terça-feira, janeiro 20, 2015

Liberdade

            Sinto-me cansado para continuar a rever, corrigir e complementar o seguinte, sendo que inclusive tenho alguma urgência em publicá-lo, porque já o escrevi há dois dias e não quero mais adiar expô-lo, pelo que tal como se apresenta de momento:

            Li numa legenda da série de ficção televisiva: “Nikita”, a frase muito real, que não me saiu da cabeça e que subscrevo em absoluto: “A liberdade é assustadora porque só respondemos a nós mesmos!

            A partir do que e por mim mesmo não quero ou não posso deixar de acrescentar que a Liberdade é de facto ilimitada, que não há nem pode haver limites, sequer os mais ínfimos limites à liberdade sob pena de enquanto tal passar a ser qualquer outra coisa que não liberdade. Agora o que a liberdade tão pouco é, nem sequer pode ser é inconsequente. E precisamente ai entra o medo, porque enquanto tal a liberdade exige um constante e permanente esforço de auto e extra conhecimento, por si só de auto gestão própria perante e para com o exterior, com toda a complexidade inerente ao paradoxo existencial subjacente a todos e a cada qual, por si só à vida e ao universo enquanto tais, com mesmo dito paradoxo existencial com sua máxima expressão na maniqueísta luta entre bem e mal _ onde de resto entram as religiões, as gestões políticas das sociedades , etc., em qualquer dos casos com infindas e permanentes potencialidades de entre bem e de mal e/ou vida e morte, em cuja descrição não vale a pena agora aqui contextualmente entrar, além de que duma ou doutra forma todos conhecemos essas potencialidades, inclusive no nosso próprio intimo, por já não falar na experiência vivencial própria de cada qual e/ou por observação da experiência vivencial envolvente em que não raro essas potencialidades se concretizam prática e consequentemente em efectivo.
            Sequência de que no e para o presente contexto, o que mais substancialmente pretendo ou acima de tudo necessito dizer é que precisamente do medo colectivo da liberdade nascem, crescem e se sustentam todo o tipo de opressões/repressões (políticas, religiosas, sociais, culturais e existenciais modo geral), na respectiva medida em que a maioria de nós ignora tanto os caminhos da liberdade e respectivamente teme tanto a liberdade que na sua expressão mais ligeira necessitamos de ilusão como fuga à realidade, inclusive e acima de tudo como fuga ao peso da liberdade responsável, consequente e realmente plena; com respetiva dita fuga de entre outras possíveis expressões, com por exemplo decadente expressão no vicio, desde logo no vicio do consumismo, da possessão material desenfreada, etc. em detrimento da riqueza interior e/ou da crescente possessão de verdadeira sabedoria de vida pró positivo e livre bem comum; pois que já na sua expressão mais pesada da necessidade de ilusão como fuga à realidade, necessitamos permanentemente dum Pai, designadamente duma hierarquia política, religiosa, social, cultural e/ou existencial que nos dirija, nem que seja opressiva/repressivamente. De entre o que cujo problema não está em absoluto em toda e qualquer hierarquia, desde que esta em positiva e universal consonância com as Universais e por si só livres leis da vida, designadamente contribuindo para que cada qual encontre o seu próprio, positivo, consciente, esclarecido, responsável e consequente cominho de vida em verdadeira liberdade, mesmo que e/ou até por em determinada medida tendo por base o exemplo e/ou a supervisão das hierarquias superiores, desde que estas últimas abertas à vida, em última instância e nos casos em que isso democraticamente se aplique abertas à naturalmente livre rotatividade hierárquica segundo exijam as circunstancias e/ou as por si sós democraticamente livres bases sociais que em si mesmas justificam e sustentam as respectivas hierarquias superiores; pelo que o problema esteve, está e enquanto tal estará sempre em quando as hierarquias, seja qual for o seu teor (político, religioso, etc.,), se auto assumem a elas mesmas como a única, indiscutível e/ou inquestionável verdade e/ou autoridade, se enquanto tal fazendo-o de forma opressiva/repressiva sobre as massas sociais, por norma em nome de unilaterais feudos, etnias, ideologias, teorias, interesses, etc., inerentes às próprias hierarquias superiormente instituídas ou auto instituídas, aquém e além do universal bem comum e/ou da verdadeira liberdade responsável e consequente de todos e de cada qual, desde logo das massas sociais, tendo por incontornável base e liberdade individual que constitui as massas. Sendo que por medo da liberdade não raro até as hierarquias e os seus respectivos regimes políticos, religiosos, sociais, culturais ou existências de fundamento opressivo/repressivo terminam sendo aceites ou pelo menos tolerados pelas massivas bases sociais que enquanto tal temem mais a liberdade do que a paternal opressão/repressão que as dirige ou subjuga, na circunstancia e como não raro em paradoxal nome da liberdade, das massas. Pelo que salvo essa opressão/repressão se torne ela mesma tão assustadoramente perversa/controversa para a generalidade dos seus, por assim dizer, massivos súbditos, de resto a mesma tende a perpetuar-se perante o medo maior de todos e de cada qual com relação à própria, verdadeira e incondicional liberdade. Sendo que a liberdade é ilimitada e incondicional como só pode e deve ser, ainda que e/ou até por enquanto naturalmente balizada, à partida e à chegada, desde logo por uma coisa que vital, universal e/ou divinalmente se chama Bom senso _ não será por acaso que tendo todos e cada um de nós a permanente e consequente liberdade para por exemplo sairmos a agredirmo-nos e/ou a matarmo-nos indiscriminadamente uns aos outros, por si só ao próximo, no entanto e salvo excepcional anomalia sanitária, vital ou existencial de quem individual ou colectivamente o possa concretizar e por vezes constatável, comprovável e lamentavelmente concretiza em efectivo, de resto e por vital, universal ou Divinal maioria de sanitária e sensata razão não o fazemos de facto.
