sexta-feira, novembro 13, 2015

Qualidade, sem complexos

            Apesar dos, meus, seguintes ídolos derivarem de modalidades desportivas motorizadas e como tal altamente poluentes e/ou ávidas consumidoras de combustíveis e outros derivados (fibras, metais, etc.,) de origem fóssil, de cuja indiscriminada exploração destes últimos não se conhecem ainda todas as consequências, aquém e além da já mais que reconhecida consequência subjacente à particular poluição atmosférica do meio ambiente.

            Mas ainda assim, pegando acima de tudo na qualidade técnica e humana dos, meus, ídolos em causa e na circunstancia ídolos de origem nacional portuguesa, o que em associação ou dissociação a um bipolar complexo nacional de entre superioridade e inferioridade face a tudo o que é nacionalmente externo, me leva a expressar aqui abertamente a minha admiração pessoal pelos mesmos, que são:
            Pedro Lamy _ automobilismo
            
            Álvaro Parente _ automobilismo
           
            Miguel Oliveira _ motociclismo
           
            Acrescentando eu ainda ao respeito o seguinte:
            Pedro Lamy é para mim o melhor piloto automóvel nacional desde sempre e até ao presente momento. Em que mesmo não o podendo provar, no entanto dado todo o seu percurso pré e pós Formula1(F1), creio que se o mesmo tivesse tido as devidas oportunidades na própria F1, teria sido um dos pilotos mais competitivos, creio inclusive que um dos excepcionalmente poucos ou únicos que há altura teria dado efectiva luta a Michael Shumacher _ para com o que por exemplo digo que numa corrida de karting entre pilotos de F1, salvo erro, o Pedro Lamy foi o único que conseguiu andar à frente do Michael Shumacher, pelo menos até ter tido dado um toque numa curva que o atirou para fora da corrida.  
            Álvaro Parente, se todo o seu curriculum não fala-se por si, o simples contemporâneo facto de em regra conquistar "pole positions" e praticamente fazer corridas excepcionalmente à parte, na frente de todos os seus restantes pares na competição International GT Open, de que de resto se consagrou recentemente campeão fazendo dupla com o também português Miguel Ramos ao volante dum McLaren pela equipa espanhola Teo Martín Motorsport, o que já diz quase tudo a respeito da sua desportiva qualidade como piloto automóvel. Que inclusive em tempos falhou a entrada na F1, porque após ter sido dado como certo na equipa Virgin, isso acabou por não se concretizar devido ao incumprimento dum acordo de patrocínio ao piloto por parte do Instituto do Turismo de Portugal.  
            Miguel Oliveira, para um País como Portugal que não tem tradição e/ou expressão ao nível da competição motociclistica interna e menos ainda externa. Ter logo no seu estreante e único piloto na competição mundial da modalidade um verdadeiro campeão, pelo menos logo no ano de estreia (2014/2015) o vice-campeão mundial da modalidade na iniciática categoria de Moto3, não é de todo em todo para qualquer um.
            Em qualquer dos três casos, independentemente de não serem pessoalmente ricos, nem provirem dum País rico. Que de resto se fossem ricos ou proviessem dum País rico nem necessitavam para nada ser tão bons (campeões) como são, para poderem fazer toda uma longa carreira automobilística na F1 e/ou motociclisticamente no campeonato mundial da modalidade _ que de resto em mais dos casos bem mesmo pelo contrário.
            Pelo que no relativo ao bipolar complexo nacional de entre: ora e para uns sermos os melhores, ora e para outros sermos os piores do mundo! De resto basta a selecção nacional de futebol vencer meia dúzia de vezes seguidas e já nos consideramos logo “os melhores do mundo”, com o seu devido e correspondente inverso que nem vale a pena estar a descrever. Sequência de que por mim diria que se temos algo de que nos queixar é precisamente de não conseguirmos passar da “cepa torta” ao nível nacional interno no seu todo conjuntural, designadamente ao nível de prosperidade económico-financeira e de respectiva equidade social, inclusive podendo e devendo levar a que mais talentos, nas mais diversas áreas não só desportivas como sociais e de vida em geral sobressaíssem e se impusessem naturalmente. Pois que pela vertente do que nos podemos positivamente orgulhar, parece que esses talentos existem de facto, ao menos em potência, com um ou outro a despontar em efectivo aqui ou ali e com uma força que nem a material pobreza pessoal, familiar ou nacional própria impede que circunstancial/excepcionalmente apreçam duma ou doutra forma, em especial se saírem do País desde muito jovens para competirem e arranjarem apoios externos, tanto mais se ao nível do ou para com o desporto automóvel mundial que exige significativa riqueza própria ou envolvente logo à partida; ainda que os apoios, em especial se externos só vêm em sequência da inata qualidade do apoiado.
            Seja que a qualidade existe, pelo menos individualmente, a partir de que o problema está ou parece estar no global conjunto nacional que é cíclica e redundantemente pouco ou nada homogéneo, designadamente com gente muito rica, mas do tipo “bota-de-elástico”, designadamente sem mais visão do que a de acumular mais e mais riqueza material e/ou poder político-social próprio; subsequentemente com muitos outros menos ricos ou mesmo pobres com poucas possibilidades de passarem disso mesmo, independentemente das positivas qualidades que tenham em efectivo ou em potencia neste ou naquele outro sentido, porque salvo tenham alguma possibilidade própria de sair e valorizar-se fora do País, de resto e por norma nacional interna não têm quem invista neles; sendo que eu não acredito que qualitativamente exista só um Pedro Lamy, só um Álvaro Parente, só um Miguel Oliveira, etc., etc., que ainda assim quer no caso do Pedro Lamy, quer do Álvaro Parente foram e são subaproveitados, por não terem tido o devido e merecido acesso ao escalão máximo da sua actividade, que seria e é a F1, na circunstância por falta de quem apostasse económico-financeiramente nos mesmos, desde logo a nível nacional interno; e no caso relativo ao Miguel Oliveira, mesmo após se ter sagrado vice-campeão Mundial de Moto3, salvo que não lhe faltem os apoios externos, de resto vamos ver como será de futuro!? 
                                                                                              VB

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