A Dr.ª Manuela Ferreira Leite (MFL) ex. líder do PSD (Partido Social Democrata) insiste teoricamente na suspensão da democracia, para resolver problemas complexos, designadamente para ultrapassar interesses instalados!
Não sou eu
que vou contrariar essa perspectiva da Dr.ª MFL, pelo menos não sem
consubstanciar mínima, responsável e democraticamente a minha própria
perspectiva ao respeito. Desde logo começando por dizer que quero acreditar que
quem tem uma perspectiva como a da Dr.ª MFL, só pode ou deve ser alguém acima
de quais queres interesses corporativos ou unilateralistas, salvo o transversal
interesse do todo Nacional e/ou acima de tudo do todo Universal. O que por si
só e em qualquer dos casos já seria e é algo significativa e substancialmente
complexo em si mesmo, dada a múltipla diversidade de interesses e/ou de
expressões Nacionais e Universais _ como por exemplo e desde logo em nome do Supremo interesse Humano, que é algo
Nacional e Universalmente transversal, ainda que no entanto estejamos sob e sobre muitos aspectos a
levar o próprio Planeta e/ou a natural diversidade da vida Terrena à rotura,
inclusive pelo crescente e ininterrupto aumento da população (humana) Mundial,
com tudo o que isso implica a nível planetário, por exemplo com o complexo
paradoxo de ser o supremo interesse
Humano a ficar crescentemente em causa e nem sequer estou a puxar para aqui o
complexo problema da população humana aumentar exponencialmente nuns países e
numas culturas e não noutro(a)s, com prejuízo da própria diversidade humana.
Enfim e desde logo quero eu dizer que da complexidade
dos problemas ou dos problemas complexos jamais poderemos escapar, com
mais ou menos democracia ou suspensão desta última. Pelo que tão só por isto,
parece-me a mim, que a Dr.ª MFL estará a partir dum princípio erróneo (suspensão da democracia), para com um
objectivo eventualmente ainda mais erróneo (resolver
os problemas complexos) _ desde logo quando os problemas complexos são contínuos e ininterruptos, aquém e além de
democracia ou de não democracia. De entre o que creio eu não se poderá jamais
falar em suspender a democracia para
resolver os problemas complexos, mas
sim resolver os problemas complexos
democraticamente ou então abolir pura, simples e absolutamente a democracia;
seja que ou há o meio-termo democrático ou há o absolutismo antidemocrático,
pois que dadas as circunstancias e por mim não estou a ver o que seja essa
coisa de suspensão democrática, quem
a defina, com que princípios, meios e objectivos a define e a aplica espaço,
temporal e substancialmente na prática!?
Devo a
partir daqui introduzir a minha muito básica e simples perspectiva própria de
democracia, que no caso é ou será: um regime político, social, cultural e regra
geral existencialmente livre, em que designadamente todos e cada um podem(os)
dizer e/ou fazer o que muito bem entendamos, desde que com base numas regras
éticas, morais e legais bastante definidas, que à partida todos e cada
qual devemos conhecer e respeitar global e essencialmente.
