sábado, janeiro 04, 2014

Com (alguma) razoabilidade

             Antes, durante e depois do mais vejo todo e qualquer animal e/ou ser vivente como partilhando a mesma energia vital e/ou universal que eu próprio

            E depois para mim tão ou mesmo muito mais importante que possuir, por exemplo um animal doméstico, é criar uma ligação afectiva e/ou vital com esse animal, seja que tanto ou mais que possuir um animal é possuir uma ligação a esse mesmo animal e/ou animais

            Defesa dos animais

            Este é um assunto que me é muito sensível e complexamente caro e enquanto tal acerca do qual não me é fácil escrever ou melhor posso escrever tanto a cerca do mesmo que chego a temer sequer começar a fazê-lo sabendo que não tenho nem espaço nem tempo para o poder fazer na justa medida em que e como gostaria e/ou deveria fazê-lo; pelo que no caso farei o que me for imediata e sucintamente possível!

            Não gosto de radicalismos em absoluto e de radicalismos pró ou contra defesa dos animais em particular _ ainda que o radicalismo num sentido possa suscitar equitativo radicalismo no sentido inverso!

            Pegando nas palavras de Victor Hugo Cardinali, dono da companhia de Circo com o mesmo nome, que em sequência da apreensão dalguns dos seus animais utilizados nos respectivos números circenses, disse em entrevista televisiva:

            _ “Os meus animais são bem tratados; não lhes falta água, comida, limpeza corporal e dos aposentos; além de que seja qual for o ponto do país em que o meu Circo se encontre, quando é necessário um veterinário, cerca duma hora após ou o animal necessitado está perante o veterinário e/ou o veterinário perante o animal, nesta última acepção inclusive ao invés do que se passa com pacientes humanos que passam semanas, meses ou até anos à espera duma consulta, dum exame, duma cirurgia ou dum tratamento médico modo geral!”

            Que tão só pelo anterior poder-se-ia escrever um mundo de argumentos, cujo primeiro argumento que me ocorre é de profunda hipocrisia humana _ mesmo que quem mais activamente defende os direitos ou a vida dos animais, não seja própria, nem necessariamente quem gere os serviços de saúde pública e/ou humana. Mas em qualquer caso são as autoridades públicas que designadamente apreenderam os animais do circo em causa, que parecem indiferentes à não raro precária gestão dos serviços de saúde pública e/ou humana, por isso hipocrisia humana antes, durante e depois do mais. Claro que aqui entrariam os argumentos legais, morais e/ou outros subjacentes quer à apreensão dos animais em causa, quer à recorrentemente tolerada ou mesmo aceite precariedade na gestão dos serviços de saúde pública/humana, que podendo ser argumentos diversos, no entanto e enquanto tal, o resultado prático é sempre hipócrita _ devendo no entanto acrescentar aqui que apesar de e/ou até por tudo, há muita coisa a funcionar muito bem ou mesmo excelentemente nos serviços de saúde pública/humana.

