Violência
Dado que do
ponto de vista humano e/ou social modo geral, com toda uma mais ou menos infinda
multiplicidade de interesses e de contra interesses que se cruzam, entre cruzam
e/ou se chocam de entre si, respectivamente os violentos acontecimentos frente
ao parlamento nacional no passado dia 14, suscitam-me uma reflexão
significativamente extensa, profunda e complexa. Pelo que dalguma condensada
forma, ao respectivo respeito, prefiro ficar-me pelo seguinte:
A violência
física mais básica e barbara duns poucos, com respectiva e mais ou menos
proporcionada reacção das forças de segurança (PSP), como por exemplo a
ocorrida frente ao parlamento na manifestação de dia 14 último, se não dá razão
à mais subtil e refinada violência das elites de poder, como por exemplo duma
relativa e não raro legitimada elite minoritária que retira proveito da crise dos globalmente restantes, ao
menos faz distrair relativamente a esta última; em qualquer dos casos com
prejuízo e mas também dalgum modo com passiva co-responsabilidade de muitos outros, designadamente passivos ou
pacíficos de facto, aquém e além da violência duns (bárbaros) e
doutros (refinados), com alguns dissimulados a confundirem tudo pelo meio!
Pelo que
Atenção ao(s) respectivo(o) proveito(s) que uns e outros retiram(os) ou
podem(os) retirar da violência enquanto tal, inclusive e desde logo se em nome
da não violência!?
Até porque
a própria polícia (PSP), com todo o seu peso e significado institucional, em legítimo e justificado nome de lutar contra uns
poucos (minoritários) e ilegítimos violentos, acabou reprimindo ou pelo menos
dispersando violentamente toda uma manifestação, ao menos à partida e
supostamente legítima de muitos (maioritários) pacíficos.
Que nesta
última sequência não estando em absoluto em causa a actuação policial, até bem
pelo contrário, enquanto relativamente aos efectiva e ilegitimamente minoritários violentos;
no entanto após um evolutivo crescendo na atitude pró activa por parte desses
quantitativamente poucos e mas qualitativamente muito (pró) violentos, enquanto
algo que vem de trás e que inclusive as autoridades dizem conhecer e perante o
que a esmagadora maioria dos pacíficos parece ser impotente ou pelo menos passiva;
a partir de que dirigindo-me então a uns e a outros (violentos, autoridades e
pacíficos), me leva a deixar no ar a questão: o que e quem está por de trás
duma situação violenta como a ocorrida frente ao parlamento nacional no passado
dia 14? Desde logo como se deixa chegar aquele ponto de provocação e de
agressão duns poucos, energumenos, violentos com
relação às próprias forças da autoridade do Estado, ainda que para justificar
dita intervenção das forças de segurança ao menos democraticamente tenha de
haver factos que a sustentem, tudo com uma esmagadora maioria de ditos
pacíficos a assistir e/ou a ser directa ou indirectamente, passivas ou impotentes, vitimas da violência?
Sequência de que inclusive eu pessoalmente
ponho em dúvida, se os mais provocadora e agressivamente violentos terão sido
na sua esmagadora e minoritária maioria, os que mais apanharam porrada em sequência da intervenção
policial, até porque estou em crer que estando os primeiros com maldade,
estariam também devidamente precavidos para ser os primeiros a porem-se ao
largo quando as coisas aquecessem defensiva ou se pusessem contra ofensivamente
violentas em sentido inverso, desde logo da policia com relação aos mesmos (violentos);
sendo eventualmente então os ditos pacíficos ou ao menos passivos, que mais
apanharão porrada e/ou que mais injustiçados
se sentirão em sequência da repressão ou dispersão policial duma manifestação que à partida
e na sua globalidade se tinha e manteria por pacifica, dado que estes últimos
tendem a julgar que no seu pacifismo ou ao menos que na sua passividade não
terão o que temer, mas depois e ao menos numa primeira instância acabam a apanhar
pela mesma equitativa tabela dos quantitativamente minoritários e mas
substancialmente violentos. Algo ao estilo de pagar o justo pelo pecador; no fundo ironias do destino, que é algo
de que a vida está pejadíssima!
