sábado, fevereiro 02, 2013

Resistência & Satisfação

            Em tempos de crise e de austeridade, fala-se muito de optimismo e de pessimismo. Por mim, até dado todo o meu essencialmente esforçado, sofrível, quando não mesmo degradante e decadente percurso de vida, não sou ou pelo menos não me (auto) assumo como pessimista ou como optimista, até porque dadas as circunstancias, de entre uma coisa e outra, sou ou assumo-me acima de tudo como um resistente!

            Dependente ou independentemente de crise e de austeridade económica e social, num mundo e/ou numa sociedade em grande e substancial medida de espertos, de desenrascados, de ambiciosos mais ou menos sem medida, não raro de arrogantes e prepotentes ou de cínicos e hipócritas; religiosamente aprendi a não adicionar poder a poder, prazer a prazer e/ou a da dar a outra face e por ai fora; familiarmente aprendi tanto ou mais que humildade mesmo e/ou acima de tudo obediência; socioculturalmente aprendi muitas e não raro contraditórias coisas, o que de entre diversas variantes, desde logo alguns dos melhores oradores e/ou legisladores, são de todo demasiadas vezes os primeiros a violar a substancia discursiva ou legislativa e/ou ainda a discursarem ou a legislarem segundo unilaterais ou corporativas conveniências de ocasião aquém e além de intemporalidade e/ou de universalidade colectiva; ao que se adicionarmos uma minha personalidade introvertida e dalgum significativo modo desestruturada, com um meu sub ou sobre sequentemente global fracasso interpessoal, social e curricular escolar e/ou de vida em geral, sem esquecer uma minha certa degeneração fisiológica, diria e digo que tudo quanto melhor me resta em toda esta global sequência é mesmo e essencialmente resistir, resistir e resistir!

            E só na media em que e como vou resistindo, aquém e além de optimismo ou de pessimismo, é que respectivamente vou acreditando positiva ou ao menos resistentemente em mim mesmo, perante e/ou em sequência das minhas positivas misérias e distorções próprias e/ou envolventes _ sendo que muito do que e/ou de quem me rodeia, não passa mesmo e na melhor das hipóteses de resistência e de mais resistência!

            Sequência de que apesar de e/ou até por tudo não me queixo, nem me lamento; até porque esta é a minha vida e/ou a vida interpessoal, social, cultural e geral que me tocou viver e enquanto tal é com esta que eu tenho de contar, permita-se-me é no entanto estar satisfeito ou insatisfeito, com o que respectiva e correspondentemente for de e para ser ou estar satisfeito ou insatisfeito, com subsequente (auto) reserva de (pró) positivo e universal direito a (tentar) preservar e cultivar a satisfação e/ou de (procurar) neutralizar e suprimir a insatisfação, própria(s) e envolvente(s) _ o que ao menos pró minha satisfação pessoal, humana, vital e universal própria, como no constatável caso, escrever me é algo circunstancial ou providencialmente inestimável. 

                                                                                  VB

            Obs: Agradeça-se-me ou perdoe-se-me a espontaneidade com que frequentemente escrevo e publico o que e como escrevo, como é o caso do transacto texto.

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