            Depois há os auto denominados defensores dos animais propriamente ditos. Só que de entre estes há os que enquanto tal e por si só defendem os animais duma forma pragmática, directa, objectiva, sem grandes alaridos e/ou manifestações inerentes _ em que salvo a modéstia ou a imodéstia, dalgum modo eu mesmo me encontro; mas também há os que defendem ou procuram defender os animais duma forma estridente, em manifestações que por vezes pouco ou nada têm a ver com a vida animal, não raro de forma radical como se nada mais houvesse a defender que não os animais _ ainda que pelas não raro radicais formas como os animais são negativa ou negligentemente tratados ou deixados de tratar, eu possa mínima e equitativamente entender a radicalização duma ou outra facção em defesa dos próprios animais e/ou dos seus direitos. Pelo que no caso não vou julgar, nem condenar uns ou outros nas suas respectivas acções e/ou manifestações em pró defesa dos direitos dos animais e da vida animal e/ou contra estes últimos e sua respectiva vida _ até porque eu seria parte interessada nesse e desse julgamento! Mas apesar de e/ou até pelo que tenho de me auto e extra questionar humanamente da seguinte forma: salvo as devidas excepções, se todos e cada um de nós humanos regra geral não queremos guerras nem doenças; até inversamente ao anterior queremos mais e melhor saúde _ vulgo viver mais tempo e da melhor forma possível; queremos mais procriação humana _ vulgo constituir família e ter filhos; queremos uma casa própria e sempre comida na mesa, muitas vezes de base animal; queremos mais e melhores bens materiais; etc., etc., etc.; em qualquer dos casos com crescente exigência de ocupação de espaços e/ou exploração de recursos naturais não raro de base animal e/ou indispensáveis à vida animal, especialmente se animais de natureza selvagem; por si só o simples facto de eu estar aqui a escrever o presente num meio material como seja num computador e a posteriormente disponibilizar o mesmo ao exterior via Net, com todos os respectivos recursos materiais inerentes, o que em parte pressupõe ocupação de espaço natural selvagem e/ou exploração de recursos naturais, pois que tudo isto depende da exploração petrolífera, mineira e/ou outras como exploração florestal, com respectivo recurso a transporte e a transformação industrial, que em qualquer dos casos são meios de base humana de que todos usufruímos duma ou doutra forma, mas que por sua vez são altamente lesivos para a vida natural e/ou animal selvagem modo geral, sendo que não estou a incluir aqui a exploração piscatória e/ou venatória da vida animal, pró alimentação e/ou até luxúria humana, com mais uma infinidade de intermédias dimensões, de que muitos podem até nem fazer uso, mas que a esmagadora maioria aceita, tolera, ignora e/ou faz mesmo activo ou passivo uso, inclusive no e pelo piro inerente; pelo que aquém e além de sermos mais ou menos ditos de defensores dos direitos e/ou da vida animal, devemos antes, durante e depois do mais questionarmo-nos acerca de até que ponto e em que medida essa mesma defesa faz ou não faz sentido(?); até porque por vezes e para alguns, com mais ou menos auto consciência disso ou não(!?), parece que a coisa funciona muito no sentido: _ “faz o que eu digo, não faças o que eu faço!”

            E não vou entrar agora aqui pormenorizada ou descritivamente no que a acondicionamento e tratamento dos ditos animais domésticos à respectiva mão humana diz respeito, porque se há alguns que são tratados como verdadeiros “lordes”, no entanto há outros, nada poucos ou mesmo de todo demasiados cujo acondicionamento e/ou tratamento é algo aberrante, profundamente insensível e até cruel, por si só desumano e/ou mesmo vital e universalmente criminoso _ não nos devendo esquecer que um animal doméstico ou selvagem livre, pode até não ter abrigo, comida ou bebida, mas tem a liberdade de o(a)s poder procurar; o problema é que não raro e em muitos casos a própria humanidade aprisiona até permanentemente animais domésticos e/ou selvagens em abrigos deficientes, com pouca ou má alimentação, sem que os animais em causa tenham a livre possibilidade de procurar mais e/ou melhor para si; com a ainda cruel ou mesmo inqualificável aberração de não raro a humanidade fazer um animal ou espécie animal depender alimentar, alojável ou afectivamente de si mesma humanidade e depois mesma dita humanidade abandona esse mesmo animal aleatoriamente à sua própria sorte e/ou azar! Ah! E ainda quanto à já atrás mencionada questão veterinária, diria que salvo as devidas excepções, tenho entendido haver como genérica melhor das hipóteses uma profunda ignorância e insensatez vital, universal e/ou natural no que à dita (auto) gestão venatória por parte dos próprios caçadores diz respeito, com suas respectivas associações e/ou confederações, no que à correspondente gestão dos recursos cinegéticos se refere; designadamente e por mais não dizer há um dito de “controlo de predadores” em que como mínimo ou melhor das hipóteses suspeito que só as espécies animais naturais (venatórias/cinegéticas) que interessam mais directa e/ou absolutamente aos caçadores eventualmente tenham “direito à vida”(*) _ pelo menos até não serem massivamente caçadas! Em qualquer dos dois anteriores casos, podendo justificar alguma radicalidade, pela inversa parte dos defensores dos direitos dos animais e/ou da vida animal natural e/ou doméstica _ radicalismo que é sempre lamente nas suas causas, efeitos e consequências seja da parte de quem quer que originária ou reactivamente seja!

            Enfim, tão só pelo abordado atrás, posso auto concluir da profundamente sensível e complexa questão que é esta coisa de exploração e/ou defesa da vida animal, de base natural e/ou doméstica, em si mesma e/ou para mim! Desde logo quando não raro nos intra exploramos infamemente de entre nós mesmos humanos, o que respectivamente muito mais e/ou melhor se pode esperar de nós com relação à vida animal?! Ainda que e/ou até porque no meu caso concreto, até por tudo o anterior por parte da minha humanidade com relação à vida animal modo geral e/ou ainda por de entre nós humanos com relação uns aos outros, respectivamente com frequente positiva, vital, universal e até por isso natural desilusão com a minha própria humanidade, acabei circunstancial/providencialmente encontrando na própria vida animal modo geral e na vida animal natural em particular uma das minhas grandes fontes de inspiração, de motivação, de referência, de apoio e/ou de sustentação para poder seguir positiva e/ou mesmo absolutamente em frente com esta minha vida e/ou existência própria!

