quinta-feira, março 19, 2015

FADO

Antes de mais quero deixar claro que me custa cada vez mais acreditar em partidos políticos, em sindicatos, inclusive em religiões e/ou em todas e quais queres instituições que em nome do colectivo o que mais fazem é defender-se unilateral/corporativamente a si mesmo/as, não raro com base em mais ou menos descaradas mentiras e/ou até traições! A partir do que:   
        
            Será que como povo e como nação, estamos fadados _ destinados/condenados _ a (sobre)viver ou no limite a sucumbir, por um lado sob tutelas político/sociais tirânicas e/ou por outro lado sob tutelas político/partidárias corruptas ou mentirosas?
            È que tirando os quarenta anos que levamos de democracia, em significativa medida pejada de corrupção e/ou de mentira, de resto a imediatamente maior e a mais consequente referência foram cerca doutros quarenta anos de ditadura pejada de arbitrária repressão. Sendo que por exemplo partidos dos extremos políticos são por natureza própria tendencialmente tirânicos, desde logo com relação ao extremo oposto, que só não reprimem ou até não exterminam se não poderem, pondo em causa a humanidade e/ou a universalidade da ainda que polarizada ou extremada e mas até por isso também conclusiva e paradoxalmente consequente (quase) gémea existência de ambos os extremos. Para além de que sem absoluto prejuízo dos extremistas/tirânicos também o serem, no entanto e no caso concreto dos contemporâneos e ditos partidos do centro político “democrático”, incluindo ou excluindo as positivas excepções que estou certo as haverá, de resto e inclusive em regra parece serem pseudo democraticamente infindas fontes de corrupção, de mentira, de fraude política e existencial, na melhor das hipóteses de incompetência técnica, política ou substancial, enfim fontes de crescente descrédito político e mas no limite até de descrédito na humanidade sub e sobrejacente aos mesmos.
            De entre o que naturalmente, no caso de Portugal em concreto, mesmo em democracia sempre houveram os mais ou menos implícitos ou explícitos saudosistas da ditadura, ou porque foram parte activa ou então porque foram dalguma consubstanciada forma beneficiário/as desta última. Pelo que não me estranha e até acho natural o seu saudosismo enquanto tal _ com devida ressalva para o facto de que eu mesmo não concordo com arbitrários regimes totalitários/ditatoriais. Depois há aqueles, que não sei se maioritários ou minoritários que estão numa ambígua zona cinzenta e de sombra, seja que tendo sido partes activas e/ou beneficiadas da ditadura, tão pouco deixaram ou deixam de o ser da democracia ou da (pseudo)democracia. O que enquanto tal eu designaria acima de tudo como oportunistas e/ou seres camaleónicos que à partida em nome dalgum unilateral interesse pessoal ou corporativo próprio se vão adaptando às circunstancias de cada momento por mais paradoxais, antagónicas ou até incompatíveis que estas últimas sejam de per e de entre si _ claro que cada qual podia e eventualmente até devia ou deve adaptar-se às circunstancias envolventes desde logo em nome de tão só e legitimamente sobreviver, o problema é quando essa adaptação ou pseudo adaptação se faz em nome de valores mais ou menos obscuros, que designadamente prejudicam muitos outros ou o próprio colectivo, por exemplo conheci alguns que tenho de concluir seriam pseudo apoiantes da ditadura salazarista já que após a revolução de Abril de 74 pensando que o comunismo se iria impor no País foram dos primeiros a alistar-se no PCP, mas como o PCP não vingou tornaram-se oportunamente “democráticos” socialistas do PS, seja que desde que eles mesmo sobrevivessem às circunstancias quais queres que elas fossem, de resto estavam prontos a ser apoiantes partes integrantes de qualquer regime, independentemente disso favorecer ou prejudicar o colectivo. Incluindo ou excluindo ainda uma espécie de libertinos que estão de todo mais à beira duma boçal estupidez do que de qualquer sublime inteligência e/ou ainda uns designados patos bravos que não deixando de ser boçais, de entre beneficiarem ou prejudicarem o colectivo, acima de tudo sabem bem defender os seus unilaterais/corporativos interesses próprios, mesmo que não raras vezes às custas do colectivo, do meio ambiente ou da própria vida na sua plenitude. Acredito eu que há depois ainda uns outros, que estes sim eu designaria-os como verdadeiramente democráticos ou pró democráticos, nomeadamente quando procuram constante e permanentemente auto melhorar-se a si mesmos com base no e para com o colectivo nacional, humano, vital ou universal _ de que modéstia à parte eu mesmo procuro há muito ser parte integrante. 
