domingo, setembro 30, 2012

A Vida é mais que isso...

            Em sequência das palavras do Dr.º António Borges, conselheiro do actual governo PSD/CDS liderado pelo Dr.º Pedro Passos Coelho, designadamente dizendo publicamente o primeiro que: “...os empresários que estiveram e estão contra a reformulação da TSU, são puros ignorantes e não passariam sequer no primeiro ano da minha faculdade!...” e/ou ainda algo como: “...após anos a vivermos acima das possibilidades, se agora pensamos que saímos da situação “critica” em caímos sem sacrifícios é pura ilusão!” 

            Não sendo eu _ que escrevo o presente _ empresário, doutor ou sequer profissional do que quer que seja, no fundo sendo eu nada e ninguém, no entanto e/ou até talvez por isso, ainda que indirecta e virtualmente através do presente devo dizer ao Dr.º António Borges que:

            Por um lado não posso discordar de todo da sua perspectiva, porque alguma razão vital, universal, social, económica ou qualquer outra a mesma deve conter, de resto e  com ressalva para as quantitativa e qualitativamente maiores ou menores excepções, desde logo concordo com o Senhor Doutor, pela vertente de que de facto durante anos ou mesmo durante as duas últimas décadas, andamos regra geral e transversalmente a viver em bicos de pés ou seja de facto acima das nossas possibilidades e que agora tenha-mos sacrificadamente de assentar os pés devidamente no chão, não tenho a mais ínfima dúvida. 

            Mas a partir daqui tenho e devo dizer também que:

            Por outro lado, a Vida não começa nem termina na faculdade do Sr.º Doutor, nem respectivamente no seu Curso, nem na sua Sabedoria, nem nos seus conhecimentos Técnicos, nem muito menos ainda na sua opinião. Além que não me vai dizer que significativa ou que até enquanto tal maioritária responsabilidade da situação “critica” e “austera” em que estamos mergulhados não é também e/ou acima de tudo de pessoas que estudaram nas melhores faculdades, que tiraram os melhores cursos, que têm os melhores conhecimentos técnicos e afins, como por exemplo e desde logo banqueiros e economistas em geral, que enquanto grandes elites gestoras do próprio País, não só não conseguiram prever e precaver a situação actual, como até e acima de tudo enquanto médias ou superiores elites políticas, sociais, económicas, financeiras e afins contribuíram duma ou doutra decisiva forma para a mesma “crise”, desde logo em muitos casos sustentando ou patrocinando, por exemplo, via crédito barato e (quase ) ao desbarato, o respectivo viver em bicos de pés ou acima das nossas capacidades, no caso concreto a nível nacional mas com pré, pró e pós repercussões internacionais modo geral, tudo com o mercantil e/ou liberal fito no lucro, vezes o lucro, mais o lucro, vezes o lucro até ao infinito ou pelo menos até à "crise"!...

            E que inclusive para mesmas ditas elites liderarem agora o processo de (pseudo) saída da “crise” e da “austeridade” actual, têm de contar com a ajuda do Estado ou com a ajuda Internacional via Estado, em qualquer caso com sacrifício da população em geral, tudo como se nada fosse com essas mesmas elites que em qualquer caso parecem ser sempre donas da razão, se acaso de toda, qualquer e indiscutível razão!

            Enfim quero eu reiteradamente dizer que a vida não começa nem termina na sua faculdade, no seu curso, nem sequer nos bons cursos de muita outra gente junta, neste último caso incluindo ou excluindo o Senhor Doutor. Pelo que salvo a imodéstia e o atrevimento, talvez fosse por si só bom ou pelo menos algo melhor o Senhor Doutor António Borges moderar um pouco o tom e as expressões que profere, porque a sua razão é apenas e tão só a sua razão, pois que há seguramente muitas outras razões, convergentes ou divergentes com a sua e mas desde logo aquém e além da sua! E que em muitos casos as razões de muita outra gente, não têm de ser ou de estar vital e universalmente mais certas ou erradas que sua, creio eu que em última instância são ou serão tão só diversas da sua, que de resto parece-me a mim que a própria vida tal como (terrenamente) a conhecemos, está por si só composta de diversidade e depende inclusive da interactividade dessa mesma respectiva diversidade!

            De resto só de há relativamente poucos anos a esta parte se pode dizer que há uma geração ou pelo menos uma vasta faixa populacional em Portugal com formação média ou superior, coisa que até há uns respectivos poucos anos atrás era privilégio duns quantos natural ou circunstancialmente eleitos _ que em muitos casos não incluía, nem ainda inclui significativa parte da própria classe empresarial e muito menos da classe laboral intermédia e de base! Pelo que só por isso há uma imensa diversidade entre o Senhor Doutor e uma (ainda!) muitíssimo vasta maioria nacional _ que enquanto esta última liderada a partir do topo também ou acima de tudo por doutas e superiores entidades, nem assim e/ou até por isso deixou de cair em “crise” e em “austeridade”!

             E que já agora quando em Portugal se pedem sacrifícios ao povo, às famílias, ao todo comunitário interno, por um lado e demasiado frequentemente o resultado desses sacrifícios não coincide com o proposto ou prometido à partida como justificação para os sacrifícios, que não raro até bem pelo contrário; além de que por outro lado, mesmo que o resultado fosse ou seja o positivamente desejado, anunciado ou prometido, até pelos antecedentes de sempre, não é de todo garantido que esses resultados sejam repartidos equitativamente por todos, pelo colectivo _ inclusive mesmo enquanto sob liderança de doutas elites! Ao estilo de quando a coisa dá lucro é minha e é para mim, já quando dá prejuízo é nossa e é para a gente pagar em conjunto.

            Enfim os motivos para desconfiarmos ou desacreditarmos uns nos outros: as elites no povo; os governos nos governados; os ricos nos pobres; os políticos da sociedade civil; etc., etc., com todos os seus respectivos inversos, continua a ser algo com forte razão de ser, neste efectivamente belo e formoso País à beira mar plantado.

            Finalmente até enquanto eu nada e ninguém e/ou com base nas minhas humildes e obedientes origens socioculturais, familiares e existenciais, que eu não terminei de transcender positivamente, desde logo nem me deveria estar a referir e/ou se acaso muito menos a dirigir a alguém como o Senhor Doutor, mas que enquanto fazendo-o eu de facto, por inerência não sei se e até que ponto esta minha perspectiva é vital e universalmente melhor ou pior, mais ou menos consequentemente valida, etc., que a sua, no entanto pelo melhor e pelo pior, a mesma aqui está e fica, dependente ou independente de convergente ou de divergente da e com a sua própria perspectiva, Senhor Doutor António Borges.

            Grato pela atenção, com pedido de perdão por qualquer inconveniente:  

                                                                                  VB

quarta-feira, setembro 26, 2012

Sedutoramente frustrante

            Imagino que deva ser tão compensador quanto equitativamente frustrante para o género feminino a seguinte situação:

            Mas ainda antes de continuar devo dizer que o exemplo masculino que vou utilizar de base é só para dalgum modo facilitar a explanação do que quero transmitir, pelo que não tem de ser necessariamente assim ou com este paradigma masculino em concreto, de resto apresentarei mais algumas possibilidades, ainda que para o comunicativamente pretendido o paradigma aqui apresentado como central, seja uma ou mesmo a forma mais simples, objectiva e suprema de o caracterizar!

            Por exemplo tendo por base um sacerdote, tanto mais se relativamente jovem, naturalmente inteligente, que não violando o voto de castidade, nem se limitando aos formalismos e teorias da homilia, mas sim e acima de tudo que tenha uma consciência, uma lucidez, uma sensibilidade e uma sabedoria humana, vital e universal com natural aplicação prática, como para em regra ter o gesto ou a palavra certos, no momento e da forma certo(a), perante e para com o próximo individual ou colectivamente.

            Mas em que ou quando sendo esse próximo um individuo adulto do género feminino, também relativamente jovem, mas correntemente carente de tais atributos humanos por parte do género masculino, deva precisamente ser aqui algo tão reconfortante e sedutor, quanto equitativamente desolador e frustrante, desde logo para o elemento feminino em causa, não poder usufruir desses atributos humanos pela parte masculina, no dia a dia prático, em toda a plenitude da relação entre géneros e de entre um homem e uma mulher muito em concreto.

            Dai eu titular o caso de Sedutoramente frustrante, na medida em que, mesmo havendo empatia e/ou um tão subjectivo quanto também efectivo factor de sedução, no entanto e dadas as circunstancias jamais podendo haver um pleno relacionamento entre os elementos masculino e feminino em causa. Já seja porque, menos mal, o elemento masculino é sacerdote; mas também porque podendo ser alguém integro e fiel, desde logo a si mesmo na media em que não faça momentânea ou globalmente parte do seu processo existencial assumir um compromisso, desde logo sentimental/sexual e/ou ainda se por si só sendo fiel a uma já sua companheira de vida, enquanto tal não fazendo qualquer outro elemento feminino intima e correntemente parte da sua vida; sem esquecer ainda a possibilidade do elemento masculino em causa ser homossexual e enquanto tal até poder ter muito bons gestos ou palavras pessoais, humanos e de vida para com o género feminino, ainda que não com base num inter relacionamento integral, designadamente incluindo o factor heterossexual.  

