terça-feira, março 20, 2018

Viciosa insanidade humana

Está _ reiteradamente _ em vésperas de chegar uma nova Primavera, o que devia ser e é mesmo mais uma cíclica oportunidade de vital renovação/procriação da fauna e flora natural. Só que como se já não bastasse e sobrasse toda uma vertiginosa ganância materialista/consumista humana, que sob e sobre diversos aspectos deixa cada vez menos espaço e tempo à biodiversidade natural; pelo meio ainda se introduzem acrescidamente insanos fenómenos de origem humana, como por concreto exemplo são os incêndios florestais. Sendo que se os incêndios florestais, tanto mais se ao absoluta e sistematicamente louco nível a que qualitativa e quantitativamente surgem ano após ano, à negligente ou criminosa e mas em qualquer caso insana mão humana, já destroem massivamente tudo o que é fauna e flora natural à sua passagem _ incluindo ou excluindo os directos prejuízos humanos propriamente ditos daí derivados.

Respectivamente, como uma espécie de mal menor, pró preventivamente prévio aos incêndios florestais, está por exemplo a execução duns ditos aceiros, como sejam faixas de terreno lavrado ao longo de todo o perímetro das propriedades agrícolas ou naturais, se acaso ainda com ditas faixas de terreno lavrado a atravessar entre-cruzadamente essas mesmas propriedades agrícolas e/ou por si só terrenos naturais, já sejam em qualquer dos casos privada/os ou publica/os. Enquanto ditos aceiros a serem executados em início e/ou ao longo da própria Primavera, como seja quando precisamente quer mamíferos quer  acima de tudo aves silvestres nidificam e procriam. Pelo que incluindo o por si só anti-natural dispêndio material e energético subjacente à execução de ditos aceiros, escusado será dizer que nos milhares de quilómetros de aceiros concretizados ao longo do País, serão certamente incontáveis os ninhos de múltiplas aves ou de diversos seres silvestres a serem destruídos, sendo que eu mesmo já vi perdizes serem trucidadas no ninho por máquinas agrícolas, enquanto com estas últimas em concretização de ditos aceiros, isto quando a perdiz é uma ave silvestre, interessada e convenientemente, "protegida" pelo ser humano; agora imagine-se as restantes aves e/ou espécies animais silvestres que não aquecem nem arrefecem o ser humano para coisa alguma e/ou pior se o ser humano até as abominar... incluindo que o mais genérico culto humano é dominadoramente materialista, consumista e possessivo, mais concretamente ainda é um culto de morte, de possessivo aprisionamento e/ou de adulteração da vida natural, designadamente ao nível de adulteração com por exemplo curiosa, perversa ou interessada introdução humana de espécies, animais ou vegetais, invasoras em territórios que não lhes eram originalmente naturais, cujas espécies invasoras não raro destruem a natural multi-diversidade, animal ou vegetal, endémica de determinada região global; como seja que salvas as devidas excepções e sem prejuízo da mais basicamente orgânica subsistência humana,  não há em paralelo ou acima de tudo um culto humano de alimento espiritual baseado na observação e na auscultação da multi-diversificada vida natural original e/ou numa equilibrada e verdadeiramente inteligente integração humana nesta e com esta última.

A partir de que sem absoluto prejuízo dos específicos ditos aceiros, tão compreensível e legitimamente necessários nas insanas circunstancias incendiárias em causa, digo também eu que: a genericamente insana tendência destrutiva humana face ao meio ambiente natural _ de que neste último caso ironicamente deriva e depende a própria humanidade _ não tem limites, nem quantitativos nem qualitativos, pois que até para prevenir um mal maior de origem humana, como são os massivamente destrutivos incêndios florestais, se acaba fazendo uso dum mal menor que é a execução dos ditos aceiros pró prevenção incendiária, com execução desses aceiros no inicio e/ou durante significativa parte da Primavera, como seja em que o genérico ciclo humano face à multi-diversidade vital natural é duma ou doutra lamentável forma destrutiva/insanamente vicioso e não construtiva/salutarmente virtuoso.

Global sequência que é insamente lamentável para a própria humanidade, senão de forma óbvia no imediato, ao menos é-o e/ou se-lo-á acrescida e crescentemente óbvio a mais curto, médio ou longo prazo!...

VB

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