            Mas no entanto parece-me a mim que a democracia que temos estará essencialmente pejada dos dois primeiros grupos, designadamente saudosistas da ditadura e/ou oportunistas de entre ditadura e democracia, sem esquecer os libertinos e os patos bravos. Os restantes e sequencialmente derradeiros serão ou permita-se-me a imodesta ousadia de dizer que seremos os de menos ou talvez não!?
            O facto é que se por um lado nunca deixei verdadeiramente de ouvir dizer: “fazia falta era um novo Salazar”, mas não menos e até crescente facto também é que inclusive ouço-o cada vez mais. Pelo que a existência dos saudosistas da ditadura está confirmada e reconfirmada pelos que se expressam como tal, acrescentando talvez aqui a desilusão dalguns outros que falam na necessidade dum novo Salazar como irónica crítica a uma democracia muito pouco democrática, com estes últimos tanto ou mais desiludidos com a democracia do que verdadeiramente saudosistas da ditadura. O que por outro lado e ao menos parcialmente justifica a por si só existência dos concretos ou mais especificamente dos irónicos saudosistas anteriores, está uma mais ou menos extensa lista de oportunistas e/ou de mentirosos que de entre a ditadura e a democracia, mas dentro desta última em concreto têm conduzido o País literalmente à ruína económica, financeira, política e social. O que por mais retroactivamente não dizer se confirma pela por si só actual coligação PSD/CDS que chegou ao governo em sequência do próprio PSD ter sustentado o minoritário governo do PS até ao limite da banca rota, a partir de que tendo o PSD tirado final e oportunamente o tapete debaixo dos pés dum governo minoritário do PS liderado por José Sócrates, actualmente preso, e com base em ainda promessas eleitorais absolutamente irrealistas ou conclusiva e descaradamente mentirosas lá o PSD tenha ganho as imediatamente subsequentes eleições legislativas, como confirmação duma longa e designada "alternância democrática” entre PS e PSD, mas que apesar do prévio mau governo minoritário do PS, sustentado pelo PSD e das subsequentes próprias mentiras eleitoralistas do PSD, ainda assim e como já referido atrás tendo este último, na também já referida “alternância democrática” conseguido vencer as subsequentes eleições legislativas, mas não tendo conseguido uma maioria absoluta acabou coligando-se maioritariamente ao CDS/PP liderado pelo Dr.º Paulo Portas, com este último que a mim me inspira essencialmente cinismo, arrogância e descrédito; em que por mais não dizer acerca do respectivo, me limito a perguntar como se pode acreditar em alguém que toma publicamente decisões “irrevogáveis” que com o maior desplante e como se nada fosse revoga imediatamente a seguir?! Sendo que, creio eu numa perspectiva “clubística”, há (ainda) muito quem vote neste tipo de personagem como líder politico/partidário, sendo que enquanto o mesmo render votos e inclusive por “portas e travessas” for inclusive fazendo parte de governação, dentro do seu próprio partido não deixará de haver quem genérica ou absolutamente o apoie, porque o que importa é o poder e todo e qualquer oportunismo ou oportunista para lá chegar, aquém e além de ética, de moral ou de qualquer outro substancial valor humano, vital ou universal _ algo que de resto e salvo eventual rara excepção imagino seja social e politicamente transversal, incluindo aqui o próprio PDS que foi oportunamente sustentando o minoritário e mau governo PS até à beira da banca rota e depois como se consigo nada fosse, o próprio PSD apresentou-se como “salvador da pátria”, ainda por cima com base num rol de profundas e descaradas mentiras eleitoralistas. O resultado é a, digo eu com ressalva para expressão, “merda” em que com retractivos cada vez mais estamos atolados: País sem dinheiro; infindas, obscenas e injustificadas derrapagens orçamentais; crescente precariedade social, laboral e existencial; recorrentes suspeitas de corrupção que são e deixam de o ser de entre aberturas de processos judiciais e prescrição dos respectivos; escândalos políticos, com correspondente descrédito nos políticos e nas elites económicas, financeiras, sociais