            Pelo que em contextualmente sucinto resumo diria e digo que as massas de que eu mesmo sou parte integrante, em regra temem tanto ou mais a liberdade do que a própria opressão/repressão, se acaso até temem mais a liberdade do que a própria guerra e/ou o terrorismo, etc., desde que estas últimas pérfidas dimensões anti-liberdade e no limite até anti-vida, sejam incentivadas e praticadas precisamente em nome das massas, em última instância em nome da própria liberdade e vida das massas, aquém e além de verdadeiramente o serem ou não, o que em contextos opressivos/repressivos e no que liberdade em concreto respeita nunca são em efectivo nome da verdadeira liberdade, porque neste último caso o que acima de tudo se pretende é auto perpetuar opressiva/repressivamente o poder das elitistas hierarquias superiores opressiva/repressivamente instituídas, com base no medo da liberdade por parte das grandes massas sociais. Dai eu dizer com suprema relação a Deus que este último enquanto tal é de facto Um, agora o que há são muitas unilaterais teorias e interesses com correspondentes hierarquias a digladiarem-se em nome deste universal e multifacetado único Deus, mas em efectivo e unilateral favor de cada uma dessas mesmas teorias, desses mesmos interesses e correspondentes hierarquias, não raro de base e de finalidade opressiva/repressiva. O que de resto funciona tão perfidamente mais e melhor quando e enquanto assente no medo das massas, desde logo com relação à liberdade de eleger entre todas e cada uma dessas teorias, desses interesses, dessas hierarquias, etc., e/ou até de entre nenhum/a da/os mesma/os, podendo em alternativa e se com devida lucidez e correspondente autoridade propor cada qual de forma responsável e consequentemente livre a sua própria teoria, interesse, hierarquia, etc., perante e para com o todo envolvente que não menos esclarecida, responsável e livremente aceita ou não essa/s proposições, designadamente e acima de tudo em nome e em proveito do efectivo e universal bem comum, desde logo de entre as mais diversas teorias, interesses, hierarquias, etc., legitimadas pela própria e verdadeira liberdade universal ou por si só sensatamente Divinal _ na circunstancia com toda e qualquer substancialmente esclarecida, responsável e livre proposição e/ou eleição sob uma concreta designação: Liberdade Democrática.
            De entre e para com o que dar um exemplo muito básico, primário e até mesmo rudimentar de verdadeira e incondicional liberdade e suas respectivas consequências está por si só o exemplar facto de cada qual ser literalmente livre de bater com a própria cabeça na parede, mas enquanto tal não poderá jamais evitar a respectivas consequências dai derivadas! O que é extensível a tudo o literalmente mais desta e nesta vida, sendo que a coisa se complica algo mais e mais por quanto existe a liberdade do outro e/ou do diverso e quando estes na sua consequente liberdade se chocam de entre si, tendo neste último caso de por norma se encontrar o mais justo meio-termo possível _ onde por exemplo e se em última instância pró justa entra o direito jurídico/legal, especialmente se de base pró democraticamente livre; ao invés doutro exemplo em que designadamente a liberdade dum nem sequer se chega a chocar com a liberdade do outro porque simplesmente não há liberdade e todos obedecem unilateral e no limite bovinamente a uma só opressiva/repressiva ordem (política, religiosa, social, cultural, etc.,), independentemente da universal, multilateral e multidimensional liberdade Divina/Universal que deixa em aberto a possibilidade de todos baterem livremente com a cabeça na parede, cuja consequência é incontornavelmente igual para todos salvo que uns em absoluta, natural e sanitária maioria não batamos de facto com a cabeça na parede e eventualmente outros de todo parcial e insanamente minoritários sim que o façam e mas de entre estes últimos ainda há diversas variantes no que a consequência respeita, desde logo de entre quem bate com a cabeça ter a cabeça mais ou menos dura e/ou de bater com mais ou menos força, agora a liberdade de partida e de chegada é literal e ilimitadamente a mesma para todos. Desde logo não se podendo nem devendo é forçar de fora para dentro ou de cima para baixo quem quer que seja a bater com a cabeça na parede, ainda que livremente até essa mesma possibilidade esteja sempre em aberto, tal como de resto para quem forçar e para quem bater com a cabeça na parede.
            O que na sequência e por mim mesmo falando não quero em absoluto perder a liberdade de designadamente bater ou não com a própria cabeça na parede e/ou que se no caso de o fazer poder também faze-lo com a livre força ou intensidade que me muito bem se me dê fazê-lo; ainda que com relação a este para aqui meramente figurativo caso de bater com a cabeça na parede, enquanto possibilidade de efectiva concretização do mesmo, pedindo eu também livremente a Deus que jamais me falte com a lucidez de desde logo saber objectivamente de antemão quais as consequências de o fazer, além de que tão pouco me falte jamais com a sanidade de escolher sempre não o fazer e se por eventual sanitário acaso evitar que outros insanitariamente o façam, porque a minha auto reserva à liberdade de o poder fazer por mim mesmo, não implica, nem invalida que na medida do possível e pró vital, sanitária ou subsistentemente eu procure impedir que outrem insanitariamente o faça e/ou vice-versa da parte doutrem com relação a mim, porque precisamente a natural e sanitária regra do Bom senso deve hierarquicamente prevalecer sobre a anti-natural e insana atitude de bater com a cabeça na parede, por mais literal liberdade de partida que se tenha para tal; de resto se se quer de facto bater com a cabeça na parede enquanto tal não se deve implicar outrem em tal facto, porque a liberdade de cada qual insanamente o poder fazer, não pode nem deve comprometer a liberdade de cada qual sanitariamente o evitar ou pelo menos de o tentar evitar no outro _ neste caso como bom exemplo duma hierarquia natural, que é a hierarquia da sanidade sobre a insanidade, independentemente dos envolvidos quer pela vertente da sanidade quer da insanidade, em que por exemplo não é por uma pessoa ser hierarquicamente inferior perante outra em termos sociais, que a primeira vai sanitariamente permitir que a segunda bata insanamente com a cabeça na parede, dada a sanitária hierarquia natural da sanidade sobre a insanidade; versos não raro hierarquias humanas artificialmente instituídas, de forma opressiva/repressiva ou pelo menos traiçoeira sobre as bases políticas, religiosas, sociais, culturais e existenciais humanas, por norma em propagandístico nome do bem comum, mas na prática em efectivo e unilateral favor dessas mesmas artificiais hierarquias superiores e/ou dos seus ideais, por mais insanos que esta/es sejam. Em qualquer caso e de qualquer modo com o medo das massas face à liberdade, a sustentar o status das não raro mais pérfidas hierarquias humanas/sociais artificial e/ou opressiva/repressivamente instituídas.
            Responsável, consequente e livremente:
                                                                                                                VB             