            Em conclusivo resumo final diria que me parece que a humanidade no seu todo teria ou terá (ainda!...) natural, vital e universalmente muitíssimo que crescer e aprender, afim de que radicalismos teóricos ou práticos pró ou contra a vida e/ou os direitos dos animais deixem de fazer sentido; sendo que tão só de entre teorias ou práticas pró e contra a própria humanidade de per e de entre si mesma me parece haver uma profunda e em alguns casos até crescente ignorância, designadamente em, sob e sobre muitos aspectos parece-me estarmos numa recorrente e/ou até crescente espécie de “idade média”, no pior sentido do termo e/ou conceito de “idade média”!

            De entre e/ou aquém e além de que no relativo à vida animal enquanto tal, não esqueço que em muitos casos os animais se consomem naturalmente de entre si; sendo que a minha própria humanidade consome e/ou explora outros animais naturalmente, mas não só!

                                                                                              VB


            (*) Nesta acepção devo talvez confessar que trabalho numa empresa que tem uma vertente ligada à exploração económica do factor caça; mas que ao dizer o que digo relativo a este factor relacionado com caça, não o digo com objectiva base na empresa em que trabalho, desde logo porque dentro dessa mesma empresa a minha função ou funções nada têm que ver com o factor caça _ inclusive porque eu me recuso a tal; depois porque a minha perspectiva ao respeito vem de muitíssimo antes de eu trabalhar na empresa em causa; sem esquecer que eu procuro saber o menos possível acerca de como se faz a gestão do factor caça na empresa em que trabalho, além de que o próprio guarda afecto ao sector da caça dentro dessa empresa é suficientemente inteligente e/ou reservado para não andar a publicitar as suas práticas inerentes; e depois mesmo que eu soubesse algo, o contrato de trabalho que assinei por livre e responsável vontade ou necessidade com a empresa em causa não me permitiria revelar o que se passa no interior da mesma _ até pró legitima segurança da respectiva; seja que falo em abstracto, tendo por base uma minha próxima vivência desde globalmente sempre com caçadores das mais diversas proveniências e ideologias, incluindo o meu cada vez objectivamente maior conhecimento da essência humana modo geral, aquém e além do que ou de quem quer que seja em concreto. Sequência de entre o que eu diria e digo que num dito de pretérito regime de caça livre era mais ou menos a anarquia que reinava; já num dito regime de caça associativo ou turístico “controlado”, desde logo auto gerido pelos próprios caçadores, só não digo que o mesmo equivale a “pôr a raposa a guardar a capoeira”, porque até creio que os caçadores de facto defendem as espécies ditas de cinegéticas, mas no caso creio que o fazem tanto ou de todo mais numa perspectiva de unilateral esperteza do que universal inteligência, como seja em que designadamente só defendem as espécies (cinegéticas) que lhes interessa, independentemente de quais queres outras e/ou até em detrimento de muitas outras espécies animais “concorrentes” (rapaces e/ou carnívoras modo geral). Ah! E talvez nesta sequência haja muito quem diga que eu tenho de provar objectivamente por A+B isto que digo a respeito da auto gestão cinegéticas em causa própria, por parte dos próprios caçadores, como seja em seu unilateral e/ou corporativo interesses, aquém e além do mais lato e/ou universal interesse da bio diversidade natural. Ao que eu só me apetece responder e respondo que não me sinto forçado a provar coisíssima nenhuma, pois que salvo eventuais devidas excepções de resto só os ingénuos que sequer se conheçam humanamente a si mesmos e/ou quem nunca tenha vivido de perto com o fenómeno do factor caça de base humana, pode a este mesmo respeito acreditar em “milagres” e/ou em “bons samaritanos” sem mais e depois esse recorrente argumento de “provar aquilo que se diz” é para mim e em muitos casos argumento de quem tem “culpas no cartório” e/ou por si só argumento efectiva ou potencialmente mafioso! Pelo que da minha parte e como no presente caso limito-me a auto assumir a responsabilidade do que, como, porque e para que digo e/ou faço, assim todos e cada um dos restantes o fize-se aberta, responsável e consequentemente segundo pensa, sente e/ou faz em concreto!   

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