Não
acredito nas ideologias de esquerda nem de direita politica de per si, por
exemplo com relação a uma universalmente justa gestão da sociedade, pois que as
mesmas são dimensões facciosas da sociedade e com relação a isso está tudo
dito. No entanto compreendo, aceito e até concordo com a existência destas
ideologias enquanto (pró) defensoras das respectivas facções que representam,
mas enquanto lideres da gestão duma sociedade, dum povo, dum país, etc., salvo
eventuais devidas positivas excepções de resto e tal como reflecte a história
universal e humana em concreto, não raro são lideradas por gente universalmente
incompetente, corrupta e/ou déspota.
Pelo meio do anterior há o
correspondente centro político, social e por si só ideológico, que eu diria não
é “pão” nem “bolo” tendo por base as respectivas extremas direita e esquerda
ideológicas. De resto enquanto centro o mesmo tem designadamente de oscilar
entre direita e esquerda, o que por exemplo ao nível duma gestão política e
social universalmente mais justa e/ou por si só democrática até é algo mais
compreensível e coerente. O problema é que também aqui, ainda que talvez com as
excepções mais perto da norma do que nos extremos casos anteriores, no entanto
muitos dos lideres políticos e sociais ditos de centristas ou de democráticos e
seus correligionários, não raro parece que na prática de centristas e de democratas pouco
ou nada têm, aquém e além de ao nível da competência e da incorruptibilidade
deixarem muito a desejar.
Que aliás e
concretamente em Portugal estando o dito de democrático centro político, social
ou ideológico essencialmente apoiado na correspondente classe média, o mesmo
está basicamente falido e frustrado, porque falida e frustrada está em grande medida a
respectiva classe média. Com uma classe média-alta que em significativa parte
desdenha da classe baixa por exemplo dizendo “era o que faltava eu descer tão
baixo”, significando o “descer tão baixo” por exemplo dedicar-se ao sector
primário, dalgum modo “meter a mão na massa”, com mesma classe média-alta invejando
ou perseguindo pró equitativamente a classe alta, com a primeira mais
pretensiosamente baseada no ter e no parecer exterior e artificial do que no
ser e no fazer interior e genuíno, não raro empenhando-se materialmente até à
“raiz dos cabelos”, em mesquinho nome de ter e/ou de parecer ser; por
outra parte existe ainda uma classe média-baixa de base mercantil e por isso algo
liberal e/ou então titular de pequena propriedade que até está próxima e em
alguns aspectos se confunde com a classe baixa, desde logo no sentido de muitas
vezes meter descomplexadamente “a mão na massa”, mas que enquanto algo liberal
e com propriedade própria acaba tendo alguns tiques de (pró) pretensiosa
identificação com a classe alta.
Ah! E muito importante é o facto de que não raro qualquer das classes sociais em causa tende(m) muito a encostar-se ao (paternal) Estado!
Ah! E muito importante é o facto de que não raro qualquer das classes sociais em causa tende(m) muito a encostar-se ao (paternal) Estado!
Em qualquer dos anteriores casos quem
beneficia com tudo isso é sempre a classe alta, em parte porque tem maior
capacidade de gestão da sociedade e de respectiva absorção dos recursos
envolventes, mas também porque senão tem o activo e expresso apoio, tem ao
menos a passiva e subjectiva tolerância das classes intermédias, isto na melhor
das hipóteses do ponto de vista legítimo, porque depois e ao menos em parte esta
última classe alta ainda põe e dispõe, diz e desdiz, faz e desfaz, etc., mais
ou menos legitima ou ilegítima e mas (quase) sempre interesseira e impunemente. De resto quando surge um
escândalo ou melhor um caso de suposta ou efectiva ilegitimidade ao nível da
classe alta, das duas uma: ou jamais se comprava o que quer que concretamente
seja e/ou então comprova-se, mas ou a prova é “ilegal”, por exemplo baseada em
escutas telefónicas por parte das autoridades criminais/judiciais (policiais) mas
sem prévia assinatura dum Sr.º Dr.º Juiz e/ou então e mesmo que com base em provas
concretas e legais, o processo judicial ou criminal inerente acaba prescrevendo judicialmente, num
formal sistema de justiça que ao menos a este nível de lidar legal ou
judicialmente com a classe (política e social) alta apenas tende a aparentar ser ou existir.
Seja que o por si só dito de “Universal Estado de Direito Democrático” em
associação ou dissociação aos poderes políticos, sociais e ideológicos nem
sempre, nem de todo e/ou para todos funciona como universal, democrática e
imparcialmente deveria; o que por si só é ou pelo menos abre global caminho a
potenciais extremismos, designadamente ideológicos de esquerda e/ou de direita,
civis ou militares, religiosos ou ateus, etc., etc., com a universalmente menos
má democracia política e ideológica em risco, porque não raro os lideres desta
última são ou pelo menos aparentam ser mais corporativistas, sectaristas e facciosos, por já não dizer
incompetentes, corruptos e/ou pró déspotas do que universalistas, colectivistas
e/ou democratas de facto.
E assim ao
menos em Portugal já chegamos ao ponto em que uns poucos podem legitima ou
ilegitimamente muito mais do que muitos outros; em que já não se pode
democraticamente falar de certos assuntos e/ou a falar-se isso é para ser
ignorado pelas elites políticas e sociais; em que cada vez mais a classe alta
trunfa a seu belo prazer; em que por si só a classe média está
significativamente falida e vergonhosamente escondida na sua falência; e a
classe baixa como global e culturalmente sempre: está humilde ou mesmo subserviente e
obedientemente resignada à sua condição.
Por mim, enquanto de
origem e de corrente existência prática pertencente à classe baixa e mas por um
lado não pretendendo nem querendo em absoluto integrar uma classe média
artificial, que enquanto tal nem sequer existe de facto e/ou se enquanto integrando
esta última uma espécie de “patos bravos” para quem os fins justificam quase
todos os meios; nem por outro lado invejando ou perseguindo pró equitativamente
a classe alta, muito menos uma classe alta arrogante e prepotente que só conhece a sua própria "lei"; por mim procurarei contínua e ininterruptamente ser o mais pessoal,
humana, vital e universalmente integro, natural e genuíno possível, por mais que isso custe,
que custa e custará tanto mais se enquanto numa sociedade significativamente artificial ou ideológica
e facciosamente viciada sob e sobre muitos aspectos, com a minha existência
própria tocada, influenciada e/ou mesmo em alguns aspectos subjugada a e por
essa mesma sociedade(*)!
VB
(*) Tudo
com a devida ressalva para as verdadeiramente (pró) positivas, vitais, justas,
democráticas e universais excepções de facto, quer ao nível da classe baixa, média ou alta; que independentemente de mais normativas ou de mais residuais essas excepções, em qualquer dos excepcionais (pró) positivos casos necessito referente, influente e consequentemente inspirar-me e apoiar-me nos respectivos em e por mim mesmo, perante e para com o todo universal!