A Vós

            Nesta minha, designada e paradigmaticamente escrita, forma de ser e de estar que vou abster-me de auto definir, deixando ao critério de cada qual essa mesma definição, mas que desde logo deriva de auto reconhecida carência de confiança, de estima e amor-próprio, versos exigência, rigor e perfeccionismo; com intermédio resultado prático num meu rotundo fracasso interpessoal, social e curricular escolar, com subsequente extensão ao nível profissional, sentimental e social modo geral. Tudo tanto mais ainda assim quanto numa sociedade, numa cultura e/ou numa civilização dominada, instrumentalizada ou que tão só baseada no dinheiro, no possessivo materialismo económico/financeiro, quando eu jamais tive capacidade ou sequer vocação para ganhar e/ou para gerir dinheiro, aquém e além de ao nível da mais imediata subsistência básica e ainda assim muito esforçada e rudimentarmente; além ainda dum outro e simplesmente mais radical lado da sociedade, da cultura ou da civilização humana, enquanto lado este último pejado de potencias ou efectivos fundamentalismos profunda ou mesmo absolutamente abjectos; mas tanto mais ou pior ainda quando eu procuro ser o mais franco e recto perante a vida (o próximo, a sociedade, etc.,) ou em alternativa nem sequer existir prática, (inter)activa e funcionalmente; de entre o que segundo o momento, as circunstancias e/ou os interesses envolventes, particularmente ao nível da franqueza e da rectidão, estas ultimas chegam a ser vistas ou perspectivadas como tudo menos como tais. Inclusive perante interesses que se chocam e de entre os quais já me cheguei a ver influente e consequentemente envolvido, na subsequente circunstancia ambas as partes, por assim dizer em confronto, ficaram mal comigo e/ou eu mesmo fiquei mal perante as mesmas, por eu ter cortado ou pelo menos tentado cortar franca e rectamente a direito, desde logo não me colocando unilateral ou incondicionalmente dum lado nem doutro, quando o que pelas partes se me exigia era: “ou estás por mim (nós) ou estás contra mim (nós)” e eu só me interessava e interessa é ficar de bem, em Paz com a minha consciência por si só e para com o exterior, dependente ou independentemente de ficar bem ou mal com esta, com aquela, com a outra ou nenhuma das unilaterais partes em confronto por si sós e/ou para comigo; nesta global conjuntura diria e digo que estou mais (pró) condenado do que (pró) aprovado quer social, quer civilizacional, quer inclusive existencialmente. Com apenas uma pró existencial ressalva, de que por si só e apesar de ou até por tudo deriva esta minha pró vital, sanitária ou subsistente existência escrita, que é o facto de que enquanto me restar o mais mínimo raio de Luz a que me agarrar, natural e até instintivamente não deixarei de o fazer e desde logo houve, há e enquanto tal creio jamais deixará de existir um raio de Luz, inclusive e por si só múltiplo, que foi e enquanto tal é e será o raio de Luz derivado das pessoas de quem eu particularmente gostei e gosto e/ou que verdadeiramente gostaram e gostam de mim, ao que a esta última acepção em especial acrescentaria mais uma reiterada vez que: apesar de e/ou até por tudo da minha parte perante e para Convosco, todos e todas Vós com quem eu mais directa e pessoalmente alguma vez interagi!

            Pelo que em qualquer caso e a todos e todas Vós que particularmente me Iluminam a existência, a começar na família mais próxima e/ou querida; passando pela amizade ao menos ao presente nível virtual já que por motivos mais ou menos implícita ou explicitamente óbvios, designadamente ao nível da minha auto gestão inerente, no dia-a-dia não faço o culto da amizade presencial, interactiva e funcional prática; com extensão ainda a pessoas que umas eventual e outras seguramente jamais conhecerei pessoal/presencialmente; sem tão pouco e inclusive cima de tudo esquecer a vida natural de que por si só humanamente derivamos, de que somos partes integrantes e de que dependemos; em todo e qualquer dos unilaterais ou conjunturais casos em questão, na subsequente e como imagino minimamente constatável circunstancia aqui me dou de todo mais com base no muito que já recebi e continuo indefinidamente a receber de Vós, do que própria ou absolutamente como um meio e/ou uma forma de interacção pessoal, social ou existencial Convosco, até porque enquanto tendo eu entretanto perdido toda e qualquer minha possível ou efectiva Luz própria, só consigo minimamente reflectir o brilho da vossa Luz incidente em mim.
            Pelo que agradecido pela vossa Iluminação em e para mim, este é o respetivo reflexo que a minha ainda que pró luminosa e vital, mas resumida e circunstancialmente cinzenta ou subsistente existência própria, de momento vos pode, deve ou consegue retribuir.
                                                                                              VB

sábado, janeiro 17, 2015

Reflexão introspectiva/circunspectiva

Bem! Eu tenho por aqui defendido que a caricatura e/ou a sátira humorística nos levam ou pelo menos devem levar a reflectir introspectiva/circunspectivamente, desde logo a acerca das nossas por si sós caricaturizáveis e/ou satirizáveis asneiras e barbáries humanas.

