A
partir duma sequência de partilhas que tenho vindo a fazer no Facebook (FB)
tendo por base a péssima forma como não raro humanamente tratamos a vida
natural selvagem, por si só o ambiente natural dum modo geral: fauna, flora e
clima, incluindo ou excluindo a forma como não raro ainda nos tratamos
humanamente de entre nós mesmos. Cujo essa minhas partilhas no FB, em regra aproveitando
partilhas externas a mim, no entanto da minha parte têm como denominador comum
o facto de eu terminar todas elas com a frase: _ A humanidade é ou está a
caminho de ser o cancro do Planeta.
Escusado será dizer que ao referir-me à
Humanidade, não posso deixar de incluir-me a mim mesmo. Pois que desde logo eu
também me alimento organicamente, a partir de que já seja por via de colher
directamente da natureza ou por via de artificial cultura humana, neste último
caso incluindo produção própria ou alheia, estou em qualquer caso a influir
sempre no e com o ambiente natural. Isto tão só ao nível de alimentação básica,
que no caso deve ser multiplicada pelos milhares de milhões de equitativos
“eus” a nível global. Ao que depois há que adicionar o facto de que a
humanidade não se satisfaz com a mera alimentação básica, pois que a esta
última há que adicionar a necessidade ou ambição humana de mais saúde; de mais
longevidade vital/existencial; de mais progresso cultural, económico,
financeiro e tecnológico, etc., etc., etc., etc.. O que de resto acaba por ser
algo natural à própria humanidade dentro da natureza modo geral, ainda que não
raro ou mesmo em regra com a natureza humana ou pelo menos com a forma como a
mesma é humanamente praticada ao prático arrepio da natureza geral, em que se
integra a própria natureza humana. Sendo precisamente no ténue, subtil,
sensível e/ou complexo equilíbrio de entre natureza humana e natureza geral que
pode estar a está a inteligência ou a não inteligência humana, desde logo na
medida em que não adianta de muito a designada inteligência humana se esta
apenas e essencialmente servir para sacar o mais rápida e absolutamente todos
os recursos naturais em unilateral proveito humano, se até enquanto tal isso
terminar levando à própria auto destruição humana, já seja de forma directa por
via da crescente capacidade humana de se auto destruir no seu todo ou já seja
de forma indirecta por via da humanidade destruir todo o entorno natural de que
é parte integrante e desde logo (inter)dependente, destruindo-se assim a si
própria. Pelo que a humanidade será tão mais inteligente quanto mais consiga
preservar e interagir de forma positiva e vitalmente proveitosa com todo o
entorno natural modo geral; o que sob e sobre muitos aspectos não tem
acontecido, continua a não acontecer, não raro mesmo pelo contrário, o que
neste último caso leva a que a humanidade não seja tão inteligente quanto se
auto proclama a si mesma.
Claro
que a partir daqui se podem introduzir diversos factores, como por exemplo o
factor de que o próprio Planeta, sequer o sistema planetário ou galáxia que
habitamos não durarão eternamente. Mas se vamos partir desse princípio, para
justificarmos a falta de cuidado com o meio natural como em algum caso já
escutei alguém dizer, então também tenho de dizer que ao sermos racionalmente
conscientes de que nós mesmos não somos individual e/ou humanamente eternos, o
melhor será então auto suicidarmos-nos logo à partida _ o que no caso até seria
útil ao restante meio ambiente natural, ao menos até onde naturalmente este
último fizesse ou faça vital/universal sentido por si só. Salvo que
precisamente ao sabermos que não somos eternos andemos mais ou menos todos
colectivamente numa vertigem de retirar o maior e melhor partido possível de
tudo o que nos envolve, independentemente de até onde e como isso nos leve ou
deixe de levar!? A partir do que por exemplo entram os egoísmos, a começar pelo
egoísmo individual, do tipo de quem não se importa com o que ou quem mais quer
que seja, desde que os seus interesses próprios sejam satisfeitos, o que no
limite leva a que inclusive certos pais só se importem consigo mesmos,
independentemente do futuro dos filhos, etc.; depois vem o egoísmo
familiar/corporativo em que o que importa sou eu e os meus
familiares/corporações próprias, o resto da humanidade ou da vida que se lixem
ou pelo menos que se desenrasquem por si mesmas, neste último num culto
competitivo de entre humanos, para quem o meio envolvente natural pouco ou nada
importa, ainda que a humanidade dependa deste último; que ainda nesta mesma
sequência podemos incluir os próprios egoísmos mais colectivos, como por
exemplo nacionalistas, culturais, ideológicos, religiosos, etc., em que por
norma a minha nação, a minha cultura, a minha ideologia, a minha religião etc.,
é sempre melhor e merece sempre mais que a do outro, do distinto. O que de
resto e no limite leva a recorrentes conflitos entre humanos, que terminam
sendo não só devastadores da e para a própria humanidade como também para o
meio natural envolvente, o que é tanto mais assim quanto mais se avança no
desenvolvimento e propagação de armas/tecnologias humanas de destruição
massiva.
