Como algo transversal a tudo o mais que eu escrevo, digo que comecei originalmente a escrever e continuo indefinidamente a escrever porque há coisas que me incomodam ou que mesmo me magoam para além do que mais e melhor eu possa fazer que não seja basicamente desabafar (falar/escrever) ao respeito. Sendo que quando essas coisas têm que ver exclusiva ou essencialmente comigo, o simples facto de falar/escrever ao respeito já me leva a entendê-las melhor e se acaso a ultrapassá-las positivamente, já quando essas coisas têm que ver também ou essencialmente com o exterior, pode que ao escrever e partilhar o que escrevo ao respeito com o respectivo exterior isso possa influenciar dalguma positiva ou pelo menos pró inquietante e reflexiva forma esse mesmo exterior!?
O texto abaixo vai particularmente dedicado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Já agora o mesmo foi originalmente escrito no imediatamente passado dia 3 do corrente, mas por diversas contingências só hoje dia 29 do mesmo corrente Janeiro de 2017 me está a ser possível partilhá-lo, sem absoluto prejuízo da sua continua vigência que é crescentemente recorrente ano após ano, inclusive com possíveis reincidências num mesmo ano.
Em directa sequência da mediática notícia televisiva: _ “urgências hospitalares, sem capacidade de resposta _ vulgo em rotura ou estado de calamidade _ devido a forte adesão de pacientes com sintomas gripais”.
O texto abaixo vai particularmente dedicado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Já agora o mesmo foi originalmente escrito no imediatamente passado dia 3 do corrente, mas por diversas contingências só hoje dia 29 do mesmo corrente Janeiro de 2017 me está a ser possível partilhá-lo, sem absoluto prejuízo da sua continua vigência que é crescentemente recorrente ano após ano, inclusive com possíveis reincidências num mesmo ano.
Em directa sequência da mediática notícia televisiva: _ “urgências hospitalares, sem capacidade de resposta _ vulgo em rotura ou estado de calamidade _ devido a forte adesão de pacientes com sintomas gripais”.
O oito e o oitenta, entre gripe e paranóia
Talvez
o meu caso pessoal não seja prático exemplo para alguém mais. Sendo o meu
exemplo, o de alguém que para além de padecer de renite alérgica, fazendo com
que a Primavera seja um pequeno
inferno para mim, incluindo que quando pró subsistentemente necessário, a respectiva penitência dos meus pecados, não deixo ou pelo menos até à data não tenho deixado de trabalhar directa e activamente com cereais e/ou no meio de poléns, o que chega a ser de loucos dado o meu significativamente elevado nível de alergia quer a fenos quer a poléns modo geral; pelo que também ainda e para com o concreto contexto gripal aqui em causa, diria e digo que salvo as raras e por isso dificilmente memoráveis excepções em que isso não aconteça, mas por outro inverso e mais recorrente lado incluindo as
possíveis recaídas, por norma costumo ter, ao menos, um episódio gripal por
ano. Designadamente com febre, falta de apetite, falta de forças, dores no corpo, inusitada dificuldade
de concentração, etc.; no entanto, até por uma ancestral condição cultural(*)
que já vem dos meus pais, avós, etc., o facto é que jamais recorri a um médico e/ou
quando tenho emprego jamais faltei a um dia de trabalho devido a estar com
gripe, mesmo que com febre. O que incluindo ainda que as minhas actividades
laborais/profissionais nas cerca de duas últimas décadas têm sido
exclusivamente praticadas ao ar livre, pelo que na medida do possível
procurando sempre não transmitir o vírus a outras pessoas, de resto e por respectiva norma tenho curtido e curado os meus estados gripais ao
sol, à chuva, ao vento, ao calor, ao frio, em resumo segundo o estado
climatérico de cada momento e/ou respectiva estação do ano, sempre sem acorrer aos serviços médicos devido a gripe.
Mas
no extremo oposto, também estão as pessoas, como um jovem senhor aparentemente
entre os vinte e os trinta anos de idade, que precisamente inserido na
reportagem televisiva aludida acima e que dava conta do estado de rotura das
urgências hospitalares devido à forte acorrência de pacientes com sintomas
gripais, cujo respectivo jovem senhor em causa, enquanto entrevistado
televisivamente em momento algum espirrou, tossiu, lacrimejou, pingou do nariz,
etc., seja que sem absoluto prejuízo do senhor estar de facto em estado gripal,
ao menos externamente não o aparentava em absoluto, o que como mínimo leva a
crer que estaria num estado gripal muito inicial e/ou pouco agravado, no
entanto acorreu logo às urgências hospitalares, digo eu, tão só por isso! Contribuindo,
na circunstancia, também ele para a dita rotura/calamidade das urgências hospitalares, com
consequência prática de passarem a ficar à porta dessas mesmas urgências
utentes verdadeiramente graves, como entre outros incluído um concreto caso de
AVC com hemorragia que ficou indefinidamente em espera sobre uma maca dos
bombeiros à porta das próprias urgências hospitalares por incapacidade de
resposta destas últimas, o que também foi paralelamente relatado nessa mesma
reportagem televisiva.
