Necessito dizer e digo que prefiro em absoluto a minha (pró) racionalidade,
intelectualidade e/ou espiritualidade, a certos e determinados preceitos e
preconceitos socioculturais modo geral e de índole sexual em particular. Inclusive
a meu ver e sentir, salvo total e absoluto relaxo das relações interpessoais,
sociais e/ou por si só sexuais, mesmo que e/ou até porque com este último
factor sexual como incontornável e fundamental à própria vida, chega a
parecer-me profundamente redutor, sob os mais abrangentes pontos de vista
humanos, vitais e universais, que não raro o genérico mental sociocultural vigente
tome a própria sexualidade como uma espécie de princípio, de meio e de fim de tudo _ da própria vida!
Hoje mesmo (09-08-2013), numa
conversa de “homens”, desde logo de entre dois dos meus camaradas de trabalho,
como que numa disputa verbal de entre ambos acerca do número e/ou da qualidade de conquistas
do sexo oposto, diz um para com o outro: _ “a
mim mulher alguma me ficou ou ficará a chamar paneleiro _ maricas, gay,
homossexual,...” _, ao que corresponde o segundo:.. “mas a mim também não”!
Por mim, até dada a minha condição,
por assim dizer algo ou mesmo essencialmente (pró) racional e austera com
relação à vida em geral e à própria sexualidade em particular, aquém ou além de
momentânea e circunstancialmente não me ter sentido motivado a tal, tão pouco e
inclusive devido ao mental sociocultural inerente, consegui ou quis participar
na discussão/conversa de entre os meus camaradas de trabalho, nos
correspondentes termos em que essa conversa estava básica e substancialmente a
decorrer. De resto e salvo pelo facto dum destes meus camaradas de trabalho, que
tendo o mesmo por si só _ salvo erro _ vinte e três anos de idade, se
começar a (auto) achar pessoal e/ou socioculturalmente a si mesmo “velho para
casar”, por correspondente inerência achar também o respectivo que eu próprio, enquanto na casa dos quarenta, “já tenha ultrapassado (quase) todos os prazos para casar”,
independentemente do que eu mesmo penso e sinto ao respeito, levando-me a
sentir que com as suas palavras, ao menos este último pudesse (também) querer
dizer que alguém como eu: na casa dos quarenta, solteiro e sem compromisso, só
pudesse ou possa ser paneleiro _ homossexual(!?); mas como a conversa não era
directamente comigo, não só não lhe dei mais importância, bem como na mesma não
mais pensei, salvo quando há poucos minutos atrás, como seja já em casa e algumas
horas após ter saído do trabalho, inclusive tendo entretanto dormitado cerca de
uma hora, como que acordei com a conversa dos meus dois camaradas de trabalho
em mente, para no caso e se podendo fazê-lo agora dir-lhes-ia: ...pois por mim e para mim, há mulheres e/ou
certo tipo de mulheres que nem que as mesmas estivessem ou estejam de pernas
abertas por si sós e/ou para mim, eu sequer lhes olharia e muito menos lhes
tocaria, e que se tendo de circunstancialmente olhá-las ou tocá-las,
fazê-lo-ia de forma tão fria, seca e/ou objectiva quanto imagino o faria, por
exemplo um profissional de saúde enquanto tal. Seja que adorando e
sentindo-me eu afectiva, sentimental e/ou sexualmente atraído pelo género
oposto (feminino), no entanto nem por isso e/ou até por isso qualquer mulher me
serve ou me serviria, muito menos para eu me limitar a justificar a minha
masculinidade. Sendo ainda e talvez ou seguramente também por isso que eu tenho
tantas dificuldades interpessoais, de integração sociocultural e/ou por si só
para fazer amigos de entre o próprio género masculino, porque desde logo não
quero fazer parte integrante de certos e determinados tipos de mentalidade
sociocultural, por si só machista e/ou pseudo máscula do tipo “papa (sexualmente)
todas” e/ou pelo menos de “casa e tem filhos se queres ser considerado homem”!
E que se em toda esta sequência, há também
mulheres a quem eu gostaria de pessoalmente “tocar” e mas a quem paradoxalmente
nem sequer tento ou procuro fazê-lo, referindo-me aqui a mulheres do meu nível
sociocultural e/ou vivencial, como seja ao meu efectivo ou potencial alcance
pessoal, no entanto e aquém ou além de qualquer outro factor, como por efectivo
ou eventual exemplo devido a timidez, a insegurança, etc., da minha parte pessoal,
isso tem também e/ou quiçá muito mais a ver com factores socioculturais e/ou
pseudo másculos como os aqui em causa, que me marcaram desde globalmente
sempre, sem que eu tenha conseguido terminar de lidar positivamente com os
mesmos, em qualquer caso aquém e além do mero factor sexual.
Dalgum conclusivo modo diria e digo
que não sei até que ponto são motivos e razões tão fortes quanto o próprio
impulso sexual, mas são seguramente motivos e razões muito mais profundos e
complexos do que este último aqueles que me levam a ter dificuldade não só,
nem de todo com o sexo oposto, mas sim com o mental sociocultural em geral,
pelo menos com aquele ou com este inerente às minhas mais básicas, remotas e/ou
continuamente vivenciais origens. Desde logo motivos e razões socioculturais esses,
que são por respectivo exemplo inerentes a preceitos e a preconceitos que desde
globalmente sempre me ditaram que “há uma idade própria para casar” e/ou que
“jamais se volta (sexualmente) as costas a mulher alguma”, sob pena de em
qualquer dos casos se ser considerado de “anormal” e/ou por si só de “homossexual”, como que exercendo-se pressão sociocultural para o enlace
sentimental no primeiro caso e/ou se pior ainda exercendo-se pressão sociocultural
para a interacção sexual, mais ou menos indiscriminadamente com que quer que
fosse e/ou seja. Na circunstancia como uma dupla ou múltipla pressão que eu
jamais suportei e/ou admiti por e para mim mesmo, nem que para isso tenha
havido, ainda haja e/ou eventualmente continue acto indefinido a haver
disfuncionalidade sociocultural em geral, aquém e além do mero e funcional ou disfuncional factor sexual em particular, ainda que e/ou até porque em qualquer caso também com
correspondente estigma de suposta homossexualidade, da e pela minha parte e/ou com relação a mim, enquanto eu sob
os olhos e/ou os sentidos do mental sociocultural envolvente, tanto mais se num
tempo sociocultural em que redutoramente a própria sexualidade parece prevalecer sobre todo e
qualquer outro valor humano, vital ou universal, como por exemplo: afectividade,
sentimento, identificação, cumplicidade, etc., etc., de entre indivíduos
humanos em geral e de entre indivíduos de géneros sexuais opostos em particular!
VB
Obs: "Suposta homossexualidade II", sinónimo de mais um possível sucesso de acessos a este meu Blog!!!
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