Como triste sinal dos tempos e do mental sociocultural geral!
Chegado o Verão, são ano atrás ano e dia após dia os títulos da imprensa escrita, radiofónica e televisiva, com respectivas e ilustrativas imagens fotográficas, relatos verbais ou imagens televisivas a versar o dilemático tema dos incêndios florestais, com ditos títulos de imprensa básica e genericamente do tipo: centenas de homens (bombeiros, militares e afins); dezenas de viaturas terrestres (tanques e auto tanques); diversos meios aéreos (aviões e helicópteros) combatem as chamas aqui e ali; com correspondentes dezenas, centenas, milhares ou até dezenas de milhares de hectares de área florestar ardida e/ou a arder; com ainda diários e incansáveis avisos de perigo de incêndio devido às temperaturas altas, acrescidos de cautelares normas ou mesmo obrigações de base legal, como por exemplo no relativo a não fumar ou a não foguear em área florestal, etc., etc., global sequência, ao que cada vez mais parece adicionar-se e enquanto tal tornar-se norma, uns ditos acidentes pessoais e/ou colectivos, no limite redundando em morte, por norma enquanto inerente aos operacionais (bombeiros e afins) de índole profissional ou voluntária, em qualquer caso destacados para o combate às chamas; em regra tudo espectacularmente mediatizado como socioculturalmente convém, a que acresce ainda noticias inerentes à detenção por parte das autoridades policiais competentes dalguns suspeitos de atear dolosa ou promiscuamente fogos florestais!
Chegado o Verão, são ano atrás ano e dia após dia os títulos da imprensa escrita, radiofónica e televisiva, com respectivas e ilustrativas imagens fotográficas, relatos verbais ou imagens televisivas a versar o dilemático tema dos incêndios florestais, com ditos títulos de imprensa básica e genericamente do tipo: centenas de homens (bombeiros, militares e afins); dezenas de viaturas terrestres (tanques e auto tanques); diversos meios aéreos (aviões e helicópteros) combatem as chamas aqui e ali; com correspondentes dezenas, centenas, milhares ou até dezenas de milhares de hectares de área florestar ardida e/ou a arder; com ainda diários e incansáveis avisos de perigo de incêndio devido às temperaturas altas, acrescidos de cautelares normas ou mesmo obrigações de base legal, como por exemplo no relativo a não fumar ou a não foguear em área florestal, etc., etc., global sequência, ao que cada vez mais parece adicionar-se e enquanto tal tornar-se norma, uns ditos acidentes pessoais e/ou colectivos, no limite redundando em morte, por norma enquanto inerente aos operacionais (bombeiros e afins) de índole profissional ou voluntária, em qualquer caso destacados para o combate às chamas; em regra tudo espectacularmente mediatizado como socioculturalmente convém, a que acresce ainda noticias inerentes à detenção por parte das autoridades policiais competentes dalguns suspeitos de atear dolosa ou promiscuamente fogos florestais!
Ainda que duma forma bastante
grosseira e/ou superficial, o facto é que o anterior parágrafo reflecte ou
retrata aquilo que é de há muito e parece que cada vez mais a triste Norma ou
quiçá pelos meios técnicos, humanos, materiais, legais e/ou outros envolvidos,
até já Industria, no que a incêndios florestais diz respeito.
