Como em
muitos outros momentos da minha vida, estou (de novo) numa particular fase em que tenho
cada vez menos espaço, tempo e/ou respectiva disponibilidade interior, para
algo mais ou melhor do que para tão só sobreviver/subsistir básica, imediata e rudimentarmente.
Desde logo porque o espaço, o tempo e o esforço que dedico a actividades de
mera sobrevivência/subsistência, não me deixam respectivo espaço, tempo e disponibilidade interior ou física para muito mais e/ou melhor que isso. Tudo isto quando
em mim viver e sobreviver, não coincide(m) necessária ou coerentemente de entre
si. Salvo se, quando e como eu o auto assumo como tal e/ou enquanto uma forma
de vida em si mesmo(a)!
Só que ao
auto assumi-lo como tal ou como uma forma de vida em si mesmo(a), sendo-me o(a)
mesmo(a) algo essencialmente esforçado, sofrível, em muitos aspectos até
degradante e decadente, estou também a assumi-lo como algo que me exige algo
mais, algo menos ou algo diverso a si mesmo e enquanto tal. Até por isso
escrevo, como fundamental parte desse algo mais, desse algo menos ou desse algo
diverso a tão só básica, imediata e rudimentarmente auto subsistir. Sendo que, por exemplo e no
caso, quanto menos espaço, menos tempo e/ou menos disponibilidade interior/física tenho para descompressivamente escrever, mais se acumula em mim uma tensão interior de entre os diversos e não
raro ou mesmo em regra antagónicos, paradoxais, incoerentes ou mesmo inconciliáveis motivos e razões (próprio(a)s e envolventes) que me trazem à escrita, em que
por respectiva regra chega um momento em que eu tenho de escrever para tão só necessitar
auto sobreviver/subsistir, mesmo que tenha de o fazer (escrever) às custas de
espaço, de tempo e de disponibilidade interior/físico(a) para meras actividades de
auto sobrevivência/subsistência. Cuja respectiva conjugação, conciliação ou tolerância de
entre uma coisa (escrever para tão só necessitar sobreviver) e outra (trabalhar
para tão só sobreviver) é do melhorzinho que me tem acontecido. Diria que no
seu conjunto é o que em e para mim mais se aproxima duma dita de efectiva ou
potencial plenitude vital!
Seja que nesta (nova) fase em que tenho cada vez menos disponibilidade espacial, temporal e interior ou física,
desde logo, para esta minha pró vital ou subsistente necessidade de escrever,
ainda que e/ou até pelo que o que me rouba essa disponibilidade contenha em si
mesmo motivos e razões de e para que eu pró vital, sanitária ou
subsistentemente escreva, diria mesmo que a um nível (quase) diário, no seu respectivo e
global conjunto está-me a transportar a uma crescente tensão interior, em que
acabo por escrever o que, quando e como posso e/ou a isso sou pró vital,
sanitária e subsistentemente levado, como no presente caso e/ou então chegará
um momento em que eventualmente só me restarão mesmo as vertentes: esforçada,
sofrível, degradante, decadente e/ou basicamente auto sobrevivente/subsistente,
cujo na respectiva melhor das hipóteses subsistir ou não subsistir é relativa ou
substancialmente indiferente(*).
Pelo que
talvez ou seguramente pouco ou nada mais me reste do que lutar por procurar encontrar, preservar e/ou cultivar um pró vital, sanitário
ou subsistente equilíbrio de entre os diversos factores em causa, como por
recorrente exemplo ao escrever em sequência do que inclusive deixo pró vital,
sanitária ou subsistentemente de escrever; o que é tão
crescentemente mais quanto a minha respectiva crescente carência de espaço, de
tempo e de disponibilidade interior e/ou física para tal, versos a
respectivamente múltipla e crescente necessidade que tenho de e para o fazer, até inclusive
neste último caso, em sequência de factores inerentes aos
vivenciais ou subsistentes motivos e razões que me roubam disponibilidade para
tal(**)!
VB
(*) Não tenho é feitio nem perfil para afogar mágoas,
desilusões, frustrações, dores, angustias e afins, por exemplo em álcool e/ou em
outras substancias que me tirem da razão; ainda que e/ou até porque não raro
tenda a (auto) abstrair-me da realidade objectiva mais negativa ou menos
positiva, em regra fazendo-o com base no que e/ou em quem me inspira
positivamente na e para a vida, mesmo que e/ou até para me reencontrar com a
mesma realidade objectiva na sua plenitude, inclusive nas suas vertentes mais
negativas um pouco mais à frente ou mais tarde, no caso já com uma réstia de
fé, de esperança, de confiança e/ou ao menos de ilusória positividade que em
regra não tenho ou que deixei de ter em e por mim mesmo e/ou em muito do que e
de quem imediata ou remotamente me rodeia. No fundo como uma caldeirada de não raro antagónicos,
paradoxais, por vezes mesmo inconciliáveis factores próprios e envolventes, que
me traz(em) à, para mim, pró vital, sanitária e/ou subsistente expressão
escrita!
(**) Seja que estou a escrever
este texto, onde pelo menos caberiam dois ou três diversos textos, que não
tenho de momento espaço, tempo, nem disponibilidade geral para poder executar,
rever, corrigir e se acaso publicar. Tanto mais assim quando entretanto se
acumularam em mim, quer a vivência interpessoal, social, cultural ou
existencial prática dos factos inerentes a e para com esses possíveis textos,
quer ainda o processo intrínseco a mim do que e como aos mesmos me levaria,
tudo numa sequência relativa ou mesmo significativamente sensível e complexa de
cada um desses possíveis textos de per si e tanto mais se de entre si, cujo
espaço temporal dum só dia de vinte e quatro horas (hoje), após uma (passada) e
antes doutra (seguinte) semana de duro trabalho físico, com mais toda uma
infinda série de afazeres, incluindo a necessidade de indispensável descanso, no caso não me permite de momento mais ou melhor que
o presente, enquanto o presente como resumido resultado da imediata
impossibilidade de mais e de melhor, mas que ainda assim e/ou até por isso passível do que e como constatável!
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