domingo, agosto 18, 2013

Inspiração

            Tendo por base a minha própria existência e origens pessoais, familiares, sociais, culturais, vivenciais modo geral e (hetero)sexuais em particular:

            Primeiro as pessoas, heterossexualmente falando, “encontravam-se” (apaixonavam-se e/ou amavam-se), acima de tudo queriam-se ou necessitavam-se circunstancialmente; depois comprometiam-se (casavam-se/juntavam-se) e salvo as devidas positivas ou inversas excepções, de resto por esmagadora norma o homem (macho) passava a mandar e a mulher (fêmea) a obedecer, sendo então e como tal “”felizes”” para sempre!!! Refira-se que o divorcio era por respectiva e esmagadora norma algo inaudito, tanto mais ou pior se para o elemento feminino e/ou pior ainda se por iniciativa deste último. Em regra era “comer e calar”, e de entre “marido e mulher ninguém metia a colher”!

            Segundo e actualmente vigente, salvo as correspondentemente negativas ou inversas excepções, por genérica e legal norma impôs-se revolucionária e digo eu abençoadamente uma dita de liberdade democrática (política, social, pessoal e/ou por si só sexual), designada e ao menos teoricamente impôs-se uma dita de igualdade de direitos entre géneros sexuais. Dalgum correspondente modo, os divórcios dispararam quer formal, quer informalmente, não raro por iniciativa do até então oprimido, reprimido ou positivamente descriminado género feminino. Digo eu que isso levou à abençoada necessidade das pessoas, desde logo das pessoas de complementares géneros opostos se (re)encontrarem verdadeira, natural, genuína e substancialmente, aquém e além de imposições legais, sociais, culturais e/ou outras (politicas, religiosas, etc., etc.).

               Por mim pessoalmente e enquanto do género masculino, diria que me perdi positiva, natural, espontânea, prática, activa e funcionalmente de mim mesmo e/ou da própria vida, também de entre as, por assim dizer, maldição versos bênção anteriores, no que aos relacionamentos interpessoais, sociais e sexuais em concreto diz respeito.

            Sequência de que:

            Tendo por base a natural atracção e fascínio que o género feminino suscita e exerce em e sobre mim, inclusive como associativa ou dissociativa parte integrante desta coisa estranha que é a própria vida enquanto tal e no que a mim diz respeito em particular; um determinado e correspondente dia, numa particular sequência e especiais circunstancias, com o peso de todo um passado pessoal e sociocultural da minha própria parte e do genérico meio envolvente, reparei duma mais vinculativamente consequente forma que nunca, num determinado elemento do género feminino, que dum imediato, consequente e indefinido modo me suscitou por um lado (pró) auto consciencialização de insegurança, de instabilidade, de indefinição, de carência de autoconfiança, de auto estima e de amor próprio; à vez que por outro inverso ou quiçá correspondente e complementar lado me suscitou a necessidade de procurar chegar a merecer o positivo respeito, consideração, admiração, amizade, amor e/ou (inter) relação dum e/ou com um elemento do género oposto (feminino) essencialmente belo, elegante, atraente, desde logo e em qualquer caso enquanto inteligente, culto, autónomo, independente, com gosto pela diversão, ainda que e/ou até porque levando a vida tão a sério quanto necessário ou indispensável. Refira-se desde já e (auto)confessamente que em sequência da minha vida encontrei dalguma natural e incontornável forma, elementos do género feminino que dum ou doutro modo correspondiam e/ou correspondem ao paradigma por mim atrás descrito, inclusive e no caso concreto, tal como de resto, na particular sequência e especiais circunstancias me suscitou o concreto elemento feminino atrás referido em e por si só e/ou segundo a perspectiva que eu tive ou passei a ter acerca do mesmo; no caso e na circunstância, eu é que não estava e dalgum modo contínuo positiva e indefinidamente, enquanto pessoa e por inerência enquanto homem, uns correspondentes e complementarmente positivos furos abaixo do paradigma pessoal, humano, vital e/ou feminino em causa.

