Por norma sempre ouvi falar em trabalhadores e
em não trabalhadores, em quem gosta de trabalhar e em quem não gosta de
trabalhar, em quem trabalha e em quem não trabalha, em quem trabalha muito e em quem trabalha pouco, em quem trabalha mais e quem trabalha menos, em quem
trabalha bem e quem trabalha mal, por si só em trabalho e em não trabalho e/ou
no que é ou deixa de ser trabalho. No fundo numa base dualista ou maniqueísta
como a própria vida no seu estado mais puro e bruto, ainda que humanamente possa e quiçá até deva ser algo racional, intelectual e culturalmente mais equilibrado e digno.
Desde logo
e por mim mesmo falando, numa sucessão por assim dizer descendente, o trabalho ideal seria ou será por exemplo um
trabalho criativo que dependa de cada qual em e por si só, ainda que isso possa
depender também da colaboração (do trabalho) doutras pessoas, com estas últimas por si
só motivadas ou vocacionadas para o trabalho ou para a actividade criativa em causa, aquém e além de depender de quem externo ao próprio criador, consuma o resultado desse mesmo trabalho criativo.
Depois,
ainda numa base de trabalho autónomo ou independente com relação ao exterior, ainda que naturalmente com colaboração
ou com clientela externa(s) para o mesmo, eu adicionaria aqui as actividades ditas
liberais ou por conta própria, como por respectivo exemplo das actividades
ligadas ao sector da justiça (advocacia), da medicina privada, do comercio,
etc., etc.
Sendo que no caso destes dois últimos
parágrafos, já fosse ou seja por vocação ou por falta de vocação, por formação ou
por deformação, por experiência ou por inexperiência, etc., etc., o facto é que
por mim mesmo falando, jamais me consegui encontrar em e com qualquer das actividades em causa,
em e sob muitos aspectos até bem longe disso.
A partir do
que restam(-me) as ditas actividades dependentes de terceiros, em que eu
começaria por adicionar as actividades públicas directamente ligadas ao sector
Oficial do Estado, que em regra exigem umas determinadas competências e
oferecem uma série de correspondentes garantias, desde logo de estabilidade
laboral/profissional, social e de vida. Havendo paralelamente uma infinidade de
actividades ditas de Privadas, que ora exigem determinadas competências e
oferecem correspondentes garantias, ora se limitam a exigir humildade, se acaso
subserviência e oferecem a mais básica e imediata subsistência, com mais ou
menos riscos laborais e/ou até de vida pelo meio.
Que nesta ultima
acepção, quer relativa ao sector público do Estado, quer ao sector Privado,
em qualquer dos casos eu jamais me senti ou constatei com
objectivas e concretas competências próprias para concorrer aos mesmos com base
nessas mesmas competências e suas respectivas contrapartidas; pelo que por mim mesmo falando, restou-me então o factor humildade, por vezes e até
certo limite inclusive o factor subserviente. Base e sequência de que posso afirmar
categoricamente que dentro das actividades dependentes, prefiro actividades em
que com base nas minhas inatas capacidades próprias e/ou com alguma mínima formação
que me seja ministrada para tal, me sejam conferidas responsabilidades com
relação a determinados objectivos, a que eu posso ou não conclusivamente corresponder, mas em
que eu fale básica e essencialmente por mim mesmo e/ou então prefiro ainda
actividades com um patrão, com um chefe
ou com um encarregado permanentemente presentes, que assumam a gestão e/ou
orientação do serviço a prestar. Desde logo e no caso um patrão, um chefe ou um
encarregado que sejam por si sós técnica, prática e objectivamente competentes
e/ou experientes na área de actividade em causa; se tanto quanto possível que
sejam tão duros e exigentes com relação aos princípios, meios e fins a executar
quando justos e imparciais com relação aos seus subordinados. No caso enquanto
actividades e tudo o que as envolve, onde se pode e deve aprender quer com
relação às mesmas quer com relação à vida enquanto tal.
No fim da
linha eu colocaria e coloco, as por e para mim (mais) dispensáveis, actividades ditas de públicas ou privadas, que não
exijam muito mais ou muito melhor que humildade e/ou do que subserviência, sem
grandes ou quais queres qualificações, nem respectivas garantias ou regalias.
Tanto pior quando não haja um patrão, um chefe ou um encarregado
permanentemente presentes e/ou competentes, cuja respectiva ausência presencial
e qualificada dum superior hierárquico, por norma levem o subordinado a funcionar (trabalhar) mais ou
menos em vão, tendo por base os mais nobres princípios, meios e fins da
actividade a executar e/ou que entre eventuais diversos subordinados, cada qual
procure fazer (trabalhar) à sua maneira ou sobre os restantes iguais e/ou ainda
em que alguns destes tendam a encostar-se ou a aproveitar-se injusta e espertamente do
trabalho dos outros e/ou ainda em que cada qual assuma
para si os méritos dum trabalho colectivo e projecte no próximo os deméritos
desses mesmo trabalho colectivo, inclusive aquém e além dos respectivos méritos
e/ou deméritos corresponderem também e essencialmente ou não a si
individuo fulano de tal _ em qualquer dos casos com todos os riscos de
trabalho sujo (incompetente) ou de conflitos entre os diversos intervenientes _,
numa espécie de regabofe ou de ambiente laboral pesado (conflituoso), em que no final ou resulta um (incompetente) trabalho
da trampa, com a conclusiva responsabilidade final a recair em e sobre todos e
cada um dos subordinados em causa ou então com um trabalho final mais ou menos
competente ou incompetente, em que terminam subordinada e inqualificadamente
todos vistos por igual, aquém e além de com mais ou menos esforço e/ou
competência duns com relação a outros!
Enfim diria
que na prática já apanhei um pouco de tudo isto ao longo da minha vida e mais
concretamente ainda ao longo da minha experiência laboral/profissional,
essencialmente inqualificada e humilde ou subordinada, com alguma que outra auto didáctica
tentativa de me (re)encontrar criativa, autónoma e/ou independentemente comigo
mesmo, perante e para com o exterior. Em qualquer caso posso e devo garantir
que me esforcei, diria mesmo que, salvo a presunção, por vezes me esforcei inclusive ao
nível de todos os meus limites físicos, psíquicos, mentais, emocionais,
anímicos, espirituais e/ou por si só vitais e existenciais. Até talvez por isso
e em qualquer caso o refiro mais ou menos competente ou incompetentemente
enquanto tal. Mas acima de tudo e na circunstancia refiro-o como uma minha forma de expressão e
de existência própria, que só depende de mim mesmo e pela qual respondo
responsável e consequentemente em e por mim próprio, aquém e além do que ou de
quem mais ou menos quer que seja.
Pelo que, com
mais ou com menos trabalho, como melhor ou como pior trabalhador, se acaso e no
limite como trabalhador ou como não trabalhador, além de com mais ou menos justiça e
competência e/ou seus respectivos inversos, entre
uma e outra actividade laboral/profissional inqualificada, subordinada e de
subsistência básica e imediata, com alguma que outra tentativa de
autodeterminação pelo meio e/ou à vez, me subscrevo responsável, consequente e
conclusivamente:
VB
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