A justa medida _ auto
critica
Se bem recordo, ainda em tempo do
e$cudo e curiosamente em governo do País liderado pelo Prof.º Cavaco Silva,
actual Presidente da República, quase se desencadeia uma “guerra civil” por uns
míseros escudos ou centavos de aumento na portagem da ponte “25 Abril”, com uma
brutal manifestação popular contra dito aumento.
Relativamente pouco tempo após a
atrás citada manifestação na ponte, entramos na hera do €uro, moeda comum a
diversos estados da União Europeia (EU), incluindo Portugal, que não sei
exactamente se por isso, desde logo por passarmos a compartilhar a mesma moeda
que os países mais ricos e prósperos da Europa e até por isso do Mundo, como a
Alemanha, a França, etc., talvez tenhamos pensado que passamos automaticamente
a ser todos ricos e/ou a ter as mesmas condições de vida dos restantes países
em causa; o facto é que tão só com ""coincidente"" entrada em vigor do €uro, com respectiva e argumentativa
base nuns ditos de arredondamentos aumentou automaticamente tudo o que era
custo de vida, em alguns casos para o dobro ou mais, incluindo as portagens na
ponte, sem o mais ínfimo manifesto popular, regra geral até bem pelo contrário,
tudo passando a parecer ser aceitável, incluindo o crescente e se acaso
múltiplo aumento do custo de vida.
E atenção que com o anterior não
estou a defender manifestações por manifestações e muito menos manifestações
violentas. Até porque eu mesmo não sou muito de manifestações reivindicativas,
no caso sou mais de procurar ser (pró) positivo, construtivo, se acaso criativo e em
qualquer caso produtivo a partir de dentro para fora, ainda que e/ou até porque
inspirado de fora para dentro; pelo que o que estou a fazer é um termo de comparação e diria mesmo que essa sim violenta comparação, de entre paradoxalmente
o pré e o pós €uro. O que há altura associado a uma vertigem do crédito
bancário fácil, por si só com este último objectiva e não raro exaustivamente
incentivado pelos próprios bancos, até porque há altura havia milhares de
milhões de €uros derivados de subsídios comunitários a fundo perdido, dispersos
por aqui e por ali, por este e por aquele, que se tanto quanto possível havia
que condensar os muitos milhares de milhões dispersos nos mais espertos da
sociedade, no caso concreto e inclusive no topo com esperta liderança da banca
e dos banqueiros, até porque se algo corre-se como de facto correu mal com a
avidez bancária, haveria como houve um Estado para (re)financiar os próprios
bancos.
O facto é que popularmente e ao que
tudo leva a crer inebriados pela partilha de moeda com os mais ricos da Europa;
pelos milhares de milhões a fundo perdido; pelo crédito bancário fácil e por
mais ou menos o que quer que seja, o facto é que nos tornámos um povo e um
respectivo país não só profundamente endividado, mas também profundamente
apático, perdido de si mesmo, da própria Europa e do que mais universalmente
seja _ com ressalva para o facto de que o (re)encontro pode e deve dar-se de
dentro e/ou pelo menos a partir da própria perdição. Que no relativo a esta
aludida perdição, parafraseando um ouvinte do programa “Antena Aberta” na
Antena1 da RDP, este ouvinte disse mais ou menos que: _ “habituamos-nos tanto ao facilitismo que até já nos custa indignar-nos e/ou contestarmos o que sentimos ou constatamos estar
mal” e acrescento eu que em certa e por si só democrática medida
sentimos-nos ou constatamos-nos popularmente tão activa ou passiva e objectiva ou
subjectivamente cúmplices pela critica e austera condição em que estamos
mergulhados, que estamos cada vez mais incapazes de reclamar ou de protestar o
que quer que seja, mesmo que e por si só legitimamente.
