quinta-feira, junho 05, 2014

Indecência e perversidade

            _ O quê?! Se eu sou indecente e perverso? Não sei bem e/ou em que medida o sou ou não, e ainda que reservando-me o direito de auto defesa, de resto nem me parece que deva ser eu mesmo a responder a essa questão. Mas aquém e além das minhas efectivas ou eventuais indecências e/ou perversidades próprias, enquanto eu na base de todas as bases políticas, sociais, culturais e existenciais modo geral, desde logo creio que haverá indecências e perversidades muito mais graves que efectiva ou eventualmente as minhas; como por exemplo e desde logo as indecências e perversidades do próprio governo da nação _ a quem desde logo e duma ou doutra forma eu, pessoal e socialmente, devo mil e uma obediências!  

            Da minha parte, no que se segue, não há interesses partidários ou sequer ideológicos do ponto de vista político, há sim ou pelo menos eu pretendo que haja básica e essencialmente interesses (pró) objectivos e acima de tudo (pró) universalistas.  

            A partir de que sem rodeios e logo a começar diria e digo que o actual governo nacional PPD/PSD-CDS/PP é um governo indecente e perverso. Desde logo é um governo indecente e perverso porque: com mais ou menos razão quer o PPD/PSD quer o CDS/PP são visceralmente críticos com relação ao governo PS que os precedeu, designada e muito razoavelmente acusando o anterior governo PS de ter deixado o País em (pré) estado de banca rota, tendo nacionalmente de se recorrer a ajuda financeira externa (FMI, BCE e EU). Só que por mais não dizer o precedente governo PS enquanto parlamentarmente minoritário foi sustentado governativamente pelo próprio PPD/PSD, na circunstância, até ao limite da (pré) banca rota. O que por si só e basicamente das duas uma: ou o PPD/PSD não sabia o que estava a sustentar, o que é grave ou então e mais grave ainda, como tudo leva objectivamente a crer, sabia-o e mas sustentou-o com algum perverso interesse, como por eventual exemplo o interesse de desgastar o governo PS até ao limite do razoável ou do possível, com as conhecidas consequências para o País, enquanto consequências por si só tão criticadas pelo PPD/PSD, como designadamente a consequência limite de, no mínimo, (pré) banca rota. A pressupor tacticismo político-partidário, no caso, por parte do PPD/PSD, em nome do País e mas na circunstancia também às custas do Pais ou seja indecente e perversamente. De resto e no respectivo limiar do razoável com o próprio PPD/PSD a retirar a base de sustentação parlamentar ao minoritário governo PS, precisamente por segundo o próprio PPD/PSD se ter chegado ao alegado limite do aceitável para que o que até então o próprio PPD/PSD sustentadamente contribuiu, com subsequente queda do governo PS, acabando mesmo por _ numa parece que por si só e cada vez mais indecente e perversamente dita de alternância democrática entre PS e PPD/PSD _ ter sido o PPD/PSD a ganhar as subsequentes eleições legislativas em desprimor do PS, com respectiva e unilateral minoria parlamentar do PPD/PSD, levando à posterior coligação deste último com o CDS/PP para poder(em) formar um governo de coligação maioritária; aquém e além de que tendo tudo há altura levado a crer que a minoritária vitória eleitoral do PPD/PSD foi de todo mais por um reactivo acto punitivo publico com relação ao prévio governo PS, do que de todo por positivo mérito do próprio PPD/PSD que por si só sustentara parlamentarmente o governo PS, até então. Pelo que logo aqui e se enquanto tal há uma profunda indecência e perversidade no actual governo liderado pelo PPD/PSD, aquém e além de coligado ou não ao CDS/PP. 

            Mas a coisa é muito mais grave a complexa se a partir daqui se analisar a coligação governativa entre PPD/PSD e CDS/PP com recorrentes confusões e com alguma que outra grave tropelia coligativa de entre meio; que tanto pior se na recorrente atitude governativa em grande medida anti constitucional, ainda que e/ou até por enquanto constituição democrática que por si só levou à minoritária eleição governativa do PPD/PDS e à respectiva coligação maioritária de entre este último e o CDS/PP. E mas ainda mais indecente e/ou perversamente grave quando e por quanto o PPD/PSD ganhou minoritariamente as eleições legislativas e pró governativas com promessas eleitorais que imediatamente após, já enquanto governo eleito, não cumpriu em absoluto e/ou que até inverteu literalmente com relação ao eleitoralmente prometido.  

            Enfim o rol de indecência e até de perversidade é tão infinito quanto o tempo que dura e/ou que durar a governação de PPD/PSD e CDS/PP nos moldes actuais ou seja de há, pelo menos, cerca de quatro anos a esta parte. Inclusive um infindo rol que não cabe descritivamente no presente contexto, mas de que creio tão só o que e como responsável e consequentemente refiro atrás já dará suficiente ideia do que está em causa.  