            Global sequência em que tendo-me sido natural e espontaneamente suscitado a mim escrever o presente, tendo por base na minha própria experiência de vida, em que não sendo eu sacerdote; nem até por isso tendo feito voto de castidade; não tendo tão pouco a quem ser objectivamente fiel, aquém e além de a mim mesmo, ainda que neste último caso sem rejeitar de todo a possibilidade dum compromisso sentimental/sexual, mas também sem que este último termine de se concretizar para essa inconcretização poder ser taxada de algo apenas momentâneo; nem sendo eu tão pouco homossexual, porque desde logo se algo me inspira e me impulsiona a seguir positivamente em frente é o género feminino e/ou o fascínio, a atracção e a sedução que este por si só exerce em e sobre mim, logo poder ser algo tão mais profundo, complexo ou que tão só complicado o facto de ser eu a escrevê-lo do que o mesmo em e por si só!

            Talvez justificando dalgum modo uma minha vida social praticamente nula e/ou esta minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade de escrever, com tudo o pré, pró, pós, paralela, divergente ou convergentemente inerente, enquanto tal!

                                                                                  VB 

              Atenção: Em qualquer caso, no anterior não me refiro a um relacionamento meramente sexual, até porque tanto mais se nos liberais tempos que correm, este último tenha várias possibilidades de concretização. Refiro-me sim a um relacionamento mais amplo, mais abrangente, por si só mais vitalmente pleno, no que a entre géneros se refere _ se por dalgum modo dizê-lo, ao nível da Alma Gémea!      

sábado, setembro 22, 2012

TDT melhor que Analógico!?

            É verdade que a Televisão Digital Terrestre (TDT) pode conter melhorias técnicas (som e imagem), com relação ao tecnicamente nada mau sistema Analógico. Pelo que para quem só quer ver as noticias, alguma reportagem, algum filme, algum jogo de futebol essa melhora é significativamente irrelevante.

            E tanto mais que irrelevante, torna-se mesmo absolutamente descartável, quando com a introdução do TDT, em detrimento do Analógico, mesmo com aquisição dos descodificadores de TDT e de novas antenas, parte do País ficou literalmente sem acesso a televisão e outra parte como onde eu habito ficou parcialmente sem esse acesso dado que em especial à noite o sinal de TDT desaparece, enquanto o Analógico era permanente e abrangia basicamente todo o território.

            Se a tudo isto aliar-mos que a implementação técnica e/ou material do sinal aberto _ grátis _ de TDT, foi e é responsabilidade da Portugal Telecom (PT), que por seu turno é proprietária do serviço de televisão por cabo e/ou satélite _ pago _ MEO, cuja publicidade a este último se tornou algo massivo, por mim e ao ouvir argumentar política ou tecnicamente que TDT é melhor que Analógico, ao menos em parte vêm-me à ideia: Fraude!

            Além de que se nesta última acepção de publicidade massiva ao MEO, associada a não integral cobertura nacional de TDT, se se está a pensar que a esmagadora maioria, desde logo todos aqueles portugueses que ficaram literal ou parcialmente sem sinal de televisão aberto, grátis, TDT, vão aderir à televisão por cabo ou via satélite, paga, tanto mais se num país estruturalmente pobre e mergulhado numa particularmente profunda crise e austeridade económica e financeira, então só mesmo a vaidade, a presunção ou um certo devaneio como que a justificar o que nos trouxe à crise em que estamos mergulhados, poderia ou poderá justificar uma adesão massiva por parte do público à televisão _ paga _ via cabo/satélite, mais concretamente ao MEO. Em qualquer dos casos sob acção e/ou patrocínio da PT e do próprio Estado, quando este último está desde logo politicamente envolvido em tudo isto.

            Do mal o menos que a implementação do sinal de TDT nos trouxe acesso a cerca de três dezenas de canais espanhóis em sinal aberto, em especial ao nível do interior do território nacional português onde eu habito e onde respectivamente o “””melhorado!!!””” sinal de TDT nacional próprio não chega de todo ou só chega parcial e pontualmente.

            Enfim as trapalhadas do costume, num país que parece cada vez mais e mais sem pés nem cabeça, em que não raro ou mesmo demasiado frequentemente reina o sempre reiterado chico espertismo, inclusive e/ou acima de tudo por parte do Estado, seja como reflexo de todos e de cada um de nós modo geral, naturalmente com ressalva para as devidas e positivas excepções.

            Ah! E “pôs-se” os humoristas de topo ou do momento a fazer publicidade ao MEO _digo paranoicamente eu: _ talvez para retirar espaço de manobra a quem publicamente mais corrosivo poderia ser com a situação inerente à fraudulenta implementação de TDT em Portugal. E assim como sempre cá vamos andando!

            Pergunto: dada a crónica pobreza nacional(*) e o particular momento de crise e de austeridade actual, porque não se disponibiliza apenas televisão via cabo ou satélite _ paga? E quem pode acede, quem não pode não acede(**), em qualquer caso creio eu que seria de todo mais coerente e acima de tudo mais leal, com o próprio país e o seu povo, do que este """melhor""" que em suma não é em efectivo melhor; do que este para """todos""" que não é de facto para todos e/ou ainda do que este """grátis""" que acaba por ter de ser pago duma ou doutra forma!

                                                                                  VB

             (*) Pobreza material (económica/financeira), pelo menos para uma significativa parte da população, que parece cada vez mais ser maioritária, como sempre, o que houve foi um interregno de duas décadas de ilusão, de miragem de riqueza, que não passou disso mesmo miragem e ilusão; pois que de resto e acima de tudo histórica e culturalmente temos uma vasta riqueza, além de que após uma geração de gente significativamente qualificada, sem esquecer um passado de gente humilde, temos em qualquer caso e ao nível humano um significativo potencial! 

             (**) Ainda que num País em que (ainda!...) se lê pouco, já seja imprensa informativa ou literatura, em que se vai pouco ao teatro, em que seguramente quem não tiver capacidade económica para pagar uma mensalidade de televisão, paga, via cabo ou satélite, tão pouco terá para adquirir livros ou para ir ao teatro, restará talvez a rádio; pois caso contrário e em especial para pessoas idosas, sem mobilidade e afins equivalerá a ficarem na mais absoluta solidão, silêncio e/ou escuridão _ tanto mais se nesta sociedade, pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, cada vez menos comunitária!  

sexta-feira, setembro 21, 2012

Liberdade Cultural & Direito de Autor

             Salvo para os que, pelo melhor e pelo pior, estão à altura do mesmo, de resto o que e como eu escrevo não é para grandes públicos! Até porque o mesmo implica uma certa convulsão e/ou mesmo algum nível de revolução interior, tanto mais se numa base significativamente auto critica e introspectiva/circunspectivamente reflexiva, que com mais modéstia ou imodéstia da minha parte, creio não haja muito quem esteja predisposto a tal influência _ salvo que a isso sejam circunstancial e vitalmente obrigada(o)s, o que não depende do que e como eu escrevo, ainda que ai o que e como eu escrevo possa ter alguma referente, influente ou consequente coisa a dizer!

             E o que se segue é um texto, como outros por mim escritos e por aqui postados, relativamente extenso, no presente caso tendo por base a minha auto interpretação de Liberdade Cultural e Direito de Autor.

             Apesar de e/ou até por tudo, espero possa ser útil a alguém mais, a alguma outra única pessoa que seja... 

            Pró Existência Própria

            Tenho desde já de pedir perdão à própria Liberdade Cultural.

            Liberdade cultural de que eu sou defensor por princípio próprio. Mas dado que me habituei por princípio envolvente a ver desmentida a minha existência própria, em especial pelo seu efectivo ou potencial melhor, inclusive tendo-me não raro visto duma ou doutra forma expropriado desse mesmo “melhor” existencial próprio, desde logo enquanto tendo eu nascido e crescido num contexto e nível sociocultural, em que o simples facto de ser criança e tanto mais assim se enquanto criança de origem pobre, tinha regra geral de coincidir com estupidez e incapacidade própria, pelo que  dizer-se ou fazer-se algo de valido, vinculativo e consequentemente “bom” ou “inteligente”, até com base na naturalidade, espontaneidade e ingenuidade infantil, em gera era-se de imediato desmentido, se acaso até reprimido, designadamente e numa primeira instância com perguntas como: “...quem é que te disse ou te fez isso?” ou então com “...és um mentiroso, é impossível isso ser de tua iniciativa ou autoria própria!” e afins... Em ultima instância uma qualquer hierarquia superior ou esperteza mais matreira e desenvolvida, dava a volta a um original, espontâneo, positivo ou inteligente dito ou feito alheio, por parte duma hierarquia inferior ou de alguém mais espertamente ingénuo (por exp. infantil/juvenil), como se o respectivo dito ou feito fosse obra dos primeiros (por exp. adulto ou socialmente superior), no caso perpetuando um ciclo vicioso em que criança ou hierarquia inferior teriam sempre de ser estúpidos e inferiores, como se dum dado adquirido se trata-se de e por enquanto vida. 