Não será por acaso que chegamos ao ponto em que e mal comparado seja, acaba sendo mais ou menos como os discos do Marco
Paulo, "toda a gente" dizia não comprar por preconceitos culturais, mas mal os discos saiam e imediatamente as vendas
chegavam a disco de ouro ou de platina. E com isto devo referir que não tenho
nada contra o Marco Paulo cantor, musico ou o que mais legitimamente seja, apenas
quero fazer mais um paradoxal termo de comparação com o facto de que “toda a
gente” fala mal deste governo, destes políticos, etc., mas o facto é que por um lado alguém
democrática e maioritariamente os colocou a governar, além de que esse falar
mal não se traduz em efeitos práticos, como por exemplo reivindicando o que se
julga ser certo face ou contra o que se julga mal na governação, que até bem
pelo contrário parece-me a mim que este governo apesar de e/ou até por tudo,
tem tido muitos mais problemas por dentro de si mesmo, como seja por intestina parte da
coligação que o compõe, do que de fora para dentro. Aliás não será ainda por
acaso que este governo, governa mais ou menos segura, serena, tranquila e
firmemente, não só contra a mais ou menos velada opinião popular, mas incluso
contra a subscrita opinião de diversas e mas em qualquer caso proeminentes individualidades
políticas, sociais, empresariais, sindicais, culturais, etc., etc., unidas
consensualmente pró reestruturação da dívida publica, relativamente a que cada
vez mais só mesmo o governo e imagino a sua maioritária base de apoio popular
democrático contrariam firme e irreversivelmente; com apesar de e/ou até por
tudo genérica resignação popular.
Genérica resignação popular, como
aludido atrás, porque no fundo e na verdade tudo está onde e como deveria
estar, na sua justa medida, como seja que temos uma maioria parlamentar e
governativa democraticamente eleita, para por si só a governar ou a desgovernar de
dentro duma condição nacional critica e austera de que duma ou doutra forma todos somos
responsáveis _ ainda que uns mais responsáveis que outros naturalmente,
incluindo que muitos dos mais activa, executiva e/ou moralmente responsáveis
até falam como se não tivessem responsabilidade absolutamente alguma, se acaso
até bem pelo contrário! A partir de que salvo eventuais e não vislumbráveis desenvolvimentos que se
a sucederem se espera e deseja sejam positivamente favoráveis ao universal e/ou
por si só democrático bem do colectivo, seja e signifique isso o que quer que
seja ou signifique na prática com relação a todos e a cada qual individual, humana,
vital e/ou universalmente! Mas que enquanto pró positiva, prática, activa,
funcional, por si só democraticamente jamais será algo mera e/ou absolutamente
fácil _ seja que a haver facilidade a mesma deriva da pró positiva gestão das
dificuldades inerentes a por si só viver, existir. Seja ainda que jamais alguém disse
que a vida e/ou a democracia eram ou são coisa fácil e simples sem mais; sendo
que se alguém o disse mentiu a si mesmo e respectivamente ao próximo e/ou
vice-versa. Cuja alternativa a não querermos auto, intra e inter assumir as naturais
dificuldades da vida e de viver, com pró positivo esforço, empenho e
responsabilidade designadamente democrático/as de todos e de cada qual, então
pouco ou nada mais resta que cair em degradação e decadência própria e
envolvente e/ou então (re)entregarmos-nos a um qualquer regime totalitário e
enquanto tal opressivo/repressivo ideologicamente de esquerda ou de direita; de
fundamento civil ou militar; religioso ou ateu; etc., etc., que em suma e em
qualquer caso tome paternal conta de nós, seus submissos e/ou oprimidos
obedientes! Seja que tanto ou mais que escolher eleitoralmente governos de
índole partidária, creio que cada vez mais se deve começar a decidir que dificuldade se
pretende: a pró condigna e livremente democrática ou a pró paternalista e opressivamente
totalitária!?
Sendo que jamais faltou ou faltará é quem
humanamente se sentido tão cheio de si mesmo, por inerência esteja mais ou menos
permanentemente predisposto/as a oprimir e a reprimir, desde logo por não raro o que tão pouco falta são humanamente muitos ou tantos outros de nós merecedores de imposição opressiva/repressiva, desde logo por democraticamente mais e
melhor não conseguir-mos do que o que tão bem se conhece e que de resto estamos
critica e austeramente a viver de momento, com tutelar intervenção externa, inclusive como algo recorrente em nós como povo
e como país. E até por isso, como uma espécie de genérica regra existencial própria da nossa popular e nacional parte,
pelo menos até não conseguirmos e por isso merecer-mos positiva, vital,
universal e/ou por si só democraticamente mais e melhor!...
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