I
Empreendedorismo,
no feminino
Em 26-09-2016, primeiro definitivo
dia de regresso à remodelada casa familiar, ainda em arrumações finais após
obras de melhoramento/renovação dos telhados, dos rebocos, das canalizações, da
instalação eléctrica, etc.,. Sendo que neste primeiro definitivo dia de regresso
a casa, desde logo da minha parte, as
emoções são muitas, muito diversas e em muitos aspectos até mesmo contraditórias.
Tendo eu de começar por referir desde
já que as relativamente profundas obras de melhoramento/renovação nos telhados,
paredes, canalizações, instalação eléctrica, etc., cá em casa foram
literalmente, repito, literalmente de meritória iniciativa, supervisão,
direcção, concepção, etc., das respectivas mulheres da casa/família, na
circunstância as minhas irmãs e a minha mãe, independente da perspectiva de cada uma.
Pelo que falando por mim pessoalmente, enquanto eu como um dos homens cá
de casa/da família incluindo o meu pai, confesso que da minha parte me limitei
a assinar por baixo todas as decisões das mentoras das obras, além de ter também
tentado ajudar e creio que em efectivo ajudei em tudo o que esteve
funcionalmente ao meu alcance, desde a prática desmontagem e montagem de
móveis, passando pela mudança de móveis pré e após obras, etc., etc., ainda que
vertente funcional prática esta última em que de resto e acima de tudo as
minhas irmãs também tiveram um papel absolutamente decisivo. Incluindo ainda em
tudo isto que, excepção feita à co-participação financeira do meu pai quer pró
aquisição da casa quer agora pró obras nesta última, de resto e por particular exemplo
concreto, o respectivo mérito da iniciativa e de todo o correspondente processo
de aquisição da casa familiar foi exclusividade da minha mãe. A partir de que feita
esta justiça relativa ao grande e empreendedoramente exclusivo mérito, quer
para com a aquisição da casa familiar quer para com as subsequentes obras nesta
última, ter sido fundamental, por não dizer absolutamente do sector feminino familiar. Tudo sem exclusão de que exclusivos méritos femininos a este nível,
sempre foram e em grande medida continuam a ser pouco ou nada valorizados socioculturalmente,
se acaso bem mesmo pelo contrário sempre foram e continuam a ser méritos
ignoráveis ou se acaso mesmo subversivamente sobreleváveis enquanto tais, face à suprema regra sociocultural, ainda muito significativamente implantada, de essencial base machista/paternalista, _ sem natural prejuízo dos empreendedores méritos
masculinos, onde os haja e de quem os tenha.
Sequência de que começa já aqui ou
melhor no (quase) literalmente absoluto mérito do sector feminino familiar,
perante o que eu como um dos homens da família me limitei a deixar-me levar por
esse mérito, inclusive num momento e numa fase da minha vida em que eu por mim
próprio estava pouco ou nada motivado face ao objectivo desse mesmo mérito, que eram e foram as obras na casa familiar. Para
que não só e mas também por isso eu agora me sinta submergido num rol de emoções muito
diversas e em muitos aspectos mesmo contraditórias, desde o pré obras e mas em
especial agora no pós obras. Incluindo aqui que as últimas duas décadas e meia
da minha existência estão contidas e organizadas basicamente a partir duma das
divisões da casa familiar, o que em sequência do processo de obras, a minha dita de contenção e organização existencial própria, a partir duma das divisões da casa acabou por sofrer uma
evolução/revolução, o que tanto mais quanto não tendo partido dito processo de
obras (também) de minha directa e imediata iniciativa ou motivação própria,
acabou por ser como se algo ou alguém tivesse entrado na minha vida sem meu
absoluto controlo, salvo o de eu me deixar levar pelo alegadamente melhor lado
dessa evolução/revolução, pois tudo o mais foi como se uma “tempestade” tivesse passado e não
deixado quase nada no seu “devido”
lugar _ sem prejuízo do que se possa construir e/ou (re)organizar pessoal,
vital ou existencialmente a partir daqui!
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