Sendo que tão só com base e em
sequência da minha anterior definição de democracia, abre-se aqui um vastíssimo
leque de possibilidades, desde logo de análise e discussão da democracia enquanto
tal e da democracia concretamente em Portugal. Mas que para não estar a extrapolar em
demasia, vou procurar restringir-me ao conceito de suspensão democrática da Dr.ª MFL, para resolver os problemas complexos, como por exemplo
ultrapassar interesses instalados, necessariamente também segundo a minha
responsável e democrática interpretação ao respeito, além de em qualquer dos
casos aplicado ao nosso País, dizendo e/ou se acaso interrogando eu:
_ Será que
a nível nacional interno temos vivido de facto em democracia? Ou pelo menos
será que temos sabido viver responsável e consequentemente em democracia? Desde
logo e salvo as devidas excepções, aquém e além dumas elites políticas e
sociais do tipo deixa-os falar e ir
votando livremente com relação ao dito povo e/ou dum mesmo e respectivo
dito povo do tipo deixa-os ir governando
ou liderando à sua maneira, pois eles sempre fazem aquilo que querem com
relação às elites políticas e sociais. É que a não ser assim e salvo as maiores
ou menores devidas excepções, como se explica então que sucessivos governos e/ou
executivos político/partidários eleitos democraticamente
via voto universal, com base em promessas eleitorais ou eleitoralistas ora
não cumpram, não raro até bem pelo contrário ou que só cumpram o que e como
lhes interessa; por outro respectivo lado e aqui contra mim falo, com um sempre
crescente alheamento popular com ralação ao voto democrático; seja com uma classe política cada vez mais e mais
democraticamente desacreditada _ imagino, maliciosamente, eu que com possível
benefício dalguma dessa mesma classe política com interesses pouco ou mesmo
nada democráticos(!); ainda que também com um dito povo que não raro não quer saber de política e até mesmo
dito povo que em muitos casos quando confrontado com as aldrabices e se acaso
até falcatruas políticas, algumas inconsequentemente provadas e condenadas
judicialmente, se limita a dizer então os
homens (políticos) desenrascam-se, se eu estivesse lá fazia igual(!). Sendo
que eu pessoalmente interpreto a política como uma extensão da sociedade em
geral e vice-versa, tanto mais se em democracia _ que nesta acepção talvez ou
seguramente a Dr.ª MFL tenha razão na sua teoria de suspensão democrática, na media em que e contra mim mesmo falando,
muitos de nós, que ao que parece até pelas palavras da Dr.ª MFL com extensão à
globalidade do todo nacional, não mereçamos de facto a Democracia.
Enfim se
vou continuar a desenvolver raciocínio na base anterior, melhor seria escrever
um livro, uma trilogia ou até algum tipo de enciclopédia, etc. ao respeito dada
a extensão e a complexidade do problema.
Mas até por não me sentir nem estar objectivamente preparado para com qualquer
das anteriores hipóteses, desde logo em sequência da teoria da Dr.ª MFL pró suspensão democrática para resolver os problemas complexos, como
por exemplo ultrapassagem dos interesses
instalados, na presente circunstância e contexto, por mim limito-me
responsável, consequente, democrática e no caso conclusivamente a dizer:
_ Os
interesses instalados, parece-me mais ou menos consubstanciadamente a mim,
atravessarem toda a estrutura nacional desde o supremo nível político,
partidário, social, cultural, económico, financeiro e existencial, até ao zé pelintra como eu, com todos os seus
diversos, por si só complexos e/ou infindos intermédios _ em qualquer dos casos
sem prejuízo da eventual ou efectiva superioridade ética, moral, legal ou por
si só existencial de a quem a mesma devidamente couber, como até dadas as
circunstancias quero crer que à Dr.ª MFL. Ainda que sem esquecer que a própria Dr.ª
MFL tem interesses políticos, partidários, ideológicos, etc., que sendo
democraticamente legítimos, não o serão até por isso, mais ou menos legítimos
que quais queres outros equivalentes, ainda que diversos ou até adversos aos
seus. O que por si só me leva a questionar a Dr.ª MFL, no sentido de se está
(pré) disposta a abdicar dos seus respectivos interesses, em nome duma suspensão democrática, imanada de
equitativos interesses que não coincidam directa, objectiva ou absolutamente
com os seus? Em qualquer dos casos em
transversal nome da Pátria _ ainda que o que nos trouxe à nossa actual
situação, por assim dizer critica e
austera, que segundo a Dr.ª MFL a merecer suspensão democrática, também tenha sido em nome da Pátria!