e/ou outras que por detrás dos políticos verdadeiramente movem os “cordelinhos”; etc., etc., etc., etc. _ salve-se de entre tudo isto o crédito que o exterior, estrangeiro, nos dá por humilde e diria mesmo submissamente cumprirmos como “bons alunos” para com esse mesmo estrangeiro, com base no tipo de políticos e/ou de gestores públicos atrás citados e todos os outros não citados mas implicitamente equivalentes _ que já agora diga-se e sublinhe-se que o dito “povo” em significativa ou por vezes mesmo maioritária parte apoia e desde logo democraticamente elege. Finalmente restam todos e todas aquele/as que procuram constante e permanentemente melhorar-se a si mesmo/as, perante e para com o colectivo nacional, humano, vital ou universal envolvente, uns com mais sucesso prático, de entre o que se podem encontrar desde empresários a trabalhadores independentes; de artistas a funcionários públicos ou privados por conta doutrem; de voluntários humanitários ou ambientalistas, etc. a emigrantes que tendo sido traídos pelas elites nacionais, aquém e além da sua livre vontade própria, tiveram de forçadamente emigrar procurando a vida fora do País, sem mesmo assim se esquecerem do País, nem deixarem de cá colocar as suas poupanças; e por ai fora. De entre os que nestes últimos virtuosos casos eu próprio imodestamente procuro integrar-me há muito, salvo que tendo modestamente de auto reconhecer que ao longo da minha vida fracassei a quase todos os positivo/virtuosos níveis subjacentes a estes e a estas último/as, por assim dizer heróis e heroínas, face a uma significativa e por vezes parece mesmo que maioritária mediocridade e/ou até fraude envolvente, que neste último caso e em especial pela vertente da mediocridade em termos de vida prática dalgum confesso modo me inclui a mim; ainda que e/ou até porque ao menos e como espero se poderá por aqui constatar, nem sequer eu como recorrente fracassado profissional, social, cultural ou existencial prático e modo geral desisti (ainda) de procurar encontrar o meu verdadeiro caminho, necessariamente (pró) honesto e virtuoso, que não desonesto e vicioso! Enquanto tal comigo ao invés de significativa parte da sociedade humana e da classe política em concreto, que em regra está permanentemente pronta a apontar os efectivos ou supostos erros e defeitos alheios e a só auto assumir os seus efectivos ou supostos acertos e virtudes próprio/as, como se o outro, o diverso ou o inverso fosse só mau e o eu ou os como eu fossemos só bons _ afinal não é isso que muito concretamente os políticos e por arrastos todos aqueles que “clubística” (ideológica/partidariamente) os apoiam fazem, como seja que por (quase) invariável regra só vêm e apontam os efectivos ou supostos defeitos do outro, à vez que só auto assumem as suas efectivas ou supostas virtudes próprias, como que criando uma cisão quase insanável de entre uns e outros, quando digo eu que o que deviam fazer era aproveitar as virtudes uns dos outros e procurarem auto assumir e corrigir os defeitos próprios, em nome do todo. Aliás por mim pessoalmente falando, se alguma positiva virtude tenho ou me resta, esta passa por auto assumir e subsistir nos e aos meus muitos erros e defeitos próprios, inclusive inspirando-me nas virtudes alheias _ que no caso não passa por gente mentirosa, arrogante, prepotente, do tipo “com o rei na barriga” que só assumem virtudes próprias e só vêm defeitos no outro!
            De entre o que com tudo isto quero eu dizer que me parece que estamos mesmo globalmente condenados a (sobre)viver sob tutela de ditadores e/ou de corruptos e mentirosos; porque apesar dos que como eu procuram(os) o melhor de si(nós) mesmos com base no e para com o colectivo; no entanto os que em nome do seu interesse pessoal ou corporativo próprio procuram reprimir ditatorialmente ou subornar corrupta e iludir falsamente o colectivo parecem prevalecer desde globalmente sempre ou pelo menos desde há um século a esta parte, cujos resultados estão objectiva e palpavelmente à vista, só não os vê quem não pode, quem não quer, quem não lhe convém ou pela inversa vê-os mas procura evitar que o colectivo os veja!
