No mínimo como
reminiscência do Estado Novo do Prof.º Oliveira Salazar, em regra com
umas pessoas ou estratos sociais, designadamente mais ricos, adultos, mais
velhos, machos, etc., a estigmatizarem de forma negativa outras pessoas ou estratos
sociais designadamente mais pobres, infantis/juvenis, mais novos, fêmeas, etc.. A
partir de que se esta/es última/os queriam demonstrar que eram ou valiam
positivamente algo mais do que à partida suposto ou na/os mesma/os socialmente assinalado
tão só por existirem como tal, teriam de se esforçar particular e multiplamente
para isso. O que salvo as raras excepções da/os que se conseguiam afirmar por si sós
pela positiva, ainda da/os que tinham a sorte de encontrar um elemento ou estrato superior que os respeitasse, valorizasse ou pelo menos protege-se paternalmente, incluindo no extremo oposto a/os que se perdiam mesmo pela negativa, de resto e regra
geral a melhor demonstração de positividade ou pró positividade que os elementos dos estratos inferiores e enquanto tal negativos podiam demonstrar era submetendo-se, subjugando-se, tornando-se
subservientes das pessoas ou dos estratos sociais "superiores"/estigmatizadora/es. Ah! Claro que se chegados aqui haverá quem diga com relação a mim e ao que aqui escrevo: _ mas este tipo ficou parado no tempo?! Ao que eu só posso corresponder que talvez nem tanto nem de todo assim ou pelo menos se a ser assim não terei sido só eu que fiquei parado no tempo, além de que eu procuro evoluir positivamente precisamente a partir das minhas bases, enquanto parece haver muito quem das duas uma: ou ficou inamovível e saudosamente agarrado ás bases ou então fez algum tipo de fuga para frente com todas as consequências inerentes, como por exemplo ter ficado sem princípios. Cujo
exemplo que se segue, com relação aos que ficaram mesmo referente e até vivencialmente presos no tempo e por isso eu senti necessidade de voltar ao passado, pois que mesmo que já muito significativo tempo após a era do Estado Novo, mas
dalgum modo ainda como reminiscência desta/e última/o, inclusive porque tendo
por base alguns mais velhos que derivam ainda directamente desse tempo, é no
caso concreto o exemplo dum contemporâneo jovem que se afirmou positivamente por si só, apesar
de e/ou até pelas estigmatizações negativas logo à partida tão só por ser jovem
e musico de géneros musicais que alguns mais velhos _ uma espécie de “velhos do
Restelo” _ não apreciam, como o Rock.
O melhor de tudo
Enquanto
integrados num grupo musical de puro Rock, daqueles pouco conhecidos e que
tocam em pequenos concertos, mas integrando excelentes executantes, conheci há algum
tempo atrás um conjunto de excelentes músicos que estudaram nas melhores
academias e/ou com os melhores professores musicais, inclusive individualmente
tocam com as populares vedetas Pop nacionais como Toy, Mickael Carreira, etc., que
no caso da vocalista não tendo esta destacada carreira a solo no entanto faz
coros para uma série de gente famosa, mas que no caso tocavam num conjunto
próprio num bar-concerto. E como no final do seu “pequeno” concerto Rock
enquanto para um público restrito, mas um “enorme” concerto enquanto na
qualidade e entrega dos músicos, após mais de duas a horas a tocar duma forma e
num ritmo alucinantes eu pessoalmente não resisti a dirigir-me numa primeira
instância ao baterista que deu um autêntico Show técnico e de entrega, desde
logo perguntando-lhe eu: _ “como é que é possível tocar dessa forma e a esse
nível de intensidade durante quase três horas?” ao que ele me correspondeu com
um sorriso e um encolher de ombros, mas queixando-se dos braços: _ “eu sei
lá!?”. A partir de que gerou-se uma certa dinâmica natural de entre mim e
aquele conjunto de músicos, que à partida eu não poderia imaginar, mas que no
final levou a que eu tenha ficado cerca de uma hora à conversa especialmente
com o guitarrista. Pois que mesmo não estando eu em absoluto ligado ao mundo da
música no entanto enquanto apaixonado musical e dalguns géneros musicais
absolutamente menos populares como o Jazz e mas que em si mesmos integram
alguns dos literalmente melhores executantes (músicos) nacionais que depois sim
e enquanto tal tocam com as vedetas mais Pop nacionais e não raro integrando trios,
quartetos, quintetos, etc., de Jazz nacionais e em alguns casos inclusive internacionais.
Pelo que de entre os diversos assuntos abordados acabamos por coincidir, no meu
conhecimento e admiração por músicos consagrados que em algum caso foram até professores
daqueles jovens músicos que ali tocavam naquela noite naquele bar-concerto.
