Entretanto
impôs-se um regime dito de democrático em que todas as pretéritas perfeições,
verdades absolutas, superioridades incontestáveis e/ou os status envolventes como melhor
das hipóteses começaram a estar e a ficar em causa, quando não mesmo
anulada(o)s. Sendo que por esta altura já me tendo a mim mesmo
significativamente em causa, fiquei como que sem ter ao que ou a quem me
agarrar, como um princípio, um meio ou um objectivo de vida coerente ou
absolutamente sólido.
Passei
então a agarrar-me referente, influente e consequentemente ao que e a quem se
me aparentasse com um mínimo de positividade, de coerência, de objectividade,
em alguns casos ao que me era agradável como por exemplo a música e a arte em
geral.
De entre o
que circunstancial ou providencialmente me auto assumi pela negativa ou como
positivamente inócuo e enquanto tal me auto anulei activa, prática e
funcionalmente a mim mesmo e passei a absorver tudo o que e quem me era, por
assim sucintamente dizer: positiva, vital ou universalmente inspirador, o que
podia e pode ir do vizinho do lado ao maior mito humano de todos os tempos; do
acto de subsistência mais básico até ao maior feito artístico ou humano; do
mendigo que apesar de e/ou até por tudo resiste ao seu infortúnio até à
personalidade mais bem sucedida na vida; da vida natural selvagem à mais
sofisticada existência humana; etc., etc., etc., sendo que por positiva
insegurança própria tendi a identificar-me com a vertente mais negativa ou
desafortunada da vida, à vez que procurando equivaler-me à vertente mais
positiva ou afortunada da vida; até que um dia, mesmo que contra todas as
probabilidades me vi na intermédia contingência de começar a escrever como
minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade própria e agora me vejo
na circunstancial ou providencial necessidade de expor o que e como escrevo ao
exterior, enquanto tendo eu circunstancial ou providencialmente na escrita a
minha maior, melhor quando não mesmo única forma de expressão e de existência
própria...
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