Nem
de perto, nem de longe quero julgar o todo por mim próprio ou pela minha
experiência de proximidade. Mas no caso também por mim e pela minha experiência
de proximidade, que de resto me confere a legitimidade de conhecimento próprio
e/ou próximo, sem natural prejuízo de quem discordar, tão pouco quero deixar de
dizer/escrever o seguinte acerca da desequilibrada ligação humana com o meio
ambiente natural. Seja que no caso, também, com base em mim e na minha experiência
de proximidade própria digo que:
_ Por
si só derivado de acção humana, está cientificamente comprovada a contínua e
não raro perniciosa alteração climática. Sendo que o “cientificamente
comprovado” é muito importe, porque desde logo quando a humanidade tem um interesse
próprio, que até logo à partida pode deixar todas as dúvidas com relação aos
perniciosos efeitos desse unilateral interesse humano na vida em geral, por si
só na vida ambiental e planetária, mas desde que não haja uma lei
política/judicial, inclusive derivada de parecer científico, como seja havendo
um designado “vazio legal” e logo a humanidade avança para com a satisfação do
seu unilateral interesse próprio inerente, se acaso tão mais vorazmente quanto
na suspeita que a cautelar ou impeditiva lei política/judicial surja a qualquer
momento _ sendo ainda que mesmo após constituição de leis políticas/judiciais
em nome do todo humano/vital/planetário, ao menos parte da humanidade avança até
mesmo ao arrepio da lei em seu unilateral interesse próprio, incluindo ou
excluindo ainda que por vezes e certas leis políticas/sociais são só para “inglês
ver”(*) e/ou mal instituídas em si mesmas, enfim o rol da complexa ou complicada
existência humana é mais ou menos infinito, não raro como no caso concreto às
custas do mais vasto bem ambiental, vital ou planetário e por isso a prazo
também humano. Mas de entre o que regressando às alterações climáticas, por
minha experiencia própria e de proximidade, inclusive em parte confirmada
cientificamente, as temperaturas climatéricas têm vindo a subir continuamente
no tempo, tão só nos últimos quatro anos têm sido sucessivamente batidos os
recordes de temperaturas mais altas face ao ano anterior e/ou desde que há
medição cientifica dessas mesmas temperaturas médias e/ou absolutas, em
especial no Inverno. O que por seu turno leva a uma, aqui sim, minha constatação
própria, que é o facto de cada vez menos se notar a diferencia entre Inverno e
Primavera, sendo que no corrente ano de 2016, creio mesmo que quando chegar a
Primavera no calendário, já estaremos no final da Primavera climática real.
Seja que no presente momento, em finais de Fevereiro, já todas as flores campestres/silvestres
estão em final de ciclo vital e a Primavera no calendário só se inicia a 21 do
próximo mês de Março. O que por seu turno me leva a notar também que há já
cerca de um mês a esta parte que, aos menos, os pardais que fazem ninho no
telhado cá de casa, carregam pastos e penas para a execução desse mesmo ninho,
levando-me a pressupor que o mesmo se passará com a generalidade da restante
passarada silvestre. Crendo ainda eu que isto derivado precisamente ao genérico
aumento das temperaturas médias e à cada vez mais quase ausência de Inverno
climático propriamente dito _ quer ao nível de precipitação quer de tempo
verdadeira e continua/consistentemente frio, ao menos na minha região e vastos
arredores. Tudo isto, ao menos parcialmente também sob parecer cientifico
humano, derivado da própria acção humano no ambiente climático, designadamente
por via da poluição atmosférica.