            Não sei se é este o nosso verdadeiro FADO; enquanto acreditando e até mesmo constatando eu que há coisas de que não podemos escapar em absoluto, como por exemplo à nossa natureza humana com todo o seu efectivo ou potencial melhor e pior inerente, levando a que estejamos fadados/destinados pelo menos à nossa humanidade, no entanto e inclusive até pelo que no maniqueísta limite de entre o efectivo ou potencial melhor e pior inerente a todos e cada um de nós, não posso tão pouco deixar de crer que temos muitas diversas intermédias alternativas e/ou caminhos possíveis de ser trilhados, mais uma vez e no limite de entre maniqueísta bem e mal, mas desejável e coerentemente pró bem. Pelo que FADO sim, mas há fados bons e maus, melhores e piores, alegres e tristes, etc., dependendo essencialmente de todos e de cada um de nós escolher o seu próprio FADO, enquanto tal perante e para com o FADO nacional, humano, vital e/ou universal envolvente, como seja aquém e além do que e para com o que muitos outros nos queiram ou pretendam fadar de fora para dentro e/ou de cima para baixo!
            Em que conclusivamente e por mim mesmo falando, tendo por base o que para além do que a própria vida e/ou a minha humanidade me impõem, mas também na respectiva medida do que autonomamente possível ou exigível eu mesmo pessoal e humanamente escolhi fazer do e com o meu próprio destino, como seja o FADO que eu escolhi para mim mesmo, a partir do e para com o genérico FADO envolvente, que neste último caso me ultrapassa em muito e mas que segundo a escolha que eu faça de entre identificar, preservar e cultivar o melhor ou pior envolvente e de mim próprio, eu mesmo posso e devo influenciar dalgum mínima ou residual forma o respectivo meio envolvente, o que no caso espero, desejo, necessito e procuro seja pró positiva, vital e universalmente pelo melhor; global sequência de que se isto que e como aqui sou e/ou me apresento não é ser pró positiva, responsável e consequentemente livre, democrático, humano e/ou universalista, então só me resta concluir que sou (também) eu mesmo que estou completamente sem rumo e/ou perdido não só do meu próprio e melhor FADO mas também do genérico e melhor FADO humano/vital/universal envolvente, de que neste último caso e apesar de ou até por tudo também eu sou incontornável e/ou por si só FADADA parte integrante, à partida e potencialmente pelo melhor e pelo pior e para o bem ou para o mal; ainda que até por mim mesmo, necessito e procuro seja à chegada e em efectivo pelo melhor e para o bem universal!
                                                                                              VB
            Nota: Sei que escrevo extensivamente “muito”, mas por diversos motivos e razões necessito que assim seja, cujo um e inclusive dos principais desses motivos é a minha necessidade de ser o mais consubstanciadamente explicito possível. Aquém e além de que antes, durante e depois do mais eu escrevo por e para mim mesmo, pelo que ao colocar o que e como escrevo, na circunstancia via Blogger, ao indefinido dispor de quem ao mesmo eventualmente aceda e pelo mesmo eventualmente se interesse, passa dalgum modo pela minha necessidade de retribuir ao exterior muito que o que exterior me dá ou me inspira a mim; mas como o exterior não me dá nem me inspira só pela positiva, logo no que e como escrevo está por assim dizer o resultado do meu pró positivo processamento interior de entre o melhor e o pior que o exterior me dá e/ou me inspira, suscitando-me o meu correspondente melhor e pior próprio. Respectivamente com o meu pró positivo auto processamento interior próprio de entre o efectivo ou potencial melhor e pior intrínseco e extrínseco a mim, como um subsequente meio e forma de auto subsistir ao pior, por correspondente via de procurar identificar, preservar e cultivar o melhor, em regra com base no e para com o exterior, mas também a partir de e para comigo mesmo _ auto designando eu todo este processo de respectiva: auto gestão! Logo não creio que este tendencialmente exaustivo resultado, escrito, da minha auto gestão interesse a muita gente, ainda que até ao momento vá-a interessando a uma ou duas "mãos cheias" de seguidores, entre anónimos e identificados, sendo inclusive para mim aliciante constatar o interesse e/ou o desinteresse inerente, em que no caso de desinteresse gostava fosse por não positiva ou absoluta necessidade alheia do respectivo, mas que no caso de efectivo interesse espero e procuro que seja pelo e para com o positivo melhor de mim mesmo e do meio envolvente; até porque se assim for será sinónimo de que estou ou estarei no “bom caminho”, em que por exemplo tendo por base o texto anterior, de que esta presente nota é anexo, diria que estou ou estarei no caminho do e para com o meu melhor FADO pessoal, tendo por inspiradora base e por reflexo objectivo o Universal melhor FADO envolvente!

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