quinta-feira, agosto 20, 2015

Wolfgang Amadeus Mozart - Piano Concerto No. 21 - Andante

Salvo facto/r particular ou excepcionalmente marcante em si mesmo e/ou para mim, de resto e por qualquer congénito ou vivencial defeito próprio, tenho tendencial dificuldade em fixar o lado objectivo das coisas, da própria vida, como por exemplo datas, nomes, feitos, etc., que tanto pior se conjugar datas, feitos e pessoas. Que por só dar um simples exemplo disso, como ao nível do estudo da História do meu País e/ou até Universal, sempre tive dificuldade, quando não mesmo incapacidade de fixar conjunturalmente a trilogia: data, feito e autor/es do feito, ainda que eu gostasse e continue a gostar muito de História, inclusive enquanto tendo eu alguma natural tendência/faculdade própria para absorver a essência da História, ao menos, ao nível do que isso me diz em termos da fascinante complexidade e respectiva evolução humana. Seja que como compensação à dificuldade de fixar datas, nomes ou feitos, eu tenha relativa facilidade em absorver a substancial vertente das coisas, da própria vida, designadamente a semi-objectiva ou subjectiva essência das pessoas, da própria humanidade e/ou dos seus feitos. Sequência de entre a que ao nível musical em particular não sou de todo um melómano no sentido de saber sempre ou sequer na esmagadora maioria das vezes o que estou a escutar em termos de titulo, de autoria, de interpretação, etc., muito menos ainda em termos musicalmente técnicos. O que como mínimo em termos de objectivo conhecimento de títulos de obras ou de nome de autores e de interpretes me seria muito útil, em especial quando dentro duma determinada sequência ou dum determinado contexto existencial própria/o e/ou envolvente, me apeteça escutar uma determinada musica, de que no entanto desconheço ou não recordo em objectivo o titulo, o autor e/ou o interprete, logo tornando-se-me difícil ou por vezes mesmo impossível (re)encontra-los como tais, em especial se eu não possuir já um suporte tecnológico que os contenha memorizados/gravados artificialmente.

Ainda que por outro lado e qualquer natureza original própria, eu saiba do que gosto e do que não gosto, do que gosto mais ou menos e acima de tudo do que me toca mais íntima e substancialmente, no contextual caso concreto em termos musicais. E nessa medida em (quase) todos os géneros musicais, com as todas as devidas e intermédias variantes, por assim dizer, dos extremos clássico ao pop, há algo de que duma ou doutra forma gosto mais ou menos e/ou que me toca mais ou menos profundamente, já seja ao nível da obra ou da interpretação da mesma. E nesta base há uma coisa particularmente curiosa que é o facto de em especial ao nível da musica clássica, que não me habituei a escutar de origem sociocultural e/ou existencial e que até talvez enquanto tal, das primeiras vezes que escutei, salvo raras excepções até nem apreciei ou não gostei do que escutei, mas inclusive por essas excepções ou por determinados contextos em que a musica clássica me soou muito bem, como que houve algo que ao mesmo tempo me transportou para uma dimensão, por assim dizer, intima ou substancialmente superior, mas mais curiosamente ainda me transportou e quando se acaso me continua a transportar para um determinado nível da minha infância pré-escolar e até já em idade escolar, mas em qualquer caso e por norma para níveis em eu estava em companhia de pessoas/familiares muito mais velha/os (avós e tios-avós, etc.,), com estes últimos regra geral literalmente analfabeta/os e cujas suas vidas práticas não tinham em absoluto nada que ver com o factor musical, nem sequer ao nível de mero consumo musical, muito menos clássico _ salvo claro que não se necessite ser musico ou sequer de se escutar-se musica para que a nossa vida tenha a sua universal vertente musical!