Ou
seja por perniciosa acção no ambiente climático, que leva ao aumento médio das temperaturas
climáticas globais e por seu turno, ao menos segundo minha observação própria e/ou
de proximidade, levando também ao antecipar da época de nidificação das aves
silvestres, no entanto e como se tudo isto não bastasse, ainda ontem mesmo
(20-02-2016) caçadores humanos disparavam as suas armas obstinadamente, creio
eu que contra aves como tordos e/ou afins _ ao que acresce que por minha
própria experiencia de caça em tempos idos, sei por A+B que há muito quem
dispare sobre tudo o que naturalmente mexa(**),
quer seja legal ou ilegal e humanamente aproveitável ou não. Mas que
restringindo-nos aqui à faceta legal de ainda se caçar em finais de Fevereiro,
quando ao menos algumas aves já começam a nidificar, me parece a mim um múltiplo
crime ambiental humano, a adicionar ao crime ambiental humano sobre o clima que
leva ao aumento médio das temperaturas climáticas globais, com consequência sobre
a época de nidificação avícola.
Resumo
de que o decadente ciclo vicioso que é por si só a acção humana no e sobre o
ambiente natural (fauna, flora e clima) me parece a mim imparável, pelo menos
até terminar por levar à própria e directa ou indirecta decadência humana dai
derivada como um todo e a mais curto, médio ou longo prazo, por já não dizer que
assim é continuamente desde há muito e cada vez mais aceleradamente. E não com
isto não estou nem pretendo estar a ser profeta da desgraça; estou ou pretendo estar
sim a apenas alertar para a mais ou menos óbvia (con)sequência dos factos e
logo para a tanto quanto possível positiva reversão destes últimos, que aqui
sim me parece pessimistamente que tal não venha a ocorrer por própria e
massivamente consciente/sensata acção humana.
Que
já agora e só a terminar este concreto raciocínio, devo ainda dizer que comecei
a caçar quando inclusive nem sequer tinha idade legal para tal, mas rapidamente
me apercebi que a caça tal como humanamente praticada não me interessava, nem
me interessa sob e sobre muitos aspectos e formas, pelo que me auto afastei o
mais literalmente possível dessa dimensão humana, ao menos para evitar ser mais
um a contribuir para a desgraça ambiental geral. Não necessariamente porque a
caça da perspectiva humana tenha de ser invariavelmente confundida com a
desgraça ambiental geral, mas muitas das práticas, modalidades e/ou teorias
acerca desta última sim que contribuem para a desgraça ambiental geral, de
resto como muitas outras múltiplas facetas, modalidade de acção, com base em meras
teorias humanas. De resto não duvido que de entre os caçadores haja quem ame
verdadeiramente a natureza, mas sei eu por observação (visão, audição e
constatação) própria que a maior e melhor ligação de muitos humanos têm com a
natureza é essencial e acima de tudo por via da caça ou seja por via do que
podem retirar materialmente da natureza, no caso também por via da caça, e não
por qualquer outro tipo de ligação com a natureza selvagem, em especial sem ser
duma perspectiva de retirar materialmente algo desta última e em unilateral
interesse humano. De resto estou mesmo certo e seguro que determinadas pessoas
(caçadores) humanos amam mais as suas armas de caça e o que podem fazer com
elas do que amam a própria natureza enquanto tal, dependente ou independentemente
de ser-se caçador implicar amor ou desamor pela natureza. Seja ainda que sei eu
haver pessoas, cultural/vivencialmente, incapazes de retirar mero proveito espiritual
da natureza, pois que para as mesmas tem de haver sempre um interesse material,
palpável, económico ou qualquer outro equivalente pelo meio ou mesmo acima de
tudo, por exemplo como me disse alguém (um caçador) há algum relativo tempo
atrás: _ “se não for para ir à caça, dar
uns tiros, o que é que mais vou fazer para o campo?!”… “eu gosto do campo por causa da caça!”(***). O que digo eu que é uma
perspectiva profundamente redutora do campo, por si só do ambiente natural modo
geral. Mas, em parte, é também esta a humanidade que lamentável, mesquinha, unilateralista,
corporativista e decadentemente temos e somos!
