domingo, junho 22, 2014

Noches de Boda (Joaquin Sabina)

           Bem sei que o autor (letrista/compositor) e interprete (vocal/instrumental) que se segue: Joaquín Sabina, até pela sua irreverência não é e nem enquanto tal poderá jamais ser um cantautor consensual, se é que algum artista o é, alguma vez o foi ou o será(!?), mas desde logo alguém como Joaquín Sabina que escreve e canta: ...“me han traído hasta aqui tus caderas non tu corazon...”, não poderá jamais ser alguém bem visto por todos e todas. Nem sequer quer dizer que eu mesmo me identifique, desde logo na prática, com todas as suas letras ou com tudo o integrado nas mesmas, mas por outro lado e ainda que no meu fraco entender ao respeito, devo no entanto reconhecer que do meu ponto de vista e a partir da base e perspectiva essencialmente irreverente em que e como o mesmo o faz (escreve, toca e interpreta), diria que as letras e musicas de Joaquín Sabina chegam a tocar algum nível de genialidade. Isto desde logo aquém e além de que a mim não são própria ou de todo os irreverentes que mais me assustam; mas sim os que, ao menos, por vezes mais me assustam são uns certos “penteadinhos”(*) _ vulgo politicamente correctos _ que em nome de não perderem o “fio do penteado”, por e para consigo mesmos, são capazes de tudo e de mais alguma coisa com relação ao próximo, ao meio envolvente e/ou à própria vida. E depois, desde um primeiro momento, talvez o que mais me tenha atraído nas letras e musicas de Joaquín Sabina tenha sido o paradoxal facto do mesmo representar o irreverente que eu jamais terminei de ser, ainda que de há um tempo a esta parte por vezes eu tenha alguns assomos algo irreverentes, como por eventual exemplo o presente, ao invés do “penteadinho” que pelo menos tive a pretensão de me tornar! 

            Pelo que entendendo e aceitando perfeitamente quem não goste de Joaquín Sabina: autor, compositor, interprete, de resto tenho alguma pessoa amiga que inclusive muito admiro e mas que não gosta de Joaquín Sabina, no entanto e por mim mesmo, por vezes apetece-me partilhar algo de Jaoquín Sabina, que como todos os génios chega a ser universal e intemporal, como por exemplo quando este diz/canta: “...Y en lugar de tu bar, me encontre una sucursal del Banco Hispano Americano, tu memoria vengue a pedradas contra los cristales...”; da minha parte não querendo com isto de todo em todo dizer que eu defenda que se vingue o que quer que seja a pedradas contra respectivamente o que quer que seja, no entanto isso não deixa de reflectir os tempos correntes de base essencial e diria mesmo que ditatorialmente materialista/mercantilista, ainda que dalgum paradoxal ou quiçá coerente modo com profunda crise económica/financeira e social inerente(s) _ como que a pedir um desanuviante "copo no bar da esquina", ainda que eu não beba, mas sim e por exemplo como no presente caso escreva para, também, desanuviar!  

            De qualquer modo pela melodia e acima de tudo pela letra que segundo consta de origem parece(m) não ser da autoria de Joaquín Sabina, mas em qualquer caso e na presente circunstancia pela voz, interpretação e adaptação de Joaquín Sabina, numa espécie de pequeno Hino à própria Vida, apetece-me partilhar: Noches de boda
 
 
 
                                                                                                      VB 
 
Nota: Como não gosto em absoluto de não ser suficientemente objectivo, em especial quando me refiro a outras pessoas e eu mesmo me possa identificar com o efectivo ou potencial melhor e pior dessas mesmas pessoas, permita-se-me então a presente complementar nota para poder definir um pouco objectivamente mais e melhor os ditos "penteadinhos" a que aludo no texto acima, dizendo então que os "penteadinhos" em causa, vão desde o tipo de pessoas cultural e vivencialmente rígidas, que nem o próprio penteado em sentido literal se lhes pode desgrenhar, no caso incomodando-os até a natureza climática do próprio vento, passando por exemplo pelo tipo de pessoas que aparentando uma significativa dignidade ou até superioridade com base na muito bem alinhada aparência exterior, no entanto transportam em si mesmas um desalinho interior que em regra tendem a projectar no exterior, como se as mesmas fossem ou sejam "santas" e o próximo ou o diverso fosse(m) ou seja(m) o "demónio", sem esquecer os também já referidos como "politicamente correctos", que sejam quais forem as circunstancias envolventes, os mesmos parecem estar sempre de acordo com as mesmas e/ou com as forças liderantes das mesmas!
 
Dai eu dizer que os irreverentes, desde logo e acima de tudo os irreverentes pela positiva, por exemplo alguns artistas, criativos em geral, etc., que em regra contribuem de todo mais para o bem geral da humanidade e/ou da própria vida global,  que enquanto tal não só não me assustam, como se pela positiva até me inspiram na e para a vida; enquanto que os aludidos de "penteadinhos" em causa, das duas uma: ou passam genérica e substancialmente despercebidos na e pela vida e/ou então podem mesmo chegar a ser tremendamente controversos ou perversos para o próximo, para a própria sociedade humana e/ou vida global _ creio por exemplo e no limite, que regra geral os ditadores e seus correligionários tendem, pelo menos em parte e pela vertente de rigidez cultural e vivencial, a corresponder à definição de "penteadinhos" a que aqui aludo.
 
Tudo sem natural prejuízo de que alguns irreverentes o sejam pela negativa e alguns penteadinhos o sejam pela positiva, afinal de contas na vida "não há regra sem excepção", aquém e além ainda da regra pender mais para a positiva ou para a negativa de ambos os casos em questão: irreverentes e "penteadinhos"!  

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