quarta-feira, novembro 18, 2015

(Complexidade) Humanidade, antinatura

Em circunstancias, ditas, normais já é bastante difícil que, salvo as devidas excepções, a humanidade modo geral atente na preservação do meio-ambiente e por si só da biodiversidade natural, inclusive quando e enquanto por norma o que existe é destruição do meio-ambiente e da biodiversidade natural, com dita destruição derivada de activa ou pelo menos de negligente acção humana. Pelo que seguramente nesta fase em que a humanidade anda absorvida pela destruição de entre si mesma, menos ainda atentará na preservação versos destruição do meio-ambiente e da biodiversidade natural. Sendo que ironicamente eu fiz as seguintes fotos e escrevi o texto subsequente às mesmas precisamente na manhã da passada Sexta-feira 13, na altura não suspeitando ainda o que estava para suceder dai a algumas horas em Paris; com este último acontecimento de Paris a retirar qualquer possível impacto, por remoto que fosse, a esta minha subsequente acção fotográfica e escrita em favor do meio ambiente e da biodiversidade naturais. Mas ainda assim, dado que o facto duma rapace morta ser algo tão real quanto os atentados de Paris, em que tanto mais se a ter morrido a rapace à mão humana, não deixa de ser este último um acto humano grave face vida, dependente ou independentemente do que supra gravemente sucedeu de entre humanos em Paris e já agora vem sucedendo há muito em diversas outras partes do Mundo. Mas até precisamente em sequência dos atentados terroristas de humanos sobre humanos em Paris, tal como em muitas outras zonas do Planeta, me é suscitado perguntar: que positiva esperança pode haver da humanidade face ao meio-ambiente e/ou à biodiversidade natural? 

Sequência de que sem mais introdutórias delongas e porque a vida continua, aqui ficam as fotos e o respectivo texto que as mesmas fotos me suscitaram:
           





Antes de mais, a designada vida natural não é positiva nem negativa enquanto tal e sem mais. De resto a própria humanidade no seu melhor e pior é descendente parte integrante da vida natural. Só que a humanidade na sua (nossa) auto aludida inteligência e racionalidade tem ou pelo menos deveria ter uma responsabilidade mais positiva e integracionista, do que uma atitude meramente possessiva e consumista que em grande e genérica medida tem face à vida natural.