Seja
que se o meu caso pessoal é até pouco recomendável no que ao não recurso aos serviços médicos e concretamente às
urgências hospitalares respeita, já o caso do jovem senhor atrás referido me
parece estar no extremo oposto no que a esse mesmo recurso respeita, em
qualquer dos casos por inerência dum, digo eu, mero estado gripal. O que se no
meu caso pode levar a colocar em causa a minha própria saúde, enquanto na medida do possível procurando eu sempre evitar contagiar outras pessoas; já no segundo caso, do
aludido jovem senhor, me parece levar a uma mais ou menos injustificada rotura
dos serviços de urgências, com prejuízo dos casos verdadeiramente urgentes.
Pelo que se o meu caso é dalguma forma insensato, por não acorrer sequer ao
médico de medicina geral e muito menos a uma urgências hospitalares devido a sintomas
de gripe, então o caso do jovem senhor em causa parece-me ser mais insensato ainda
ao acorrer directamente às urgências hospitalares em sequência dos primeiros
e/ou mais leves sintomas gripais ou quiçá de mero constipado(!?).
Enfim,
não sei até que ponto derivado ou não dos epidemicamente falsos alarmes que foram
a gripe aviaria e posteriormente a gripe suína, em que até talvez porque
não terminarem de morrer massivamente nem aves nem suínos devido às
epidemicamente correspondentes gripe’s
aviaria e suína, este respectivo
segundo caso derivou alternativamente numa mais subjectiva gripe A. Sequência a partir da que, sem prejuízo da maior ou menor
gravidade inerente, inclusive pelo ditos grupos de risco ou mais vulneráveis ao vírus gripal, como por exemplo os idosos, etc., o facto é que em qualquer caso parece estar instalada uma
certa paranóia gripal, com resultados práticos como o de cíclica e parece que
crescente rotura _ vulgo estado de calamidade _ anual nas
urgências hospitalares por inerência de estados gripais ou se acaso de mera
suspeita de estados gripais. Pelo que talvez o SNS deva instituir não só o estado
de alarme gripal, mas também já o estado de alarme de calamidade das urgências
hospitalares devido a alarme gripal; pois parece-me a mim que a subjacente paranóia
é senão já uma das patologias, pelo menos é também já um dos sintomas inerentes!
VB
(*)...muito
resumidamente, pela vertente cultural venho duma referente, influente e
consequente base que com genérica extensão social, ao tempo dos meus avós e
parte do tempo dos meus pais estes viviam/subsistiam a um nível mesmo muito
rudimentar, a ruçar a miséria, em que por mais que trabalhassem esse trabalho
rendia muito pouco e regra geral só o elemento masculino é que trabalhava ou
pelo menos tinha o dever e obrigação de trabalhar remuneradamente fora de casa;
como seja um tempo em que salvo se estivesse mesmo a morrer, praticamente
ninguém se podia dar ao luxo de ficar um só dia, pior se mais que um dia sem
trabalhar/ganhar, no que por exemplo resultava que ficar-se em casa por uns simples sintomas de gripe ou constipado; sendo que há altura não se fazia muita distinção entre gripe e constipado, muito menos se tinha noção de pandémicas gripes aviaria, suína e/ou A(alfabética); logo e tanto pior
se por parte dum elemento masculino, regra geral ficar em casa por um mero estado gripal, era sinónimo de
estigmatizante mariquice ou de quem não queria era (ir) trabalhar _ independentemente de onde, quando e a quem estas ultimas duas hipóteses se aplicassem ou apliquem de facto. Sem
esquecer que o acesso aos médicos era (quase) nulo e então se por um/a simples gripe/constipado nem sequer se
pensava recorrer ao médico, seja que como para quase tudo o sanitariamente
mais, por incontornável norma recorria-se às designadas mesinhas caseiras. Logo eu que semi-circunstancial e opcionalmente
vivo/subsisto do ponto de vista cultural de entre o passado e o (in)constante e
(im)permanente presente momento, se por um lado não deixo de contemporaneamente
recorrer à medicina sempre que algum sintoma patológico se me torna absoluta
e/ou pelo menos auto gestionadamente insustentável, por outro mais corrente e por
si só cultural lado também sou muito resistente a esse mesmo recurso à
medicina, menos ainda se por uns natural e/ou culturalmente simples sintomas de gripe/constipado.
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