quinta-feira, julho 26, 2012

Tomada de consciência

            Fui ontem ao funeral dum jovem, ia dizer amigo, mas prefiro não dizê-lo, não por ele, que para o bem ou para o mal se dava com “toda a gente”, mas sim por mim que durante algum tempo da minha vida até fui dalguma mínima forma, social ou transversalmente aberto como ele, mas que também de há já longo tempo a esta parte tendo a fechar-me muito em e sobre mim mesmo, não possuindo (quase) literalmente vida social. Pelo que prefiro dizer que fui ao funeral dum jovem conhecido, que quando se proporcionou foi amigo e que faleceu em sequência dum fatídico acidente de moto.

            O que enquanto funeral muito concorrido, precisamente em sequência da relativamente vasta vida social do falecido, a nível local e regional, por inerência com a presença de muitas pessoas minhas conhecidas. O que após uma minha mais aguda e consecutiva fase de auto isolamento social de há mais dum ano a esta parte e ainda vigente, diria que ontem foi um dia estranho e cansativo para mim. Estranho desde logo pelo meu relativamente longo e algo intenso auto isolamento de mais dum último ano consecutivo, seja que salvo raras e pontuais excepções interpessoais e sociais, de resto e por norma tudo ao invés de qualquer tipo, nível ou forma de vida interpessoal e social. Esgotante porque _ percebi-o entretanto ao ter reflectido natural e espontaneamente ao respeito e na respectiva na sequência com conclusão de que _ os meus conhecidos presentes eram muitos e alguns já havia anos ou mesmo décadas que eu não os via ou com os mesmos não contactava, incluindo amizades de infância e de adolescência, com estas últimas como das fases mais inseguras e mas também indelevelmente marcantes da minha vida. Sequência de que tanto mais se continuando eu a ter ainda uma vida significativamente instável, insegura, indefinida e/ou desestruturada, desde logo socialmente, acabo por tender a reviver o passado e/ou a agir como no passado, em especial se perante essas mesmas pessoas; ou seja como se eu tivesse de agradar ou de corresponder às mesmas, dalguma forma não necessariamente natural e espontânea, mas sim duma forma que leve as pessoas a aceitarem-me para além duma minha significativa ou mesmo profunda insegurança própria, que me vem da infância e que se agudizou na adolescência.

            O que na sua globalidade me cansa, me faz tender a sair de mim e da minha não raro natural tristeza(*) intrínseca e respectiva tendência introspectiva ou circunspectiva, para ao invés disso procurar dar o melhor ou mais alegre e extrovertido de mim, no caso duma forma mais esforçada e sofrida do que natural e espontânea, perante e para com o exterior.

            Do mal, o menos que apesar de tudo isso, desde logo do pesaroso contexto em que tal sucedeu, não deixei de ficar satisfeito por rever muitas dessas pessoas, com uma ou outra muito em especial, alguma até familiar, desde logo e acima de tudo enquanto inerentes à minha infância e adolescência em concreto.

            Enquanto entretanto acabei ou acabo por me reencontrar comigo mesmo, nisto que e como escrevo, em sequência de reflectir introspectiva ou circunspectivamente, acerca da minha vida pessoal, familiar e social, consoante a mesma se me apresenta na realidade. Esperando que algum dia isso me leve a (re)encontrar-me também com o exterior, desde logo com o próximo da forma mais genuína, natural e espontânea possível _ o que ainda não terminou de suceder de forma sólida e definitivamente coerente até ao presente momento!...

            Em qualquer caso e acima de tudo em memória do falecido _ que só não nomeio aqui publicamente no Blogger, porque não sei se tal seria bem ou de todo aceite pela família do mesmo. O que apesar disso creio não impede o presente de ser de facto em sua positiva memória.

            (*) Uma tristeza intrínseca, não necessária ou absolutamente só por esta minha condição existencial própria, por assim dizer interpessoal e socialmente disfuncional, derivada duma minha insegurança própria quer perante o melhor, quer perante o pior exterior. Seja que o exterior também tem a sua significativa quota de responsabilidade, até porque se por si só todo o exterior fosse bom, como por destacado exemplo se fosse universalmente justo ou estivesse bem, como por se social exemplo estivesse transversalmente feliz e a minha alegria ou felicidade própria já estaria(m) mais de noventa e nove por cento garantida(s). Ainda que no que depender de mim e por mim mesmo, até em nome das pessoas que gostaram ou gostam de mim e/ou de quem eu gostei e gosto, incluídas necessariamente as amizades de infância e de adolescência, continuarei (pró) positiva e vitalmente em frente!...