Em que relativamente ao esqueleto derivado da morte da rapace nas fotos acima, ainda que não o sabendo eu objectiva e taxativamente, no entanto a probabilidade dessa morte ter ocorrido à mão humana é de 99.99%. Aliás se esta ave (rapace) em concreto não foi objectiva vitima da mão humana seguramente uma série doutras assim o foram e são, até porque para além duma série de genéricos preconceitos humanos face à vida natural selvagem e a algumas espécies dentro desta última, mais concretamente ainda está instituída uma modalidade designada de “controlo de predadores” no que ao sector da caça humana respeita. Dito “controlo de predadores” que serve precisamente para “controlar” _ vulgo eliminar _ os competidores naturais (rapaces, raposas, texugos, etc.,) face ao ser humano no que à caça respeita. Com umas ditas “espécies cinegéticas” (lebres, coelhos, perdizes, etc.) como os alvos de caça quer do ser humano quer dos seus competidores naturais. Sendo que logo aqui começa uma luta desigual no sentido em que os competidores naturais do ser humano em termos de caça, só caçam mesmo para se alimentar, vulgo para preservar subsistentemente a sua vida, enquanto o ser humano caça por todos os motivos e mais um, designadamente para se alimentar(*), mas também e/ou acime de tudo por desporto, por prazer, por tradição, por vicio, por luxo, por vaidade, etc., etc., etc.. Mas como se tal não basta-se por si só o dito controlo de predadores é algo subjectivo nos princípios, nos meios e nos objectivos, além ainda de que até por essa subjectividade é algo difícil senão mesmo impossível de controlar/fiscalizar com base e em relação a esses mesmos princípios, meios, objectivos e correspondentes resultados práticos. Desde logo dificuldade derivada do facto de que quem está encarregado de fazer esse “controlo” são os próprios caçadores humanos; o que como mínimo faz suspeitar que esse controlo é absoluta e unilateralmente pró caçador humano, no caso em detrimento da mais vasta e universal biodiversidade natural. Seja que faz-se não só da humanidade, como especificamente dos caçadores humanos "polícias" e "juízes" em causa própria face à biodiversidade natural.
E até por sequencial inerência do anterior, creio que escusado será dizer que não é meu propósito vir para aqui com demagógicos discursos anti-caça ou anti o que mais quer que naturalmente seja. Até porque desde logo no relativo a caça, a rapace da foto acima é ela mesma uma caçadora natural nata. Pelo que o problema para mim está no facto de que antes do ser humano ter a crescente e diria mesmo devastadora influência que tem no e sobre o meio ambiente natural, por si só de vital origem planetária já existia toda a espécie de predadores naturais, incluindo por exemplo o desaparecido lobo, sem que enquanto tal e originalmente deixassem de haver também toda uma qualitativa e quantitativamente vasta diversidade de espécies, incluindo naturalmente as ditas espécies cinegéticas. Pelo que só mesmo a acção humana directa, como por concreto exemplo por via da caça e do respectivo do “controlo de predadores” ou ainda acção humana indirecta por via das múltiplas formas de poluição, como ainda de introdução de toda uma diversidade de químicos artificiais, como herbicidas, pesticidas, etc., etc., que têm vindo a desequilibrar todo o sistema natural quer ao nível da fauna quer da flora, estando eu certo e seguro que inclusive a níveis que a própria humanidade desconhece em objectivo as consequências e longo prazo _ designadamente com introdução de doenças, alterações genéticas ou no limite morte em várias espécies animais e vegetais, inclusive por subsequente via do ciclo natural dos herbívoros para com os carnívoros e assim sucessivamente, cuja contaminação, o envenenamento e/ou no limite o extermínio dumas espécies leve à contaminação, ao envenenamento e/ou ao extermínio doutras, mas em qualquer caso e salvo algumas devidas excepções puramente naturais, de resto dita contaminação, envenenamento e/ou extermínio a processar-se acima de tudo por directa e activa ou indirecta e reflexa, mas em qualquer caso efectiva acção humana. Tudo isto acrescido ainda de que a civilização humana evoluiu e em grande medida continua imparavelmente a evoluir num sentido materialista, economicista, artificial e pseudo asséptico, em que parece que tudo o que é natural incomoda _ salvo quando a natureza é relativamente distante e/ou serve para turisticamente observar e consumir dalguma forma, tipo algo exótico e alheio à própria humanidade, como se humanamente não fossemos partes integrantes da própria natureza, da própria biodiversidade, respectivamente do próprio Planeta e do próprio Universo, como qualquer outra espécie vivente.
Bem! Claro que aqui ou a partir daqui se poderá dizer que o próprio planeta não viverá eternamente. Ao que como mínimo posso e devo corresponder dizendo que também nenhum de nós vive eternamente, no entanto não deixamos semi-objectiva ou intuitivamente de procurar viver o mais e o melhor possível. Pelo que pergunto eu, porque não fazermos o mesmo com o planeta que nos acolhe e que por si só permite que aqui estejamos, no caso comigo a escrever isto e eventualmente com alguns de vós outros a ler o mesmo, aquém e além de sermos ou não caçadores, poluidores e afins!?
Global sequência de que creio eu que o grande problema está em que a continuarmos como genericamente até agora acabaremos paradoxal e ironicamente vitimas da nossa própria racionalidade e/ou "inteligência" humana, sobre todas e cada uma das restantes espécies viventes, pelo menos terrenas. Na medida em que a nossa racional superioridade sobre as mesmas é um facto, mas um facto nem sempre nem de todo é necessária, vital e/ou universalmente positivo e verdadeiramente inteligente, sendo sim um facto mais pessoal, corporativo e/ou humanamente egoísta e por isso negativo/destrutivo em efectivo ou em potencia. Salvo que ao nos irmos apercebendo humanamente disso, vaia-mos percebendo que sem preservarmos minimamente o meio ambiente natural na sua múltipla e cíclica biodiversidade, somos nós mesmos humanos as grandes e conclusivas vitimas de tal facto, cujo correspondente problema está ainda em que apenas alguns, não raro social, cultural, política, económica e financeiramente pouco poderosos reconheçam(os) tal facto; pois que a começar na mera necessidade de tão só básica e imediatamente subsistir, que é comum a todos os seres viventes, humanos e não humanos, e mas que tão só da mera perspectiva humana já exige muito do Planeta, mais ainda tanto infinita e a prazo mais insustentavelmente maior é essa exigência humana face ao Planeta, com particular destaque sobre o meio-ambiente e a biodiversidade naturais quanto as necessidades humanas transcendem em muito a mera necessidade subsistência, com a inclusão de unilaterais, corporativos e não raro caprichosos interesses humanos próprios, aquém e  além da biodiversidade natural; desde logo ao estilo do egoísmo duns humanos sobre outros humanos, no caso multiplicado muitas vezes enquanto do ser humano sobre o meio ambiente natural.
Em conclusão citaria aqui algo que já não recordo se escutei ou se li algures, mas com o que me identifiquei humanamente de imediato, que foi e é o seguinte: _ “A humanidade é o cancro do planeta!”. Pelo que da minha perspectiva a “salvação" do Planeta e por arrasto da própria humanidade, face à por si só patológico/cancerígena acção humana, aquém e além de qualquer eventual providência Divina ou Universal, enquanto da mera humanidade de e por si só depende em muito de algo que é significativa ou mesmo tremendamente complexo, como por exemplo e logo à cabeça depende duma profunda revolução interior em todos e cada um de nós, em especial se a partir do estágio sociocultural e civilizacional a que chegamos e que, salvo algumas positivas excepções, de resto e por genérica acção ou omissão humana é um estágio “cancerigenamente” devastador de tudo o que naturalmente nos rodeia; em que por designado e contextual exemplo devemos auto rever positivamente os princípios, os meios, os objectivos e os métodos inerentes à genérica acção humana sobre o meio-ambiente natural, inclusive pela acção humana inerente ao factor caça em particular, tornarmos-nos positivos antídotos de nós mesmos e/ou melhor da nossa crescentemente devastadora acção no e sobre o Meio Ambiente e sua Biodiversidade natural, como incontornável parte integrante do Planeta e este último parte integrante do indefinidamente vasto Universo, que apesar de e/ou até por tudo, nos permite existir e ser(mos) quem e como Humanamente somos _ em que o que e como somos pode sempre ser tão mais positiva, vital e universalmente melhor, quanto estejamos e como de facto estamos conjunturalmente muito distantes desse melhor!
                                                                                              VB