Mas
enquanto minha conversa que acabou fluindo mais com o guitarrista daquele banda
Rock, a determinada altura a conversa derivou para a relação entre o público e
os diversos géneros musicais. Acabando então o guitarrista em causa por me
contar um pouco da sua história pessoal própria no mundo da musica, que no topo
da mesma e até ao momento estava e continua a estar o facto do mesmo tocar com
uma das maiores e mais ascendentes vedetas Pop nacionais, com projecção internacional
_ que eu não vou identificar em concreto, para não identificar o respectivo
musico com quem conversei ao respeito, até porque à altura não pensava escrever
ao respeito e como tal não pedi licença ao musico em causa para o identificar,
no e para com o contexto em que e como agora aqui escrevo. Mas o que para aqui
importa é que o músico em causa quer prévia quer paralelamente a tocar com uma afamada
vedeta Pop, já fazia e como naquela mesma noite continuou a fazer uma carreira musical
discreta, como seja fora do nível da grande projecção pública. Seja ainda que antes
de ser reconhecido como membro efectivamente integrante do staff musical duma
das maiores e mais emergentes vedetas Pop nacionais, lá pelo seu bairro de
origem era considerado como mais um (pré) drogado ou delinquente só por ser
músico, em especial de Rock. Como seja que quase toda a gente o olhava de lado,
havendo quem lhe voltasse costas, alguns com comentários do tipo: _ “esta malta
jovem que anda com uma guitarra às costas querem é droga e não fazer nada na
vida!”. Salvo que quis o seu gosto, o seu talento, a sua persistência musical
que um dia este músico em concreto viesse, como de resto continua a tocar com
uma das maiores e mais emergentemente afamadas vedetas Pop nacionais; a partir
do que no seu mesmo respectivo bairro de origem, exceptuando os seus amigos pessoais
de sempre, de resto passou então a ser genericamente tratado pelo nome próprio,
a receber sorrisos e palmadinhas nas costas quer dos mais quer dos menos
conhecidos, com correspondentes elogios à sua Arte.
Conclusão
minha de que genérica e tristemente mesquinha sociedade esta que se pudesse e por
si mesma mantinha todos ao rés-do-chão, ao nível a que nasceram e/ou balizados
por preceitos e preconceitos pseudo moralista, em que salvo paternalista
patrocínio dalguém ou dalguma entidade socialmente “superior” que pode-se para
sempre dizer com relação a alguém ou a alguma entidade “inferior”: _ se não fosse eu jamais serias algo na vida.
De resto e se quando e pela inversa alguém se destaca positiva e/ou publicamente
por seu mérito próprio, desde logo aquém e além dos genéricos tentáculos
sociais que vêm de longe, então a própria sociedade passa ou a roer-se de inveja ou então a ir genericamente
toda babosa correndo atrás, mesmo que imediatamente antes e sem fundamento falasse
raios e coriscos dos que logo depois passa a invejar ou a idolatrar. E agora por defeito de
princípio da minha escrita, dado que comecei a escrever e escrevo essencialmente a meu próprio respeito, não posso evitar incluir-me a mim, para em directa
sequência do imediatamente anterior dizer que: _ salvo claro casos como o meu, que
mesmo que alguma improvável vez me destacasse positiva e/ou publicamente, tão
só por e/ou tanto pior se por escrever textos como o presente já creio que não
poderia ter grandes e/ou sensacionalista massas correndo atrás; mas também para
ter mesquinha/os e no limite cínica/os, hipócritas, invejosa/os ou baboso/as correndo atrás, mais vale
mesmo ter um meramente restrito e mas genuíno grupo de amigos e/ou pelo menos
de maior ou menor quantidade de seguidores, mas que em qualquer dos casos se
regem mais pela essência humana, vital e universal do que por sensacionalismo populista, por famas mediáticas
e/ou ainda por teres e haveres materialistas e afins.
Que
como disse alguém: _ se o George Clooney
fosse o gasolineiro ninguém lhe dava importância(!) e/ou como diz o ditado
popular e dizia recorrentemente alguém cá da minha terra: _ mais vale só do que mal acompanhado!. Ao
que eu pessoalmente acrescento a variação de que: _ mais vale ser uma boa
influência para o exterior ou ter uma boa influência no exterior mesmo que a
partir da nossa absoluta ou interactiva solidão própria, do que estar
permanentemente acompanhado por más ou pelo menos por mesquinhas,
preconceituosas e pseudo superiores influências sociais. Ainda que claro o
melhor de tudo será mesmo estar directa e interactiva ou indirecta e influentemente
rodeado de gente genuína, positivamente genuína. E felizmente que apesar de
tudo há sempre gente verdadeira e positivamente genuína, independentemente de
com mais ou menos e toda ou nenhuma afamada projecção pública, social,
cultural, económica, financeira, política, popular, artística, mediática e/ou por si só existencial.
VB
Sem comentários:
Enviar um comentário