VB
(*) Por exemplo na era, em pleno Séc. XXI, em que tanto se fala
de protecção Ambiental, havendo cimeiras ao mais alto nível político
internacional pró Ambiente, em que há Ministérios de Ambiente nos diversos
governos nacionais, em que se gastam milhões em estações de tratamento de
resíduos, em que há muitas respectivas leis pró Ambientais, em que por si só se
multa um singelo cidadão por fazer uma simples figueira no próprio quintal,
etc., etc., etc., mas ao mesmo tempo há industrias que mais ou menos
sistemática, descarada, directa e por si só impunemente despejam resíduos industriais
altamente destrutivos do meio Ambiente natural, como
por exemplo sucede no rio Tejo. Tudo em nome do lucro económico/financeiro, no
caso concreto dessas mesmas empresas e suas administrações, se acaso cínica,
hipócrita e no limite chantagiantemente escudadas no argumento de que produzem
emprego, no caso concreto num País como Portugal com escassez deste último. Do
mal, o menos que do outro lado, também em nome do lucro económico/financeiro ou
pelo menos em nome da própria subsistência mais básica estão os pescadores do
Tejo, que começaram a dar visibilidade publica e pró judicial ao caso da
sistemática poluição industrial do Tejo. Ainda que para uma humanidade
devidamente sensata, consciente, racional, inteligente e vitalmente culta devia
em qualquer caso ser uma prioridade manter o Ambiente natural o mais limpo e
saudável possível, aquém e além de interesses económico/financeiros ou outros de mero e
unilateral interesse humano, pois que muitos interesses humanos são meramente humanos sem mais, ainda que com variantes como a de diversa ou mesmo oposta forma desses mesmos interesses de entre uns humanos
e outros, enquanto a utilidade do Ambiente natural é absolutamente transversal a toda
a humanidade. Mas como a utilidade Ambiental para o ser humano é dum interesse mais imediatamente indirecto e/ou subjectivo para a não raro imediatista e materialista humanidade, logo o interesse humano no meio Ambiente natural é algo que fica genericamente em segundo, terceiro, quarto, quinto ou indefinido plano, face à qualquer mais directo e imediatamente palpável interesse materialista, mesmo que às custas do mais vitalmente transversal meio Ambiente natural. A partir de que seja qual for o desfecho deste caso dos pescadores
do Tejo versos industrias poluidoras do rio, como muitos outros idênticos, uma
coisa é certa e que é o facto de que as leis, as regras, os rigores, etc., pró
Ambientais do mero ponto de vista humano não são bem, nem todo o tempo para
todos e que salvo hajam directos interesses humanos de entre meio, em que uns
desses interesses até coincidam minimamente com a preservação do meio Ambiente
natural, de resto este último parece não importar em absoluto para a própria
humanidade, mesmo que mais tarde ou mais cedo e duma ou doutra forma a
humanidade acabe por pagar caro, não necessária ou essencialmente nas
instituições políticas ou judiciais humanas, mas sim através do próprio
Ambiente natural, as respectivas agressões que faz a este último; só que como
regra geral a humanidade tem vistas curtas e interesses tão imediatistas quando
egoístas, unilateralistas e corporativistas, respectiva sequência de entre o que o meio Ambiente
natural por si só vale pouco para grande parte da humanidade e não vale mesmo absolutamente nada para significativa parte dessa mesma humanidade _
salvo pelo unilateral proveito que a humanidade retira do mesmo, já seja pelo
que a humanidade colhe como matéria-prima do e no meio Ambiente natural ou pelo
que respectivamente a humanidade despeja residualmente e indiscriminadamente no
meio Ambiente natural. O que em qualquer dos casos e ao respectivo crescente
nível de conhecimento cientifico acerca da acção humana sobre o meio Ambiente natural
com correspondente risco para a própria existência humana, pode chegar a
pressupor e que para mim pressupõe de facto um imenso crime não
político/judicial, mas sim Vital/Universal da humanidade face ao meio Ambiente
natural de que neste ultimo caso a própria humanidade é parte integrante e
(inter)dependente.