                                                                                          Victor Barão

quarta-feira, julho 18, 2012

Caso Relvas _ Lusófona

            Após toda a gente ter já dito ou escrito algo acerca do caso Relvas _ Lusófona, tão pouco quero ou no caso enquanto naturalmente suscitado em mim, sequer posso também eu deixar de dizer algo próprio ao respeito e/ou na imediata sequência, que é:

            Por mim não tenho concluído sequer o nono ano lectivo escolar, desde logo porque por um lado não estive confessamente à positiva altura ou com a naturalmente suficiente disponibilidade, motivação, capacidade ou segurança interior para corresponder às exigências do ensino convencional, como seja ensino diurno na sua natural sequência original, desde o ensino primário até ao infinito!...

            Por outro lado, porque eventualmente devido a estupidez, a orgulho ou a ignorância, mas também a auto exigência, a rigor e a perfeccionismo, em qualquer dos respectivos casos da minha parte, tão pouco quis ou consegui aproveitar as posteriores facilidades concedidas pelo ensino recorrente nocturno, nem a validação de equivalências proporcionada pelo projecto Novas Oportunidades.

            Pelo que assim sendo, sem (auto e extra) imediatos julgamentos de valor e salvaguardadas as devidas distancias ou comparações, em qualquer dos casos pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, eu sou constatável e redundantemente nada e ninguém, enquanto por exemplo o Senhor Miguel Relvas é concreta e objectivamente Doutor e Ministro do governo da nação e/ou vice-versa.

            Global sequência de que só gostaria de fazer um conclusivo reparo que é o seguinte: eventualmente para se ser um bom político, um bom ministro e/ou o que mais ou menos quer que substancialmente seja, em certa medida e circunstancias quiçá ou seguramente não seja necessário ser-se doutor, engenheiro ou coisa que o valha, como por exemplo Jacques Delors; Lula da Silva, entre outros _ salvo necessariamente para se ser mesmo doutor, engenheiro e afins enquanto tais; pelo que o que também creio é que ser-se doutor, engenheiro ou coisa que o valha tipo a martelo e/ou esforçada, artificial ou falsamente só para se ser ministro ou por se ter sido ministro é que tão pouco me parece muito ou mesmo nada correcto, em ultima instância e para tal está ou estará o estatuto de doutor honoris causa e ainda assim neste último caso creio eu que será ou deveria ser necessário ter-se contribuído positiva e comprovadamente de facto para o universal bem comum, com base numa avaliação isenta por parte dum suficientemente qualificado colectivo para tal. E não pela supostamente assinatura dum unilateral reitor ou dum ou dois senhores professores universitários _ possivelmente amigos ou correligionários do (pseudo) graduado doutor!? Enfim o que desde logo não pode haver é dúvidas entre todas e cada uma destas legítimas ou ilegítimas dimensões!... Ainda que dúvidas e confusões é o que cada vez mais não deixa de haver neste país, em que parece que poucas coisas são suficientemente claras e objectivas logo à partida e mas também à chegada, como para que este tipo de confusões(*) e de polémicas não se gerem. Em especial quando envolve as elites políticas e sociais. Em qualquer caso o Doutor Relvas é já menos um a contar para os ainda relativamente baixos níveis de escolarização nacionais _ de que neste último caso, sem lamento nem regozijo, eu próprio sou frio e confesso paradigma _ ainda que e/ou até porque parece que cada vez mais sobram os verdadeiramente qualificados ou inquestionavelmente graduados, aquém e além do Dr.º Relvas!...

            (*) Que até enquanto eu nada e ninguém, tenho tendência a identificar-me com o meio envolvente e/ou a absorver as referências e influências envolventes, incluindo necessariamente e em qualquer dos casos as confusões, como se de mim mesmo se trata-se ou trate, como dalgum eventual modo (também) por aqui se pode constatar _ com ressalva de que modéstia à parte, eu parto da confusão para a simplificação, designadamente entre nada e ninguém e tudo e todos!...