              Sendo que por outro lado quando havia o devido reconhecimento da parte adulta ou das hierarquias superiores modo geral, com relação a positivos e/ou inteligentes ditos ou feitos infantis ou hierarquicamente inferiores modo geral, já fosse porque circunstancialmente assim não pode-se deixar de ser ou porque isso interessava dalguma forma aos adultos ou às hierarquias superiores modo geral, mesmo que sem objectiva intenção, ainda que por vezes esta existisse, o facto é que não raro esse reconhecimento podia chegar a ser e por norma era mesmo um reconhecimento perverso/controverso, na medida em que desde logo só sucedia precisamente quando não podia deixar de ser, como por exemplo em que fosse socioculturalmente indesmentível enquanto tal, mas ai e até por isso não ser à partida socioculturalmente esperado da parte de quem o proferiu ou efectuou, tendia a endeusar-se o(a)s autore(a)s de tal dito ou feito, a ponto destes últimos se sentirem imediata ou aprazadamente impotentes perante tal endeusamento _ vulgo sobre valorização _ e enquanto tal a duma ou doutra genérica forma, não poderem deixar de cair na sua forçosa “estupidez”, “incapacidade” ou “incompetência” própria, mas desde logo e acima de tudo de princípio sociocultural, como que a sustentar infinita e indeterminadamente o ciclo. Mesmo que e/ou até porque incluindo aqui quem estava ou ficava sob continua tutela e/ou protecção duma qualquer hierarquia dita de superior, sendo que eu pessoalmente cheguei a sentir-me ambígua e indeterminadamente perdido e/ou mesmo submergido de entre uma coisa e outra: estupidez e endeusamento, sob tutela ou proteccionismo familiar e/ou sociocultural enquanto tal _ ainda que a meu núcleo familiar mais próximo não fosse muito dado a endeusamentos, que enquanto em causa própria, não raro até bem pelo contrário! Seja que em qualquer caso e regra geral educava-se pouco ou nada para a liberdade e para a auto determinação positiva de todos e de cada qual, mas sim e pela inversa muito mais para a submissão às regras socioculturais e suas respectivas hierarquias instituídas, que à altura e em qualquer dos casos eram hierarquias global e essencialmente opressivas/repressivas, na melhor das hipóteses maternalistas/paternalistas com relação às respectivas classes e/ou hierarquias inferiores ou mais fracas _ em regra com estas últimas assim preservadas artificial ou opressiva/repressivamente. Inclusive havia um dito e feito que era: "onde há moços (crianças e juvenis) não se culpam homens (adultos)". Sendo que mesmo a um outro nível, mas basicamente com o mesmo princípio e o mesmo efeito, às inferiores condição infantil/juvenil, se poderia adicionar a condição feminina e/ou de mais pobre, que em regra não tinham direito a existência própria, eram do género "come e cala!". De entre o que era mesmo excepcionalmente necessário ser-se muitíssimo mais inteligente que a norma envolvente, ainda que isso também pode-se ser e de resto em regra era mesmo contraproducente na media em que as resistências eram muitas ou mesmo demasiadas se enquanto vindo-se de baixo, pois já fosse por proteccionismo ou se acaso por inveja, os hierárquicos parceiros de baixo puxavam para baixo e os hierárquicos parceiros de cima empurravam para baixo, pelo que acima de tudo necessitava ter-se a suficiente dose de sorte, ter-se os padrinhos adequados ou ter-se nascido numa família ou estrato social de respectivo estatuto hierárquica e socioculturalmente superior, minimamente considerado ou devidamente alinhado com o sistema, pois caso contrário estava-se mesmo condenado à eterna “estupidez”, “incapacidade”, “incompetência”, por si só “inferioridade” própria, perante a vida e/ou as circunstancias envolventes. Era assim e em regra assim se aceitava ou assumia, inclusive e acima de tudo por parte de quem era oprimido, reprimido, desacreditado e/ou por si só expropriado _ vulgo roubado _, da sua naturalidade, espontaneidade e até por isso vida e/ou inteligência própria.

            Ainda que deva aqui adicionar o aparte de e para referir que regra geral as pessoas até eram felizes assim, auto interpreto eu por experiência e auto reflexão própria, que isso se devia a diversos factores, como por exemplo não se ter muito por onde escolher, nem pela possibilidades, nem pelas oportunidades de e para tal e por isso as frustrações tão pouco eram muito comuns; por outro lado havia, tinha mesmo de haver um significativa sentido e sentimento de pertença a uma comunidade que por norma conferia um mínimo sentido de segura e/ou de identificação comum; depois a burocracia era mínima, praticamente nenhuma, bastava sobreviver e pouco mais; aquém e além de que num contexto opressivo/repressivo em que tinha essencialmente de se obedecer a uma infinidade de hierarquia, sub hierarquias e afins, a responsabilidade individual também ficava reduzida a quase zero; básica e global sequência em que basta um mínimo de paz envolvente para cada qual ser ou se sentir mínima e até genericamente feliz! Que ao referir isto não estou de todo em todo a defender uma sociedade opressiva/repressiva, até bem pelo contrário; agora que a liberdade individual e/ou democrática acarreta incontornavelmente consigo equitativa responsabilidade individual, com que até pelas cinco décadas opressivas/repressivas, não aprendemos a lidar e/ou a gerir positiva e satisfatoriamente a liberdade, acabando por em liberdade estarmos mais próximos da frustração, da depressão, por si só da infelicidade e afins do que do seu positivo inverso.

            Claro que com isto estou a referir-me às minhas mais remotas, mas também e até por isso mais indelevelmente marcantes origens socioculturais, familiares e existenciais próprias, em especial quando em regra eu jamais consegui integrar quer o melhor dessas origens, quer transcender positivamente as mesmas nos já mais de trinta anos de vivência livre e democrática; salvo que por exemplo ao nível das minhas origens seria absolutamente impensável eu estar aqui a escrever e muito menos ainda a expor o presente ao exterior. E não me refiro ao facto de há altura não haver computadores, Internet ou sequer corrente eléctrica ao nível das minhas origens, versos o comprovado momento actual, pelo que estou sim a referir-ma ao mais substancial contexto sociocultural opressivo/repressivo da altura, versos o respectivo contexto sociocultural, democraticamente livre, actual. Ainda que contextualizando para o tema aqui em causa, relativo a Liberdade Cultural e Direito de Autor, em qualquer dos casos as formas de indevida ou ilegítima apropriação do alheio, no caso da propriedade intelectual, mas também por isso da identidade ou da existência alheia não tenham cessado, nem creio que até por natureza humana ou universal jamais cessem de todo _ ainda que por auto vontade e livre arbítrio humano, de todos e de cada qual, face à mais primordial natureza, pudessem de facto cessar, mas de momento isso pertence (ainda!?...) mais ao nível da utopia! 

            Pelo que regressando às minhas mais remotas, mas também indelevelmente marcantes origens, com tudo o anterior baseado na minha vivência e/ou auto reflexão própria ao respeito, não quer dizer que por um lado eu fosse mais inteligente e/ou por outro lado que eu fosse mais reprimido que quem mais quer que fosse ou seja, se acaso e/ou com relação a muitos outros casos até bem pelo contrário. O facto é que, falando por mim que é o que e por quem melhor posso ou sei fazer, salvo a modéstia ou a imodéstia o facto é que não raro ou por norma até a mais ou menos, mas em qualquer caso alguma mínima e natural inteligência própria me foi dalgumas formas reprimida, adulterada, distorcionada ou expropriada a pontos de a não poder comprovar e/ou cultivar natural e espontaneamente em e por mim mesmo e/ou socioculturalmente enquanto tal, ao nível dos meus mais remotos princípios existências próprios _ sendo que desde logo e salvo por minha inadaptação às formas como unilateralmente se pretendeu sociocultural e hierarquicamente de fora para dentro e de cima para baixo que eu demonstra-se ou que comprovasse a minha (efectiva ou suposta) inteligência, de resto não devo ser mesmo muito ou até minimamente inteligente, porque desde logo ao fundamental e em grande medida estruturante nível escolar, tendo eu tido oportunidades suficientes para concluir o ensino secundário, no entanto nem o ensino básico consegui concluir e ainda assim o que conclui foi esforçada, sofrível e precariamente. Que tanto pior e mais multiplamente frustrante para mim, quando não podendo os meus pais trazer-me a mim e às minhas três irmãs a estudar ao mesmo tempo, e desde logo para não favorecer numa delas com relação às restantes, todas e cada uma das respectivas, enquanto do género feminino, foram sacrificadas no caso concreto ao nível escolar em meu unilateral favor, também ainda porque à altura se partia ainda do princípio sociocultural de que mulher era para ser sustentada por um homem e respectivamente homem tinha de sustentar uma mulher, pelo que as minhas irmãs enquanto do género feminino não teriam tanta necessidade de estudar quanto eu(!); ainda que na prática eu tenha estudado de todo menos ou muito pior que elas, apesar de eu ter frequentado a escola mais uma série de anos do que todas e cada uma das respectivas. O que salvo pelas minhas próprias irmãs, no caso e por mim mesmo não o refiro com qualquer lamento, nem naturalmente e muito menos ainda com qualquer regozijo, no caso limito-me a constatá-lo como um facto, que é uma história em e por si só, a história da minha (in)existência própria, que incluindo o mesmo, está aquém e além do respectivo! Mas de entre o que ao menos momentânea, pontual e circunstancialmente fui tendo alguns assomos de por assim dizer positiva e inteligente expressão ou existência própria, que no entanto e muitas vezes vi e senti desmentida, distorcida, expropriada ou perversa/controversamente endeusada logo à partida, em qualquer dos casos e em especial neste último caso, aquém e além da minha capacidade de comprovar ou de consubstanciar continuamente essas minhas mínimas ou pontuais expressões de inteligência ou de existência própria. Tudo tanto mais assim quando e enquanto pertencendo eu original e vivencialmente a um contexto sociocultural e familiar rural, semi analfabeto, materialmente muito pobre e tal como o resto do país, mas tanto mais se a este nível, enquanto em contexto opressivo/repressivo e mesmo durante anos após já em universal liberdade democrática, essencialmente muito fechado em e sobre si mesmo _ vulgo provinciano.

