IV
Desabafo
Ainda em directa sequência das obras na casa familiar, como
algo, por assim dizer, globalmente estranho para mim. Na respectiva circunstancia, a quando da nossa
provisória estadia familiar em casa dos meus avós maternos, com esta última agora compartida propriedade da minha mãe e dos meus tios maternos, por inerência da já não existência dos meus avós, mas que para aqui vou continuar a designá-la como a casa dos meus avós, em cujo decurso da nossa provisória estadia na nesta última acabou ocorrendo algo para adensar com acréscimo a
minha intermédia estranheza inerente. Desde logo estranheza a começar por a casa dos meus avós maternos, ser uma casa genericamente ao mesmo equitativo nível habitacional e de conservação da nossa própria
casa familiar antes das obras na mesma, designadamente com isolamento climático e sonoro muito
permeável em ambas as casas. Pelo que respectivamente e
ao menos a este nível de condições de habitabilidade acabou por não haver tanta
estranheza para mim na provisória
mudança da nossa casa familiar própria para a casa dos
meus avós maternos, dadas as suas similitudes no que a genéricas condições de habitabilidade respeita de entre as duas casas, desde sempre; quanto respectiva e mas inversamente está a haver, inclusive, acrescida estranheza no definitivo regresso à nossa casa familiar própria após as obras na mesma e vindos de mera provisória estrada em casa dos meus avós. Isto porque para além de tudo o mais que já escrevi ao respeito, com ainda mais tudo o que lhe está pré, pró e pós inerente (pessoal, humana, social, familiar, vital e existencialmente) modo geral, acresce que a casa dos meus avós, acaba sendo uma casa que tem uma muito melhor
localização envolvente, designadamente para a possessão de animais ditos domésticos,
como por exemplo cães e gatos, dado que esta fica situada num dos extremos de toda a residencial zona edificada local. Seja que há muito mais espaço livre envolvente e logo propicio a animais quer domésticos quer até naturais. A partir de que
para além das duas cadelas que já possuíamos, acabamos por na circunstancia ser também ainda familiarmente adoptados
por dois gatos ou melhor por um gato e uma gata, que neste último caso acabou
trazendo consigo mais três descendentes, tudo enquanto de nossa provisória estada
em casa dos meus avós maternos. E no caso digo que fomos adoptados pelos
gatos (gata e gato) porque ainda que de inicio nós não lhes fossemos hostis, no entanto e até para evitar eventuais posteriores desgostos tão pouco lhes ligássemos muito ou mesmo nada, além de que durante o dia as
nossas cadelas estavam connosco no quintal da casa dos meus avós e como tal não deixavam os gatos aproximar-se; no
entanto já fosse enquanto algum de nós passeava as cadelas durante o dia ou
quando à noite as levávamos para o quintal da nossa casa familiar em obras, onde de
resto as alimentávamos e também onde as mesmas tinham abrigo, além de enquanto
tal guardarem o espaço da casa e as respectivas ferramentas dos
mestres-de-obras; neste último respectivo caso da ausência das cadelas do espaço da casa dos meus avós, quer o gato macho quer a fêmea, como que estando ambos permanentemente à
espreita, para ver quando saiamos com as cadelas e respectivamente aproveitar
todas e cada uma das ausências destas últimas para no caso e em especial o gato se ir apoderando da casa
como se lá sempre tivesse pertencido, além da gata fêmea que mesmo sendo algo mais esquiva, no entanto na respectiva ausência das cadelas também nos aparecia a miar à
porta várias vezes ao dia, em qualquer dos casos por mais que inicialmente e durante mais duma semana nós ignorássemos quer o gato quer a
gata. Isto ainda que até por se não acarinhando mas tão pouco hostilizando nós os felídeos em causa, o facto é que os respectivos insistiam em nos ir recorrentemente bater à porta, como seja o gato entrava e instalava-se em casa como se sempre lá tivesse pertencido e a gata mais tímida, mesmo significativamente assustadiça e até algo arisca, ainda assim e como mínimo insistia em aproximar-se da porta e miar insistentemente, desde logo chamando-nos natural e instintivamente a atenção; sequência de que acabamos por ao conjuntural nível familiar ir-mos ficando gradualmente rendidos aos
felídeos (gato e gata) em causa, começando aos poucos e primeiro por dar-lhes restos de comida e depois
cada vez mais irresistivelmente começamos também a comprar-lhes comida própria.