                                                                                              Victor Barão

              

domingo, julho 15, 2012

Poder político e sociedade civil

             Ouvi ontem no programa televisivo Parlamento na RTP2, em resposta às criticas dos deputados da oposição presentes que nomeadamente diziam que o País vai de mal a pior, na respectiva sequência e salvo erro da minha parte foi o Sr.º deputado do PSD Luís Menezes, mas que se não foi este foi o Sr.º deputado Hélder Amaral do CDS/PP, em qualquer dos casos representantes da maioria parlamentar e enquanto tal do governo actual, a dizer algo como:...”afinal ao invés da oposição que diz que o país vai assim tão mal, não se vê o povo na rua e salvo a recente excepção dos médicos e alguns poucos organizados aqui e ali, de resto não parece que aja assim tanto mau estar e respectivo descontentamento social, que a oposição gostava que houvesse de facto!”

            Por mim gostava de dizer ao Sr.º deputado em causa e a muitos outros representantes da oposição e/ou do governo que: com declarações como estas últimas ou não sabe(m) o País onde vivem ou até acima de tudo não conhecem o Povo que representam e/ou governam. O que a ser assim só vem provar o distanciamento entre governantes e governados ou entre o poder político e o dito povo, o que democraticamente é grave. Ou por outro lado vem provar que os governos e os políticos em geral jogam a seu belo prazer com um povo genérica e substancialmente pacifico e passivo e/ou por si só dito de brandos costumes(*), sabendo os primeiros precisa e objectivamente disso, o que não é menos grave, até bem pelo contrário.

            Começando a falar por mim mesmo, jamais estive plenamente contente com muita da trampa que me rodeia quer social quer acima de tudo politicamente, de resto já perdi muito com isso, desde logo a nível social, no entanto por formação ou por deformação pessoal, social ou existencial jamais fui de ir para a rua protestar, até porque para alem de qualquer minha eventual característica pessoal própria, de resto e desde logo jamais estive ligado a qualquer organização ou movimento sindical, social ou colectivo de qualquer índole, pelo que protestativamente o melhor que poderia fazer seria colar-me a movimentos alheios. Mas por outro lado tão pouco acredito muito em protestativas movimentações de rua, que não raro e como melhor das hipóteses só servem para o poder político ou qualquer outro instituído procurarem desacreditar qualitativa e quantitativamente ditos movimentos de protestos, em regra remetendo-os para uns arruaceiros; para uns privilegiados(**) que procuram manter os privilégios a todo o custo; para organizações, em regra, de cariz comunista ou seja minoritário e enquanto tal não transversalmente credível; desde logo para quando são cinquenta mil, se vir dizer que aquilo não passavam de dez ou quinze mil e assim sucessiva e proporcionalmente até ao infinito. No entanto e no que a mim se refere, pelo menos de há algum tempo para cá e segundo o meu próprio copo tendo transbordado passei paradigmática a escrever em toda esta base e sequência de forma tão responsável e consequente quanto o que e como se pode aqui constatar.

            E passando agora a falar pela generalidade do Povo ou da sociedade interna, de que eu sou apenas um mero e mas também integrante exemplo, que coincidindo ou não com muitos outros, desde logo é sabido do dito povo de brandos costumes, de resto e não raro até utilizado política e socialmente como uma espécie de bandeira promocional da própria nação. Pelo que se só se contar com os protestos de rua para aquilatar do estado do País, da sociedade e/ou do povo, então de entre os brandos costumes e o descrédito do poder político ou qualquer outro, relativamente a qualquer protesto de rua; quer o respectivo poder político, quer qualquer outro estarão de grande, como regra geral sempre estiveram neste mesmo País de brandos costumes que é Portugal. Talvez ou seguramente por isso governos atrás de governos sejam eleitos com base numas premissas que logo imediatamente após eleitos não cumprem, se acaso até bem pelo contrário; sem já falar numa infinidade de suspeições, muitas delas seguramente confirmadas na prática relativas a abusos e/ou mesmo a fraudes por parte do poder político e dos diversos poderes sociais (económico, financeiro, etc., etc., etc.,), sem outras consequências que não as de favorecimento e impunidade relativamente aos mesmos. Bem pode-se dizer que politicamente e em democracia os governos caem punitivamente segundo façam uma má, quando não mesmo danosa ou até em algum que outro suposto caso fraudulenta gestão do País, mas depois os mesmos respectivos, respeitados e privilegiados responsáveis políticos e sociais ficam a ocupar lugares políticos no parlamento à espera de nova oportunidade governativa ou vão para a gestão de grandes grupos empresariais, económicos ou financeiros quer públicos quer privados, quer semi públicos e privados, talvez ou seguramente também por isso e salvo as devidas positivas excepções, o País esteja a correr _ vou naturalmente ironizar _ tão bem quer pública quer privadamente, sempre com os pornográficos benefícios e respectivas impunidades do costume. 