A partir de que a questão é que:
desde logo eu próprio me recordo, mas muito mais que eu se recordam por
experiência própria os meus pais e tanto mais ainda se os meus avós _ neste
último caso já falecidos_ de que aquém e além de floresta, haver milhares,
repito milhares hectares de campos plantados de cereal, como seja de algo
tremendamente volátil em
pleno Verão , sendo que enquanto Portugal como País
fundamentalmente agrícola, há altura havia também milhares de homens e mulheres
a trabalhar os campos, natural e proporcionalmente divididos pelas parcelas que
lhes correspondiam enquanto proprietários ou assalariados agrícolas e em que pelo menos os homens eram (quase)
literalmente todos fumadores, inclusive e se acaso fazia-se o almoço em pleno
campo com recurso ao fogo; no entanto parece que há altura o calor de Verão não
era propicio ou mesmo espoletador de incêndios florestais e/ou de muito
voláteis campos cerealíferos. E que se quando havia um qualquer fogo que fugi-se
minimamente ao mais imediato e/ou corrente controlo humano _ vulgo incêndio _,
logo e com um espírito que quiçá hoje em dia regra geral não exista, toda a
gente disponível e/ou em proximidade ao fogo, acorria tão natural, espontânea e
motivadamente a apagar o fogo, que o mesmo tinha poucas ou nenhumas hipóteses
de progredir, sendo que há altura nem sequer havia bombeiros em muitos locais
(vilas e afins) onde posteriormente os passou a haver, mas mesmo quando inclusive
numa primeira fase de proliferação de associações humanitárias de Bombeiros
Voluntários a nível nacional, ainda assim parecia haver e havia de facto um
certo orgulho nas populações civis modo geral, que com poucos mais meios que o
próprio corpo, a natural vontade e o espontâneo engenho para combater o fogo, dizerem no relativo a incêndios: não foi
necessários virem os Bombeiros e/ou quando os Bombeiros chegaram já o fogo
estava extinto _ sendo que em toda esta última acepção não pretendo dizer
que foi e/ou é por haver bombeiros que passou a haver ou há incêndios
florestais, pretendo dizer e digo sim é que o espírito e o mental sociocultural
geral, no caso com relação ao fenómeno dos fogos florestais é totalmente
diverso ao que já foi em tempos, aquém e além de bombeiros ou de não bombeiros
e afins. De resto e como parece confirma-se que quantas mais instituições
públicas ou privadas existem (protecção civil, bombeiros, meios aéreos de base
privada e comercial, etc., etc.,), inclusive com todas estas instituições baseadas em regras
técnicas, legais e afins, sem esquecer os permanentes e cautelares avisos ou
anúncios mediáticos, tudo adicionado de intermináveis meios económico-financeiros
disponibilizados, em qualquer caso pró prevenção e combate a incêndios
florestais; no entanto parece irónica e paradoxalmente que também mais
quantitativa e mais qualitativamente graves incêndios florestais existem,
inclusive parece que também com cada vez mais recorrentes vitimas humanas a
lamentar.
Seja que para mim, esta a (quase)
todos os títulos nefasta coisa dos incêndios florestais, desde logo tendo por
base a qualitativa, quantitativa, recorrente e acrescida gravidade dos mesmos,
que enquanto tal se cristaliza cada vez mais como a norma e não como a excepção,
tem tanto ou quiçá muito mais que ver com o espírito e/ou com o mental
sociocultural geral inerente do que com os meios técnicos, materiais, humanos
e/ou outros de prevenção e/ou de combate aos fogos (incêndios) florestais. Seja
ainda que há décadas atrás um fogo fora de controlo _ vulgo incêndio _ era a
excepção que havia que combater o mais imediata, absoluta ou incondicionalmente
possível com todos os parcos meios técnicos e materiais, mas com todos os
substanciais meios humanos e vitais disponíveis há altura, isto enquanto naturalmente
interiorizado em todos e cada qual e/ou como a esmagadora norma sociocultural geral,
em que a haver orgulho, este último era directamente proporcional a combater-se
e extinguir-se o fogo (incêndio) o mais rápido e eficazmente possível, como um verdadeiro
estado de espírito e não como uma norma e/ou imposição técnica/legal, se acaso
vedada a uma série de peritos devidamente hierarquizados, talvez por isso
levando a que por exemplo e por vezes se ouça dizer aqui e ali que: “os bombeiros não combateram de imediato o
incêndio num determinado ponto territorial, geográfico e/ou por si só de
gradual progressão do fogo, porque alegadamente esperavam ordens superiores
para poderem entrar num determinado cercado particular, para acederem a um
determinado ponto do terreno e/ou afins”!
Enfim, digo eu que tudo isto me parece
redundar num sinal dos tempos e/ou do mental sociocultural geral _ já agora
refira-se que um sinal dos tempos e/ou um mental sociocultural geral eminentemente
tristes e degradantes, desde logo para o bem comum, inclusive para a vida
natural selvagem e o meio ambiente global, de que em qualquer dos casos somos
humana parte integrante e duma ou doutra forma dependentes. Mas talvez tudo
isso pouco ou nada importe, num mundo e/ou numa sociedade e cultura humana essencialmente
materialistas, em que designadamente o ter e/ou o parecer importam muito mais
do que o ser e/ou do que o querer bem _ veremos até quando, como e/ou com que
consequências vitais ou universais (globais), aquém e além de humanas, ainda que enquanto
tal necessária e incontornavelmente também humanas!?
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