O facto é
que uma esmagadora maioria de ditos pacíficos ou de minimamente civilizados,
mas que em regra não passam de impotentes anónimos, com toda uma infinda multiplicidade de interesses inerentes aos mesmos e/ou aquém e além dos mesmos,
mas que no limite faz com que estes tenham na manifestação de rua a sua única
ou maior e melhor forma de expressão, inclusive face a umas ditas de
legitimadas elites de poder instituídas e se acaso instaladas, no caso correndo
os primeiros o forte e crescente risco de ter de deixar de se manifestar livre
e democraticamente por injustificada acção duma meia dúzia de violentos,
com respectiva luta dos poderes instituídos e das suas respectivas elites contra a
violência, em argumentativo nome de todos!
A ver vamos o que nos reserva o futuro, pois
que de momento ganharam protagonismo os próprios minoritaríssimos violentos e a
(pró) activa ou argumentativa luta contra
estes, desde logo enquanto luta por
parte das por si só minoritárias e legitimadas elites governantes/administrativas,
se acaso justificando-se uns aos outros, em qualquer caso com reflexo sobre
todos os, segundo leva a crer, esmagadoramente maioritários pacíficos
(impotentes e/ou passivos) restantes... o dito mexilhão que fica entre a violenta força do mar e a inflexível
dureza da rocha!
Mas o que é
a humanidade senão um reflexo da vida Natural e Universal no seu estado mais
puro e bruto _ salvo a pseudo, que espero cada vez mais universalmente efectiva e abrangente, inteligência e racionalidade humana!?
VB
(*) ...apoio à manifestação ou ao democrático direito de manifestação, desde logo de cariz social, como uma excepção e não como uma norma; ainda que numa sociedade que é sob e sobre muitos aspectos significativa ou mesmo tremendamente desequilibrada e até injusta como ao nível nacional interno, em alguns respectivos aspectos a manifestação social possa estar tão ou mais perto da norma que da excepção! Mas em qualquer caso com a violência mais primária e buçal, como algo que à partida não só não resolve o que quer que seja, como até complica e agrava tudo ainda mais, se acaso até as próprias injustiças e/ou a justificação para as mesmas!....
(**) ...inclusive os próprios elementos inerentes às autoridades policiais também se manifestam, quando democraticamente assim o entendem e/ou necessitam, de resto enquanto direito que conquistaram por via de manifestação; agora isso sim e em qualquer caso fazendo-o de forma o mais digna e positiva possível, desde logo não destruindo e agredindo tudo à sua passagem ou em sequência das suas próprias manifestações.
(*) ...apoio à manifestação ou ao democrático direito de manifestação, desde logo de cariz social, como uma excepção e não como uma norma; ainda que numa sociedade que é sob e sobre muitos aspectos significativa ou mesmo tremendamente desequilibrada e até injusta como ao nível nacional interno, em alguns respectivos aspectos a manifestação social possa estar tão ou mais perto da norma que da excepção! Mas em qualquer caso com a violência mais primária e buçal, como algo que à partida não só não resolve o que quer que seja, como até complica e agrava tudo ainda mais, se acaso até as próprias injustiças e/ou a justificação para as mesmas!....
(**) ...inclusive os próprios elementos inerentes às autoridades policiais também se manifestam, quando democraticamente assim o entendem e/ou necessitam, de resto enquanto direito que conquistaram por via de manifestação; agora isso sim e em qualquer caso fazendo-o de forma o mais digna e positiva possível, desde logo não destruindo e agredindo tudo à sua passagem ou em sequência das suas próprias manifestações.
Sem comentários:
Enviar um comentário