            E já agora, para além do meu exemplo pessoal e/ou do dito e feito povo de brandos costumes, gostaria ainda de dizer, a entre outros inclusive da oposição, mas no caso concreto ao(s) senhor(es) político(s): Luís Menezes ou Hélder Amaral em causa, a quem parece que o mau estar de cada um e da sociedade em geral só ou também se pode e deve fazer sentir em protestos de rua, ainda que logo e respectivamente o poder político vem desvalorizar qualitativa e quantitativamente tanto quanto poder esses mesmos protestos, que tanto desvalorizantemente pior se ditos protestos derem para algum tipo de confronto com as correspondentes autoridades do Estado, porque ai diz-se logo superiormente de cima para baixo que se trata dum bando de delinquentes, de terroristas e/ou afins. Pelo que talvez e como é comum nos políticos, especialmente nos de topo a nível nacional, não saberem por exemplo que há dezenas ou centenas de milhar de reformados a passar muito mal e que efectivamente falam e reclamam enquanto tal uns perante outros em bancos de jardim, em cafés, na rua em pequenos grupos; por outro lado grande parte da sociedade civil não tem poder organizativo, nem respectivamente de protesto colectivo, como por exemplo inerentes à iniciativa privada, nem sequer se inerentes ao próprio Estado desde que com vínculos laborais ou outros de base e substancia bastante precários; mas depois há ainda os ditos protestos silenciosos, desde logo sem repercussão na comunicação social e que enquanto tal é como se não existissem de facto, como recentemente sei ter sucedido por exemplo com funcionários públicos, designadamente inerentes ao fisco, que foram trabalhar vestido de preto em sinal de luto pelo corte de subsídios, sendo que como já referi atrás mesmo quando esses protestos têm repercussão na comunicação social são desvalorizados pelo poder político até ao limite do possível.

            Pelo que senhores políticos não joguem táctica, ideológica e se acaso até perversamente com o poder que têm, nem respectivamente e tanto pior se com as misérias sociais que os envolvem e que os senhores em regra não querem, não podem, não sabem ou não lhes interessa ver ou conhecer. De resto e por mim mesmo, inclusive para com a minha mais pró positiva sanidade própria, quero crer que este presente governo PSD/CDS tem ou terá as melhores intenções políticas, económicas, sociais, culturais, etc., etc., para o País; de resto como todos os que o antecederam, mas até precisamente pelos que o antecederam, em associação ao facto de também este presente governo ter prometido umas coisas e feitos outras; de ter sido democraticamente eleito por uma cada vez menor percentagem da população nacional, cujo um dos grandes protesto é mesmo estar cada vez mais branda e silenciosamente a deixar de votar em políticos não credíveis _ ainda que isso eventual e conclusivamente acabe por jogar contra a população e em favor desses mesmos políticos(!?); inclusive tendo sido este governo eleito tanto ou muito mais como protesto contra os governos do Sr.º José Sócrates do que como uma positiva alternativa de facto; por tudo isto e por tudo o mais que lhe está pré, pró e pós inerente, também por mim tenho um crescente receio do que está para vir!...                                                                                               

            (*) Povo de brandos costumes que em regra só se manifesta duma forma abrangente e transversal em circunstancias absolutamente excepcionais ou numa sequência de causas, efeitos e consequências mais ou menos especiais. Pelo que se se está à espera desse momento, dessas circunstancias ou dessas causas, efeitos e consequências, para se levar o povo a sério, então estamos efectivamente mal, no que à ligação entre poderes políticos e sociais e ao dito povo modo geral. Seja que entretanto não se está a escutar, nem a atentar nos estágios intermédios, precisamente entre o povo passivo, pacifico e/ou dito de brandos costumes, versos o povo que se pode ver na excepcional ou especial contingência de ter de (re)agir muito para além disso _ se acaso e em qualquer dos casos com prejuízo do próprio dito povo!?...

