Comecei por escrever o que se segue, como pró editorial introdução ao prévia texto: "A confiança e sua carência". Só que o presente foi-se desenvolvendo natural, espontânea, diria mesmo impulsiva e automaticamente sob os meus dedos, a ponto de cerca duma hora após o iniciar já ir nos quatro parágrafos do mesmo actualmente. Enquanto quatro parágrafos que resultam em o dar minimamente por concluído com principio, meio e fim. Mas que enquanto tal me resultava uma introdução demasiado extensa e de resto com certa vida própria como para servir de mera introdução a um outro texto de dimensão algo e mas não necessariamente muito maior, com sua respectiva vida/independência própria, ainda que e/ou até porque enquadrando-se ambos na temática da Confiança e sua carência. Pelo que acabei resolvendo-me a titular o presente de "Confiança e sua carência II", passando o texto prévio a este a titular-se respectivamente de "Confiança e sua carência I"
A partir de que passemos então definitivamente a "Confiança e falta dela II"...
Dalgum modo desde sempre, desde logo a partir das minhas fundamentais e indelevelmente marcantes infância e adolescência, que seguir o meu instinto natural coincidiu com não raro ou mesmo por norma ir contra o genérico status sociocultural envolvente, desde logo quando ao nível da minha origem o status era opressiva/repressivamente ditatorial, tendo eu nascido e crescido numa família, numa comunidade e num contexto sociocultural semianalfabeto, humilde/obediente, em suma de status inferior e reprimido de entre todos os inferiores e reprimidos. Ainda que durante a minha infância se tivesse imposto uma dita liberdade democrática, mas em que cujos reflexos directos e indirectos da prévia ditadura se faziam sentir fortemente no imediato e indefinidamente tempo fora, até aos dias de hoje e ainda para a frente, sem ainda esquecer o paradoxal reflexo do por si só revolucionário chocante de entre ditadura e democracia, sendo que na primeira poucos queriam viver, mesmo que muitos nem sequer o soubessem conscientemente desde logo porque não conheciam nada melhor e na segunda quase nenhuns sabiam verdadeira, positiva e/ou por si só livre/democraticamente viver. De entre e para com o que enquanto tal seguir o meu instinto natural de facto, pelo menos em grande e em qualquer caso positiva parte das vezes e das circunstâncias em causa me exigia e exige autoconfiança pessoal e existencial própria, até porque o instinto natural contém inatas potencialidades positivas e negativas em si mesmo, que tanto mais se perante e para com um respectivo exterior humano e existencial geral com correspondentes potencialidades positivas e negativas. Só que minha autoconfiança, se alguma natural e/ou inata vez ou dalguma efectiva forma a tive, rápida e globalmente a perdi dentro do vivencial contexto sociocultural envolvente e/ou de entre mim básico e insignificante individuo face ao genérico contexto sociocultural, familiar e existencial envolvente. Sendo que a minha própria família sempre se auto assumiu a ela mesma, não só sociocultural inferior, mas também positiva e democraticamente impotente, sem que em resumo final eu tivesse jamais conseguido redimir isso positiva, vital e universalmente. A partir de que com toda uma infinidade de causas, efeitos e consequências sub e sobrejacentes a isso, o facto é que motivos e razões envolventes e a partir de determinado momento também próprio/as para me sentir, não só positiva e globalmente inferior face ao exterior modo geral mas também e/ou acima de tudo inseguro de e por mim mesmo jamais me faltaram. Sequência de que passei a existir/subsistir de todo mais por auto anulação e abandono do que por auto afirmação e entrega, em qualquer dos casos à vida enquanto tal e à vida sociocultural em particular. Do mal, o menos que o fiz, faço e na medida do possível e/ou do indispensável continuarei indefinidamente a fazê-lo duma forma auto gestionadamente pró positiva, vital e universal. Mais concretamente tenho-o feito duma forma ou duma perspectiva de abandono ao que e/ou a quem legitimamente me permita sobreviver, por exemplo através de legitimas actividades laborais/profissionais de circunstancia, como seja sem dito emprego fixo e em qualquer caso por conta doutréns; mas fazendo-o ao mesmo tempo duma forma pró positiva, construtiva, criativa, produtiva, satisfatória, em suma pró vital/existencialmente plena, numa base introspectiva/circunspectivamente (auto) exigente, rigorosa e não raro ou mesmo em regra significativamente austera _ em que designadamente tive de abdicar de vida sentimental, familiar e social própria, desde logo para evitar arrastar quem mais quer que fosse para a minha própria carência de confiança pessoal e existencial própria, com subsequente risco de agravar essa mesma carência de confiança enquanto com consequências da mesma no exterior e deste reflexamente para comigo, incluindo ainda abdicação de possessão de teres e haveres materiais, salvo se indispensáveis a, desde logo, tão só sobreviver básica e imediatamente e ainda assim sem jamais os dar como definitivamente adquiridos. Global sequência de onde por si só e apesar de ou até por tudo resulta o presente, com toda a minha subsistente e mas também pró positiva existência inerente.