De entre tudo isto, mas mais curiosa ainda ou talvez não, foi e é o facto de até pela minha, por assim dizer, deficiente memória objectiva, que faz com que por contextual exemplo eu tenha dificuldade ou mesmo incapacidade para decorar todo um tema musical, quer ao nível da letra quer da melodia, fazendo de mim alguém sem, enquanto tal, memória musical; no entanto quando estou a escutar um tema musical, inclusive  pela primeira vez, desde que esse tema me toque a um determinado nível intimamente profundo, dalgum modo é como se esse tema fosse natural parte integrante de mim desde sempre e para sempre, por vezes é como se naquele imediato e vivido momento eu conseguisse antecipar a nota, o acorde, a sequência melódica, etc., imediatamente seguinte, dalgum modo e se assim se pode dizer, como se fosse eu mesmo que o tivesse escrito/criado e/ou o estivesse a interpretar, não necessária ou absolutamente duma forma objectiva e mas na circunstancia sim subjectiva. Tudo quando reiteradamente eu não tenho objectiva memória musical e mesmo que com esforço sendo capaz de fixar e de executar mecanicamente notas, acordes ou sequências musicais, no entanto auto reconheço com algum nível de frustração não ter naturalmente verdadeiro ou substancial espírito musical próprio, pelo menos enquanto autor e/ou interprete. Seja que a partir de quando um autor e/ou interprete musical é capaz de me agarrar intimamente com a sua criação e/ou interpretação musical, a ponto de dalguma forma me fazer sentir parte integrante do tema musical e/ou da interpretação do mesmo, é quando mais do que nunca eu digo que a musica tem um verdadeiro e profundo sentido e respectivo valor Vital/Universal. Sendo ainda claro para mim, nesta mesma sequência, que para qualquer som fazer Musical sentido, terá de obedecer a um código Universal que é transversal a tudo o que existe e como tal inclusive a quem não é músico ou jamais o poderia ou poderá ser, como eu mesmo. A partir de que cada musico e sua respectiva obra será tão mais ou menos Genial, quanto a profundidade e abrangência Vital/Universal da sua obra e/ou da sua técnica de execução musical. E nesse aspecto há muita gente, quero eu dizer muitos autores e/ou interpretes musicais que me tocam muito particular, profunda e/ou por si só Universalmente, desde o nível clássico, passando por géneros mais étnicos como os titulados de “musicas do mundo”, o Jazz de que gosto muito particularmente, inclusive como género de fusão recheado de excelentes autores e interpretes, etc., mesmo que em muitos de qualquer destes casos com temas, autores e interpretes musicais muito pouco ou nada conhecidos das grandes massas Pop, sem ainda absoluto prejuízo destas últimas, comigo incluído, ao seu e ao meu, devido e correspondente nível, musical.

Mas sequência de que talvez mais curioso ainda que tudo o resto, enquanto associado à minha significativa carência de memória objectiva e musical em concreto; com minha respectiva carência de natural vocação musical, ao menos como autor e interprete/executor; com ainda acréscimo de que por diversos motivos e razões, de há cerca de dois anos a esta parte que ouço cada vez menos musica; mas o facto é que também de há cerca de pouco mais de um ano a esta parte, enquanto durmo passei a por vezes sonhar com música, já seja com temas musicais conhecidos, como no dia de ontem ou mais correntemente com temas que não recordo ter escutado alguma vez e em lugar algum, com ressalva de que não me recorde objectivamente disso, neste último caso temas essencialmente instrumentais, modo geral ao piano, mas unilateral ou conjunturalmente não só. Em qualquer dos casos com uma musicalidade, vocal/poética e/ou instrumental/melódica, perfeitamente estruturada, mentalmente audível e que enquanto tal me soa muito bem. De resto quando e enquanto tal costumo acordar muito bem disposto e com perfeita recordação do que mental/subconscientemente escutei, até que gradual e naturalmente essa recordação se dilui na minha memoria objectiva.
Pelo que até a Arte musical, enquanto algo que me é pouco ou nada naturalmente próprio, ao menos como autor e interprete, no entanto acaba tendo uma, diria mesmo, vital influência na e para a minha respectiva existência própria. Aliás quando (quase) tudo Vital ou Universalmente falha ao nível da minha existência pessoal prática e própria, por respectiva norma e para além de através do auto assumir (pró) positiva e vitalmente a frustração e/ou a dor existencial que isso ciclicamente implica, é também duma forma mais directamente positiva através da Arte, desde logo da Arte de viver modo geral, com tudo o que isso seja ou signifique, como por exemplo e por si só implicando a própria produção de Arte como forma de vida própria e para com correspondente preenchimento da vida alheia, como aqui para o presente contexto através da produção de Arte musical em particular, em qualquer dos casos por respectiva autoria, acção e/ou interpretação humana alheia/s a mim, que costumo reencontrar a mais sublime essência Vital ou Universal, enquanto tal transversal e intrinsecamente inerente, também, a mim próprio. De que se assim imodestamente posso dizer, pelo melhor resulta esta minha natural e espontânea forma de expressão e de existência escrita, própria.
Global sequência de que, como algo Vital/Universalmente transversal a todos e a cada um de nós, ao menos em potencia e no seu sentido Universal, inclusive pelo e para com o nosso respectivo melhor, vou hoje partilhar, por assim dizer, algo de Vital/Universal topo Musical, que no caso concreto é:

                                                                                                                    VB   

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