Mas parece que tenho de dar a mão à palmatória, porque não é uma ou até diversas publicações que efectuam caricatura e sátira humorística, que incluindo-me a mim mesmo, a esmagadora maioria da população em regra não lemos ou em muitos casos nem sequer sabemos ou queremos saber que existem. Pelo que no caso, não defendendo eu em absoluto o terrorismo, bem mesmo pelo contrário, no entanto na anterior base tenho de concordar que faz mais não só pela caricatura e pela sátira humorística, como também e acima de tudo pela reflexão ou pelo menos pela pró reflexão introspectiva/circunspectiva um só atentado terrorista do que toda e qualquer publicação de caricatura e/ou de sátira humorística. E não estou em absoluto a ironizar, estou a constatar um facto, que os meios de comunicação social em associação aqui às redes sociais afirmam e reafirmam na prática uma e outra vez.

Pelo que não dizendo em absoluto que viva o terrorismo, bem mesmo e reiteradamente pelo contrário, nem sequer que viva a própria caricatura e/ou sátira humorística, acima de tudo digo: Viva a reflexão introspectiva/circunspectiva, que eu mesmo já faço ou procuro fazer desde há muito, aquém e além de terrorismo e/ou de caricatura e sátira humorística.

                                                                                                                        VB

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Irónico

É irónico que tendo morrido indescritivelmente mais pessoas nos atentados de Nova York, de Madrid e em muitos outros pontos do globo, em qualquer dos casos às mãos dos radicais islâmicos e mas repentinamente parece que uma determinada publicação, por si só símbolo da liberdade democrática esteja a ter não só mais eco em si mesma, como até mais repercussões no status democrático ocidental e pró futuro do que qualquer um outro atentado anterior e eventual ou seguramente futuro em qualquer outra parte do mundo às mãos dos mesmos ditos radicais islâmicos.

É caso para ironicamente dar os parabéns a esses mesmos radicais, na medida em que parece que finalmente acertaram no alvo certo da sua luta de entre outras coisas contra toda e qualquer forma de liberdade democrática. A partir de que só cabe equitativamente esperar que tenham acertado em cheio também no alvo do que os vai fazer engolir o seu próprio radicalismo!...

A partir de que gostando-se e simpatizando-se ou não com a publicação Charlie Hebdo em concreto e/ou similares, no entanto em Estados e respectivos Povos verdadeiramente democráticos, desde logo os possíveis abusos de liberdade estão previstos na lei democrática, tanto mais se para um meio de comunicação publica, como por exemplo uma publicação de caricatura e/ou sátira humorística, que curiosamente toca o ridículo, o desastroso e/ou o bárbaro de todos e de cada um de nós individual e colectivamente. Talvez ou seguramente por isso há tanta gente tão ou mais contra a publicação Charlie Hebdo e subsequentemente similares do que ou quanto com relação aos buçais radicais que atacaram esta última.

O que subsequentemente a mim me leva a dizer que quem está contra a publicação Charlie Hebdo sem mais e/ou face ao ataque de que a mesma foi alvo, com todas as suas causas, efeitos e consequências: ou é cobarde; ou é democraticamente cínico e hipócrita; ou é simplista, populista e pseudo moralista; ou tem interesses/instintos mais ou menos radicais mas desde logo tão fundamentalistas quanto os dos fundamentalistas islâmicos e/ou então está simplesmente perdido de entre tudo isto; em qualquer caso aquém e além de se gostar ou não da publicação em causa, porque a própria democracia tem em si mesma implícito e explicito o direito de se gostar ou desgostar e até de concordar ou discordar disto ou daquilo outro; o problema é que parece que cavalgando a onda dos atentados de Paris às mãos duns fundamentalistas radicais, especialmente se contra a publicação em causa, como se ditos fundamentalistas radicais não atacassem inclusive de forma indiscriminada uma infinidade doutros alvos quer na Europa quer no Mundo, fazendo com o que esteja em causa seja que em pseudo nome da luta contra a fundamentalismo religioso (islâmico) muitos outros efectivos ou potenciais fundamentalismos e fundamentalistas, no caso europeus e ocidentais em geral espreitem a oportunidade de emergir e de se afirmar!

Que viva a democracia e desde logo a própria vida,  abaixo todo e qualquer tipo de radicalismo opressivo e mortal _ ainda que e/ou até porque a morte esteja subjacente à vida, o que custa e/ou não se pode mesmo aceitar é que uns seres humanos decidam mais ou menos arbitraria e indiscriminadamente sobre a vida doutros seres humanos e neste último caso refiro-me auto criticamente também a nós ocidentais face a outras culturas e/ou a nós mesmos...

                                                                                                                 VB

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Bom senso

            Se acaso perdoe-se-me a presunção de achar que vou analisar os seguintes e delicados factos à Luz da sensibilidade, da inteligência e/ou por si só do bom senso, como seja sem obscura e/ou unilateral precipitação, fundamentalismo e menos ainda radicalismo algum. 