Além de que em todo este quadro e
sequência pergunto ainda:
quem, como, porquê, para quê, até onde, por si só em nome de que interesses suspende a democracia? Ainda que
pressupondo que seja em transversal nome de interesses Nacionais, mesmo que isso
seja suficientemente subjectivo, para designadamente se poder e não raro em
efectivo se limitar de facto a proteger os interesses
duns, face aos interesses doutros,
designadamente com benefício dos primeiros em prejuízo dos segundos; até por
isso o Estado de Direito Democrático é, sem qualquer excepção, o que para mim faz
transversalmente mais Nacional e/ou Universal sentido, desde logo onde e como
esse Estado de Direito funcione transversal e Universalmente de facto, o que
desde logo sob e sobre muitos aspectos não tem acontecido a nível nacional próprio _ inclusive
com políticos que se candidatam a cargos de gestão da causa pública nacional ou
local, estando esses mesmos políticos ou pseudo políticos sob processos
judiciais precisamente por suspeita de má gestão ou mesmo por abuso e fraude
inerente à sua própria e prévia gestão pública e/ou que tanto pior ainda quando
após os mesmos respectivos políticos condenados judicialmente continuarem
impune ou indeterminadamente a exercer os seus respectivos cargos de gestão política da causa
pública. Quando por exemplo e por outro lado um zé ninguém, como eu, pode eventualmente ir preso ou ficar
cadastrado e socialmente apontado a dedo como um delinquente, se roubar, perdão e aqui
permita-se-me equivaler-me às elites políticas e sociais, para em vez de dizer
roubar dizer furtar ou melhor ainda desviar por exemplo uma caixa de caldo de carne do supermercado_
o que felizmente ainda não chegou ao meu caso concreto e tudo farei para que jamais
chegue _, sendo que
para exercer o básico cargo público de varredor de rua esse mesmo zé ninguém tenha de possuir cadastro
limpo! De entre o que desde há muito ou desde globalmente sempre onde está a verdadeira
Democracia nesta mesma base e sequência?
E que tendo a nossa democracia
derivado directamente de meio século de ditadura, respectivamente com todos e
cada um de nós derivados de contextos sociais oprimidos ou opressores inerentes
a essa mesma ditadura, o que por si só e em grande medida faz com que ainda
hoje haja muito quem não saiba viver responsável, consequente e livremente em democracia. Pelo que talvez
ou seguramente as palavras da Sr.ª Dr.ª MFL pró eventual suspensão democrática pouco ou nada mais sejam do que um reflexo
dos efeitos e consequências desse meio século de ditadura e de até em sequência disso, levarmos já
mais de trinta anos de não raro torpe
democracia. Pelo que enquanto tal a teoria de suspensão democrática da Sr.ª Dr.ª assusta-me, mete-me
real pavor, desde logo quando eu derivo das classes ou dos estratos sociais
oprimida(o)s da anterior ditadura; sendo que entretanto tenho feito e continuo ininterruptamente a fazer,
o que para mim é um imenso esforço pró democrático, ao invés de há algum tempo a
esta parte e parece que continuamente a Sr.ª Dr.ª insistir na suspensão da democracia; tendo eu
entendido que só os ditadores se sentem acima de todos os demais, para se
atreverem a suspender a democracia,
saberão os mesmos e/ou Deus em nome do quê e de quem(?), sendo que da nossa
anterior ditadura, como de quase invariavelmente todas as ditaduras, o que
derivou foi miséria de muitos em benefício de poucos _ até talvez ou
seguramente por isso há muito não vivamos em verdadeira democracia em Portugal,
pelo menos aquém e além de ainda se poder ir dizendo ou escrevendo coisas como
esta e metendo ciclicamente o voto de quatro em quatro anos. E de resto com
esta coisa da Troika(*), com mais tudo o internamente pré e pró inerente à mesma, sob e sobre
muitos aspectos a democracia já foi há
muito para o galheiro, até porque o verdadeiro Estado de Direito não funciona
como devido, pelo que só falta mesmo instituir oficialmente a não democracia, com tudo o que se lhe
queira chamar ou deixar de chamar, como por exemplo ditadura _ em qualquer caso
com prejuízo para mim mesmo que confessamente jamais soube viver plenamente em
democracia e mas até dado o (auto) esforço pró democrático que tenho feito, tão
pouco gostava de chegar ou de regressar a uma suspensão democrática, quer como eventual oprimido quer como
eventual opressor.
