sábado, outubro 01, 2016

Evolução, transformação ou revolução I

                                                                   I

            Empreendedorismo, no feminino

            Em 26-09-2016, primeiro definitivo dia de regresso à remodelada casa familiar, ainda em arrumações finais após obras de melhoramento/renovação dos telhados, dos rebocos, das canalizações, da instalação eléctrica, etc.,. Sendo que neste primeiro definitivo dia de regresso a casa, desde logo da minha parte, as emoções são muitas, muito diversas e em muitos aspectos até mesmo contraditórias.

            Tendo eu de começar por referir desde já que as relativamente profundas obras de melhoramento/renovação nos telhados, paredes, canalizações, instalação eléctrica, etc., cá em casa foram literalmente, repito, literalmente de meritória iniciativa, supervisão, direcção, concepção, etc., das respectivas mulheres da casa/família, na circunstância as minhas irmãs e a minha mãe, independente da perspectiva de cada uma. Pelo que falando por mim pessoalmente, enquanto eu como um dos homens cá de casa/da família incluindo o meu pai, confesso que da minha parte me limitei a assinar por baixo todas as decisões das mentoras das obras, além de ter também tentado ajudar e creio que em efectivo ajudei em tudo o que esteve funcionalmente ao meu alcance, desde a prática desmontagem e montagem de móveis, passando pela mudança de móveis pré e após obras, etc., etc., ainda que vertente funcional prática esta última em que de resto e acima de tudo as minhas irmãs também tiveram um papel absolutamente decisivo. Incluindo ainda em tudo isto que, excepção feita à co-participação financeira do meu pai quer pró aquisição da casa quer agora pró obras nesta última, de resto e por particular exemplo concreto, o respectivo mérito da iniciativa e de todo o correspondente processo de aquisição da casa familiar foi exclusividade da minha mãe. A partir de que feita esta justiça relativa ao grande e empreendedoramente exclusivo mérito, quer para com a aquisição da casa familiar quer para com as subsequentes obras nesta última, ter sido fundamental, por não dizer absolutamente do sector feminino familiar. Tudo sem exclusão de que exclusivos méritos femininos a este nível, sempre foram e em grande medida continuam a ser pouco ou nada valorizados socioculturalmente, se acaso bem mesmo pelo contrário sempre foram e continuam a ser méritos ignoráveis ou se acaso mesmo subversivamente sobreleváveis enquanto tais, face à suprema regra sociocultural, ainda muito significativamente implantada, de essencial base machista/paternalista, _ sem natural prejuízo dos empreendedores méritos masculinos, onde os haja e de quem os tenha.

            Sequência de que começa já aqui ou melhor no (quase) literalmente absoluto mérito do sector feminino familiar, perante o que eu como um dos homens da família me limitei a deixar-me levar por esse mérito, inclusive num momento e numa fase da minha vida em que eu por mim próprio estava pouco ou nada motivado face ao objectivo desse mesmo mérito, que eram e foram as obras na casa familiar. Para que não só e mas também por isso eu agora me sinta submergido num rol de emoções muito diversas e em muitos aspectos mesmo contraditórias, desde o pré obras e mas em especial agora no pós obras. Incluindo aqui que as últimas duas décadas e meia da minha existência estão contidas e organizadas basicamente a partir duma das divisões da casa familiar, o que em sequência do processo de obras, a minha dita de contençãoorganização existencial própria, a partir duma das divisões da casa acabou por sofrer uma evolução/revolução, o que tanto mais quanto não tendo partido dito processo de obras (também) de minha directa e imediata iniciativa ou motivação própria, acabou por ser como se algo ou alguém tivesse entrado na minha vida sem meu absoluto controlo, salvo o de eu me deixar levar pelo alegadamente melhor lado dessa evolução/revolução, pois tudo o mais foi como se uma “tempestade” tivesse passado e não deixado quase nada no seu “devido” lugar _ sem prejuízo do que se possa construir e/ou (re)organizar pessoal, vital ou existencialmente a partir daqui!

            Sequência esta que ainda assim é apenas mera e quiçá a mais superficial parte da enxurrada emocional que sequencialmente me perpassa e domina de momento. Até porque já tendo eu escrito e inclusive por aqui partilhado algo alusivo ao processo de obras cá em casa, entes mesmo das obras em causa se concretizarem; tenho agora de acrescentar que durante o próprio processo de obras sucederam-se factores que fizeram e fazem com que o presente momento de regresso a casa após as mesmas ditas obras já concluídas esteja a ser um verdadeiro vendaval de diversas e/ou mesmo contraditórias emoções, em especial da minha parte pessoal, por quem de resto me limito a falar. E que já agora devo referir que mesmo sendo eu do género masculino, não tenho quais queres complexos por ter sido o sector feminino familiar a assumir toda a iniciativa e responsabilidade empreendedora, quer para com aquisição quer para com obras na casa familiar. Sequência de cuja única ou maior contradição inerente neste particular é a de eu ter passado de forma empreendedora e autonomamente passiva, ainda que funcional e serviçalmente pró activa por todo o processo de obras na casa familiar, mas em qualquer caso sem minha directa e imediata motivação própria para tal, independentemente de quem tenha estado à frente dessas mesmas obras, que no caso e inclusive com minha grata satisfação por isso foi o empreendedor sector feminino familiar no seu conjunto. Pelo que o, por assim dizer, presente introdutório item é acima de tudo uma forma de enquadrar a minha unilateral perspectiva, de inexistente iniciativa empreendedora própria, no caso concreto face a umas significativas obras na respectiva casa familiar. O que apesar de e/ou até por tudo me leva a ficar grata e reiteradamente satisfeito pela empreendedora iniciativa familiar enquanto tal, na circunstancia por literal parte da vertente feminina familiar, sem natural e absoluto prejuízo da minha unilateral perspectiva e posição pessoal própria, independentemente de géneros!...  

Sem comentários:

Enviar um comentário