como mínimo reflexivos sentimentos auto
defensivos em quem é efectivo ou alegado alvo do mesmo, o que no limite e dadas as circunstâncias pode chegar a uma
equitativa autodefesa (pró) violenta, mesmo que em indivíduos (pró) pacíficos, tolerantes
e racionais como confessamente eu mesmo. O que por exemplo ao nível Europeu, salvo
naquilo em que ao menos em potência jamais deixamos de o ser, pode no limite
também levar a tornar-mo-nos tão efectiva e equitativamente violentos quanto
aqueles, violentos, de que pretendemos ou necessitemos defender-nos. O que
enquanto tal tem como mínimo duas grandes versões muito distintas; uma é a de
equitativa resposta auto defensiva face ao grau de ameaça concreto de que se é
alvo, como a exemplo quando em Nice a polícia abateu legitimamente um
violentamente bárbaro terrorista, para em última instância (auto) defender a Paz
enquanto tal e/ou a “tolerância/liberdade” Europeia/Ocidental e local em particular;
mas também inclui uma outra versão que é a de nos fecharmos ou podermos fechar-nos
num fundamentalismo Europeu/Ocidental próprio, alegadamente inverso e mas equitativo aquele que
necessitamos combater, no caso tornando-nos duplas vítimas do terrorismo fundamentalista,
auto proclamado de “islâmico”. Seja ainda que na primeira versão como que
utilizando excepcionalmente a violência para em última instância defender a Paz;
já no segundo caso passando a utilizar a violência como norma, em alegado nome de
combater a própria violência. Cujo uma das grandes diferenças de entre a
primeira e a segunda das versões em causa é que a primeira gera
uma proporcional violência de circunstancia em defesa da Paz como norma, em directa sequência de efectiva ofensa à própria Paz; enquanto a
segunda versão gera violência como cíclica norma em nome de circunstancial combater a própria violência, de que em regra duas facções pessoais ou conjunturais humanas se auto acusam cíclica e ofensivamente de entre si.
Seja que a minha singela conclusão para algo que tem potencialidades discursivas significativamente extensas e complexas, por não dizer indefinidas, resume-se a que: por básica e primária norma, a violência gera
(quase) sempre violência, mesmo que a violência gerada possa e deva ser mais
auto defensiva e circunstancialmente proporcional à violência geradora, ainda que e/ou até porque a violência gerada, inclusive por primário princípio, também possa sempre ser ou tornar-se normativa e ciclicamente
equivalente à violência geradora. Cujo caso de quem individual ou conjunturalmente se utiliza de circunstancial e
proporcional violência auto defensiva face a quem é violento por ofensiva norma,
mesmo que paradoxalmente fazendo o(s) primeiro(s) auto defensivo uso da
violência para quebrar a própria violência ofensiva, respectivamente esses primeiros
acabem também tendo sempre mais pacífica e/ou Vital razão do que os segundos; mas já se quem individual ou conjunturalmente sente necessidade de utilizar violência auto defensiva acabar caindo na vertiginosa
tentação de se tornar tão ou mais ofensivamente violento que aqueles de quem se(nos)
necessita(mos) defender, no mínimo o respectivo risco de todos se tornarem ou
nos tornarmos equitativamente violentos de entre si/nós mesmos é inevitável, fazendo
dessa equivalência uma normativa e caótica espiral de violência, que se auto
sustenta de per si e/ou de entre as partes violentamente envolvidas. Pelo que
eu pessoalmente defendo a Paz, sem natural prejuízo de sempre que, quando
e se como possível concretizar a proporcional auto defesa relativa a qualquer correspondente grau
de ofensiva violência. Tudo numa base em que creio que a Paz é uma
transversalmente esmagadora necessidade humana; enquanto a violência está por
norma subjacente a interesses humanos mais ou menos restritos e corporativos, ainda
que com grande capacidade de violenta auto sustentação, até por se com base no mero
e muito primário princípio de violência que gera violência _ ao menos até que a
generalidade humana não atinja um grau/nível de Luz vital, desde logo uma Universal consciência
própria e do outro, muito mais ampla e transversal do que o obtuso obscurantismo primário,
designadamente de violência que gera violência, sem mais!
VB
Sem comentários:
Enviar um comentário