Ouve-se e
torna-se insistentemente a ouvir-se também dizer que: a maior taxa de desemprego se encontra entre os mais jovens e de entre estes em especial de entre jovens
licenciados ou com formação média-alta.
Ouve-se e
torna-se a ouvir ainda dizer que: gente de
meia-idade desempregada, regra geral tem dificuldade ou mesmo poucas hipóteses
de voltar a encontrar emprego ou trabalho minimamente digno ou mesmo em
absoluto.
Ouve-se e
torna-se a ouvir dizer que: a por si só dita de terceira
idade está genericamente ostracisada, abandonada e que (sobre)vive ou morre só.
Como seja uma imensa e paradoxal confusão, de entre exigir-se gente nova com média-alta formação académica e técnica-profissional, ao mesmo tempo que a maior taxa de desemprego está precisamente de entre os mais jovens e de entre estes inclusive nos de maior formação académica e técnica-profissional. Mas depois também os experientes elementos de meia idade que ficam sem emprego dificilmente voltam a empregar-se. E a dita terceira idade que já foi jovem e profissionalmente útil na meia idade, encontra-se ostracisada e morre só.
Como seja uma imensa e paradoxal confusão, de entre exigir-se gente nova com média-alta formação académica e técnica-profissional, ao mesmo tempo que a maior taxa de desemprego está precisamente de entre os mais jovens e de entre estes inclusive nos de maior formação académica e técnica-profissional. Mas depois também os experientes elementos de meia idade que ficam sem emprego dificilmente voltam a empregar-se. E a dita terceira idade que já foi jovem e profissionalmente útil na meia idade, encontra-se ostracisada e morre só.
Ao que eu
proponho que se institua um decreto muito simples que por si só resolveria
todos estes problemas sociais e que é
o seguinte: decrete-se que acima dos cinquenta ou até acima dos quarenta anos
de idade, que neste último caso já me inclui a mim mesmo_ salvo que
por exemplo me pode-se excluir a mim enquanto eu ideólogo da proposta, até porque todos
os regimes políticos, sociais, etc., têm as suas elites e os seus
privilegiados, legitima ou ilegitimamente imunes à regra geral _ mas a partir de que acima da faixa etária em causa, regra geral todos passem a ser
obrigados por decreto ao auto suicídio colectivo. Ou seja
a pessoal ou socialmente se suicidarem _ com ressalva de que o meu excepcional privilégio nesta sequência me leva-se a
eventualmente ser o primeiro a suicidar-me, não por ser obrigado por decreto, dada a minha elitista e imune excepção enquanto mentor do respectivo decreto, mas sim por não aguentar com a responsabilidade ou com os efeitos e as
consequências de tal menção-proposta.
Mas que
dadas as circunstancias sociais ou civilizacionais actuais, repare-se na
eficácia da minha proposta: por um lado disponibilizava-se de imediato
possibilidades de emprego para os mais jovens; ficava-se livre de gente de
meia-idade obsoleta e sem perspectivas de futuro, com todas as
insanidades pessoais e sociais inerentes; evitava-se a profunda e crescente
decadência e degradação existencial da terceira idade a sobreviver e/ou a morrer solitariamente; com o que ainda se
ganhava em respectiva produtividade e com de todo menor despesismo
económico-financeiro, que no fundo e no final é o que social e
civilizacionalmente mais importa.
O quê! Esta
minha proposta é louca? Seguramente que sim. Desde logo e pelo menos da
minha auto perspectiva é profundamente irónica.
Mas então e
esta realidade social ou civilizacional em que vivemos é o quê?
VB
VB
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