Quando
talvez também por minha natureza pessoal própria e mas desde logo por minha origem
sociocultural, familiar e existencial original eu nem sequer gostava de
futebol, nem de ver nem de jogar, mas o facto é que com o passar do tempo e das
circunstancias da própria vida, em que por si só o futebol se foi tornando um
factor socialmente transversal, sequência de que entre a minha infância e adolescência acabei encontrando na prática
desportiva/futebolística não só e desde logo um escape à minha impotência e
inadaptação interpessoal, social e curricular escolar da altura, como também e/ou acima
de tudo uma forma de (pró) socialização. E mas precisamente quando nesta mesma
sequência eu me tornava cada vez mais dependente da prática (pró)
desportiva/futebolística, eis que relativamente graves, por si só crónicos e
mesmo degenerativos problemas físicos me foram gradual e sucessivamente
afastando da prática do futebol, da própria corrida, da bicicleta, até ao ponto
de actualmente já sentir dificuldade até no caminhar normal do dia a dia.
Escusado será dizer que pelo meio me
senti afectado por mais ou menos profundas depressões, mais concretamente por
carência de autoconfiança, de auto estima e de amor-próprio, com relativamente
abrangente desestruturação pessoal e existencial própria e/ou desintegração
interpessoal e social. Em qualquer caso e acima de tudo tenho-me sentido em
quase constante e permanente desencontro comigo mesmo, com o próximo e com
apropria vida. Cujo nesta ultima desencontrada acepção, entra o facto de que
precisamente uma das minhas actuais amizades virtuais que mais admiro e estimo ou
a outra com quem mais interajo, enquanto ambas do género feminino que comentam
frequentemente os jogos do mundial no Facebook, quando entretanto eu me fui
gradualmente afastando quer da prática quer da assistência futebolística, ficando
enquanto tal também desencontradamente fora da ligação destas minhas destacadas
amizades virtuais ao futebol, sendo que quando e enquanto eu me havia tornado,
por assim dizer, futebol-dependente precisa e mais uma vez desencontradamente o
género feminino à altura valorizava muito pouco o futebol, quando não era mesmo
adverso ao futebol.
Global sequência a partir, através
e/ou até para com a qual, apenas me restou um mais ou menos complexo e mas
desde logo circunstancial/providencial processo de auto gestão pessoal e
existencial própria, de que por si só o presente é resultado prático. A partir
de que eu só posso e devo esperar e/ou tudo fazer para que este meu dito
processo de auto gestão contribua para um meu qualquer genuíno nível de
reencontro pessoal, humano, vital e universal comigo mesmo, com o próximo e com
a própria vida. Mas por enquanto e entretanto é mesmo um recorrente e
redundante desencontro comigo mesmo, com o próximo e com a própria vida o que,
ao menos intermitentemente, vai continuando a falar mais alto!
VB
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