Em busca da mais profunda e abrangente essência
própria, por via de recorrente e esforçada resistência, aquém e além de natural
e positivo virtuosismo; com profunda sinceridade pessoal e significativa ironia
social, de entre o paradoxo existencial:
Graças
a Deus que não tive sucesso escolar e com isso evitei ser um médio ou superior
quadro técnico da Sociedade Civil e/ou do Estado, eventualmente habituando-me a
ser venerado como o Sr.º fulano de tal, sem muito mais, em especial se numa mera base de estudar para ser alguém na vida, como se
antes, durante e/ou paralelamente a estudar eu não fosse já e sempre alguém na vida, inclusive quando algumas
das minhas melhores referências de vida foram e serão já sempre absolutamente
analfabetas;
graças a Deus que não tive sucesso desportivo, com
subsequente projecção pública, eventualmente habituando-me a fazer o culto da
personalidade tanto mais se com base numa qualquer vã glória em vez de com base
num positivamente continuo culto de Vida;
graças a Deus que não recorri à função pública como
meio de vida/subsistência, em especial se com mera base no princípio dum dito emprego certo e seguro para vida, mesmo que num cargo que não me fosse vocacionalmente natural e/ou pior se a que eu acede-se sob apadrinhada mão duma designada
“cunha”, aquém e além de por minha iniciativa e respectivo meu mérito próprio, ao que no caso seria positivamente péssimo e/ou por si só frustrantemente acomodar-me, com correspondente repercussão no meio envolvente;
graças a Deus que não nasci com propensão natural
para o negócio, perdendo com isso a possibilidade dalgum sucesso material e
respectivamente social, logo se não sendo venerado sendo pelo menos considerado
como tal, perdendo por isso a consequente possibilidade de conhecer o que é ser-se recorrentemente ostracizado ou desconsiderado sociocultural e existencialmente, desde logo por parte de cinzentonas almas frustradas que não tendo brilho próprio, necessitam imaginar-se a brilhar sobre a opacidade alheia ou projectando a sua própria opacidade no próximo;
graças a Deus que até por tudo o anterior fez de mim
um desajustado sociocultural e/ou existencial corrente, que em compensatoriamente
pró vital, sanitária e/ou subsistente alternativa, passei a procurar
constante e permanentemente a minha verdadeira essência pessoal, humana, vital
e universal própria, mesmo que e/ou até porque isso me traga muitos dissabores,
desde logo interpessoais, sociais e culturais, designadamente por inerência dos
muitos ou mesmo demasiados vícios socioculturalmente enraizados,
com particular destaque para um significativo conformismo sociocultural
face até aos mais degradantes e decadentes preceitos e preconceitos
instalados, como por exemplo os mais diversos níveis de corrupções, de tráficos de influências, de padrinhos e afilhados com base em interessezinhos individualistas, corporativistas, por si só mesquinhos e por norma profundamente injustos, enquanto algo em que _ por experiência própria quero imaginar _ a verdadeira essência de cada qual jamais se poderia
ou poderá encaixar e/ou com o que se conformar;
mas apesar de e/ou até por tudo, se na e com a sempre
devida graça e bênção Divinas _ não necessariamente numa base de prática
religiosa(*) e absolutamente menos ainda se com base numa qualquer prática fanática/radical
_ sei ou pelo menos intuo antemão que o conclusivo resultado e/ou o balanço final deste meu percurso existencial só pode ser Vital
e Universalmente positivo, aquém e além de com meu vivencialmente corrente benefício
ou prejuízo, mas incontornavelmente com meu auto exigente e/ou pelo
menos resiliente esforço pessoal e humano próprio, para com o que para além de por
norma contar com o meu natural instinto de vida/subsistência, ainda tomo por cultural referência as
mais vitalmente Nobres referências e influências envolventes, o que podendo
naturalmente coincidir com mais ou menos destacados estatutos sociais, no
entanto não tem em absoluto de ser assim, que não raro até bem mesmo pelo
contrário, sendo que por vezes nem sequer coincide com a própria
humanidade!
(*)… mesmo que e/ou
até porque a partir da religião católica em que fui batizado e que não renego
enquanto tal, Deus, a meu humilde e simples entender, que como tal é o único
que faz sentido, para mim, é um Deus que não tem religião, na melhor das
hipóteses Ele engloba todas as religiões e respectivos profetas, ao mesmo tempo
que religião e profeta algum/a; sendo um Deus tão mais perfeito, bom e misericordioso
quanto eu próprio, individuo e colectivo humano, alegadamente à respectiva
imagem e semelhança do Criador, que com significativo livre arbítrio, contribua
para Essa perfeição, bondade e misericórdia; que nesta última acepção é um Deus
de que eu, individuo e colectivo humano, tanto dependo quanto o mesmo Deus depende
de mim; seja um Deus de que o melhor que eu humano posso esperar e/ou ao Mesmo pedir
é que me ajude a ajudá-Lo, o que nem sempre e por vezes nem de todo tem de
coincidir com o que eu acho que é unilateral e corporativamente o melhor para mim, individuo e colectivo
humano, mas que seguramente é ou será sempre o melhor para toda a Criação; em
qualquer caso com a perfeição, a bondade e a misericórdia Divinas a conterem um
espírito de vida e/ou de humor muito peculiares, diria mesmo que muito
sarcásticos, pois que toda a Criação, humana e não humana, tal como dualmente a conhecemos e vivemos contém tanto de mágica
e serenamente belo quanto de desencantada
e sinistramente cruel, relativamente
ao que creio não ser necessário estar aqui a fazer a descrição dessa beleza e/ou dessa crueldade, que se enquanto da parte humana por si só e/ou com
relação à restante Criação é em qualquer dos casos uma beleza e uma crueldade frequentemente
em alegado nome do próprio Criador, desde logo a partir de dentro das próprias
religiões ou pelo menos pela mão dalguns dos seus praticantes e/ou representantes!
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