            (**) Eu que, pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, sou uma espécie de caso à parte! No entanto e/ou até por isso quero ou não posso mesmo deixar de a este nível fazer aqui o reparo de que reconheço efectivamente interesses instalados em ditas classes sociais intermédias e eventualmente até de base. Mas no caso tão pouco posso ou quero deixar de reconhecer que há seguramente equivalentes ou até superiores interesses instalados nas elites políticas e sociais modo geral; sendo ainda que os interesses instalados ao nível das classes baixas ou intermédias podem consumir uns milhões (€) repartidos por ou de entre muitos, já os interesses instalados nas elites, pelo menos segundo muitos vezes vem suspeita ou comprovadamente a público, implicam logo umas centenas de milhar ou uns milhões em nome ou em favor de muito poucos. Seja que numa dita democracia representativa em que supostamente as maiorias vencem, governam e têm o poder, sendo que os básicos ou intermédios interesses instalados, estão na representativa maioria populacional ainda que quiçá ou seguramente não em maioria de milhões (€), perante ou sob as representativas minorias elitistas que quiçá ou seguramente são maioritárias ao nível dos milhões (€). E enquanto tal com uma profunda e como mínimo dupla injustiça desde logo entre maioritária representatividade populacional e de respectivos minoritários proventos (€), face à minoritária representatividade das elites políticas e sociais com respectivos maioritários proventos (€) _ tudo e tão só no que ao nível de interesses instalados diz respeito!  

                                                                                              Victor Barão

            Nota: Tudo o transacto, tal como o presente foi e está a ser escrito de forma espontânea, como seja sem qualquer auto revisão, correcção ou complementação a frio _ salvo que o escrevi cerca de vinte e quatro hora após os factos. Pelo que com efectivos ou eventuais defeitos e virtudes, o mesmo vale como e enquanto tal. Desde logo e pelo mesmo assumo respectiva e plena responsabilidade enquanto tal, tal como necessariamente o assumiria por e com qualquer auto revisão, correcção e/ou complementação. 

sexta-feira, julho 13, 2012

Austeridade

           Na justa e pró positiva medida, a austeridade jamais fez mal a quem quer que fosse, até bem pelo contrário só fez e faz é bem.

            Agora austeridade imposta unilateralmente de fora para dentro e de cima para baixo, tanto mais se num País como o nosso em que por norma os eventuais bons resultados da austeridade em regra revertem essencialmente em favor duns poucos em detrimento de muitos outros, desde logo em detrimento do próprio País, tal como de resto já sucedeu com os motivos para a, por assim dizer, austeridade oficial do Estado actualmente vigente.

            Tudo tanto pior quando e por quanto em nome do Estado, da Pátria, da Nação, do Povo; etc., etc., a austeridade extra imposta de fora para dentro e de cima para baixo, seja de todo mais para uns que para outros, havendo inclusive e seguramente quem esteja a viver muito docemente à sombra das causas e dos efeitos da mesma dita de austeridade oficial do Estado. Até porque o dinheiro é exactamente o mesmo que antes da malfadada crise, com esta última como origem da dita austeridade nacional, pelo que alguém e por algum motivo tem de ter esse dinheiro, inclusive em detrimento do todo nacional _ salvo que os muitíssimo endinheirados, assumidos ou dissimulados, sejam por si só e enquanto tais, de todo mais patriotas ou nacionalistas que a esmagadora maioria dos menos endinheirados ou dos mais carenciados de base!?

            Feliz ou infelizmente que somos um auto denominado povo de brandos costumes(*), que com um simples e conformado encolher de ombros, cá vamos indo!

            (*) Que nesta acepção não quero dizer que tenhamos de ser por exemplo violentos, agora o que podíamos e devíamos era ser mais pró positiva, livre, autónoma, democrática, justa, nacional e/ou acima de tudo universalmente activos em e por nós mesmos! Pois creio eu que enquanto tal não haveriam tantas injustiças modo geral e sociais em particular, nem respectivamente tantos motivos de inusitada crise e/ou de respectiva austeridade imposta de fora para dentro e de cima para baixo; até porque dito poder e dever por mim atrás referidos, já implicam logo à partida a consciente e permanente eminência de crise(s) e até por isso, como previdência destas últimas, implica também a devida ou mínima pró positiva austeridade, em e por si só! De resto eu que por defeito ou por virtude não me expresso em duas simples e sintéticas linhas, nem ao menos no Blogger faço acompanhar os meus textos de sugestivas imagens ou de atraentes grafismos, na respectiva sequência quem me quiser ler tem desde logo de ser pró positiva ou ao menos pró reflexivamente austero, quanto baste, pois caso contrário estou a expressar-me para nada e para ninguém _ salvo que por mim mesmo necessito pró vital, sanitária ou subsistentemente expressar-me e na presente circunstancia disponibilizar-me enquanto tal ao exterior modo geral ou a quem ao mesmo possa circunstancial, providencial ou objectivamente aceder!