Ah! E claro que com tudo isto estou a revelar
significativa parte da minha intimidade, mas no caso é apenas o que da e na
minha intimidade tem interesse e/ou implicações socioculturais modo geral, já
seja pelos efeitos socioculturais em e sobre mim e/ou de mim perante e para com
o meio sociocultural envolvente. Sendo que durante
muito tempo (anos, décadas) me limitei a não existir, mas agora para tão só
necessitar sobreviver mais um constante e permanente presente momento não posso
mais deixar de existir, restando-me enquanto tal o consolo de saber, sentir
e/ou constatar, que estou a emergir duma não existência para no mínimo ou como
pior das hipóteses uma existência pró positiva própria; logo se alguém surpreender
comigo que seja precisamente pela positiva; ao invés dos caso em que se emerge
duma não existência para uma existência negativa, designadamente auto
destrutiva por via directa e/ou como reflexo de acções negativas perante e para
com o exterior _ do tipo em que depois se costuma socioculturalmente dizer: veja-se lá que era/parecia uma pessoa tão
pacata e agora no que resultou(!...), realmente nunca se sebe o que vai na
cabeça das pessoas(!). Sequência ainda de que digo eu e atente-se nisso
duma vez por todas, que é o facto de que todos, literalmente todos nós somos
portadores da energia vital que nos corresponde e essa energia tem de ser expressa
duma ou doutra forma, pelo que se e quando não o for pela positiva seguramente
sê-lo-á pela negativa _ de entre meio à dimensões como a de socioculturalmente
se explorar a energia de cada qual, independentemente de se mais positiva ou
negativamente a ponto da mesma se tornar significativamente
inconsequente/impotente em e por si só, aquém e além dessa exploração. Pelo que
a meu ver e sentir próprio a melhor das dimensões vitais ou existências
próprias, ao menos em contexto de dita liberdade democrática, será todos e cada
qual aprenderem tanto quanto literal e continuamente possível sobre si mesmos e
a vida sociocultural e universal envolvente, inclusive enquanto cada qual parte
integrante destas últimas, e que a partir dai leve tanto quanto respectivamente
possível a que todos e cada qual jamais se percam de si mesmos, da sua
verdadeira e profunda essência pessoal, humana, vital e universal, com
incontornável bem próprio de cada qual e do respectivo todo sociocultural e
vital/universal envolvente modo geral. O que enquanto tal tão pouco implica que
todos e cada qual tenhamos de ser doutores
ou engenheiros, implicando sim um
constante e permanente melhor autoconhecimento próprio e do meio envolvente,
para com o que cultura geral e acima de tudo vital/universal é absolutamente indispensável.
Em que salvo a imodéstia, com no meu próprio caso em que não necessitei, nem
necessito incontornavelmente de ter formação académica, técnica ou profissional
formal e/ou menos ainda superior, para desde logo e como mínimo ir subsistindo
básica, imediata e auto gestionavelmente, neste último caso em constante e
permanente procura de vital/universal autoconhecimento próprio e do meio
envolvente, para com respectiva auto gestão pró positiva, vital e universal
própria _ como espero paradigmaticamente constatável! Agora claro que seria
mais directamente fácil e simples se isso, como no meu caso concreto, isso se
tivesse processado num contexto educativo/formativo formal. Ainda que contexto
educativo/formativo formal, como desde logo escolar e técnico/profissional, em
que no meu caso e com por si só prévias, paralelas ou posteriores consequências
ao nível da confiança própria e no meio envolvente, acabei fracassando
redundantemente, como seja interpessoal, social, técnica e curricularmente.