Mas
em que pelo meio de tudo isto há desde logo uma infinidade de industrias
humanas, que podem e ir e vão desde a industria agrícola e piscatória, até
industrias mais elaboradas como a industria de extracção mineira e/ou de
combustíveis, em qualquer dos dois últimos casos de origem fóssil; ao que há
que adicionar toda uma infinidade de indústrias transformadoras,
distribuidoras, etc., etc., em qualquer dos casos pouco ou nada amigas do
ambiente natural, senão por si mesmas, pelo menos pela forma pró
económica/financeiramente cega e/ou mesmo vital/ecologicamente criminosa como
não raro a humanidade as pratica. Por exemplo ao nível agrícola com uso e abuso
de químicos altamente prejudiciais para a biodiversidade e logo até directa ou
indirectamente da própria humanidade _ sendo que a própria necessidade de
espaços agrícolas é em si mesmo contrário à biodiversidade natural; já ao nível
das pescas e da pesca industrial em concreto, não raro pescando-se múltiplas
vezes mais quantidade e qualidade de espécies do que aquelas que são verdadeira
e por si só económica/financeiramente aproveitadas pelo ser humano, o resto é
atirado borda fora já sem vida _ numa vertigem de lucros económico/financeiros
pouco ou nada coincidentes com a preservação da biodiversidade, no caso
marinha/aquática; quanto ao nível da extracção mineira e de combustíveis
fosseis, mesmo havendo diversas formas de evitar ou pelo menos de minorar os
nefastos efeitos destas últimas no meio ambiente natural, no entanto e como
todos bem sabemos, ao menos e mas também por de todo demasiadas vezes, os
“acidentes” acontecem, não raro em nome de se economizar financeiramente na
precaução desses mesmos “acidentes” ao nível da própria extracção ou
posteriormente no transporte ou manipulação das matérias-primas derivadas; depois
ainda ao nível das industrias transformadoras, que durante décadas, quiçá
séculos foram e não raro continuam a ser explicitamente agressoras do meio
ambiente natural, mas a premência económica e financeira não permite reverter
positiva e ecologicamente a situação no imediato ou sequer a médio e longo prazo.
E agora tão só por este meu leve aflorar do problema ambiental inerente
imagine-se até onde e como tudo isto nos pode levar, tanto mais se associado às
barbaridades ambientais de todos e de cada um ou pelo menos de indefinidamente
muitos de nós indivíduos humanos.
A
partir de que agora quero voltar a mim mesmo individualmente, para dizer que
por exemplo ao estar a utilizar um computador para escrever e partilhar isto
via Net (Blogger e FB), já implica que eu estou a ser duma ou doutra forma
utilizador de todas e de cada uma das industrias atrás referidas e de muitas
outras directa ou indirectamente derivadas, em que se pode ainda incluir a
industria da exploração eléctrica que mesmo ao apostar esta última cada vez
mais nas designadas de fontes limpas (eólica e solar), no entanto na sua
esmagadora maioria depende dos hidrocarbonetos, por via da em si mesma
altamente poluente queima de combustíveis fosseis; incluindo ainda a energia
nuclear, dita como a “mais segura”, mas também como potencial e por vezes
confirmadamente mais perigosa de todas face a qualquer forma de vida; além
ainda e em alguns casos acima de tudo do factor hídrico por via de construção
de barragens que em si mesmas cortam cursos de água e os respectivos fluxos naturais
de espécies piscícolas e assim sucessivamente até ao infinito.