(**) Neste ponto quem me conhece, se acaso até para interessadamente desviar as atenção do essencial dirá: pois essa ou uma dessas pessoas é ou será o teu pai. Ao que eu tenho de acrescentar que sim, o meu pai foi um caçador inveterado durante décadas, que inclusive chegava a caçar extra temporada legal e por isso também chegou a ser apanhado e sancionado legalmente. Mas ao que aqui me refiro ultrapassa em muito o meu pai ou apenas meia dúzia de elementos humanos, caçadores, que de resto e na maioria dos casos até respeitam ou respeitarão a época legal de caça, mas que depois dentro desta última e ao menos tomando por base o tempo em que eu convivi com o meio, imagino que continuem a usar a abusar de certas práticas menos ambiental ou até legalmente correctas, incluído o próprio regime legal que rege o sector da caça que não raro me parece ele mesmo abusivo do meio ambiente natural, como por exemplo no final de Fevereiro ainda se andar legalmente aos tiros, creio eu que contra os tordos, incluindo ainda que há sempre quem dispare, nem que seja só por disparar sobre outras aves extra legalmente. Tudo isto quando o próprio aquecimento climático global está a levar, ao menos, algumas aves a nidificar cada vez mais cedo. Pelo que eu pessoalmente não sou propriamente contra a caça, da perspectiva humana, sou sim contra ou como mínimo tenho muitas reservas com relação a muitas práticas humanas dentro do factor caça da própria perspectiva humana, de resto numa humanidade sob e sobre muitos aspectos cega para a mais vasta multiplicidade de dimensões vitais, aquém e além de imediatos e unilaterais interesses humanos, que não raro até meramente pessoais ou corporativos dentro da própria humanidade, tudo aquém e além da mais vasta e interactiva multiplicidade vital/natural. Ah! E finalmente, pelo menos que eu saiba, o meu pai não caça legal ou ilegalmente há já mais de uma década.
(**) Neste ponto quem me conhece, se acaso até para interessadamente desviar as atenção do essencial dirá: pois essa ou uma dessas pessoas é ou será o teu pai. Ao que eu tenho de acrescentar que sim, o meu pai foi um caçador inveterado durante décadas, que inclusive chegava a caçar extra temporada legal e por isso também chegou a ser apanhado e sancionado legalmente. Mas ao que aqui me refiro ultrapassa em muito o meu pai ou apenas meia dúzia de elementos humanos, caçadores, que de resto e na maioria dos casos até respeitam ou respeitarão a época legal de caça, mas que depois dentro desta última e ao menos tomando por base o tempo em que eu convivi com o meio, imagino que continuem a usar a abusar de certas práticas menos ambiental ou até legalmente correctas, incluído o próprio regime legal que rege o sector da caça que não raro me parece ele mesmo abusivo do meio ambiente natural, como por exemplo no final de Fevereiro ainda se andar legalmente aos tiros, creio eu que contra os tordos, incluindo ainda que há sempre quem dispare, nem que seja só por disparar sobre outras aves extra legalmente. Tudo isto quando o próprio aquecimento climático global está a levar, ao menos, algumas aves a nidificar cada vez mais cedo. Pelo que eu pessoalmente não sou propriamente contra a caça, da perspectiva humana, sou sim contra ou como mínimo tenho muitas reservas com relação a muitas práticas humanas dentro do factor caça da própria perspectiva humana, de resto numa humanidade sob e sobre muitos aspectos cega para a mais vasta multiplicidade de dimensões vitais, aquém e além de imediatos e unilaterais interesses humanos, que não raro até meramente pessoais ou corporativos dentro da própria humanidade, tudo aquém e além da mais vasta e interactiva multiplicidade vital/natural. Ah! E finalmente, pelo menos que eu saiba, o meu pai não caça legal ou ilegalmente há já mais de uma década.