Pelo que para não deixar de adquirir autoconhecimento pessoal, humano, vital e universal
próprio e envolvente, que é algo que se anomalamente não se perder pelo caminho
da vida, naturalmente por s só jamais termina de se processar, logo para sustentar
isso a um nível sociocultural colectivo seria e é necessário um respectivo
mental sociocultural e educativo em particular que ultrapasse em muito a mera
educação/formação formal pró superior e/ou técnica, especialmente por quando e enquanto estando esta baseada essencialmente
no e para com o materialismo económico/financeiro e/ou em qualquer outro factor
unilateralista/corporativista que não englobe as mais diversas vertentes
humanas, vitais e universais, como por exemplo ecológicas entre muitas outras,
de entre as que no caso preferi destacar a vertente ecologia enquanto a mesma
como um dos factores vitais/universais e globais que, por ignorância ou
malvadez humana, tem sido dos mais mal tratados desde globalmente sempre, com a
justiça social a não lhe ficar muito atrás. Seja que não basta ir à escola ou
frequentar qualquer academia superior, com o mero fito do empregozinho “certo”,
“seguro”, “limpo”, “cómodo” que confere “estatuto social” e/ou “bem remunerado”,
que ainda assim muitas vezes mais à base do “padrinho” do que da efectiva
competência e/ou vocação natural. Que tanto pior ainda se com isso a processar-se
em e/ou a partir de academias privadas com mero fito no lucro económico-financeiro
proveniente dos seus formandos e/ou ainda de academias publicas com o fito de
meros rácios estatísticos de base formativa elevada/superior. Quero eu dizer
que com ressalva de quando, como e onde assim foi e/ou é de facto, acima de
tudo o que é necessário é mais substancia e menos formalidade. Sendo que a
substancia já se nasce com ela, só é necessário dirigi-la, educa-la e/ou por si
só preenche-la o mais pró positiva, vital e universalmente possível em
continuo, para com o que inclusive as escolas e/ou academias formais são ou
devem ser senão indispensáveis pelo menos duma utilidade fundamental, ainda que
muitas vezes e em de todo demasiados casos nem sempre assim foi e/ou é de facto,
senão veja-se não só os por si só estatísticos resultados de sucesso dos seus
alunos ou formandos, de entre diversas escolas e academias, mas também ou acima
de tudo a carência de humilde e continuamente aprender depois da formação escolar
ou académica de muitos, de todos de demasiados dos seus alunos e/ou formandos.
Claro que as famílias e a sociedade geral têm um papel fundamental em e para
com tudo isto, mas também precisamente e como uma espécie de “pescadinha de
rabo na boca” retornamos ou melhor continuamos na carência de confiança pessoal ou
existencial própria de muitos ou mesmo da maioria para por si sós empreenderem
o caminho do conhecimento em e por si sós e tanto menos ainda se para
incentivarem o meio envolvente ou no caso das famílias incentivarem os seus
próprios descendentes a esse caminho de conhecimento. De entre ou aquém e além
do que de resto há até ainda pessoa que jamais sequer frequentaram uma escola
e/ou menos ainda puseram os pés numa academia superior, mas nem por isso
deixaram ou deixam de estar em significativa sintonia pessoal, humana, vital e
universal consigo mesmas e com o mais abrangente/transversal meio envolvente,
inclusive enquanto mantendo-se abertas ao conhecimento em e por si sós, na
justa medida das suas capacidades em cada momento.
