domingo, agosto 16, 2015

Futebol & Vida

            No que se segue escrevo como simpatizante/adepto benfiquista, mas acima de tudo como cidadão, porque uma coisa jamais pode estar dissociada da outra, mas sendo que o cidadão está universalmente muito acima do mero simpatizante, adepto ou sócio clubístico/desportivo, redunda em:

            Como dizem algumas pessoas, inclusive meus familiares, a começar pela minha mãe: _“se se desse tanta importância a outras coisas, como à política e/ou à justiça social, quanto se dá ao futebol, seguramente viveríamos num País/Mundo melhor/es”, ao que correspondo eu com: …ou talvez não, até porque ao dar-se tanta importância ao futebol o que em crescente regra se vê são irracionais guerrinhas e/ou incompatibilidades entre clubes e seus correligionários/adeptos!
            Seja que pró melhor vida própria e respectivamente alheia de todos e de cada qual, na circunstancia tomando como exemplar base o futebol, diria que tanto ou mais que atacar, difamar ou provocar insidiosa/negativamente o próximo, no caso o adversário futebolístico/desportivo estaria e está para mim ser-se (pró) positivamente autocrítico, com vital respeito próprio e pelo próximo e/ou vice-versa. Sendo que inversamente a isso, quer política, quer futebolística, quer socialmente modo geral o que não raro mais se vê é apontar negativa, acusadora, difamatória ou que tão só provocadoramente o dedo ao outro, aquém e além dos nossos méritos ou deméritos próprios.
            Por exemplo, eu sou simpatizante do Benfica (SLB), mas salvo absoluto auto defensivo motivo de força maior que levasse ou leve a ter de me opor ao que ou a quem quer que externa ou adversamente seja e ainda assim numa oposição tão pró positiva e construtiva quanto possível de entre mim e o exterior ou o adverso, pois que de resto e na medida do possível, tanto ou de todo mais que apontar acusadora, provocadora ou pior se negativa/difamatoriamente o dedo ao outro, no desportivo/futebolístico caso concreto ao adversário, prefiro ser (pró) positivamente auto crítico com a parte que me toca. E como no futebolístico caso a parte que simpaticamente me toca é a do Benfica, logo por exemplo na polémica dança de transferências deste defeso, muito mais que apontar o dedo aos adversários mais directos Porto (FCP) ou Sporting (SCP) e/ou até aos profissionais inerentes, tendo por base as respectivas deserções a custo zero do jogador Maxi Pereira para o FCP e/ou do treinador Jorge Jesus (JJ) para o SCP. Prefiro antes, durante e depois disso pensar e dizer auto criticamente que após todos os recentes êxitos inerentes por parte do SLB, inclusive tanto ou mais que deixar sair o treinador JJ para o SCP, ter também deixado sair um jogador da qualidade de Maxi Pereira em qualquer dos casos a custo zero para qualquer outro clube e tanto mais se para os adversários directos, me parece como mínimo desleixo e no limite mesmo incompetência por parte dos dirigentes do SLB. Algo que na circunstancia e nos casos concretos aqui em causa se paga no mínimo ao nível anímico e mental imediato, dentro do próprio SLB, aquém e além dos méritos ou deméritos alheios do FCP e SCP e/ou ainda dos ataques ou provocações destes para com o SLB e vice-versa.
            Mais concretamente, se o SLB até a partir da sua posição de maior clube português em numero de adeptos/sócios e/ou de títulos conquistados, quer continuar como tal, deve antes, durante e depois do mais olhar para dentro de si mesmo com positivo respeito e atenta consideração pelos adversários directos ou quais queres outros. Desde logo e acima de tudo deve ser mais competente na gestão dos seus próprios recursos humanos e materiais, sempre com devida humildade desportiva e existencial. Ao invés de não raro ou mesmo em regra o SLB me parecer cair num certo elitismo arrogante, como por exemplo nas muitas vezes em que, quer ao nível estrutural quer dos adeptos, age como se já fosse campeão antes mesmo de jogar, tão só porque carrega/ostenta o nome de Benfica com todo o referencial vencedor passado, na circunstancia fazendo deste passado não uma positiva catapulta para o presente e o futuro, mas sim uma espécie de ridícula vã gloria que como mínimo adormece e/ou mesmo arroga desportiva e vitalmente, na circunstancia levando ou podendo levar a longos ciclos não só sem vitórias desportivas, inclusive até com derrotas desportivas humilhantes, inclusive ao nível internacional em que numa série de finais Europeias nas últimas três décadas perderam todas e em algum caso de forma absolutamente ridícula. Ou ao nível Nacional interno em que salvo na última meia dúzia de anos, sob comendo técnico de JJ, se ganhou uma série de títulos mas até ai se perderam alguns títulos de forma absolutamente ridícula e lamentável, no entanto se terminou valorizando o nome JJ para depois o perder de forma absolutamente inglória para um adversário directo. Tudo isto alheado a mais ou menos desastrosas gestões patrimoniais/existenciais (humanas e materiais). 
            Enfim, podia estar aqui a dar indefinidos exemplos de porquê escrever o que e como aqui escrevo, mas em suma quero eu dizer que com mais ou menos vitórias ou derrotas desportivas, duma ou doutra forma o SLB acaba caindo ciclicamente em sofrimento, em decadência, no limite em agonizante ridículo desportivo e existencial. Que não sei como será o futuro imediato e muito menos a prazo, mas para já caiu-se de novo no ridículo de ter perdido o treinador JJ a que o próprio SLB deu nome e um dos melhores defesas laterais Maxi Pereira a jogar na Europa para os dois respectivos adversários internos directos duma forma absolutamente inglória, em que se acaso ainda se termina caindo em conflituosos joguinhos de palavras com os adversários directos e/ou até auto humilhantemente pior se com os profissionais que se perderam de forma pouco ou nada digna.
