Mais e mais
dinheiro (lucro), menos e menos humanidade (vida)
Aquém e
além doutros possíveis exemplos, desde logo e para mim há um mais ou menos
óbvio paradigma de cinismo e de hipocrisia social, no caso ligado à circulação automóvel.
Seja que com tantas
e imparáveis exigências sociais e dos respectivos Estados ao nível da (pró)
segurança automóvel, enquanto exigências que começam ao nível dos fabricantes (automóveis)
e terminam no consumidor ou utilizador final (automobilista). Tudo isto
envolvendo conhecimentos e regulamentos técnicos, legais e/ou outros, além de
natural consciência humana, com todas as respectivas consequências práticas, desde logo enquanto regras social e/ou oficialmente estabelecidas, em
nome da segurança! Pergunto eu onde cabem por exemplo securitariamente os veículos cujos condutores não
necessitam de licença (formação e exames) de condução?
Seja que
sem sequer entrar na dimensão dos peões, diria que existem alguns veículos, a
começar em bicicletas a pedal, até no limite uns ditos veículos (motorizados) automóveis,
cujos respectivos condutores não necessitam de licença(*) _ vulgo exames teóricos e/ou práticos _ de
condução, para poderem circular entre todos os restantes veículos que
efectivamente necessitam dessa correspondente licença de condução. Ou seja que
como se à imagem e semelhança dos segundos e/ou de entre uns e outros, os
primeiros não fossem ou não sejam passíveis de sofrer ou de provocar acidentes,
incluindo ou excluindo de tudo isto os peões!
O que sem
prejuízo de pessoas que eventualmente sem licença de condução, no entanto
conheçam as regras de transito e natural ou excepcionalmente conduzam na
prática tão bem ou melhor do que (muitas) outras pessoas com respectiva licença de
condução; o facto é que numa determinada localidade, eu pessoalmente assisti a
um dito veículo sem necessidade de licença de condução por parte do seu
condutor, que circulando numa via (rua) sem prioridade e em que tendo chegado à
extremidade dessa mesma via, onde respectivamente se encontrava e encontra um
básico sinal de STOP, precisamente a assinalar a perda de prioridade dessa
mesma via, no entanto o condutor ou melhor e no caso concreto a condutora(**) do correspondente veiculo sem necessidade de
licença de condução, entrou na respectiva via perpendicular com prioridade,
como se do seu inverso se trata-se. Ou seja com o veiculo sem necessidade de
licença de condução, que circulava numa via (rua) sem prioridade, inclusive com
um sinal de STOP a assinalar a correspondente perda de prioridade, no entanto
este entrou na correspondente e perpendicular via (rua) com prioridade, como se
o sinal se STOP não existisse ou seja sem que o(a) condutora do veiculo sem
necessidade de licença de condução tenha reduzido a marcha ou sequer olhado
para o lado para ver se vinha algum veiculo a circular, tanto mais assim quanto na via
(rua) com prioridade circulavam três veículos, o da extremidade traseira conduzido por mim e na extremidade dianteira circulava um automóvel de
aluguer _ vulgo Táxi _ cujo condutor deste último, de entre a relativamente
baixa velocidade em que circulava dentro da respectiva localidade e ainda da naturalmente
devida atenção ao que se passava à sua frente acabou evitando um acidente (choque)
com o dito veiculo sem necessidade de licença de condução, por no mínimo
aparente incompetência teórica e prática do(a) condutor(a) deste último. Tudo
isto porque é política, social, prática, legal e/ou por si só cínica e
hipocritamente possível circularem veículos sem necessidade de licença de
condução, de entre veículos cuja correspondente licença de condução é
indispensável.
Seja que parece-me reiteradamente a
mim existir um profundo cinismo e hipocrisia sociais em tudo isto, como em
muitas e muitas outras coisas desta e nesta vida e/ou desta e nesta sociedade
humana. Que já agora devo referir que dentro das possibilidades e capacidades de
cada um, além ainda dos meios materiais, legais, sociais ou outros disponíveis,
que respectivamente cada qual adquira e utilize os meios de locomoção própria
que ao seu alcance melhor entenda. Mas então e ai assuma-se a autonomia e a
mobilidade de cada qual como a prioridade, aquém e além das consequências
inerentes; ao invés de se assumir a segurança como a prioridade, numa base e
numa sequência em que parece que se exige pró securitariamente demasiado a uns
e até comparativamente a estes últimos se exige de menos a outros, parecendo
ainda e em qualquer dos casos que tudo mais com fito no lucro material
(económico/financeiro), do que nas substanciais mobilidade, autonomia e/ou segurança de todos e de cada
qual. Até porque se deixa-se de se permitir a circulação de veículos sem necessidade de licença de condução dos mesmo, estar-se-ia desde logo a perder uma fonte de lucro industrial por via da venda desses veículos com correspondente perda de receitas fiscais dai derivas, devido a pessoas que tendo maior ou menor e mas suficiente poder económico, no entanto por qualquer motivo não podem legalmente ou não conseguem por si sós adquirir uma licença de condução automóvel/motorizada regulamentar com todos os requisitos teóricos e práticos. Sequência de que incluindo ou excluindo os indefesos peões pergunto eu: se quem conduz veículos sem necessidade de licença _
vulgo sem carta _ de condução, como bicicletas a pedal, pequenas
motorizadas e/ou artefactos chamados de carros _ vulgo papa reformas,
em qualquer dos casos sem significativa protecção própria e de