            Para com o que antes do mais digo que eu mesmo não gosto em absoluto que se brinque, que se faça humor ou se satirize de forma pejorativa, vã ou por si só ofensiva, desde logo com relação à  minha família, à bandeira ou ao nome do meu país, à cultura do povo a que pertenço, etc..
            Mas, não só compreendo, como até aceito e inclusive aprovo que se caricature e satirize humorística, sensível, inteligente e por si só pró positivamente o que ou quem em nome dum símbolo religioso, nacional, cultural, familiar etc., cometa os maiores disparates e/ou mesmo as maiores barbaridades _ como por exemplo os radicais religiosos entre outros. Desde logo e para não falar doutros, a começar e terminar por mim mesmo, não só não me importo, como até agradeço que se com sensibilidade, inteligência e bom senso se me caricature ou satirize a mim mesmo, por sempre e quando eu cometa asneiras, pior se barbaridades por mim mesmo ou pior se em nome da minha religião, do meu país, da minha cultura, da minha família etc. designadamente pelo que e como eu aqui escrevo na medida em que o mesmo esteja ou possa estar positiva, vital e/ou Universalmente errado(!?); em que se para mais circunstancial, contextual ou plenamente cumprir com essa caricaturaização ou satirização tem de se pegar e utilizar o símbolo em nome do qual, no caso como eu aqui faço-o em nome do Bom senso, possa cometer ou em efectivo cometa disparates ou barbaridades então que assim seja e que se pegue também nesse símbolo para caricaturizar e/ou satirizar a(s) asneira(s) e/ou a(s) barbaridade(s) que, no caso, eu cometa ou esteja a cometer em nome desse mesmo símbolo, porque assim deve ser, até porque enquanto tal e por mais paradoxal que pareça ou que efectivamente seja, quando tendo de se utilizar o símbolo maior (religiosos, político, social, cultural, etc.) na caricatura e/ou na sátira humorística para devidamente enquadrar contextualmente esta última, com relação ao que ou a quem não faz a melhor ou até faça a pior utilização em nome do símbolo maior, o que leva a que em vez de ser a caricatura ou a sátira humorística a estar a ofender o símbolo, está-se sim dalgum modo a defendê-lo face a quem em nome do símbolo não faz as melhores e se acaso até faz as piores utilizações possíveis, desde logo face à essência do próprio símbolo e enquanto tal ofendendo paradoxalmente o mesmo _ como o caso dos radicais fundamentalistas religiosos entre outros.
            Pelo que excluindo as pretéritas caricaturizações e/ou satirizações da publicação Charlie Hebdo em concreto, porque simplesmente não as conheço em objectivo e nem aos seus respectivos fundamentos. Mas pegando nesta última e no caso primeira publicação de Cherlie Hebdo após os bárbaros atentados de que foi alvo, diria e digo que este último numero da publicação, mais concretamente a sua capa com o cabeçalho: “Tout est pardonné” e a subsequente imagem do profeta Maomé em lágrimas empunhando um dístico com a expressão: “Je Suis Charlie”. Da minha perspectiva cumpre com todos os requisitos do que deve ser uma publicação que tem por base a caricatura e a sátira humorística e se acaso também de pesar inteligente, sensível e pró positivamente com bom senso _ aquém e além ainda da Divina coragem de quem na circunstância o faz, faça à de todo em todo desproporcional ameaça das armas.
            A partir de que se houvesse verdadeira e genuína inteligência, sensibilidade e bom senso da parte dos fundamentalistas radicais, no caso islâmicos, mas também quais queres outros; além de enquanto tal deixarem de ser insensatos fundamentalistas radicais, na circunstancia teriam de todo mais a pró positiva, vital, universal e se acaso divinalmente a aprender com a caricatura e a sátira humorística inteligente, sensível e de bom sendo do que combatendo-a só porque sim, pior se combatendo-a bárbara e desproporcionadamente, no não raro cobarde e homicida/suicida poder das armas, porque a mesma toca nos seus (nossos) próprios podres pessoais, humanos, sociais, culturais, políticos, religiosos ou quais quer outros!....
            Mas precisamente nesta última acepção está para mim o busílis da questão que é o facto da caricatura e/ou da sátira humorística tocar precisamente no que nos é mais caro, quer estejamos certos ou errados, que não raro mesmo profundamente errados! Tudo tanto pior quando a caricatura e/ou sátira humorística de base ou de expressão pública aberta e alargada toca precisamente as personalidades ou as instituições com expressivo e/ou vinculativo poder religioso, político, social, cultural e afins, logo se esses poderes e/ou quem os exerce e representa, forem mais fundamentalistas, absolutistas e/ou radicais, em suma execráveis, um dos e enquanto tal profundamente caricaturáveis e satirizáveis resultados para com os autores da caricatura e/ou sátira humorística pode ser e no caso foi o que sucedeu aos responsáveis pela publicação Charlie Hebdo; já se ditos representantes ou executores dos diversos poderes em causa forem mais abertos, pluralistas e tolerantes, em suma inteligentes, um dos e enquanto tal profundamente respeitáveis e elogiáveis resultados seria reflectirem introspectiva e circunspectivamente em sequência da caricatura e/ou sátira humorística face às desastrosas ou mesmos barbaras acções ou inacções dos representantes e/ou executores dos diversos poderes em nome dos seus correspondentes símbolos. Só que esta última acepção, relativa a reflexão instropectiva/circunspectiva, exige algo que desde logo quase literalmente ninguém gosta muito e/ou mesmo nada que é colocar-se a si mesmo e às suas ideias e convicções em causa, tanto pior se sem abdicar consequentemente dessas mesmas ideias e convicções, no fundo é fazer o combate de entre o efectivo ou potencial melhor e o pior inerente a todos e a cada um de nós, às nossas ideias, convicções, etc., no nosso próprio intimo, o que é algo tão mais literalmente inviável quanto ao nível de intolerantes fundamentalistas e radicais religiosos, políticos, sociais, culturais ou existenciais modo geral.
            No meu caso pessoal e na medida do possível sem prejuízo do direito à auto defesa, desde logo ao natural e Divinal direito ao instinto de pró vital, subsistente e/ou justa auto defesa, inclusive em sequência do presente estou não só responsável e consequente, como acima de tudo pró positiva e reflexamente aberto à critica coincidente ou dissidente comigo, inclusive à caricatura e à sátira humorística, no caso concreto enquanto tendo eu escrito ou estar ainda a escrever o presente em pró luminoso nome do Bom senso  
                                                                                              VB   

sexta-feira, janeiro 09, 2015

"Je suis Charlie"