            Dai eu me auto assumir genericamente como um inadaptado, na medida em que quer ao nível das minhas remotas origens opressivas/repressivas, quer ao nível da revolucionária implementação e evolução democrática, como melhor das hipóteses jamais passei dum meramente esforçado, sofrível, quando não mesmo degradante e decadente auto subsistente; ainda que isso sim com a teimosia de não desistir natural, espontânea, positiva, construtiva, criativa, produtiva, satisfatória, condigna ou plenamente de mim mesmo e por inerência da vida social, cultural e universal enquanto tal. Global e não raro paradoxal sequência de que de resto nasce, cresce e vive esta minha pró vital, sanitária ou subsistente expressão e existência escrita _ por si só e enquanto tal, também, livre e responsável.   

            Por tudo isto, mesmo que com algumas potencialidades para tal, no entanto e salvo os meus poucos leitores actuais, que variam quantitativamente dum momento para o outro, de resto não creio que haja muito quem esteja positivamente interessado, desde logo no que e como eu aqui escrevo e auto exponho ao exterior, que ao menos pela sua vertente de espontaneidade, talvez o mesmo contenha natural ou potencialmente algo de positivo e/ou de inteligente _ a pontos de suscitar positiva curiosidade duns e/ou a possível negativa cobiça doutros!? A partir do que mais uma vez e agora sim perdoe-se-me em nome da Liberdade Cultural, mas até em defesa de quem cria ou produz algo de próprio, por inerência contra uma dita e feita esperteza matreira ou negativa cobiça, que de diversas formas continuam sempre por ai a pulular, na sequência vou proteger, de resto já protegi há alguns dias, este meu Blog com uma licença Creative Commons, na sua versão mais restrita, relativamente a qualquer possível expropriação ou indevida apropriação do mesmo, desde logo do efectivo ou potencial melhor do mesmo, enquanto o mesmo como minha maior, melhor, quando não mesmo única forma de expressão e de existência própria.

            Ficará a perder a incondicional Liberdade Cultural? Seguramente que sim. Mas no caso creio que as mais “espertamente” vis violações ou atropelos dessa mesma Liberdade Cultural, também fiquem ao menos dificultados, desde logo e em qualquer caso espero que em favor da inteligência universal de todos e de cada qual.

            E assim sendo, a partir deste momento, fica minimamente explicitada e até enquanto tal justificada esta minha atitude de proteger este Blog contra indevidas cópias ou outras ilegítimas apropriações do mesmo ou de partes do mesmo _ naturalmente podendo partilhar-se o seu respectivo conteúdo enquanto tal e enquanto de minha respectiva autoria. Tudo isto diga-se que quando e enquanto até ao momento eu não tenho indícios e muito menos constatação prática de que qualquer indevida utilização do mesmo tenha ocorrido, por parte de quem mais quer que seja, inclusive espero que as relativamente poucas pessoas que acedem ao mesmo quer em Portugal quer em diversas partes do globo, sejam pessoas ou entidades acima desse tipo de delitos. Mas como gato escaldado de água fria tem medo, até para acautelar o futuro e a não raro matéria sensível própria que aqui publico, mais vale prevenir que remediar!  

            Ah! E entretanto fico utopicamente a sonhar com um mundo e desde logo com uma sociedade, uma cultura e uma civilização humanas, universalmente mais inteligentes e honestas em detrimento de matreiramente espertas e vigaristas – salvo no que estes últimos e negativos atributos, contribuam para os primeiros e respectivos positivos atributos. Desde logo e no fundo continuar a sonhar com um mundo, uma sociedade, uma cultura e uma civilização que saibam integrar inteligente e honestamente, inclusive e sem qualquer ironia ou falsa modéstia, até porque sei o que valho, por pior não dizer, na melhor das hipóteses inadaptados como eu; ainda que eu até não deixo de gostar ou mesmo de preferir desenrascar-me por mim mesmo, de entre inteligência universal e esperteza matreira e/ou de entre honestidade e desonestidade, até porque isso me aguça a minha parca inteligência e a minha (pró) auto adaptação própria à sociedade e/ou à vida universal que em qualquer dos casos são naturalmente compostas de inteligência e de honestidade, mas até por isso também dos seus respectivos inversos!...

                                                                                   VB

               Nota: Claro que eu podia não ter escrito o que quer que fosse ou então ter escrito umas breves palavras a este respeito em concreto. Mas se assim simplesmente fosse, eu não escreveria acerca de coisa alguma e/ou então escreveria diferente (mais ou menos, melhor ou pior, etc., etc.) do que aquilo ou isto que e como escrevo. Pelo que mais uma vez não consegui, nem quis evitar escrever o que e como minimamente me foi suscitado escrever, no caso concreto acerca de proteger o que por si só eu mesmo escrevo.

              E que estando eu numa fase em que não disponho de muito tempo, nem sequer da suficiente disponibilidade interior para rever, corrigir e complementar o que e como escrevo, apesar de eu ter este texto escrito há alguns dias, inclusive já o havia publicado (21-09) por um breve espaço de tempo mas em que não tendo nesse espaço temporal referência de visualizações do mesmo, voltei a reverte-lo para rascunho, para poder fazer-lhe algumas significativas complementações que entretanto me foram suscitadas, tendo-o deixado em suspenso desde então, pelo que só agora (27-09) o estou a disponibilizar em definitivo ao exterior, sem mais delongas nem mais aperfeiçoamentos, dado que quero e necessito mesmo disponibiliza-lo, aqui está e fica o mesmo enquanto tal!

               Se acaso perdoe-se-me ou agradeça-se-me por isso! 

                

      

quinta-feira, setembro 20, 2012

Democracia vs Fundamentalismo

            Com relação a algo bastante inquietante, que são as crescentes fricções, por assim dizer civilizacionais, mais concretamente ainda ao que vem a ocorrer nas últimas semanas em diversas partes do mundo, por inerência dum filme produzido nos EUA e agora também pelo que creio ter sido uma publicação impressa em França, em qualquer dos casos a satirizar o profeta do Islão Maomé.

            Não quero, até porque não posso alongar-me muito acerca deste assunto em concreto enquanto no relativo ao que vem a ocorrer nas últimas semanas. Porque desde logo sei objectivamente muito pouco ao respeito, salvo que alguém da religião Judaica foi autor e/ou produziu o referido filme nos EUA e que uma revista em si mesmo satânica terá, inclusive já de forma recorrente, publicado algo a satirizar o profeta Maomé. Sendo que o Islão e o Judaísmo, por assim dizer odeiam-se de morte e a Sátira ocidental e o Islão pouco menos!

            Pelo que ao respeito e duma perspectiva mais subjectiva que objectiva e/ou desde logo aquém e além destes últimos e ainda vigentes incidentes em concreto, devo apenas dizer que:

            _ Tanto mais quanto numa sociedade humana crescentemente globalizada em que uns têm cada vez mais directa consequentemente a ver com todos os restantes; por um lado não só creio, como estou mesmo certo e seguro que ocidentalmente não podemos, nem devemos abdicar pura, simples e/ou muito menos radicalmente dos nossos princípios, meios e fins livres e democráticos, em nome de unilateral cedência a princípios, meios e fins diversos ou mesmo antagónicos aos nossos.

            _ Agora o que também creio e estou mesmo certo é que dadas as circunstancias de diversidade e antagonismo em causa, deve haver um mínimo de bom senso e/ou de respeito entre as partes. Até para não cairmos no erro de nos confundirmos com quem não concordamos ou com quem até divergimos sob e sobre muitos aspectos, como por destacado exemplo, não necessariamente com o Islão, mas sim e acima de tudo com fundamentalistas islâmicos.

            _ Ainda que possa haver e há entre nós, por assim dizer democratas ocidentais, a quem eventualmente interesse esta fricção, desde logo enquanto efectivos ou potencias fundamentalistas deste nosso lado. O que enquanto tal é um erro tão natural e equitativamente grande quanto o seu respectivo inverso.

            _ Pelo que se tivermos, como de resto temos mesmo de lutar pelos nossos princípios, meios e objectivos que lutemos até às últimas consequências, sejam elas quais forem. Mas antes, durante e depois do mais façamo-lo com base na liberdade, na justiça e no respeito pelo outro, que não necessária ou absolutamente caindo na réplica daqueles que lutam contra nós. Desde logo façamo-lo em nossa positiva defesa e não negativa ou vingativamente contra o outro, mesmo que injusto.

