quinta-feira, julho 04, 2013

Uma questão de fé, mas acima de tudo de (des)confiança

            Independentemente daqueles que têm vindo a criticar os sucessivos governos da nação conseguirem fazer melhor que estes últimos ou não(?!), o facto é que os respectivos governos da nação têm vindo a dar razão aqueles que sucessivamente os criticam; pois senão repare-se, na boca dos sucessivos governos relativamente ao seu antecessor, desde que não da mesma cor política de entre uns e outros desses mesmos respectivos governos, primeiro passou a encontrar-se o País de “tanga”; depois “a situação era muito pior do que anunciado pelo antecessor”; mais recentemente “encontrou-se o País à beira da banca rota”; presentemente parece até já haver actuais ministros, como o das finanças, que se demite(m) “porque afinal e salvo ao nível duma “boa imagem” perante o exterior, de resto as medidas por si próprio(s) tomadas para salvar o País, parecem estar a resultar internamente em sentido inverso”, pelo que nem já consigo imaginar o que dirá o próximo governo da nação, desde que não da mesma cor política do actual, mas em qualquer caso e dadas as circunstancias dando sucessivamente razão aos críticos de todos e de cada um desses mesmos respectivos governos. 

            Sendo que o Sr.º Ministro das Finanças recentemente auto demissionário, Dr.º Vítor Gaspar, com o correspondente aval do Sr.º Primeiro-Ministro, Dr.º Pedro Passos Coelho, teve na regra da austeridade a sua grande, fundamental ou mesmo (quase) unilateral medida governativa, não só ao nível das finanças, como do próprio governo modo geral; pelo que com relação aos críticos de tal política e do respectivo governo actual eu diria e digo:

            _ Primeiro, a austeridade não é um mal em si mesmo, de resto e por natureza a vida não é nem se faz de constante prosperidade e muito menos de permanente facilidade, pelo que um pouco de austeridade de vez em quando e/ou na justa e natural medida não só não faz mal a quem quer que seja, se acaso até faz bem, desde logo enquanto manutenção do contacto com a realidade da vida nas suas mais diversas facetas. Agora e no caso concreto o mal está ou pode estar em quem, como, porquê e para que é que governativamente aplica a dita austeridade e a quem é que a aplica _ nesta última acepção, parece que a mesma se aplica essencialmente a quem da mesma não se pode defender, aquém e além de quem antes, durante ou depois da mesma saiu ou sai beneficiado dessa ou com essa mesma austeridade(?!), sim porque nestas coisas, tanto mais se ao nível da gestão política e social, justa ou injustamente há sempre quem saia beneficiado e quem saia prejudicado, aquém e além de quem pouco ou nada tenha a perder ou a ganhar de por meio, sem esquecer que como na circunstancia presente, as medidas de austeridade parecem ser económica e socialmente contraproducentes.

            _ Segundo e até em sequência de toda a anterior acepção, tanto ou mais que austeridade, por mim digo responsável e consequentemente que não me importo em absoluto, se acaso até bem pelo contrário, de dentro da medida do razoável e/ou do possível, por exemplo dar um dia, uma semana ou um mês da minha vida e/ou do meu trabalho em favor do País e/ou por exemplo duma empresa, sem receber directamente o que quer que seja em troca _ salvo naturalmente o colectivo sucesso do País e/ou da empresa em causa(*). Mas que dadas as circunstancias gerais, tanto mais se num País ou numa cultura que em grande medida se auto denomina de desenrascado(a), com muito chico espertismos pelo meio, inclusive e por exemplo quando se fala em corrupção política ou social em geral vem logo o chico ou a chica esperto(a) dizer: pois parvo(a)s seriam ele(a)s se no lugar que ocupam, como seja governativamente com a faca e o queijo não mão, não aproveitassem legitima ou ilegitimamente o melhor para si mesmo(a)s, no seu lugar eu faria o mesmo(!); a partir de que naturalmente sem prejuízo dos políticos e/ou dos empresários efectivamente competentes e honestos, pergunto no entanto e dadas as correspondentes circunstancias até que ponto estaria ou estarei eu a dar algo de mim em nome de políticos e/ou de empresários incompetentes e/ou no limite até mesmo manhosos e desonestos, em grande medida com o passivo ou se acaso até com o conivente aval do zé povinho ou perdão do chico espertismo envolvente?!

            A partir de que, apesar das que sejam efectiva ou eventualmente merecedoras de tal, em regra e ainda que eu prefira acreditar, no entanto e de facto não consigo ter fé, esperança ou confiança nas elites políticas e/ou empresariais, incluindo aqui a sociedade modo geral, desde logo porque fé e esperança têm-se subjectivamente em Deuses ou por exemplo na capacidade de regeneração da própria vida natural, já quanto a ter confiança, nas circunstancias em causa, nem em mim mesmo que não passo dum mero, básico, esforçado, sofrível, na melhor das hipóteses abnegado e voluntarioso auto subsistente, de entre tudo e todos o(s) que pelo melhor e pelo pior me envolve(m), posso verdadeira, efectiva, positiva e/ou muito menos satisfatoriamente confiar.

            Enfim e assim no que a mim respeita, para aqui vou andando e/ou me vou desenrascando, o melhor que posso e sei _ desde logo escrevendo coisas como esta para ir mantendo ou procurando manter um mínimo de sanidade mental e geral, no meio de tanta e sucessivamente governativa razão concedida aos críticos de quem governa, com uma passiva ou mesmo conivente cumplicidade geral!

                                                                                              VB 

           (*) Atenção! Que isso não faz de mim alguém positiva ou absolutamente melhor que quem mais quer que seja; simplesmente ao não ter eu uma (grande) vida própria, ainda que da minha perspectiva ter essa (grande) vida própria implique por si só contribuir duma ou doutra forma para o colectivo bem comum, pelo que aquém e além de eu estar minimamente à prática, concreta e substancial altura de e para tal, no meu caso resta-me disponibilizar-me esforçada, sofrível ou na melhor das hipóteses de forma abnegada e voluntariosa ao próximo, tanto mais se ao colectivo envolvente, com correspondente retorno para comigo _ na circunstancial melhor das hipóteses com um retorno tão só pró (auto) subsistente, tendo por base o tão só residualmente vital ou positivo que eu tenho por mim mesmo e na sequência para dar ou disponibilizar ao exterior _ como de resto creio semi objectiva ou subjectivamente constatável!   

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