Resultado que cerca de três meses após provisória instalação em casa dos meus
avós maternos, acabamos familiarmente e desde logo acabei também eu pessoalmente afeiçoando-me a um par de gatos
adultos, mais concretamente a um gato e uma gata, com posterior e dalgum modo surpreendente acréscimo
de respectiva tripla prol desta última.
Só que agora com a já definitiva
mudança para a nossa casa familiar própria, que está localizada num ponto central do global contexto local edificado e habitado, cuja respectiva envolvência não se presta muito ou mesmo nada à
possessão de gatos, desde logo porque toda a envolvência é muito mais
preenchida em termos humanos, muito mais movimentada em termos de tráfego
automóvel e ainda ou acima de tudo com mais hostil ocupação canina face aos gatos,
tudo isto em comparação com a localização da casa dos meus avós maternos, que
entretanto provisoriamente habitamos e onde por si só os gatos nos adoptaram
familiarmente. E sendo que os gatos estão dalgum modo de entre a vida natural
selvagem e a vida animal domesticada pelo ser humano, neste último caso tornada
dependente da e pela própria humanidade. Pelo que de momento, com a definitiva
mudança para a nossa casa familiar própria após obras na mesma, desde logo eu encontro-me
divido entre por um lado voltar imperdoavelmente costas a
uns animais (gatos) que entretanto a norma geral tornou domesticamente dependentes
da própria humanidade e no presente caso concreto do gato e da gata aqui em
causa já dalgum modo dependentes de mim e da minha família em particular, incluindo que neste último caso nós próprios nos afeiçoamos familiarmente aos gatos em questão; ou por outro respectivo lado dar-mo-nos familiarmente ao trabalho de ir diária e indefinidamente
alimentar aqueles mesmos gatos no quintal da casa dos meus avós maternos, mesmo já sem a nossa habitacional presença lá. Sendo ainda que sem a nossa habitacional presença lá, a respectiva casa dos meus avós só é pontual e momentaneamente habitada pelos meus respectivos tios maternos que em regra habitam extra localmente; logo deixando os gatos sem corrente companhia humana, salvo quando os vamos
alimentar, também respectivamente sustentando nós uma potencialmente aleatória
procriação desses mesmos (gatos), contribuindo para um ciclo sem fim à vista. Incluindo ainda que de entre meio não sei como reagirão os meus tios maternos à presença dos gatos no quintal da casa dos meus avós maternos, mas imagino que nem todos aceitem muito bem a ideia!
Sequência
de entre o que se o pré, o durante e o após obras na nossa casa familiar própria e
por inerência de tudo o que até ao momento já escrevi ao correspondente respeito, me foi e é por si só algo como mínimo e reiteradamente estranho, então esta última, circunstancial/providencial,
situação relacionada com os gatos, precisamente iniciada durante todo o processo
de obras na casa familiar, só veio
complicar e/ou adensar tudo ainda significativamente mais, em especial no que à minha,
como mínimo, inerente estranheza respeita. De entre o que, no meu caso, fazendo fé
na providencia Divina ou Universal, diria no presente contexto, com particular destaque para os felídeos (gatos) em causa, que ao terem-se estes últimos aproximado natural, espontânea e sedutoramente de mim e da minha família, sem mais
objectiva e original razão, ao menos aparente do que a por si só coincidente existência
vital desses mesmos gatos e da minha respectiva família, comigo incluído, tudo num determinado espaço
e tempo, com respectiva e consequente influência mútua, para que também subsequentemente
eu continue ainda e de forma pró futuramente indefinida a alimentar os felídeos em causa, a partir de que de resto e como
muitas vezes se diz com relação a muitos factores da vida e/ou por si só com
relação à própria Vida, digo também eu agora e a partir daqui no relativo à minha ligação com os gatos em causa, que: _ seja o que providencialmente Deus e/ou o Universo
quiserem!
Global e sequencial base, relativamente
à que de momento, não sei se ou até que ponto e como melhor ou pior das hipóteses, me resta ao menos este conclusivo e descompressivo desabafo.
VB
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