Com base na premissa "Je suis Charlie", em sequência da que eu mesmo já escrevi e aqui partilhei, associado ao facto de que entretanto quer nas redes sociais quer nos meios de comunicação social, eu já ter lido e  escutado muito ao respeito, de diversas e não raro antagónicas perspectivas; pelo que ainda que na minha deficiente dificuldade de expressão em geral e com relação a factores tão complexos em concreto, no entanto e por mim vou tentar ser mais claro do que nunca ao dizer: 

O que está na origem e vem em sequência de "Je suis Charlie" é social, política, ideológica e desde logo religiosamente muito sensível e complexo, quer por parte de cada um os anteriores factores por si sós quer acima de tudo pelo global conjunto dos mesmos. Pois que desde logo e por mais não dizer haverá aproveitamentos ou tentativas de aproveitamento, não necessariamente universalista porque esse é um aproveitamento muito legitimo, mas sim de aproveitamento corporativista por parte das mais diversas facções (políticas, religiosas, ideológicas, etc.) em causa em seu unilateral proveito próprio.
Pelo que aquém e além do que eu mesmo já escrevi e comentei ao respeito, mais do que já escutei e li da parte doutrens, tudo o que se possa dizer a este mesmo respeito será sempre pouco e à vez potencialmente demasiado, salvo que em qualquer caso se diga ou escreva da forma mais universalmente plural, desde logo e ao invés dos fundamentalistas fazendo-o duma forma aberta à discussão, ao contraditório, se acaso à própria sátira!
A partir do que não me excluindo desde logo a mim mesmo do efectivo ou potencial pior da vida e da própria humanidade e mas tão pouco do efectivo ou potencial (pró) melhor da vida e da própria humanidade e que tendo por base que os atentados terroristas que deram origem a “Je suis Charlie” têm uma origem pseudo religiosa por pare de quem os praticou e de sátira política, social e religiosa por parte de quem foi alvo dos mesmos, devo ainda acrescentar que, aquém e além de se começar a misturar política e religião, porque alegadamente a publicação Charlie Hebdo tinha um cariz de esquerda política logo passível de correspondente contraditório pela respectiva direita política, em qualquer caso perante o intocável dogma religioso Islâmico ou qualquer outro. Seja que a publicação Charlie Hebdo, além de sujeita às universais regras legais da sociedade em que se insere, teria e se enquanto tal terá sempre naturais detractores e/ou contrários, sendo que isso ainda não escutei nem li alguém a colocá-lo em dúvida, até porque o mesmo é naturalmente assim. Pelo que mais substancialmente teremos de pegar pela vertente do intocável dogma religioso. O que tendo infinitas ou pelo menos indefinidas potencialidades descritivas e/ou interpretativas, no meu pessoal caso concreto e com base na minha experiência vivencial própria e mas também do que me envolve, sempre aberto à discussão e ao contraditório, digo muito resumidamente:
_ Sem prejuízo do seu positivo inverso, algumas das pessoas mais mesquinhas, egoístas, vaidosas, arrogantes, prepotentes, invejosas, cínicas, hipócritas, intriguistas, por si só ignorantes e maldosas que já conheci foram e/ou são religiosas convictas e praticantes, designadamente da religião católica que é a que melhor conheço. Tal como respectivamente sem prejuízo do seu negativo inverso, algumas das pessoas mais magnânimes, altruístas, despretensiosas, simples, plurais, abertas ao próximo e ao diverso, coerentes, apaziguadoras, por si só sábias e benevolentes foram e/ou são pessoas ateias ou pelo menos religiosas não praticantes.
A partir de que cada qual que retire as suas devidas conclusões e se acaso me critique, me contradiga, me satirize e/ou se pela inversa me subscreva, me apoie, me considere; porque em qualquer caso o meu único ou grande dever é ser o mais positivo por e para comigo mesmo, perante e para com todos os demais, quer estejam por mim ou contra mim!...  
E mas que até por esta minha positiva minha abertura ao outro, inclusive ao diverso, tenho de dizer uma e outra indefinida vez "Je suis Charlie", precisamente pelo que esta expressiva frase passou desde um primeiro momento a simbolizar, como seja responsável e consequente Liberdade de expressão, política, religiosa e/ou existencial. De resto uma Liberdade tão mais responsável e consequente quanto as vitimas do massacre de Charlie Hebdo, que sabendo objectivamente os riscos que corriam, não deixaram no entanto de convictamente os correr até ao limite, que no caso foi o que se viu(!...), quer se concorde ou não com a ideologia e/ou as práticas por detrás desses riscos, mas que em qualquer caso essas práticas não mataram quem quer que fosse, pelo contrário estavam elas mesmas abertas a serem criticadas ou contraditas enquanto tais, ao invés dos fundamentalistas religiosos ou outros a quem tudo e todos têm incondicional e primariamente de se vergar.  
                                                                                                                                             VB

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Liberdade democrática (pró justiça) vs fundamentalismo opressor (pró criminoso)

             Episódios brutal e indescritivelmente criminosos/terroristas, como os ocorridos em Paris às mãos duns auto proclamados “fundamentalistas islâmicos” devem ser combatidos na justa medida da sua ameaça e das suas respectivas consequências práticas.