            Dalgum resumido e para aqui sucinto modo, tendo-me tudo isto como que suscitado um auto ou intra conflito interno, por assim dizer de entre insegurança, instabilidade, indefinição, carência de autoconfiança, de auto estima e de amor-próprio _ a exigir-me prática e activa (auto)anulação; versos auto exigência, rigor, perfeccionismo, idealismo, positivismo e pró pragmatismo _ a exigir-me pró prática e activa entrega; em qualquer dos casos e (pró)subsistentemente com muito passivo e abnegado abandono pelo meio. No limite um conflito interno de essência maniqueísta, entre bem e mal, comigo a auto assumir-me como mal (negativo) e a procurar o bem (positivo) em quem externa e envolventemente mo suscitasse, procurando enquanto tal corresponder a este último exterior (positivo) em auto anulante detrimento de mim mesmo (negativo); o que em termos interpessoais, humanos, sociais e/ou por si só sexuais, me tornou dalgum referente, influente e consequente modo dependente do exterior, pelo menos do exterior que me inspirava e inspirava mais positivamente; ainda que e/ou até porque isso me tenha colocado prática, (inter)activa e funcionalmente distante desse mesmo exterior, enquanto tendo-me perdido natural, espontânea, positiva, prática e activamente de mim mesmo e/ou da própria vida. 

            O que me restou e/ou me resta? Desde logo e como melhor das hipóteses restou-me e resta-me (auto) respeitar-me e considerar-me a mim mesmo, tendo por base o melhor (mais positivo e/ou florescente) que o exterior suscita em e sobre mim, enquanto eu me auto assumo desconsiderantemente à altura do pior (mais negativo e/ou decadente)(*) exterior; em qualquer dos casos comigo prática, (inter)activa e funcionalmente distante de todo e de qualquer (positivo ou negativo) exterior, salvo se a partir, através e/ou para com esta minha pró vital, sanitária, descompressiva ou subsistente necessidade de expressão e/ou de existência própria, desde logo e inclusive de entre o melhor e o pior que o exterior suscita em e sobre mim, em qualquer caso como efectiva ou potencial parte pessoal, humana, vital ou universal de mim mesmo. Como seja, no para aqui resumido e conclusivo caso concreto, com esta minha pró vital, sanitária, descompressiva, subsistente, quando não mesmo maior, melhor e não raro até única forma (escrita) de expressão e de existência própria, aquém e além de todo e de qualquer exterior, ainda que e/ou até porque inspirada neste e para com este último, inclusive com o vital e inspiradoramente oposto factor feminino como grande fonte impulsionadora, do e para com o meu (pró) positivo melhor pessoal, humano, vital e/ou masculino próprio!

                                                                                  VB


            (*) Não necessária ou absolutamente por eu ser prática e activamente negativo ou decadente, mas desde logo e por exemplo devido a não me saber ou pelo menos durante muito tempo não me ter conseguido defender positivamente enquanto tal e por inerência face à própria negatividade e/ou decadência própria e/ou envolvente; por dalgum modo dizer, sou ou terei sido de todo mais positivamente inócuo do que negativamente activo, com todas as substanciais distinções que existam de entre uma coisa e outra! Ainda que e/ou até porque, ao menos, enquanto baseado no que e/ou em quem me inspira a tal, auto assumo-me acima de tudo como alguém pessoal, humana, vital e universalmente pró positivo, construtivo, criativo, produtivo, satisfatório e condigno! De resto, o simples facto de, como digo atrás, eu me ter auto assumido pela negativa, tem por um lado a ver com a necessidade de me (auto) defender, não necessariamente da minha activa negatividade, mas sim e acima de tudo da minha positiva inocuidade, inclusive auto provocando-me pró positivamente a mim mesmo enquanto tendo de auto sobreviver na e à minha efectiva ou potencial negatividade própria e/ou envolvente, que em qualquer dos casos auto assumo por e para mim mesmo, ainda que e/ou até porque respectivamente contrariando-a pró positivamente a partir de mim próprio. No caso um exercício que faço semi objectiva ou instintivamente por mim mesmo desde há muito (já décadas), mas que talvez a consubstanciar o mesmo, li recentemente algures e passo a transcrever, enquanto de filosófica origem oriental que: "quem vence outro é um vencedor, mas quem se vence a si mesmo é invencível!" _ que com tudo o que isso seja ou signifique pessoal, humana, vital e/ou universalmente, creio que estou neste último caminho!   

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