             Ah! Já agora em toda esta sequência, o que também me parece é que há muito quem fuja da austeridade a sete pés ou como o diabo foge da cruz, como seja a austeridade é só e/ou tanto quanto possível para o próximo, para o outro, desde logo para o mais fraco ou para o que não se pode defender _ como de resto se pode constatar de diversas formas em sequência da crise e da respectiva austeridade do Estado actuais!... 

                                                                                              Victor Barão

terça-feira, julho 03, 2012

Divergência e ponto de encontro!

            Acabo de assistir ao programa Prós e Contras no canal 1 da RTP _ de resto como uma fonte inspiradora de e para que eu escreva na respectiva sequência _ tendo hoje por base o debate sobre as medidas de austeridade, nomeadamente sob titulo: A roleta russa da austeridade, versando acerca de se as ditas medidas de austeridade devem continuar como actualmente, se acaso até devem ser agravadas ou se pela inversa devem ser revistas e renegociadas. E nesta sequência em concreto, entre muitas outras e quiçá mais importantes coisas que foram ditas, desde logo no relativo ao comum futuro europeu, no entanto e por mim, destacaria a divergência entre Miguel Sousa Tavares e o Dr.º Mário Soares, relativamente à sustentabilidade do estado social em Portugal e suponho que na própria Europa. Relativamente ao que Miguel Sousa Tavares (MST), entre outras coisas, disse e da minha perspectiva bem, algo como: “...o estado social é insustentável como está ou como vem do passado, porque o mesmo foi inicialmente criado na base duma esperança de vida que não ultrapassava os sessenta e cinco anos, quando entretanto a esperança de vida subiu para os oitenta e cinco anos, além de que as pessoas _ vulgo indivíduos _ passaram a querer e a exigir tudo e mais alguma coisa e/ou a querer sempre mais e mais, incluindo saúde, educação, justiça, etc., universalmente grátis para todos (ricos e pobres), com muitas inerentes injustiças pelo meio!... Pelo que nesta sequência alguma coisa tem de mudar, porque assim é insustentável a prazo.”

            Algo a que o Dr.º Mário Soares correspondeu dizendo, entre outras coisas, algo como: “...pois mas quando se retira hospitais, centros se saúde, rendimento às pessoas, neste último caso com impossibilidade de muitos pagarem um táxi para irem ao médico, designadamente fazer o periódico tratamento inerente a uma qualquer doença crónica; não pode ser só assim e tem de se encontrar solução para isto. Não se podendo vir com o fatal argumento de que não há dinheiro, designadamente para o estado social, quando entretanto aprece dinheiro para tudo e para mais uma coisa, inclusive para cobrir as fraudes bancárias entre outras, sem sequer se apurarem as responsabilidades inerentes, nem para onde ou para quem vai efectivamente o dinheiro inerente a essa(s) cobertura(s). Além de que _ concordantemente com MST _ pode sempre mudar-se o que está mal no estado social, como em outras áreas, o que de resto é uma opção política, pelo que o que não se pode é cair na fatalidade de que as coisas só podem ser ou deixar de ser desta ou daquela outra forma, sem mais. E que isso coincida com asfixiar o estado social _ e digo eu _ a quem do mesmo mais efectivamente necessita.