            _ Se for possível, de entre todos e cada qual, conseguirmos aprender e evoluir juntos tanto melhor, ainda que dadas as circunstancias isso parece ser uma miragem sem princípio, meio ou fim à vista; e enquanto tal, a não conseguirmos interagir positiva e construtivamente ao menos que não nos provoquemos negativa ou destrutivamente. 

            _ De resto que seja o que Deus (Allah, Devas, Krisna, Jeová, Abraão, etc., etc., etc.,...) quiser(em) e nós mesmos merecermos ou formos capazes de humanamente construir; tudo o mais parece-me a mim ser vazio e/ou destruição!

                                                                       VB     

quarta-feira, setembro 19, 2012

Confiança e/ou falta dela!

            A começar, permita-se-me fazer aqui uma breve e imediata interpretação do nosso actual Primeiro-Ministro e/ou da sua respectiva acção política/governativa para em sequência dizer:

            Pelo discurso, pela acção e o respectivo resultado de ambas as coisas, a conclusão a que cheguei desde um primeiro momento e que se mantém, de resto cada vez mais convicta e comprovadamente é que a base de pensamento e respectiva acção do senhor Primeiro-Ministro (actual) é: houve uma consecutiva série de injustiças, de incompetências e/ou de passividades, em qualquer dos casos políticas e sociais, ao longo de décadas e em especial na última década, que inclusive para com o seu efectivo ou possível inverso, me trouxeram ao governo! E agora _ ao estilo justiceiro _ cheguei eu justo, incorruptível, competente, impassível e/ou (pró) activo para resolver a coisa da única forma possível, designadamente a minha e a de quem referente, influente e consequentemente me rodeia _ de minha confiança, pessoal e/ou política.  

            Atrás e escrito a itálico está a minha interpretação da pessoa e/ou da acção política e governativa do senhor Primeiro-Ministro como se fosse o próprio a pensar, o que respectivamente e na essência creio não andará longe da verdade, se é que não acertei em cheio!? Mas a partir de que voltando a falar tão-somente por mim pessoal e tão sincera quanto responsavelmente, mesmo não querendo em absoluto duvidar da seriedade ética, moral e/ou até técnica/profissional da pessoa do senhor Primeiro-Ministro. No entanto e até precisamente por eu querer acreditar na seriedade geral da sua pessoa, com tudo o mais que lhe está pré, pró e pós ou paralela e divergentemente inerente, concretamente enquanto aplicado ao governo da nação, com a multiplicidade de interesses instalados, inclusive e a começar logo por parte da classe política e dos próprios correligionários partidários do senhor Primeiro-Ministro; creio, repito, creio eu que a sua efectiva ou suposta seriedade geral, pode até chegar a ser contra producente, desde logo com relação ao governo da nação!

            E não, não estou a ser irónico, nem objectiva ou subjectivamente contraditório; no caso estou ou pelo menos pretendo apenas reflectir o irónico e paradoxal da situação nacional e/ou da sua condição política/governativa enquanto Primeiro-Ministro em si mesmo e/ou enquanto derivado dum partido que, sem prejuízo das respectivas responsabilidades de quem mais quer que seja, desde logo a começar e terminar por mim mesmo, mas no caso concreto o seu partido (PSD) tem directa e indirectamente largas responsabilidades na "critica" e "austera" situação nacional que estamos a viver e que o senhor pretende sanear!

            Explico, é que o senhor Primeiro-Ministro, ao menos em democracia, não pode governar sozinho, como seja segundo a sua unilateral perspectiva, opinião ou convicção própria, sob risco de precisamente estar a ser anti democrático e ainda assim ou até por isso sem garantia de que em qualquer dos casos esteja a ser verdadeira e transversalmente justo, quer com relação ao passado, ao presente e/ou ao futuro de todos e de cada qual _ do colectivo. Quero eu dizer que a não ser assim e/ou ainda assim, o senhor necessitará sempre de quem o ajude a governar e no caso concreto enquanto derivando e mesmo pertencendo o senhor Primeiro-Ministro a um dos partidos, com suas diversas personalidades, diversas facções e sub facções por si só internas, também com profundas responsabilidades na “critica” e “austera” ou por si só desastrosa e injusta situação actual; mais uma vez creio e volto a repetir, creio, eu que o ciclo ou a redundância do ciclo estão duma ou doutra forma garantido(a)s! 

             Que se se quiser fazer uma análise mais detalhada e profunda das circunstancias em causa, até se poderia chegar à conclusão de que quais queres efectivas ou eventuais inversões ou variações do ciclo, derivariam ou derivarão também e em alguns casos precisamente da acção política e social anterior, com no caso também destacada responsabilidade do seu partido e/ou de directa ou indirectamente dos seus correligionários político/partidários, de que de resto o senhor depende duma ou doutra forma para governar, desde logo e ao menos para ter sido eleito como Primeiro-Ministro.

            Mas como o objectivo aqui é ser o mais breve, sucinto e genérico possível, excepção feita às causas, aos efeitos e as consequências prática(o)s mais ou menos conhecida(o)s de todos, de resto tão pouco eu tenho dados concretos e objectivos para esmiuçar esta minha análise, ainda que necessariamente pode-se ir significativamente mais longe ao respeito. Mas por enquanto fico-me por uma única causa, um único efeito e uma única consequência de entre muita(o)s outra(o)s, que é desde logo e por si só a bastante substancial causa, efeito e consequência da falta de confiança, por assim dizer de todos nós, não raro em nós mesmos, mas até por isso e acima de tudo com relação uns aos outros e aos políticos muito em concreto _ salvo sempre as devidas excepções, como em tudo mais da e na vida. 

              (Sequência de que até pelo meu raciocínio anterior, enquanto aplicado à generalidade do historial que nos trouxe a esta nossa “critica” e “austera” condição actual, por não dizer genericamente crónica, inclusive com reminiscências aos tempos da ditadura e/ou a uma cultura latina e ainda mais em concreto à cultura lusa, na mais ou menos aleatória base dum dito desenrasca e duns ditos brandos costumes(*), inclusive e em qualquer dos casos cultura auto assumida e até auto elogiada, necessariamente pelo seu melhor e pelo seu pior, ainda que com o pior pouco ou nada auto assumido, pois em regra isso é culpa deles, dos outros _ mal comparado seja como quando joga a afamada selecção nacional de futebol, em que se tem algum mínimo sucesso, é imediatamente auto assumido nacionalmente como de todos e de cada qual, nessa altura somos todos muita bons; já quando o sucesso não é tão grande assim ou se acaso redunda mesmo em fracasso, por norma é culpa deles, dos futebolistas, dos técnicos, dos dirigentes etc., o que de resto e em qualquer dos casos é motivo de raciocínio em e por si só, mas não agora aqui _ a partir e/ou aquém e além de que em regra é designadamente com cada qual a desenrascar-se minimamente ou o mais e o melhor possível, até dai os brandos costumes, na media em que enquanto eu e os meus me ou nos for(mos) desenrascando, pelo menos sobrevivendo, o resto e os restantes é deixa andar, por inerência em dissonância com um colectivo devidamente ordenado, civicamente consciente, activo e livre; tudo ainda em associação ou dissociação à muito concreta e de resto cada vez mais e mais comum discrepância entre as promessas e as práticas políticas, no caso concreto do senhor Primeiro-Ministro em vigência, por exemplo a promessa eleitoralista de não subir impostos, versos a prática de parecer que a sua grande solução para o País e/ou para a "crise" é mesmo e essencialmente subir impostos _ e eu estou à vontade para falar ao respeito, porque a minha condição existencial em regra não chega a abranger pagamento de impostos directos (IRS, IRC, etc.), ainda que pegue o indirecto IVA, mas até ai cada vez menos porque respectivamente consumo cada vez menos; além ainda e aqui já ao nível governativo da discrepância de entre os respectivos propósitos de partida e dos resultados práticos de chegada, o que enquanto da sua parte e/ou do seu governo muito em concreto, desde logo ao nível das suas primeiras medidas de austeridade, justificadas com base na e para com a posterior descida do défice público da nação, mas que na prática não só parece como até comprovadamente os dados apontam inclusive em sentido inverso ao pretendido ou pré e pró anunciado.

            Com tudo o imediatamente anterior para tão só por dar dois muito genéricos e mas também objectivos exemplos práticos daquilo a que aqui me refiro e que dá titulo ao presente; além de que na mesma base e sequência se nos voltarmos para a vertente do subjectivo como por exemplo quando por si só os políticos em geral e o senhor (P-M) muito em concreto falam em nome da Nação, da Pátria, do Povo, de Todos os Portugueses, etc., etc., ao menos por mim e aquém e além de tudo o mais, não sei em concreto do que, de quem, porque ou para que estão a falar. Quer dizer, eu tenho a minha própria e benévola interpretação, desde logo de que, pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, estão ou estarão a falar de facto em nome de Todos e/ou do País. O problema é que uma e outra vez isso parece não se confirmar na prática, desde logo quando há muitas nações dentro da Nação, quando há muitas pátrias dentro da Pátria e assim sucessivamente, inclusive com base em corporativismos político/partidários em si mesmos, com respectivamente diversas facções e sub facções, com os mais diversos e respectivos interesses próprios, que não raro se auto defendem acima de todo a si mesmos, aquém e além de qualquer colectivo Nacional, Patriótico, Público ou outros que colectivamente tais!