Pelo que em resumo diria e digo eu que venha mais abrangente
ou transversal educação e formação vital/universal do que unilateral e
corporativa domesticação económica/financeira ou qualquer outra equivalente. E
não com isto não estou a desfazer e menos ainda a desprezar da economia e da
finança enquanto ciências e/ou dimensões humanas e até por isso de base
vital/universal, pelo que o que digo ou quero dizer é que está errado quando um
contexto sociocultural e/ou civilizacional se baseia e/ou foca apenas em
algumas poucas das múltiplas e multifacetadas dimensões da vida em geral e por
si só humana em particular. Pelo que por mero exemplo tão pouco interessa haver
muitos e mesmo que bons economistas e financeiros se tão pouco houverem bons
padeiros e sapateiros, em qualquer dos casos com todos e cada qual com uma auto
consciência pessoal, humana, vital e universal abrangente que desde logo
ultrapasse em muito a sua área de acção profissional e sociocultural, como por
si só incluindo a transversal consciência ecológica. De resto a meu ver e
sentir vale vital e universalmente de todo mais um bom sapateiro ou padeiro do
que um mau doutor ou engenheiro, disto ou daquilo outro, ainda que
socioculturalmente nem sempre nem por vezes de todo assim tenha sido ou ainda seja,
na medida em que com base nos preceitos e preconceitos socioculturais não raro
continua a valer mais um mau doutor ou engenheiro do que um bom sapateiro ou
padeiro _ naturalmente que sem inverso prejuízo dum bom doutor ou engenheiro,
face a um mau sapateiro ou padeiro. Claro que no caso eu entendo que por norma são
estatutos sociais e profissionais muito diversos os de entre um doutor ou engenheiro e um
sapateiro ou padeiro, mas se na distinção entre técnica e substancialmente bons
e maus, dum lado e do outro, os respectivos estatutos ao menos ao nível
qualitativo podem inverter-se. Sendo ainda que em resumo eu não acredito que
quer um bom doutro/engenheiro, quer um bom padeiro/sapateiro, possam de facto e
plenamente ser Bons técnica e substancialmente enquanto tal, do género de não
interessar muito a técnica se não se lhe confere Espírito e Alma, logo sem que o
adjectivo Bom em toda esta acepção possa deixar de implicar uma consciência e
respectiva entrega vital/universal mais vasta que a mera formação técnica/profissional
baixa, média ou superior _ digo eu. De resto por mim mesmo e por si só de entre confiança e carência dela, muitas vezes estive em sítios e/ou em actividades apenas em corpo e/ou com técnica desprovido/a de alma, com toda a correspondente disfuncionalidade e respectivo desgaste geral e anímico em particular que isso pressupõe; mas mesmo que mais raro e mas muito mais vitalmente profícuo, também cheguei e chego a estar em sítios e/ou em catividades, como por pragmático exemplo nesta minha presente e espontânea actividade escrita, necessariamente em corpo, mas também com toda a técnica e alma possíveis ou disponíveis, a partir de que como em tudo o mais, pelo menos ao nível auto biográfico, sei minimamente do que estou a falar.
Que já agora em toda a global sequência anterior e
mas nesta ultima acepção em particular, diria e digo que por mim mesmo terminei
não sendo nem um bom padeiro/sapateiro,
nem um bom doutor/engenheiro ou ainda
o que mais quer que definida e sociocultural ou vitalmente válido seja,
restando-me enquanto tal ser um básico, imediato, quando não mesmo esforçado e
sofrível subsistente, que no caso concreto comecei circunstancial/providencialmente
a escrever acto espontâneo para tão só necessitar sobreviver, desde logo à
minha longa e relativamente profunda carência de autoconfiança pessoal e/ou
existencial própria, que paradoxalmente esta minha necessidade de escrever e
tanto mais se de expor o que e como escrevo ao exterior contraria, como no
presente caso concreto. Além ainda que também e como constatável continuo a escrever,
agora já a um nível mais abrangente do que pró mera necessidade de subsistência
básica e imediata, como por exemplo mais pró auto reestruturantemente, mas em qualquer
dos casos porque tenho resilientemente auto resistido, desde logo à minha
positiva ou absoluta carência de confiança pessoal e existencial própria, de
entre o que houve sempre algo, por vezes não de todo objectivo, mas que por
exemplo podia passar pela referencial força vital dum mero pé de erva nascido e
a crescer numa micro fissura do asfalto negro e escaldante, que me inspirou e
empurrou e/ou inspira e empurra positiva e vitalmente para a frente!...
VB
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