VB
(*) Aliás necessidade de recorrer à Troika que deriva da nossa má (auto) gestão interna própria, incluindo à cabeça as elites políticas, económicas, financeiras e sociais, apesar de em qualquer dos casos, todas e cada uma destas últimas falarem como se nada tivessem a ver com o assunto, no fundo à imagem do povinho relativamente às elites, não raro e em qualquer dos casos a referirem-se uns aos outros e/ou aos grandes responsáveis da crise, da austeridade e/ou das misérias internas, como sendo indefinida e subjectivamente responsabilidade: d'eles _ vulgo d'uns outros _ acima ou abaixo, à esquerda ou à direita, etc., mas jamais culpa própria de quem quer que seja e/ou por si só do todo!
De resto entre as, como origem do presente, teóricas palavras da Dr.ª MFL pró eventual suspensão democrática para resolver os problemas complexos do País e a recentemente proclamada, pelo próprio governo nacional, pró intervenção de técnicos do FMI na interna reforma do Estado, da minha perspectiva esta dupla conjuntura teórica/retórica de ex. ou actuais responsáveis governativos da nação, com mais ou menos aplicação prática, vem comprovar duas respectivas coisas: primeira é a de que regra geral não estamos internamente preparados de facto para viver responsável, consequente e positivamente em democracia; segunda, até dadas as excelentes condições naturais, geográficas, climáticas, territoriais e humanas do País, no entanto comprova-se que por nós mesmos não conseguimos auto gerir-nos positiva, construtiva e estruturadamente como um todo, no caso sendo necessário que venham outros externamente fazê-lo por nós, levando-me a bem ou mal comparadamente concluir, que com analogia a um nível clubístico/desportivo de entre nós nacionalmente, com relação aos mais bem sucedidos países do centro e norte Europeu, que neste último caso eu compararia a excepção interna Futebol Clube do Porto(FCP) versos a norma dos restantes Clubes nacionais, de estrutura frágil e enquanto tal a jogarem mais para não perder do que para ganhar e/ou na melhor das hipóteses a jogarem esforçada e sofrivelmente para ganhar, no caso com o FCP a funcionar como análogo País centro/norte Europeu devidamente estruturado, que leva ao sucesso de (quase) todos os que por lá passam, versos a norma nacional com os restantes Clubes internos, que lutam para sobreviver e/ou vã e desenfreadamente para vencer, com analogia no respectivo todo nacional próprio, em que por mais excelentes _ nesta acepção comigo não incluído _ que sejam muitas das nossas individualidades (pessoais ou institucionais) internas, no entanto o todo acaba por jamais terminar de sair da cepa torta e de passar a funcionar como estruturadamente devido, inclusive porque desde a partir das elites políticas, económicas e sociais de topo, que não raro se auto apresentam como salvadoras da pátria, mas que dadas as circunstancias não terminam de estar à devida altura do auto apregoado e prometido, com respectivo reflexo no todo social e vice-versa; de entre o que o FCP e outros que a respectivos diversos níveis sociais, culturais, económicos, industrias e afins internos são a excepção e infelizmente não a regra interna. Seja que as excepções funcionam por si sós, aquém e além do todo e vice-versa, talvez e/ou seguramente por isso em regra seja necessário as individualidades ou instituições nacionais serem valorizadas exteriormente, para então passarem a também valer internamente. Enfim onde não há uma estrutura sólida e coerente é o que e como se pode critica e austeramente constatar, inclusive sob necessidade de supervisão externa, para ao menos se tentar sair momentânea, pontual, circunstancial ou excepcionalmente da crónica ou recorrente norma de crise e austeridade interna!
Nota: Como muito ou a globalidade do que e como eu escrevo e
aqui publico, também o presente foi executado e está a ser
publicado natural e espontaneamente, acto imediato, sem mais do que uma breve auto revisão,
correcção e/ou complementação, no caso concreto após ter escutado a Dr.ª MFL
na noite de ontem via rádio, a reiterar a sua teoria de suspensão democrática, para resolver
problemas complexos, como ultrapassagem
de interesses instalados! O que enquanto tal e escrito por mim, vale o que
e como vale, tal como salvo as devidas distâncias, o que e como dito pela Dr.ª
MFL vale o que e como vale _ em qualquer dos casos Democraticamente!
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