            Quero eu e por mim mesmo dizer ainda a todo este respeito, desde logo que: sendo eu originária e vivencialmente pertencente às bases de entre as bases sociais, tenho à partida todo o interesse em que o estado social não vá-a à falência, sem mais. Ainda que eu pessoalmente até faça o menor uso possível do estado social e que quando o faço procuro fazê-lo o mais positiva e construtivamente possível, seja que ao nível se utilizar por exemplo os serviços de saúde do Estado em regra só o faço em última instância e/ou o menos possível, seja que não raro e quando posso utilizo até mais e às minhas próprias custas os serviços de saúde privados que os do Estado, já quanto a prestações sociais, só muito rara e pontualmente recorri às mesmas e quando o fiz ou se quando tiver de voltar a fazê-lo e que dadas as circunstancias se ainda houver possibilidade de e para tal(!?), por norma procuro e/ou procurarei aproveitá-lo, designadamente para desenvolver esta minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade de escrever, que não por exemplo para ir para os copos ou para estar esticado na espreguiçadeira _ ainda que estes dois últimos exemplos até dêem muito jeito a quem tende a demonizar o estado social! Mas por outro lado também tenho de reconhecer que efectivamente ouve e há como mínimo muitos facilitismos, comodismos, deixa andar, favores, em suma e no limite muitos abusos e muitas injustiças, desde o gato ou gata pingados equivalentes a mim, que se poderem exigem que o autocarro publico pare à sua porta em concreto, até ao senhor ou senhora remediado(a)s ou mesmo rico(a)s que só não esfolam o sistema, no caso concreto o estado social até ao tutano se não poderem, tudo com mais ou menos activa ou passiva responsabilidade politica e/ou de quem gere a coisa mais directa e operacionalmente! Até talvez por isso sejamos um país genericamente de brandos costumes, porque por exemplo e digo eu, quando toca a comer _ salvo as devidas e mais ou menos amplas ou restritas excepções _ cada qual come devida ou indevidamente o que mais pode, pelo que quando toca a pagar, mesmo que uns tenham comido (muito) mais que outros, com ressalva dos que só comem o que lhes deixam ou o que lhes dão, no entanto como estes últimos tendem a ser essencialmente humildes e obedientes, de resto senti-mo-nos todos significativa e moralmente culpados ou comprometidos como para quem quer que seja reclamar muito ou o que quer que seja, pelo menos até que não se seja pisado para além do limite do razoável ou desproporcionalmente para além do que cada qual comeu previamente _ com o verbo comer aqui acrescentado de: para além do limite, para além do razoável, para além do legitimo ou para além do moralmente devido _ com respectiva e reiterada ressalva para os que num extremo não chegaram ou não chegam sequer a comer o legitimamente devido, que inclusive são uma vastíssima faixa da população total, mas que humildemente nada reclamam; tendo os que comeram ou comem o legitimamente correcto pelo meio, que enquanto tal e por norma pouco ou nada têm que reclamar, por si sós; com no outro extremo estão os que sendo minoritários no entanto comeram e/ou continuem a comer a seu belo prazer ou para além do devido, desde logo mais que a esmagadora maioria populacional e enquanto tal até tentem passar desapercebidos e/ou se pela inversa tentando passar como salvadores da pátria, como seja sem reclamar mas distraindo o patriótico meio envolvente, saberão os próprios e Deus em nome do quê ou de quem(!?). Tudo isto, se me é permitido acrescentá-lo, sem esquecer que segundo rezam diversas crónicas, o endividamento privado até suplanta em muito o endividamento publico, incluindo ainda que o estado social é apenas parte do endividamento público modo geral, pelo que tão pouco creio em absoluto que seja este o grande mal da nação, nem por inerência o pior da dívida nacional ao exterior. Mas em que colocando-se sistematicamente o Estado como o mau da fita, sendo que o Estado somos todos e cada um de nós, ainda que por norma se perspective o Estado como quem o administra e não como o seu todo, por respectiva norma se tenda a fazer do Estado o bode expiatório de todos os erros, abusos e/ou mesmo fraudes envolventes, desde logo como auto desresponsabilização de cada um de nós indivíduos ditos privados que compomos o Estado _ pelo que aquém e além dos efectivos erros, abusos e/ou fraudes do próprio Estado, desde logo de entre a gestão do Estado e alguns Privados, não raro em favor destes últimos, que no caso sendo o Estado composto por todos e cada um de nós, pelo menos em democracia não saímos absolutamente impunes dos ditos erros do Estado, desde logo em favor dalguns poucos, versos em detrimento de muitos outros ditos privados ou mesmo em detrimento do dito povo como grande massa populacional! O que na sua globalidade e grosso modo me leva a concluir que por um lado há um Estado composto por uma ideologia pós revolução democrática, designadamente favorável ao estado social e por outro lado há um Estado com uma ideologia pré revolução democrática, desfavorável ao estado social, sendo que dadas as circunstancias, com muitos erros e abusos pelo meio parece que esta última ideologia se vem a impor aos poucos e poucos, com semi passiva ou activa conivência de todos e de cada um de nós dito povo, que pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal somos e compomos o mesmo dito Estado. 