            Da minha perspectiva, mais uma sucinta vez, se o SLB quer ser ou continuar a ser verdadeiramente Grande desportiva e existencialmente, antes de mais deve ser humilde, coisa que muitas vezes me parece não ser nem ao nível estrutural interno, nem da respectiva massa adepta/associativa, parecendo-me mais que só por se ostentar o nome de SL Benfica e ser da Capital nacional já é vaidosamente (quase) tudo o que se necessita _ mas não é!
            Conclusão de que, como creio se poderá constatar, da minha parte respeito e considero os adversários directos ou quais queres outros, desde logo não me pondo para aqui a falar mal dos mesmos, que enquanto tais fazem o mais e melhor possível por si próprios, como é natural. Em alternativa o que faço ou procuro fazer é uma pró positiva auto critica enquanto simpatizante/adepto benfiquista, que sendo absolutamente irrelevante enquanto tal e/ou para o genérico universo benfiquista, no entanto gostaria que fosse ao menos parte da forma como o SLB, estrutura e massa adepta, passasse a encarar o presente e acima de tudo o futuro, como seja: humildemente, com respeito próprio e pelo outro, tanto mais se adversário directo!
            Que por meu exemplo próprio, digo ainda que apesar de eu jamais ter sido o que quer que significativo fosse enquanto praticante de futebol, que nem sequer a amador federado cheguei a ser, apesar disso e numa dada sequência de inadaptação da minha parte ao genérico meio sociocultural envolvente ou até acima de tudo inadaptação a mim por mim mesmo, tanto mais se face ao meio envolvente e deste para comigo, desde logo a partir do fundamental e marcante contexto interpessoal, social e curricular escolar, de original essência e vivência infantil/juvenil; sequência a partir de como que a circunstancial/providencial prática de futebol, de rua, inclusive pró minha mínima integração infantil/juvenil de entre iguais, foi e dalgum modo décadas após continua a ser a melhor referência de mim mesmo, além da original espontaneidade infantil com todos os naturais ou potenciais prós e contras inerentes e/ou ainda desta minha posterior e pró subsistente expressão escrita enquanto adulto, em que inclusive por tudo isto com mais tudo o que aqui me trouxe se poderá imaginar ou até constatar a maior ou menor, que digo eu prática e objectivamente (quase) insignificante dimensão vital/existencial própria da minha parte! Mas que no entanto e ao menos interpretativa e subjectivamente, até pela circunstancial/providencialmente transcendente importância existencial que teve para mim, ter sido um mero praticante de futebol de rua, em que salvo raríssimas excepções iniciais, de resto passei a preferir em absoluto e como norma auto melhorar-me a mim mesmo continuamente em termos técnicos e tácticos do que estar a discutir com os adversários ou a diminuir e a falar mal dos mesmos, se acaso preferindo auto assumir os meus erros e as minhas falhas, admitindo e aplaudindo os positivos méritos alheios/adversários, inclusive enquanto tal procurando natural e positivamente equivaler-me ou até transcender-me com relação ao melhor exterior/adversário. Sequência de entre o que se não fui algo ou alguém no futebol, a partir das circunstancias em causa, foi também e/ou acima de tudo porque não tinha natural vocação para tal, incluindo limitações fisiológicas congénitas. Mas apesar disso e/ou até por isso o que consegui, ao menos de mim para comigo mesmo com base na prática futebolística própria, ainda que meramente de rua, em que por exemplo dentro das minhas limitações próprias e envolventes pró futebol no entanto jamais me auto propus algo que técnica/taticamente não tenha conseguido, foi suficiente autoconfiança, auto estima, amor-próprio e/ou (pró) positiva noção vital/existencial própria, quando tudo o mais da e na minha vida era e continua a ser essencialmente esforçado, sofrível, quando não mesmo degradante e decadente, mais uma vez e sempre a partir do fundamentalmente marcante contexto interpessoal, social e curricular escolar ao nível infantil/juvenil, mas também subsequente e continuamente enquanto adulto. Pelo que a prática futebolística da minha parte, com referencial base no exterior e no melhor referencial exterior da altura no Benfica em concreto, não foi apesar de e/ou até por tudo algo indiferente ou insignificante para mim, que inclusive naquilo que é uma história em si mesma, que inclui o facto do futebol me ter sido sempre algo contra natura própria, até bem pelo contrário foi-me mesmo muito consequentemente significante, a ponto de que o que e como eu actualmente sou, com reflexa expressão nesta minha escrita ou por si só nesta minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade de escrever derivar da forma como (pró) positivamente estive e pratiquei futebol, amador de rua, versos a minha (in)existência vital modo geral, acabando por fazer com o que o futebol em geral e o Benfica em particular me mereçam uma, que no caso é esta minha mínima e se tanto quanto universalmente possível pró positiva palavra escrita, própria. 
            Ah! E já agora como espécie de transversal aparte final, digo que é bovina e irracionalmente indigna e não raro mesmo criminosa a forma como muitos adeptos dos clubes de futebol se veem crescentemente comportando, tendo-se chegado ao ponto de ter de se conduzir os mesmos tal como se conduz gado bravo, no literal sentido do termo GADO BRAVO, na circunstancia entre cordões policiais, como que com estes últimos a substituir os pastores e/ou campinos face ao grado bravo. É humanamente triste e indignificante _ mas é social e/ou civilizacionalmente o que, também, temos e enquanto tal vamos merecendo. 
                                                                                              VB            

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