            De entre o que pessoalmente espero que tal combate não se processe às custas da Liberdade democrática, desde logo não se caindo no tentador jugo de combater fundamentalismo com mais fundamentalismo. Seja que deve combater-se, no caso o fundamentalismo islâmico ou qualquer outro de forma determinada e implacável, com os respectivos meios e as armas democráticas proporcionais à ameaça e às suas consequências em causa.
            E desde logo enquanto mero cidadão, começo eu mesmo por fazer responsável e consequentemente esse combate na medida das minhas capacidades próprias e que a democracia me permite e se acaso até me exige, o que na circunstancia é dizendo livre e democraticamente que:
            _ Gente como estes sr.es fundamentalistas islâmicos que em nome de “””Deus””” oprimem o seu próprio povo, mais especificamente oprimem e em muitos aspectos até violam/mutilam o género feminino a níveis inauditos e paralelamente a isso ainda se predispõem a matar e a morrer indiscriminadamente como supostos “”“mártires”””, em nome de enquanto tal serem recebidos no “””Paraíso””” por uma série de “””Virgens””” para cada um desses mesmos “””mártires”””(*); só pode mesmo ser gente com um sentido de Justiça, de Deus e/ou de Vida absolutamente distorcido, doentio, egoísta, machista/paternalista, no limite profundamente criminoso e em suma pouco ou nada condicente com toda e qualquer positiva fé no que ou em quem quer que seja, desde logo fé em DEUS.
            Pelo que com todos os positivos defeitos que a liberdade democrática comporte, no entanto esta última está positivamente muito longe dos positivos defeitos que comporta qualquer fundamentalismo e o fundamentalismo islâmico muito a propósito e em concreto.
            Que então viva a Liberdade Democrática e abaixo o Fundamentalismo Opressor!
                                                                                              VB           

           (*)… que aliás no tocante a mártires, desde logo um verdadeiro mártir é alguém que defende livre e pacificamente uma ideia ou um ideal e que respectivamente outro alguém (assassino) mata enquanto tal. Pelo que ironia das ironias, quer ao nível das vitimas do radicalismo islâmico modo geral quer das vitimas deste último atentado em Paris em particular, os verdadeiros e únicos mártires são as vitimas dos respectivos radicais islâmicos e não estes últimos que enquanto tal e ao se prontificarem eles mesmos a morrer matando outréns, em qualquer dos casos às suas próprias mãos, sendo assim eles próprios ditos radicais islâmicos acima de tudo uns verdadeiros energúmenos, arrogantes, prepotentes, ignorantes, brutais, irracionais, em última e irónica instância assassinos (homicidas/suicidas) infiéis.   

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Na ressaca da celebração da passagem de ano

            Respeito absolutamente quem gosta, mas desde logo eu pessoalmente não gosto de celebrações tipo passagem de ano, aniversários, etc., etc.. Em que no relativo a passagens de ano, se for o caso de actuar algum artista (musico ou grupo musical) de que eu goste num raio de mais ou menos cem quilómetros em redor da minha área de residência, ainda sou capaz de sair de casa para o/as ver e escutar ao vivo; que já no caso do aniversário se for de alguém muito familiarmente próximo a mim e em que eu seja convidado, na medida do possível não serei desmancha-prazeres, nem se acaso deixarei de dar os parabéns a quem sei que valoriza tal aniversariante facto, desde que eu me recorde quem e quando faz aniversário _ o que é raro, mesmo uma verdadeira excepção à regra.