            A partir de que no e para o presente contexto que se deseja e necessita tão sucinto quanto possível, resumiria que após mais uma recente inconstitucionalidade governativa, cuja respectiva confirmação de inconstitucionalidade por parte do respectivo tribunal constitucional, também mais uma recorrente vez essa inconstitucionalidade não foi nada bem aceite e/ou pelo menos nada bem vista pelo respectivo governo e correspondente maioria parlamentar PPD/PSD-CDS/PP; o que pró eventual futuro eleitoral me leva consubstanciadamente a dizer que se o PPD/PSD e/ou o CDS/PP pretendem afrontar, alterar e/ou mesmo revolucionar a actual constituição democrática da república, então que tenham a decência e a moralidade de constitucionalmente se voltarem e candidatar a novas eleições democráticas dizendo aberta, objectiva, frontal, clara e eleitoralmente o que e em que medida pretendem com relação à actual e universal constituição democrática da República. Desde logo para evitar a por si só indecência e perversidade de ter de vir um elemento governativo e/ou responsável pelos partidos da coligação PPD/PSD–CDS/PP, à posterior do acto eleitoral, indecente e perversamente, dizer que: se não mentirmos o povo não vota em nós. No caso a pressupor ou mesmo a auto afirmar a indecência e a perversidade do actual governo ao ter sido eleito com base no engano pré eleitoral do seu respectivo eleitorado, ainda e enquanto tal com a eventual ou segura indecência e perversidade do próprio eleitorado em questão não saber o Pais em que vive, para que com base em cegas fidelidades partidárias e/ou em interesses mais ou menos unilateralistas ou outros que tais acabar por votar com base em promessas eleitorais, que o próprio governo eleito a partir dessas mesmas promessas, imediatamente após tomar posse governativa trata de demonstrar prática, objectiva e/ou retoricamente o quanto essas promessas eram irrealistas. Enfim o rol de indecência e de perversidade parece ser cíclica e redundantemente infinito. 
 
             E depois venham-me pedir a mim e ainda que precisamente eu só possa falar por mim mesmo, mas no entanto parece que também a outros restantes sessenta e tantos por cento de abstencionistas para votar(mos) neste tipo de gente!

            Sem assumir em absoluto extremismos, até bem pelo contrário, mas ao menos e justiça lhes seja feita, que quer a extrema-direita quer a extrema-esquerda partidárias ou ideológicas assumem aberta, clara, objectiva e frontalmente a sua posição anti sistema, por si só e se no limite anti universal constituição democrática como e enquanto tal. Pelo que salvo o PPD/PSD e o CDS/PP sejam extremistas dissimulados ou perversamente infiltrados, sendo que o CDS/PP é ao menos a legitima extrema direita parlamentar/democrática, de resto estão a portar-se indecente e perversamente pior do que qualquer radical extremismo assumido, que enquanto tal este último tem ao menos o (pró) decente e/ou moral mérito de ser assumido. 

            Quanto ao mais, se eu fosse dado a impropérios sabia muito bem como terminar linguisticamente este texto, tendo o actual governo como fonte de inspiração e respectivamente como alvo!... 

            Assim, salvo as devidas distancias, tal como costuma usar sua Excelência o Sr.º Presidente da Republica, subscrevo-me responsável e consequentemente: 

                                                                                              Victor Barão
           
           Obs: Tendo por base este mesmo anterior texto, sob título: Indecência e perversidade, disse-me uma pessoa do meu ciclo existencial próprio que tem dificuldade de ler o que eu escrevo, porque segundo ela escrevo duma forma complicada que leva a que a mesma e suponho que outras pessoas se percam quer discursiva quer motivacionalmente no que e como eu escrevo.  

            Sequência de que para não me alongar também agora muito ou por si só para não me complicar discursiva e/ou justificativamente ao respeito, de momento, apenas digo que: de facto confesso auto reconhecidamente não ter formação e respectiva capacidade linguística, nem tão pouco estrutura racional ou intelectual suficientes para poder tornar simples a respectiva complexidade daquilo acerca do que eu mesmo (aqui e regra geral) escrevo. Mas o que por mim mesmo não posso, nem quero é deixar de o escrever e também já de o expor ao exterior, inclusive e se acaso como um meu processo próprio não só de exposição, mas também de pró simplificação do que é complicado ou complexo, a partir do meu próprio intimo; sequência de que a quem natural, espontânea, objectiva, circunstancial, providencial e/ou ocasionalmente lhe for dado lê-lo tudo muito bem e que o leia, caso contrário também tudo muito bem com relação a quem não o leia. Tudo aquém e além de que salvo as devidas distâncias, por mim mesmo falando um dos textos mais difíceis e/ou complexos que li, foi também um dos que mais profunda e indelevelmente me marcaram, como no circunstancial/providencial aludido caso concreto foi o subjacente ao titulo literário: O Sentido da Alma de Thomas Moore.  

 

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