            Dir-me-ão aqui que tudo isto, toda esta multiplicidade de perspectivas, de interesses e afins é a própria democracia a funcionar. Com o que em parte eu tenho de concordar e dalgum modo até defender, inclusive porque ninguém é literalmente igual a alguém mais e eu mesmo sou profundo auto defensor da minha personalidade, identidade e liberdade própria. Só que antes, durante e depois há uma coisa em si mesma e por mim chamada de comum partilha humana, vital e universal, se se quiser pública que é comum a todos sem excepção _ seja que há coisas que quer queiramos quer não nos são comuns a todos e a cada qual, que devemos partilhar o mais positivamente possível. Mas é precisamente aqui que a porca torce o rabo no sentido em que não só parece, como mesmo frequentemente se comprova uma e outra vez que não raro o eu e os meus está e estão acima de tudo e de todos ou de todos os mais: individual, corporativa, colectiva, pública ou universalmente. E que segundo parece, mesmo que muito bem intencionado até enquanto à partida em nome do colectivo público, nacional, vital ou universal, o próprio senhor Primeiro-Ministro, segundo rezam as crónicas e os factos concretos está a cair na teoria e na prática do eu e dos meus, desde logo ao tomar e anunciar medidas tão importantes e transversais à sociedade como no relativo à TSU de forma unilateral do ponto de vista político e governativo, de sua suprema responsabilidade. Inclusive por isso o senhor Primeiro-Ministro pela sua própria governação, mas também por tudo o que no caso politica e governativamente está prévio ao senhor, começa a sentir a insatisfeita correspondência do colectivo, mesmo que com intermediamente desenrascada e/ou costumeiramente branda cumplicidade e responsabilidade da generalidade deste último (colectivo). Sequência de que o problema é ou começa a ser quando colectivo geral começa a sentir ou mesmo a constatar estar a pagar muito para além da sua cúmplice responsabilidade própria, nos maioritários e não raro ilegítimos proventos dalguns poucos em detrimento do todo ou da generalidade. Mesmo que a revolta popular, pelo menos da parte dalguns, derive tanto ou mais de inveja e/ou de ressentimento de e por não ter comido tanto quanto aqueles de quem agora se queixam e/ou relativamente aos quais dão respectivo sinal de revolta. Referindo-se esta última acepção a todos aqueles ditos governados ou subordinados que frequente e recorrentemente diziam ou em alguns casos ainda dirão com relação aos governantes e superiores: pois os homens desenrascam-se, quem me dera estar lá para poder fazer o mesmo! Seja que ao menos publica e politicamente, a injustiça e a impunidade daqui derivadas têm reinado sob e sobre muitos aspectos, inclusive tem-se cimentado e por inerência agravado com o passar do tempo _ necessária e culturalmente também por auto desenrascada e/ou costumeiramente branda cumplicidade e respectiva responsabilidade de todos e de cada qual.)  

            Conclusão final de que meu Caro senhor Primeiro-Ministro Pedro Passo Coelho muito em concreto, mais uma vez e como tudo aqui de minha interpretação e respectiva responsabilidade própria digo-lhe eu: ou o senhor está positiva, justa, efectiva e transversalmente muito acima de tudo o senão genérica, pelo menos muito significativamente corruptível, incompetente, passivo e/ou inconfiantemente envolvente, ou então e até porque por mim tenho as mais sérias e cada vez mais até comprovadas dúvidas dessa sua superioridade, ao menos em termos práticos ou aquém e além de se estar a limitar a lutar contra moinhos de vento, o que até por inerência da força com que o senhor entrou e parece insistir em continuar, como melhor das hipóteses e até por mim que quero mesmo e ainda acreditar na sua seriedade geral ou superioridade ética, moral e técnica/profissional, no entanto e até por isso possa a sua pessoa não passar mesmo dum puro, duro e mero voluntarioso ou no limite até mesmo dum ingénuo, política e governativamente!

            Entretanto e/ou aquém e além do mesmo é a confiança de todos e de cada um de nós relativamente uns aos outros e aos políticos muito em concreto que vai ficando mesmo cada vez mais e mais minada na sua ou na nossa mais profunda essência. Remetendo eu aqui para o meu anterior post Medidas de Austeridade...

                                                                                  Victor Barão

             (*) Que se a cultura do desenrascanso e dos brandos costumes adicionarmos comodismo e irresponsabilidade individual e colectivo(a)s, então estão criadas todas as condições, para o mais diverso tipo, não só de aleatórias injustiças, como tão respectiva quanto inversamente de injustos totalitarismos, se acaso e não raro com estes últimos em irónico nome de luta contra as injustiças! Pobres e infelizes de nós que estamos muitíssimo longe de provar ser colectivamente merecedores de liberdade democrática. Pelo que venham de lá os totalitarismos de esquerda ou de direita, militares ou civis, religiosos ou ateus, elitistas ou proletários e/ou paradoxalmente afins até ao infinito. Se acaso e até como melhor das injustas hipóteses, para contrabalançar um pouco as injustiças de há muito e até ao presente momento. De resto, salvo as mais ou menos qualitativas e quantitativas excepções, sobra-nos a incontornável e implacável justiça Universal, por mais e melhor não ser, com possível eterna expressão nesta nossa miserável, injusta e inconfiante condição existencial de per e de entre nós, com respectiva necessidade de quem nos governe com totalitária mão de ferro
            Triste e indigna auto e extra desconfiança!

            Legenda cromática: Dado que eu tenho tendência a expandir-me no que e como escrevo, até dada a base e o objectivo em que, como e para que o faço(!); por inerência e sempre que possível ou que assim se justifique passarei a salientar o essencial a preto e por assim dizer o mais complementar a cinzento _ neste último caso como uma espécie de mais ou menos longo parêntesis, com relação ao primeiro caso, para eventualmente assim não assustar muito as pessoas logo no primeiro contacto com esta minha expressão escrita. Além de que enquanto tal possa até suscitar algum interesse ou curiosidade relativamente a quem ao mesmo acede. Para o que no caso concreto destaco ainda azul a respectiva base que me suscitou escrever o presenteAo que finalmente acrescem, mesmo que isso desde há já algum tempo, estas minhas notas, observações, complementações, etc. finais a castanho.

            

terça-feira, setembro 18, 2012

Medidas de austeridade

            Eu acredito, sincera e profundamente eu acredito. Acredito na energia vital inerente a todos e a cada qual. Acredito na energia vital inerente à própria sociedade muito em concreto. De resto a energia vital e a magia da vida são tão poderosas e misteriosas que eu já vi plantas e animais nascerem, crescerem e viverem nos lugares e nas condições mais inesperadas e hostis. Inclusive já todos assistimos a uma humanidade que se refez a partir das e/ou até nas condições mais vis e hostis. Pelo que reiteradamente eu acredito, não posso mesmo deixar de acreditar, não sei com que intermédias causas, efeitos e consequências, mas em conclusão eu acredito.

            Não me peçam é para a acreditar, porque tão sincera e profunda quanto inversamente ao anterior, isso é que eu não consigo, nem sequer é que não queira é mesmo que não consigo acreditar _ salvo enquanto naturais partes integrantes do processo. É por exemplo nuns “geniais” e auto proclamados “salvadores da pátria”, em que até acredito ou quero acreditar que os mesmos querem, que os mesmos gostam, que os mesmos pretendem, que os mesmos tudo fazem para isso; ainda que o resultado acaba por ser quase redundantemente sempre o inverso ou pelo menos significativa e substancialmente ao lado do prometido, do projectado, do previsto, do anunciado e afins. Sim refiro-me muito concretamente à classe política e a outros “génios” que social e culturalmente o valham. Sub ou sobre sequentemente não acredito tão pouco num dito povo, numa sociedade, no próprio país enquanto tal, como seja todos e cada um de nós regra geral porque há sempre excepções, precisamente quando e enquanto embalados por promessas “geniais” e suas correspondentes práticas. Inclusive e para além das promessas, em muitos casos e circunstancias em que até nem mesmo e se acaso bem pior por isso, enquanto com ajudas internas e externas de diversa ordem a coisa funcionou positivamente como devido, quer para os indivíduos quer para o colectivo. Seja que enquanto tal, a coisa parece resultar sempre mal ou inversamente ao pretendido e/ou ao anunciado.

            Por destacado exemplo não me vão designadamente pedir para acreditar numas ditas “medidas de austeridades” política e socialmente impostas, quando para além dos sucessivos exemplos históricos recentes ou remotos, os próprios e imediatos efeitos destas presentes medidas de austeridade em concreto estão desde já e substancialmente a falhar sob e sobre quase todos os aspectos, seja em quase toda a linha. De resto os “geniais” “salvadores da pátria” envolvidos, tanto mais se nas “criticas” e “austeras” circunstancias em causa, estão já todos tão enrolados, confusos, ditos e contra ditos, desacreditados por si mesmos e perante a sociedade, tudo isto quando a procissão ainda só vai no adro _ o que não impede que os mesmos não sejam parte da solução, se acaso até bem pelo contrário! Já quanto à sociedade e ao povo, que inclusive os anteriores servem ou dizem servir até por estes últimos os terem elegido para tal, vai começando a dar os seus mais substancias e transversais sinais de inquietude e se acaso de impotência, mas até por tudo isso também de que necessita e que quer (auto) sobreviver a si mesma(o) e às circunstancias envolventes.