Sequência
de que com tudo isto não pretendo que se anule a natureza humana, no sentido
racional, criador e/ou transformador, por si só naturalmente inerente à própria
humanidade. Agora o que pessoalmente me parece é que tudo podia ser muito
positivamente diferente daquilo que é, disso tão pouco tenho dúvida
absolutamente alguma. Desde logo se desde sempre a humanidade, até enquanto
entidade racional avança-se mais cautelarmente nos seus empreendimentos
transformadores ou criadores, só que em vez disso a humanidade parece ter dado
sempre prioridade aos seus múltiplos vícios egoístas e aos caminhos mais
directos, fáceis e/ou cegos para alcançar os objectivos subjacentes a esses
vícios, nem que para isso tivesse de arrasar tudo o que fosse alheio ao
individuo, à família, à corporação, à nação, à cultura, à ideológica, à
religião, etc., própria, no limite e sempre ao que fosse e seja alheio à
própria humanidade, com o egoísmo humano como mais uma das formas de egoísmo
inerentes. Só que tal como no egoísmo individual ou corporativo que acaba por
prejudicar o global colectivo humano, também e egoísmo humano acaba
prejudicando o restante colectivo vital, em qualquer dos casos e mas neste
último em concreto com o próprio ser humano como o grande e/ou derradeiro prejudicado,
a prazo.
E
atenção que com tudo isto não pretendo dar lições do que quer que seja a quem
quer que seja. Se acaso apenas pretendo dizer que apesar de e/ou até por tudo,
estou a tentar aproveitar o melhor possível a minha dependência pessoal do meio
humano e natural envolvente, para se tanto quanto possível procurar beneficiar
estes últimos ou pelo menos alertar para a nossa genérica falta de cuidado
humano ou mesmo a nossa agressividade humana face a tudo o que seja ou pareça ser-nos externo,
alheio, desinteressante e pior se adverso, ainda que e/ou até porque também
nos seja directa ou indirecta e mas desde logo transversalmente fundamental,
como por exemplo o meio ambiente natural.
Ah!
E já agora creio que com tudo isto não estarei a ser egoísta, não só na medida
em que ao escrever isto não estou a ganhar o que quer que directa ou
absolutamente seja com o mesmo, salvo alguma devida paz interior, pois que de resto e dado o contexto sociocultural em que vivemos até quiçá arranje
algumas antipatias com tudo isto; mas também ainda e quiçá acima de tudo
porque ao não ter eu filhos, teria de todo mais razões para estar a aproveitar
a vida em meu mero e unilateral interesse/prazer pessoal próprio e o resto da
humanidade ou da vida natural que se lixassem; mas como vejo em cada um/a de
vós meus semelhantes um/a irmão/irmã e nos vosso filhos, os respectivos filhos
da minha própria humanidade, se for o caso e ao invés do que é humanamente
normal e corrente prefiro sacrificar a minha própria vida/existência pessoal, desde que isso implique preservar e cultivar a mais equilibrada sanidade humana em si mesma e no caso face ao meio ambiente natural modo geral,
até onde e como isso vital/universalmente possível ou necessário.
Nota: Originalmente aqui para o Blogger, devo talvez dizer que não sou um ecologista activo, muito menos profissional e menos ainda radical. Salvo que procuro interferir da forma o menos negativamente activa com a natureza e/ou se como no presente caso procuro alertar para o que eu acho estar mais errado na forma como nós humanidade interagimos, não raro de forma negativa ou pelo menos desprezível, com o meio ambiente natural. E de resto dizer ainda que tudo o que aqui agora publico foi escrito de forma espontânea e apenas com uma única auto revisão.
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