quinta-feira, janeiro 15, 2015

Bom senso

            Se acaso perdoe-se-me a presunção de achar que vou analisar os seguintes e delicados factos à Luz da sensibilidade, da inteligência e/ou por si só do bom senso, como seja sem obscura e/ou unilateral precipitação, fundamentalismo e menos ainda radicalismo algum. 

            Para com o que antes do mais digo que eu mesmo não gosto em absoluto que se brinque, que se faça humor ou se satirize de forma pejorativa, vã ou por si só ofensiva, desde logo com relação à  minha família, à bandeira ou ao nome do meu país, à cultura do povo a que pertenço, etc..
            Mas, não só compreendo, como até aceito e inclusive aprovo que se caricature e satirize humorística, sensível, inteligente e por si só pró positivamente o que ou quem em nome dum símbolo religioso, nacional, cultural, familiar etc., cometa os maiores disparates e/ou mesmo as maiores barbaridades _ como por exemplo os radicais religiosos entre outros. Desde logo e para não falar doutros, a começar e terminar por mim mesmo, não só não me importo, como até agradeço que se com sensibilidade, inteligência e bom senso se me caricature ou satirize a mim mesmo, por sempre e quando eu cometa asneiras, pior se barbaridades por mim mesmo ou pior se em nome da minha religião, do meu país, da minha cultura, da minha família etc. designadamente pelo que e como eu aqui escrevo na medida em que o mesmo esteja ou possa estar positiva, vital e/ou Universalmente errado(!?); em que se para mais circunstancial, contextual ou plenamente cumprir com essa caricaturaização ou satirização tem de se pegar e utilizar o símbolo em nome do qual, no caso como eu aqui faço-o em nome do Bom senso, possa cometer ou em efectivo cometa disparates ou barbaridades então que assim seja e que se pegue também nesse símbolo para caricaturizar e/ou satirizar a(s) asneira(s) e/ou a(s) barbaridade(s) que, no caso, eu cometa ou esteja a cometer em nome desse mesmo símbolo, porque assim deve ser, até porque enquanto tal e por mais paradoxal que pareça ou que efectivamente seja, quando tendo de se utilizar o símbolo maior (religiosos, político, social, cultural, etc.) na caricatura e/ou na sátira humorística para devidamente enquadrar contextualmente esta última, com relação ao que ou a quem não faz a melhor ou até faça a pior utilização em nome do símbolo maior, o que leva a que em vez de ser a caricatura ou a sátira humorística a estar a ofender o símbolo, está-se sim dalgum modo a defendê-lo face a quem em nome do símbolo não faz as melhores e se acaso até faz as piores utilizações possíveis, desde logo face à essência do próprio símbolo e enquanto tal ofendendo paradoxalmente o mesmo _ como o caso dos radicais fundamentalistas religiosos entre outros.
            Pelo que excluindo as pretéritas caricaturizações e/ou satirizações da publicação Charlie Hebdo em concreto, porque simplesmente não as conheço em objectivo e nem aos seus respectivos fundamentos. Mas pegando nesta última e no caso primeira publicação de Cherlie Hebdo após os bárbaros atentados de que foi alvo, diria e digo que este último numero da publicação, mais concretamente a sua capa com o cabeçalho: “Tout est pardonné” e a subsequente imagem do profeta Maomé em lágrimas empunhando um dístico com a expressão: “Je Suis Charlie”. Da minha perspectiva cumpre com todos os requisitos do que deve ser uma publicação que tem por base a caricatura e a sátira humorística e se acaso também de pesar inteligente, sensível e pró positivamente com bom senso _ aquém e além ainda da Divina coragem de quem na circunstância o faz, faça à de todo em todo desproporcional ameaça das armas.
            A partir de que se houvesse verdadeira e genuína inteligência, sensibilidade e bom senso da parte dos fundamentalistas radicais, no caso islâmicos, mas também quais queres outros; além de enquanto tal deixarem de ser insensatos fundamentalistas radicais, na circunstancia teriam de todo mais a pró positiva, vital, universal e se acaso divinalmente a aprender com a caricatura e a sátira humorística inteligente, sensível e de bom sendo do que combatendo-a só porque sim, pior se combatendo-a bárbara e desproporcionadamente, no não raro cobarde e homicida/suicida poder das armas, porque a mesma toca nos seus (nossos) próprios podres pessoais, humanos, sociais, culturais, políticos, religiosos ou quais quer outros!....
            Mas precisamente nesta última acepção está para mim o busílis da questão que é o facto da caricatura e/ou da sátira humorística tocar precisamente no que nos é mais caro, quer estejamos certos ou errados, que não raro mesmo profundamente errados! Tudo tanto pior quando a caricatura e/ou sátira humorística de base ou de expressão pública aberta e alargada toca precisamente as personalidades ou as instituições com expressivo e/ou vinculativo poder religioso, político, social, cultural e afins, logo se esses poderes e/ou quem os exerce e representa, forem mais fundamentalistas, absolutistas e/ou radicais, em suma execráveis, um dos e enquanto tal profundamente caricaturáveis e satirizáveis resultados para com os autores da caricatura e/ou sátira humorística pode ser e no caso foi o que sucedeu aos responsáveis pela publicação Charlie Hebdo; já se ditos representantes ou executores dos diversos poderes em causa forem mais abertos, pluralistas e tolerantes, em suma inteligentes, um dos e enquanto tal profundamente respeitáveis e elogiáveis resultados seria reflectirem introspectiva e circunspectivamente em sequência da caricatura e/ou sátira humorística face às desastrosas ou mesmos barbaras acções ou inacções dos representantes e/ou executores dos diversos poderes em nome dos seus correspondentes símbolos. Só que esta última acepção, relativa a reflexão instropectiva/circunspectiva, exige algo que desde logo quase literalmente ninguém gosta muito e/ou mesmo nada que é colocar-se a si mesmo e às suas ideias e convicções em causa, tanto pior se sem abdicar consequentemente dessas mesmas ideias e convicções, no fundo é fazer o combate de entre o efectivo ou potencial melhor e o pior inerente a todos e a cada um de nós, às nossas ideias, convicções, etc., no nosso próprio intimo, o que é algo tão mais literalmente inviável quanto ao nível de intolerantes fundamentalistas e radicais religiosos, políticos, sociais, culturais ou existenciais modo geral.
            No meu caso pessoal e na medida do possível sem prejuízo do direito à auto defesa, desde logo ao natural e Divinal direito ao instinto de pró vital, subsistente e/ou justa auto defesa, inclusive em sequência do presente estou não só responsável e consequente, como acima de tudo pró positiva e reflexamente aberto à critica coincidente ou dissidente comigo, inclusive à caricatura e à sátira humorística, no caso concreto enquanto tendo eu escrito ou estar ainda a escrever o presente em pró luminoso nome do Bom senso  
                                                                                              VB   

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