            Pelo que da minha perspectiva, a solução ao respeito estaria ou estará algures entre as respectivas perspectivas(*) de Miguel Sousa Tavares e do Dr.º Mário Soares; que sendo perspectivas algo divergentes, no entanto ambas têm a suas devidas razões de ser, aquém e além de que a meu ver e sentir não são necessária ou absolutamente incompatíveis de entre si. Desde logo se com a politica, a justiça e respectivamente a sociedade em geral a funcionarem como devido; o que efectivamente não tem sucedido, nem eu pessoalmente tenho perspectivas de que assim venha suceder a breve prazo em Portugal, tudo tanto pior se dada a complexidade e em muitos aspectos até perversidade da situação a nível Europeu e inclusive a nível Mundial modo geral _ que se acaso até serve de recorrente desculpa aos responsáveis internos, desde logo inerentes à gestão da causa publica, para o não positivo ou devido cumprimento das suas respectivas responsabilidades, reiteradamente com maior ou menor conivência democrática de todos e de cada um de nós, dito de democraticamente supremo ou soberano Povo.

            Mas de entre e/ou aquém e além do que para não ser pessimista e/ou fatalista, acrescentaria que as dificuldades por vezes ou em regra são o derradeiro e mas também mais substancial motivo e razão para se mudar para melhor, pelo que até o crescente agravar da situação a nível nacional em concreto, com as políticas do actual governo PSD/CDS, acabando eventual ou cada vez mais comprovadamente por não ser estas em si mesmas a solução ou sequer o princípio da solução do problema austeridade, com tudo o que o originou e do mesmo está e continuará a derivar, se acaso e como cada vez mais parece que até bem pelo contrário, então e ao menos que sejam o derradeiro motivo que espolete verdadeiras situações de justiça: política, económica, financeira, jurídica e em suma social modo geral. Até porque o espaço de manobra entre reverter positivamente caminho ou como melhor de entre as piores das hipóteses cair-se numa permanente instabilidade, indefinição e imprevisibilidade do futuro imediato ou remoto é tudo quanto cada vez mais nos resta, tendo por base a situação actual.

            E já agora a terminar, se por um lado e por assim dizer não acredito comprovadamente num estado social selvagem, tão pouco acredito num crescente liberalismo capitalista não menos selvagem, se acaso até bem pelo contrário. Pelo que seja como for há que encontrar pontos de equilíbrio e de justiça de entre tudo isto, sem esquecer um tema duma importância tremenda e eu diria mesmo emergente e imergentemente crescente que é o Ambiente. Pelo que designadamente economia e desenvolvimento económico, tudo muito bem, mas não selvática ou de forma insustentável a prazo, como até aqui. Seja que, salvo os muitos e cada vez mais que não têm muito mais por onde baixar o que quer que seja, no entanto e na medida do possível baixemos todos um pouco ou em alguns casos mesmo muito o nível de exigências exteriores para connosco, até por em nome dos muitos e cada vez mais que inversamente só têm a perspectiva de que apenas lhes seja exigido _ vulgo os que têm mais direitos que deveres, versos os que têm mais deveres que direitos _, pelo que acima de tudo em nome do universal e justo bem comum, em primeira e última instância pró bem do próprio planeta azul que nos sustenta de todas e de mais uma forma e/ou de que por si só somos universal parte integrante, sejamos mais pró positiva e construtivamente auto exigentes e críticos connosco mesmos, até para termos pró positiva e construtiva legitimidade de exigir e/ou de criticar o próximo. No fundo comecemos a mudar-nos pró positiva e construtivamente a nós mesmos, até para influenciarmos pró positiva e construtivamente o próximo; o que em conclusão refiro porque não raro e como sempre salvo as devidas excepções, do maior ao mais pequeno e/ou do topo da sociedade até à base da mesma e vice-versa, me perece que somos muito exigentes com o outro, desde logo com o Estado para connosco, se acaso e/ou de todo em demasiados casos sendo pouco ou nada exigentes connosco para com o outro ou desde logo para com o Estado _ sem naturalmente esquecer que o Estado e/ou os seus máximos representantes não raro são os primeiros e/ou os que mais pecam ao respeito. E assim sendo, salvo alguns minoritários privilegiados e alguns outros minimamente remediados, em qualquer dos casos mais ou menos legitima ou ilegitimamente, os restantes e modo geral, como desde sempre e na melhor das hipóteses, cá vamos andando como Deus quer! 


                                                                                                               Victor Barão


           (*) Dependente ou independentemente de em regra se concordar mais ou menos, com Miguel Sousa Tavares e/ou com o Dr.º Mário Soares!?