Talvez seja um "incendiário sinal dos tempos", pois que, sem exclusão doutras partes do Globo, até já na fria, húmida e sombria Europa do Norte (Suécia) começam a haver graves incêndios florestais!...
Salvo excepcionalidade, cujo após múltiplas (mais duma centena de) mortes humanas e centenas de milhar de hectares ardidos, incluindo lares e industrias humanas destruído/as em sequência de crónicos incêndios florestais ano após ano, concretamente em Portugal, a partir do que de resto eu até já nem sei o que possa ser uma excepcionalidade nessa mesma base e sequência. Pelo que da minha humilde, pessoal e inconsequente parte não sei por onde, por quê ou para quê voltar a escrever a respeito dos incêndios florestais. Inclusive este ano (2018) tenho resistido a escrever ao respeito e de momento só venho fazê-lo para precisamente confirmar a regra que leva a que eu sinta não valer a pena continuar a escrever ao respeito, cujo essa regra é precisamente a sedimentação do culto e da industria incendiário/a que como tal está muito acima do que eu ou qualquer outra pessoa individualmente possa(mos) dizer/escrever ao respeito.
Seja que, como uma genérica norma política e social aceite, estão mais que sedimentados:
_ O industrial culto de a cada ano se exigirem mais e mais meios materiais, tecnológicos e/ou em todo o caso económico-financeiros e humanos pró prevenção e combate a incêndios florestais;
_ O mediático-jornalístico culto de pré avisos de risco de incêndio, que tudo indica estes últimos avisos funcionam de todo mais como pré-anúncio da concretização de efectivos incêndios(*), subsequentemente cobertos mediática-jornalisticamente, do que como prevenção de possíveis incêndios florestais;
_ Até a tudo o referido atrás, parece-me mais ou menos consubstanciadamente, estar subjacente o triste e generalizado culto mental de que estando calor é normal(**) haver incêndios florestais, com todas as suas respectivas consequências;
_ Ainda a tudo o anterior, com mais tudo o que lhe está pré, pró e pós inerente, parece-me estar, mais ou menos consubstanciadamente também, subjacente o já culturalmente irónico/paradoxal facto de não só não deixarem de haver incêndios florestais, como haverem até cada vez mais quantitativos e não raro mais qualitativamente graves incêndios florestais ano-após-ano, desde há pelo menos duas décadas e meio a esta parte;
(*)...curiosamente até mais ou menos meados de Junho último (2018), já me começava a admirar não se terem imposto os, para mim ridículos e intragáveis(***), pré avisos mediático-jornalísticos de risco de incêndio, quando eis que tendo esses pré avisos começado no corrente 2018 a impor-se, se bem recordo a partir de finais de Junho, curiosamente como algo pouco comum, esses mesmos avisos começaram logo a centrar-se no Sul de País (Alentejo e Algarve) _ digo eu, como se em todos os restantes e transactos anos o Alentejo e Algarve não fossem potenciais alvos de incêndios florestais(!?...). E o facto é que tão curiosa, irónica, paradoxal e precisamente tem sido no Alentejo (Estremoz, Mourão, etc., ...) e mas em especial no Algarve (Monchique) onde no corrente ano (2018) têm ocorrido quantitativamente mais e/ou qualitativamente mais graves incêndios florestais, precisamente após o início dos mediático-jornalísticos avisos de risco de incêndio centralizados no Sul do País, dalgum modo e uma vez mais a confirmar a regra que eu venho a referir desde há muito, que é a de que os mediático-jornalísticos pré avisos de risco de incêndios terminam irónica, paradoxal e curiosamente sendo mais um pré anuncio de efectiva concretização de incêndios do que uma prevenção desses mesmos incêndios _ são os factos que o dizem, eu apenas estou a interpretar/relatar os factos.
(**)... bem sei que por um lado o interior rural tem vindo a ficar humana (agro-pecuariamente) abandonado/desertificado, logo com abandono dos terrenos rurais à flora selvagem, mas não menos verdade é que, também no interior rural, durante as últimas décadas foram enterrados milhares de milhões de €uros (comunitários) em projectos agro-florestais, não só pró plantação como pró tratamento (limpeza) florestal; ainda que por outro lado se tenham também vindo a impor umas ditas de alterações climáticas, com consequências práticas ao nível de fenómenos atmosféricos extremos, ainda que no entanto e ao menos no meu próprio meio século de vida, sempre recordo ter havido Verões quentes e secos, mas nas minha primeiras duas décadas de vida nem de perto nem de longe, em muitos casos e regiões sequer em absoluto haviam os recursos materiais, humanos, mediáticos, tecnológicos, etc., etc., etc., pró prevenção e combate a incêndios florestais, mas irónica, paradoxal e curiosamente tão pouco haviam de perto ou de longe os quantitativa ou qualitativamente graves incêndios florestais que há de há cerca de duas décadas e meia a três décadas a esta parte _ de resto nas minhas, cerca de, duas primeiras décadas de vida os agora designados de incêndios florestais, que à altura eram simplesmente incêndios eram tidos como algo mental, cultural e em resumo absolutamente anormal, excepcional e tão natural quanto imediatamente a combater, mesmo sem bombeiros, menos ainda se com meios aéreos e/ou tecnológicos como sistemas integrados de comunicações, aparatosos recursos móveis e computorizados, ditos de Protecção Civil e/ou ainda os inevitáveis e espectaculares recursos mediático-jornalísticos, etc., etc.,. Enfim mudam-se os tempos, mudam-se as culturas!...
(***)...de resto evito até assistir a noticiários televisivos, radiofónicos, etc., nesta fase do ano (Verão), por (já) não suportar nem os pré avisos de risco de incêndios, nem paradoxalmente a confirmação noticiosa de efectivos incêndios florestais. Ainda que duma ou doutra forma não possa evitar saber da existência desses mesmos pré avisos mediático-jornalísticos de risco de incêndio e paradoxalmente da subsequente confirmação mediático-jornalística dos próprios dos incêndios florestais, até porque há sempre um momento ou outro em que circunstancialmente não consigo evitar ver e/ou escutar mediáticos excertos noticiosos, aquém e além do que popularmente se vai passando de boca em boca.
Triste e lamentavelmente devastadora ao nível ambiental natural, além de sob muitos aspectos humanamente ridícula, indigna e degradante esta a da crónica, cultural, espectacular e industrialmente instalada realidade dos incêndios florestais ano após ano.
VB
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