sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Difícil de entender

            Tenho andando suficientemente ocupado a tentar sobreviver, como para ter espaço, tempo ou disponibilidade geral para por si só escrever e se por inerente acaso vir aqui postar o que escrevo(*). Pelo que salvo excepcional disponibilidade e/ou que as circunstancias excepcionalmente ultrapassem a norma, levando-me a escrever e a expor excepcionalmente aquém e além da minha (in)disponibilidade corrente, de resto tenho mantido relativamente inactiva a minha necessidade de escrever e/ou de expor o que escrevo ao exterior. Mas num presente misto em que consegui alguma excepcional disponibilidade e em que por sua vez as circunstancias ultrapassam excepcionalmente a norma ou o que e como eventualmente deveria ser a norma, aqui fica mais um meu raciocínio, no caso acerca da situação política, económica e social nacional.

            O Dr.º Pedro Passos Coelho, actual Primeiro-Ministro da nação, apelou recentemente e mais uma vez a que nós concidadãos nacionais procriemos, para aumentar a crescentemente baixa taxa de natalidade nacional. O que em certa medida até posso entender e entendo, inclusive sub risco de em contrário deixarmos de existir geneticamente como povo e/ou identidade cultural própria. Mas ao mesmo tempo, num país como o nosso com uma brutal taxa de desemprego, de crescente precariedade laboral/salarial e de correspondente emigração(**), designadamente entre os mais jovens, tanto mais se mais jovens licenciados e/ou medianamente qualificados, inclusive enquanto estando eu mesmo ainda em idade de procriar, no mínimo me leve também a perguntar(-me): mais gente nova para quê? Nas circunstancias em causa, salvo se como profissão de fé, de resto só se for para criar geracionais hordas de gente faminta e analfabeta, que se acaso e como mão-de-obra barata e/ou até semi escrava sustentem certas e determinadas elites pseudo patrióticas, que por si só estas últimas não raro terminam vendendo ou hipotecando o país segundo interesses económicos, financeiros ideológicos e/ou outros, mais ou menos obscuros _ até porque se a outros níveis como dos negócio o segredo e/ou até a clandestinidade é a sua alma e/ou a essência, já ao nível político são os próprios políticos e inclusive governantes que, após eleitos democraticamente, já admitem com o maior despudor que mentem eleitoralmente para que o povo vote neles!

            E que por falar em gente faminta, em elites e em povo, diria ainda que li ontem mesmo algo como: “ O cardeal Cerejeira, amigo de Salazar, disse que o povo para ser humilde necessita passar fome”. O que enquanto proferido por uma eminência como um senhor cardeal e enquanto tal intemporalmente transposto do momento e contexto em que sua eminência o proferiu para os dias de hoje, me leva ainda a perguntar: quem é o povo, quem compõe o povo afinal? Seguramente que não eminências como o senhor cardeal, que arrogante, prepotente e de barriga cheia se referiu ao povo como algo ali ao lado e/ou ali em baixo, por si só exclusivamente ao invés da faminta(***) humildade que se exige ao povo ou que sua eminência recomendou para o povo!

            E assim, como sempre, “cá vamos andando”!

                                                                                              VB

            (*) Sendo que comecei originalmente a escrever e em regra escrevo, para tão só e/ou acima de tudo necessitar sobreviver!

            (**) Por já não falar nas muito diversas e transversais formas de injustiça social com base em "padrinhos e afilhados" e/ou em trocas de interessados favores individuais ou corporativos que pouco ou nada têm que ver com o todo nacional, publico e/ou universal; incluindo um Estado que ficou tão endividado e pobre que chega a ser uma verdadeira odisseia, indefinidamente adiada e/ou alargada no tempo fazer-se uma mera e prosaica reparação no tecto duma escola que deixa passar água quando chove, tal como de resto a reparação doutros edifícios públicos, como por exemplo esquadras de policia, mas aqui destaco os edifícios escolares que no fundo são aqueles que abrigam o contexto educativo oficial das (nossas) crianças.
            No aparte condensado no anterior parágrafo, que de resto já me arrependi de ter aqui acrescentado, a ponto de para não o apagar ter agora de acrescentar ainda que: em sequência do mesmo, pode parecer que sou um materialista, o que não creio ser, se acaso até bem pelo contrário, inclusive procuro há muito a felicidade de dentro para fora e enquanto tal não necessária e sob muitos aspectos mesmo absolutamente dependente de bens materiais _ aquém e além dos indispensáveis, segundo as necessidades de subsistência ou de vida diárias. O problema é que a própria sociedade global é profunda e essencialmente materialista, havendo na sequência sempre o afã duma parte da sociedade, se acaso explorar mais ou menos indiscriminadamente as mais elementares carências materiais doutra significativa ou mesmo maioritária parte da sociedade, precisamente em nome dum eterno ciclo de pró lucro, vezes lucro, mais lucro económico/financeiro (materialista). Seja que não me importa tanto se uma criança para verdadeira e substancialmente aprender o que necessita, o faz numa palhota em África e/ou se no mais moderno e sofisticado edifício Ocidental, desde que o global contexto sociocultural e material em que a criança se integra seja equitativo ao local onde a mesma é educada oficialmente; pelo que o problema é quando não há uma prosaica verba financeira (material) para reparar o tecto duma escola, como algo absolutamente fundamental para umas boas condições pró educativas das crianças, em especial num contexto sociocultural e material como o ocidental e global modo geral em que a norma diária é falar-se de milhares de milhões de fundos financeiros (materiais) para aqui e para ali _ muitas vezes não se sabe muito bem com que princípio, meio e/ou fins! No fundo e para não me distender demasiado em algo que tem muito o que se lhe diga, acrescentaria tão só que eu mesmo cheguei a ser profundamente feliz na pobre material, porque outros genéricos e substancias valores se levantavam; mas cheguei a sentir-me profundamente infeliz perante a descriminação social e/ou até exploração por parte dalguns seres humanos sobre a pobreza material doutros seres humanos. E com isto tão pouco me refiro a uma dita luta de classes, já que e mal seria que assim não fosse, ainda há e de resto estou seguro sempre haverá gente com poder económico/financeiro (material) que reúne e respectivamente utiliza esse poder com base nos e para com os mais positivos, condignos e universais princípios, meios e fins; pelo que refiro-me sim a justiça e/ou a ética e moral económica, financeira, social, política e/ou existencial modo geral por parte de todos e de cada qual ou pelo menos da global maioria de todos e de cada um de nós humanos que compomos a sociedade global e de cada país e/ou cultura local em particular. Espero com isto ter-me feito minimamente entender!     

            (***) O que o povo necessita é de educação, de cultura e de sabedoria universal para ser positiva, vital e livremente humilde; a  fome pode servir e serve essencialmente para o povo ser básica, imediata e dependentemente subserviente, por exemplo a elites que segundo tudo leva a crer, sua cardinalíssima eminência parecia arrogar-se de pertencer _ aquém e além do verdadeiramente humilde povo de Deus!

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