todo mais passíveis de sofrer do que causar grandes danos nos restantes
veículos, no entanto se pudessem por exemplo estes mesmos condutores sem
licença de condução, conduzir também qualquer veiculo de transporte pesado, veloz e/ou
significativamente reforçado, será que a sociedade aceitava tão pacificamente
ou de todo quanto aceita o seu inverso? Pelo que o cinismo e a hipocrisia para
mim e aqui começam, passam e terminam desde logo no facto de que excepção feita
às auto-estradas, de resto e para as restantes vias de circulação automóvel sejam
feitas determinadas exigências a uns que não se fazem a outros, como se de
entre uns e outros não houvessem ou não hajam os mesmos riscos, no limite de
acidente com danos materiais e/ou humanos. Tudo levando a querer que em
qualquer dos casos com o fito no lucro económico/financeiro, desde logo e mais uma vez por
parte dos Estados através de taxas, contribuições e/ou impostos, aquém e além
duma verdadeira, real, efectiva, coerente, objectiva ou absoluta segurança
pessoal e humana de todos e de cada qual, na circunstancia existam excepções,
que podem chegar a ser escandalosas ao nível da circulação e segurança
automóvel, sob licença ou autorização oficial do Estado e/ou da Sociedade
enquanto tal. E que enquanto sendo o Estado e/ou a Sociedade humana compostos
por todos e por cada um de nós, por vezes e não raro compostos por
personalidades ou por entidades que antes de falarem do próximo ou do todo
envolvente, como se as respectivas não fizessem parte integrante ou como se estivessem
acima do próximo ou do todo envolvente, deviam antes, durante e depois disso olhar
para si mesmas, desde logo quando não raro e ao constantemente oportuno e pró
adaptativo estilo do politicamente
correcto procuram retirar todo o possível proveito próprio, seja de que
circunstancias legais ou sociais forem, além de por e para si mesmas só assumirem o mais
positivo, projectando no próximo o mais negativo, desde logo projectando-o num
indefinido eles, ouvindo-se ainda e em
qualquer caso dizer: ...há muita falta de
valores!
Pelo que precisamente
nesta última acepção, tendo por base os tão afamados valores, digo conclusivamente eu que: ponhamos todos e cada um de
nós valorativamente a mão na consciência
individual própria e colectiva, sendo que enquanto tal, suspeito, muitos não se
suportariam individual ou colectivamente a si mesmo(a)s!
E entretanto vivamos, existamos e/ou
subsistamos com todos os incontornáveis riscos inerentes à vida tal como paradoxalmente
a conhecemos, no caso também com muito cinismo e hipocrisia humano(a)s e
sociais à mistura!
(*)
Confesso desconhecer qualquer taxa ou dados relativo a sinistros, com
respectivos danos materiais e/ou vitimas humanas relacionadas com os veículos
cujos condutores não necessitam de licença de condução _ vulgo mata velhos ou papa reformas _ e/ou de entre estes e os restantes veículos que
necessitam licença de condução, incluindo ou excluindo os próprios peões. Mas
aquém e além disso o que está desde logo em causa é o princípio base inerente à
existência, aquisição e utilização dos primeiros relativa ou comparativamente
aos segundos; como seja e segundo minha responsável interpretação própria, o
princípio do lucro, quer inerente à comercialização, quer à utilização de
mesmos ditos veículos, em especial se por parte de pessoas que tendo
possibilidades materiais (económicas/financeiras) de e para os adquirir, no
entanto e por qualquer motivo não tenham possibilidade de adquirir uma licença
de condução com devida formação e respectivos exames teórica(o)s e prática(o)s.
Desde logo enquanto correspondente lucro (económico/financeiro) para os
próprios Estados/Nação, através de taxas fiscais, quer inerentes à
comercialização quer à utilização de respectivos veículos, com e sem
necessidade de licença de condução, incluindo ainda coimas e/ou outras formas
de receita material, sendo que os Estados/Nação são compostos por todos e por
cada um de nós, sociedade em geral!
(**)
Que nesta acepção, ao referir o condutor do veículo sem necessidade de licença
de condução no feminino, é porque de facto era uma senhora de significativa
idade a conduzir o veículo que cometeu a infracção em causa! No entanto com
isto e até talvez por tudo o inerente ao cinismo e à hipocrisia social
inerentes, haja também muito quem tenha o género feminino como não sabendo
conduzir! Relativamente ao que da minha pessoal parte, enquanto eu do género
masculino, auto assumo haverem mulheres a conduzir (muito) melhor do que eu,
desde logo dado o facto de que eu só tenho licença para conduzir veículos
automóvel ligeiros, enquanto há mulheres que podem conduzir todo e qualquer
veiculo automóvel, de mercadorias e/ou de passageiros, inclusive havendo cada
vez mais mulheres a fazê-lo na prática, o que por si só, implica que tiveram de
corresponder positivamente a provas e a exames teórica(o)s e prática(o)s, quer
com relação à aquisição da devida licença de condução quer com relação a serem
admitidas em empresas de alta exigência profissional, como por exemplo ao nível
do transporte de passageiros e/ou de matérias ditas perigosas (combustíveis e
afins) _ salvo que, espero e creio assim não seja, o cinismo e a hipocrisia
sociais, se aplicassem dalgum modo também a estes níveis profissionais,
designadamente licenciando-se e/ou admitindo-se condutores automóvel
profissionais por qualquer outro motivo, que não por natural e/ou objectiva
competência teórica e prática para o cargo!?
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