            Pelo que salvo os recentes aniversários de dois familiares muito próximos, mais a por puro acaso celebração (fotográfica) da passagem de ano ocorrida de ontem 31-12-2014 e hoje 01-01-2015, já havia algum tempo (anos) que não frequentava celebrações do género, nem disso sentia a mais ínfima falta, que por mim mesmo até bem pelo contrário. Até porque para mim a vida é celebrável ou não(!...), consoante as circunstancias, de e em cada (in)constante e (im)permanente presente momento.  
            Pelo que ontem (31-12-2014), independentemente de ser o último dia do ano, sai de casa um tanto à deriva, quer quanto ao destino quer quanto ao objectivo, mas em qualquer caso e na circunstancia “armado” com a máquina fotográfica para o que, na eventual circunstancia fotográfica, dê-se e viesse!...
            E precisamente num misto semi-objectivo e intuitivo, lá fui decidindo a cada momento se ia ou deixa de ir para aqui ou para li, nesta ou naquela outra direcção, por este ou por aquele outro motivo ou razão de pura circunstância. Acabando mesmo por ser o interesse fotográfico a tomar conta do dia, pelo que comecei a fotografar ao ainda de manhã, até quando entre as dezoito e as dezanove horas da tarde/noite enquanto estando precisamente a fotografar, encontrei ou veio ter ocasionalmente comigo a pessoa que não sendo absolutamente decisiva, acabou no entanto por contribuir fortemente para que eu tenha ficado para a celebração da passagem de ano duma determinada localidade (Tavira). E podia ou até devia ser, mas não, não era uma bela e relativamente jovem mulher _ da minha idade! _, bem pelo contrário era um verdadeiro ancião, um senhor de quase oitenta anos de idade, único habitante permanente da ilha local, Tavira, para quem conhece, o Sr.º João. Não vou agora aqui descrever a sequência do nosso encontro, mas posso adiantar que teve precisamente a ver com fotografia, no caso com o facto de eu estar a fotografar, “armado” duma reflex, com tripé, porta filtros, e mais um série de acessórios, que despertaram a tenção do Sr. º João, um verdadeiro apaixonado por fotografia fascinado pela reflex e respectivo manancial de acessórios que a sua pequena pensão de reforma não lhe permite alcançar e que a minha própria existência essencialmente pró (auto)subsistência básica e imediata só a significativo esforço e não raro sacrifício me permitiu alcançar, enquanto ele próprio (Sr.º João) com todo um historial subjacente à era da fotografia analógica, além de também “armado” de duas pequenas compactas muito básicas, uma delas até muito antiga, no que a câmaras digitais se refere. A partir do que se desenvolveu o que acabou por ser uma longa conversa de cerca de três horas entre mim e o Sr.º João, no caso conversa global e essencialmente de base fotográfica mas que foi desenvoltamente derivando aos mais diversos sectores da vida em geral. Por dalgum, mais elevado modo dizer, um encontro de Almas humanas que coincidiram e coincidem no interesse fotográfico, mas também pela vida enquanto tal _ com o Sr.º João como um verdadeiro sábio em muitos aspectos, desde logo numa sabedoria que deriva das suas quase oito décadas de existência vividas intensamente entre o melhor e o pior da própria vida!
            Tudo isto para contextualmente dizer que não foi em absoluto a celebração da passagem de ano que me levou aquele local em concreto, nem que ali me prendeu para além do início da noite. De resto após as mais de duas horas finais de conversa com o Sr.º João, seja entre as vinte e uma e vinte e duas horas, cheguei mesmo a ponderar fortemente sair dali para fora, mais concretamente regressar a casa, como se de qualquer outro dia se tratasse. Mas o facto é que entre outras circunstancias que não vale a pena estar aqui a descrever, dalgum modo tão semi-objectiva e intuitivamente quanto havia saído de manhã de casa, por ali acabei permanecendo até às “doze badaladas” da transição de Ano. Seja que ao não estar eu ali objectiva e menos ainda entusiasticamente para celebrar a passagem de ano, acabei por estar mais aberto, mais disponível, diria mesmo que mais sensível a outros pormenores do meio envolvente, como por exemplo o para mim “ridículo” de pessoas a bater o dente de frio, só para poderem ostentar uma roupa mais cerimoniosa, em muitos casos não condicente com a época _ pleno Inverno; senhoras que ao final da noite já mal podiam dar passo sobre os seus longos e parece que de todo incómodos sapatos de saltos altos, tanto pior se sobre pedra de calçada irregular; em alguns casos de pessoas mais ou menos jovens com relativamente bom aspecto mas que ao bater das “doze badaladas” decisivas já estavam muito significativamente embriagadas e só por isso não sei muito bem o que ou como conseguiram celebrar?!... Enfim e em muito casos pareceu-me estar mais rodeado de zombies do que de gente verdadeira e genuinamente celebrante do que quer que validamente fosse ou seja. A culminar tudo isso, já após as decisivas “doze badaladas” que marcam a passagem de Ano, com respectivo espectáculo pirotécnico da ordem, eis que reparo em algo que parece mais ninguém entre milhares de pessoas reparou que foi aves selvagens a esvoaçar por entre o negrume da noite e a artificialidade da iluminação urbana de origem humana, com ditas aves aturdidas/assustadas pelo “fogoso” e conclusivamente “estrondoso” espectáculo pirotécnico para unilateral deleite humano.
            Seja que mesmo tendo eu aproveitado para fotografar o fogo de artificio, acabei saindo dali mais triste e pró deprimido do que alegre e extasiado. Sai até mesmo muito antes de terminar o concerto da banda convidada e de que eu até gosto: Iris. A partir de que fiz a viagem de regresso a casa, entre as 00.00h e as 02.00h da madrugada, de todo mais entediado do que extasiado e com o mesmo respectivo espírito me deitei, tendo esta mesma manhã (01-01-2015) acordado e de resto me levantado sob a impulsão de escrever, o que agora se confirma como o presente, mas que antes mesmo de sequer dar início a este, estive a organizar todas fotos que fiz ontem e a editar algumas delas, inclusive partilhei uma delas no meu Blogue fotográfico Receber e Dar, fazendo já então uma leve alusão escrita ao que agora aqui desenvolvo. Sendo que entretanto aderi também a Flickr, como forma de salvaguarda e divulgação das minhas fotos. Em qualquer dos casos, escrever e fotografar, respectivamente no primeiro caso (escrever) como uma necessidade de geração espontânea a que eu não posso nem de resto quero escapar, inclusive enquanto necessidade pró vital, sanitária e/ou subsistente; e no segundo caso (fotografia) como uma fascinante curiosidade que me vem da mais remota infância, enquanto curiosidade a que semi-circunstancial e objectivamente eu necessito e quero mesmo dar expressão prática. Em qualquer dos casos como motivo e razão de natural, genuína e por si só vital celebração!
            Pelo que a terminar e moral da história, aquilo que para muitos outros e outras foi de entre ontem e hoje genuíno ou pelo menos artificial e aparente sinónimo de celebração (festa e alegria), para mim foi acima de tudo sinónimo de tédio pró depressivo. Talvez por isso e no limite eu não necessite da artificialidade psicotrópica, a começar no álcool para aparentar felicidade e/ou para tentar fazer esquecer a infelicidade; que até bem mesmo pelo contrário, inclusive porque já nasci humanamente com todos os químicos naturais para o êxtase ou para a depressão, não necessitando de artificialismos para tal, pelo que em regra o que faço é, na media do possível, mergulhar fundo, desde logo e acima de tudo mergulhar naturalmente na minha própria felicidade e/ou infelicidade, com todas as causas, efeitos e consequências inerentes, procurando em qualquer caso resgatá-las o mais pró positiva, construtiva, criativa, produtiva, satisfatória, condigna, por si só vitalmente que me seja e é possível. Salvo a imodéstia e/ou o eventual erro de (auto) julgamento, creio que o resultado está à vista!... 
            E agora sim, apetece-me celebrar o facto de aqui estar vivo e a viver, não necessariamente abrindo um garrafa de champanhe e/ou lançando foguetes, que sem prejuízo de moderada, ponderada e/ou justa utilização destas ultimas artificialidades humanas, no entanto no meu caso pessoal e na presente circunstancia em concreto a melhor celebração que posso, sei ou quero e necessito fazer é mesmo partilhar a minha inerente satisfação com o exterior, com o próximo, convosco que tendo ou não celebrado a passagem de ano e de forma mais genuína ou mais esforçada cheguem a ler esta que é por assim reiteradamente dizer a minha própria celebração, de entre ontem Quarta-feira 31-12-2014 e hoje Quinta-feira 01-01-2015.
                                                                                                          Victor Barão
            Obs: Escrito e, pelo menos, numa primeira instância partilhado/publicado sem revisão, correcção ou edição alguma _ puro, duro e cru!