(*) ...sendo ainda que o caçar para se alimentar ao nível humano, salvo em algumas culturas e/ou regiões do Planeta, de resto e dum modo geral isso não implica uma necessidade de subsistência básica, como ao nível das restantes espécies animais, implica sim um culto mais económico, social e/ou meramente consumista do que uma verdadeira necessidade de subsistência. E depois há ainda o alimentar do espírito e/ou da alma que dependendo desde logo do alimento orgânico pró subsistência básica, implica no entanto também e/ou acima de tudo a integração e interacção humana na e com a vida natural, em que por exemplo pequenas aves que a humanidade caça de todo mais para satisfazer outros cultos consumistas que não de todo a necessidade de subsistência básica, são ou podem ser as mesmas pequenas aves que com o seu canto e dinamismo vital alimentam o espírito e a alma humana. Mas até aqui a humanidade tem uma relação estranha, desde logo meramente consumista do ponto de vista material e/ou no limite até mesmo negativa com a natureza, pois que ou não liga nada para a alimentação do espírito e da alma limitando-se à alimentação orgânica, ou se e quando liga ao alimento do espirito e da alma em regra tende mais a aprisionar os seres, como pequenas aves em gaiolas (prisões) numa base de possessão da e sobre a fonte desse alimento, em vez de procurar esse alimento na própria natureza, designadamente em aves livres com respeito e consideração por estas últimas e a sua liberdade _ sendo que a própria liberdade é em si mesma um alimento do espírito e da alma. Mas enfim muito, infinitamente muito mais se poderia dizer ao respeito, ainda que a própria vida enquanto tal e a vida natural em particular já o diz e continuará a dizer por si só, basta estar minimente atento ao interior e exterior de cada qual _ sendo que a última palavra da vida e da natureza face à própria humanidade, tal como sempre será tão mais positiva e benévola ou negativa e malévola quanto respectivamente (também) a própria humanidade seja mais ou menos positiva ou negativamente face à vida natural! VB

Sem comentários:

Enviar um comentário