            Pelo que conclusiva e ironicamente, com consubstanciados motivos e razões para assim ser, desde logo e se acaso tomando-me a mim mesmo como exemplo, acredito tanto mais na energia vital inerente a todos e a cada qual, ao individuo, ao povo, à sociedade, ao país e ao mundo, quando e por quanto precisamente com base e em sequência de “crise” de “austeridade”, com suas respectivas causas, efeitos e consequências. Até porque por exemplo e desde logo a necessidade aguça o engenho e por mais não dizer os grandes saltos e avanços da humanidade deram-se em sequência de grandes crises e austeridades, inclusive de grandes catástrofes naturais e humanas, aquém e além do que uma e outra coisa (natural e humano) se confundam de entre si.

            A partir de que já mesmo só a terminar, nem interessa se há esperança ou se não há esperança, se há fé ou se não há fé, se há horizontes ou se não há horizontes, se há perspectivas ou se não há perspectivas, etc., etc., pois que antes, durante e depois a energia vital enquanto tal impor-se-á duma ou doutra forma e quer a “crise” quer a “austeridade” e suas respectivas medidas circunstancial ou providencialmente não passam nem passarão jamais e tão somente de meras fases do processo!

            Só mais uma coisa com tudo isto não estou a pedir ou sequer a insinuar que todos e cada qual cruzemos os braços à espera da solução, mas ainda assim, mesmo que o façamos a solução aparecerá seja em que circunstancias forem(*), na hora e no contexto certos, acreditem que quem quer que verdadeiramente seja jamais deixará de agarrar a oportunidade e a respectiva solução, por si, pelo outro, pela vida, pelo universo. Tal como de resto está constante e permanentemente a acontecer, quando assim é levado a ser!

                                                                                  Victor Barão   

            Obs: Escrevi e estou de imediato a postar isto, após ter acordado, pelo que aquém e além de substancias, conceptuais, formais, técnicos, etc., defeitos ou de virtudes, desde logo o mesmo vale pela naturalidade e espontaneidade com que me foi suscitado, respectivamente eu o escrevi e o estou a expor ao exterior _ isso sim após um breve auto revisão, correcção e complementação, até porque em regra à primeira e imediata versão chega inclusive a faltar palavras e/ou a conter erros linguísticos que por vezes me custa a mim mesmo entender o que escrevi, ainda que sabendo o que quis ou o que necessitei escrever. Mas a partir daqui que cada qual que retire as conclusões que muito bem entender ou não possa deixar de ser.

            (*) Refiro-me ao substancial, não ao acessório, pois em regra para o acessório é necessário correr atrás, já o substancial está duma ou doutra forma sempre presente, necessitando isso sim é ser agarrado e concretizado!
             

Luta interior _ como atracção!

            Tendo directa e imediatamente como base o anterior post intitulado Chico Espertismo, em que desenvolvo um raciocínio, não só com base nos comentários dum anónimo num outro Blog, mas também como se eu estivesse a responder ou a dialogar com o anónimo em causa, o que duma ou doutra forma não deixou de assim ser de facto; no entanto o mesmo é tanto ou mais o resultado dum, por assim dizer, semi esquizofrénico e maniqueísta diálogo interno em e comigo mesmo, de cujo o texto em causa, é dalgum modo como que o resultado do brandir de espadas interiores, enquanto luta interior na e à qual, com defeitos e virtudes, eu vou auto subsistindo tanto mais (pró) positiva, construtiva, criativa, produtiva, satisfatória, condigna e/ou plenamente quanto precisamente sou eu mesmo que tenho de auto sobreviver na e à luta em causa, que de resto é minha muito própria e intima, numa sequência em que me auto anulei activa, prática e funcionalmente a e por mim mesmo, tendo por inerente sequência passado a absorver o melhor e o pior envolventes, como se em qualquer dos casos de mim mesmo se trata-se como de resto e duma ou doutra efectiva ou potencial forma se trata se facto. Sequência de que só me restaram duas grandes possibilidades, ou desistia de todo em todo de mim ou então apostava em mim, a partir de me ter auto anulado pratica, activa e funcionalmente, ainda que com a intermédia condição de me abandonar às mais aleatórias circunstancias da via. E no caso concreto até por inerência da primordial energia vital que habita em mim, em associação ao não menos primordialmente básico instinto de auto subsistência, com ainda a mais sublime motivação nas e para com as melhores referências e influências de vida externas a mim, como mínimo e/ou como pior das hipóteses cá vou indo ou cá tenho ido indo!

            Global sequência, até pelo parágrafo anterior, algo asfixiante enquanto resultando logo à partida numa primeira, longuíssima e/ou tecnicamente complexa frase. Pelo que apesar de eu ter algum público, inclusive a nível internacional, o facto é que enquanto tal, não posso jamais esperar muito publico para este meu Blog, na media em que inclusive duma forma relativamente complexa e extensiva, ponho em causa quase tudo e todos, a partir de me colocar quase permanentemente em causa a mim mesmo e/ou vice-versa, inclusive em sequência de me ter auto anulado prática, activa e funcionalmente em e por mim próprio, tendo passado a absorver quer o melhor quer o respectivo pior exteriores a mim, com um genérico e correspondente colocar em causa esse mesmo exterior de per si, no seu todo ou de entre si nas suas mais diversas, antagónicas e/ou até incompatíveis facetas.

            Ainda que mesmo já quase a finalizar mais este argumentativo e extensivamente pesado texto, enquanto para o respectivo contexto dum Blog que à partida se quer o mais sucinto, claro, objectivo e directo possível. Permita-se-me apesar disso ou até por isso publicitar este meu Blog, dizendo que o simples facto do mesmo não só resultar, como mesmo ser parte integrante dum meu processo pró vital, sanitário e subsistente próprio, derivado duma minha tão longa e profunda, quanto esquizofrénica e maniqueísta luta interior; que na medida em que e como vou escrevendo e expondo o que e como escrevo, nas circunstancias em causa, me vai fazendo sentir global e crescentemente melhor em e comigo mesmo e com o mundo directa e imediata ou indirecta e remotamente envolvente e externo a mim, o que dalgum modo será como na farmácia, senão fizer bem, creio que mal também não fará a quem quer que vital e universalmente seja _ se acaso, salvo a imodéstia e presunção, até eventualmente bem pelo contrário!

            Estando e ficando na consciência e respectiva necessidade de cada qual, por aqui ficar e continuar ou não(!?), desde logo para os que já chegaram até aqui quer no acompanhamento do Blog, quer na leitura deste post muito em concreto, só posso afirmar que por mim e como pior das hipóteses, creio não poder ser mais franco e sincero do que e como tenho sido até aqui e aqui muito em concreto estou a ser, antes, durante e depois do mais em e comigo mesmo, mas até por isso também com todos e cada um de vós.

            Responsável e consequentemente:

            Victor Barão                                                                 

segunda-feira, setembro 17, 2012

Chico Espertismo

             Até em sequência de tudo o que tenho escrito neste Blog, vi-me recentemente na contingência de, por assim dizer, entrar em diálogo com um ilustre anónimo, no espaço de comentários do Blog Pensando e Falando e mais concretamente do post A Crise... PKP..., em qualquer dos caso de autoria de Armanda Barbosa – Verdinha. Blog que de resto sigo com o devido interesse, aqui na minha própria conta no Blogger.

            De cujo diálogo entre o ilustre anónimo em causa com a proprietária do Blog e comigo mesmo, vou começar por transcrever algumas palavras do primeiro que estão na base de e para que eu aqui esteja a escrever o presente sob o respectivo e correspondente titulo Chico Espertismo; cujo as correspondentes palavras do dito anónimo, no caso concreto como uma contra resposta deste a uma respectiva resposta da proprietária do Blog para com o mesmo, foram as seguintes: _ Sinceramente muitos dos intitulado por si como "normais" também não merecem mais do que ganham. Se for preciso chegam ao trabalho, vão comer, conversar, fumar e só passado uma hora depois do horário legal de entrada é que começam a pensar em trabalhar. Entretanto atendem o telemóvel, voltam a sair para fumar, conversam e trabalho... espremendo bem, ao fim do dia, se trabalharam 4 horas foi muito.”. Ao que, aqui já sou eu a falar de novo, para além de tudo o mais, que e como também eu correspondi ao meu caro anónimo no espaço de comentários do Blog Pensando e Falando, não posso nem quero, até por me ter sido natural e espontaneamente suscitado faze-lo, deixar de acrescentar responsável e consequentemente _ vulgo identificadamente _ o seguinte:

            Falando por mim, quando assumo o compromisso dum trabalho, duma actividade laboral/profissional, por mais básica e rudimentar, funcionalmente precária, paga ao nível do rendimento mínimo nacional ou inferior, em qualquer caso sem subsídios de férias, de natal ou outras garantias e regalias sociais, no entanto até pela e para com a minha própria consciência dou o melhor possível de mim, em alguns casos e circunstancias indo buscar forças e/ou motivações (positivas) que nem imaginava possuir ou onde e como ir buscá-las _ só por isso já não é tudo, nem de todo em todo negativo! Sequência de que indigna-me e a espaços até circunstancialmente me irrita e revolta, que outros, desde logo da e na minha condição existencial ou laboral se encostem ou se auto poupem o mais possível, se acaso até fazendo costas nos que como eu damos o máximo ou o melhor de nós em prol da empresa, da actividade praticada e/ou pelo menos no meu caso (também) acima de tudo em nome da minha própria consciência! Mas tudo isto tanto pior e mais subtilmente complexo, desde logo e digamos, de entre esforçados como eu, versos calões _ “chicos espertos” _ como duma ou doutra forma refere atrás o ilustre anónimo, quando pelo meio ou aquém e além do mesmo também exista uma significativa desmotivação e/ou mesmo desanimo por parte dalguns outros que se sentem redundante e incontornavelmente presos numa condição existencial precária, pelo menos imediata e aparentemente sem fim à vista e até por isso também degradante e decadentemente desmotivante. Seja que alguns também não fazem mais e melhor porque também já não podem, já não conseguem, já não sabem por si só e a envolvência geral, desde dos colegas às hierarquias superiores, incluindo a própria sociedade já não inspira em absoluto nada de melhor, enquanto tais, não raro até bem pelo contrário. Ainda que seja precisamente em momentos e circunstancias assim que não pode deixar de se acreditar, ao menos de todo em todo, no fundo é o que eu vou fazendo, tanto quanto, como e quando posso, desde logo dando-me tempo e espaço a mim mesmo, se acaso e mesmo em regra com sacrifício de teres e haveres e/ou de “festas e rumarias” como uma espécie de forma de vida em si mesma – sob e sobre muitos aspectos transversal às mais diversas classes sociais. Seja que não posso nem quero demonizar a, por assim dizer, classe gestora enquanto tal e no seu todo devido aos seus, mais ou menos genéricos ou excepcionais, mas em qualquer caso parciais maus exemplos, nem enquanto tal reconheço o direito do ilustre anónimo demonizar as, por assim dizer, classes geridas enquanto tais e no seu todo devido aos seus, mais ou menos genéricos ou excepcionais, mas de qualquer efectivo modo respectivos e correspondentes maus exemplos.  

            Global base e sequência, em que também não deixo de concordar, parcialmente, com o ilustre anónimo, desde logo no relativo ao “chico espertismo” que de resto é significativamente abrangente, e que tomando a sua mais benévola versão de “desenrascanso” diria mesmo que é uma espécie de culto nacional, de resto auto assumido e enquanto tal transversal à nossa sociedade interna _ desde algumas elites gestoras/empresariais, até às bases laborais/sociais, com todos os seus respectivos intermédios. Mas que para não me limitar a um raciocínio demasiado simplista, desde logo enquanto a partir duma base significativamente complexa, acrescentaria aqui alguns matizes à coisa, no caso referindo que sem prejuízo das efectivas competências, desde logo gestoras de quem efectivamente as possua a pratique, devo também referir com base a minha experiência própria, até porque sou individuo de fraca cultura geral e como tal não posso fazer muitas alusões ou citações externas a mim, o facto é que pessoas como eu ou da minha condição existencial bastante básica ou como também diz o ilustre anónimo “medíocre”, não raro ou mesmo por norma sentirmo-nos “estúpidos”, quer perante (algumas), de todo demasiado frequentes, entidades gestoras ou patronais que enquanto tal (na nossa “estupidez”) têm uma particular e unilateral estima por nós, quer perante parceiros de trabalho e/ou de condição existencial que “espertamente” fazem costas em “estúpidos” ou salvo a imodéstia e a  presunção, no trabalho de “estúpidos” como eu; em qualquer dos casos com intermédia e reiterada ressalva quer para entidades patronais ou empregadoras, quer para respectivas entidades operários ou colaboradoras que em qualquer dos respectivos casos se mais e melhor não fazem ou conseguem é porque não podem e/ou ainda porque não raro se vêm presos num tão redundante quanto até por isso potencialmente degradante e decadente ciclo de precariedade e injustiça envolvente, que acabam desmotivados senão irreversível, pelo menos momentânea e circunstancialmente; sem naturalmente esquecer ainda também aqui as entidades empregadoras e/ou gestoras responsáveis e competentes em si mesmas e que desde logo reconhecem a devida competência ou pelo menos o dedicado esforço dos seus funcionários ou colaboradores; com mais toda uma infinidade de variantes pelo meio ou aquém e além do mesmo. Enfim seja que para tudo há excepções e no nosso caso parece-me, constatável, que de entre tudo o que está em causa, as excepções são mesmo o mais positivo; tendo a “crise” e a “austeridade”, a falarem por si sós, como paradigmas do pior resultado da norma, mais negativa (corruptos e afins) ou positivamente inócua (medíocres e o que os valha)! Incluindo aqui os que legitima ou ilegitimamente não só não sofrem com a “crise”, como até beneficiam com esta última, até porque do ponto de vista económico/financeiro o dinheiro é o mesmo que antes da “crise”, que com todas as correspondentes legitimidades e ilegitimidades inerentes, em especial com estas últimas como muito significativas responsáveis pela “crise”, resta saber quem, onde, porque e para que tem ou ficou com o dinheiro _ que falta ao próprio país!? Em qualquer caso e mais uma vez reconheço em certa medida razão ao ilustre anónimo quando diz e transcrevo: _ Um bom gestor vale mais que 500 funcionários medíocres juntos, logo merece ser pago pelos milhões que fizer a empresa lucrar. Ainda que essa sua razão seja apenas parcial, como explicitarei mais à frente, mas adiantando desde já que só por certo 'bom gestor' algum teve ou terá jamais sucesso com funcionários medíocres! Seja que repito, parecer-me constatavelmente que os “bons” quer dum lado e doutro, são ou serão a excepção, que confirma a regra da “crise”, da “austeridade” e inclusive da não raro carência de “luz ao fundo do túnel” _ aquém e além de que (re)acender ou manter a “luz” acesa dependa duma ou doutra forma de todos e de cada qual.

            E na circunstancia até por e para as excepções serem o (mais) positivo, logo e não menos constatavelmente, tudo o mais negativo ou mais incompetente, medíocre e injusto acaba por ser a regra e/ou algo muito significativamente comum a nível social, cultural, por si só laboral e/ou existencial interno, como por exemplo com profundos desequilíbrios, quer ao nível de proteccionismo e garantismo legal duns e quase absoluta negligência ou abandono legal doutros _ e não que as leis não se apliquem a todos por igual e modo geral, com ressalva para as respectivas e por si só legítimas ou ilegítimas excepções, mas acima de tudo pelo facto do sistema legal, dito Estado de Direito não funcionar demasiadas vezes quer a jusante quer a montante dos diversos factores em causa e/ou relativamente a e de entre uns e outros (excessos e defeitos, empregadores e empregados; competentes e incompetentes; produtivos e improdutivos; “chicos espertos” e “estúpidos”, etc.,). E entretanto, como eu costumo dizer, até transcrevendo uma máxima social ou cultural interna: cá vamos andando!...

            Seja que de entre competentes e incompetentes, de entre elites e bases, de entre “chicos espertos” e “estúpidos”, etc., etc. em qualquer dos casos com todos os respectivos intermédios, não deixa por isso de haver um pouco de responsabilidade de todos e de cada qual na e para a situação “critica” e “austera” que estamos a viver. Agora que repito uma e outra vez, que uns são mais culpados que outros disso não há dúvida absolutamente alguma e nesse aspecto, da minha parte e ao invés do ilustre anónimo que parece defender essencial e pelo que parece também unilateral e corporativamente apenas a excelsa classe gestora. Pelo que por mim e mais uma vez ao invés do meu caro, sem prejuízo dos méritos desta última (classe gestora) onde e como houver esses méritos, que os há de facto e mal seria que os não houvesse, no entanto não posso de forma alguma deixar de incluir a mesma (classe gestora) nas respectivas responsabilidades colectivas, inclusive e até com a mesma como respectiva parte integrante das elites sociais e nacionais, também por isso com respectiva responsabilidade acrescida. Desde logo quando em muitos, de todo demasiados casos, significativa parte da por si só superior classe gestora não consegue impor-se democrática, livre, positiva, constritiva, criativa, produtiva, natural, autónoma (desde logo independente do Estado) e/ou por si só empresarialmente; tudo isto, mais uma vez e sempre, com ressalva para as devidas e as mais positivasexcepções, que a nível nacional interno, parece mesmo serem essencialmente excepções. Levando a que reine isso mesmo, um certo e significativo “chico espertismo” e/ou uma certa “mediocridade”, na melhor ou limiar das hipóteses ao nível de salve-se quem poder, como algo que vem de há muito, por não dizer de desde globalmente sempre _ justificando cíclicas, redundantes, por não dizer aparentemente infindas “crises” e “austeridades” internas!

            Positivas excepções que apesar disso e/ou até por isso, no caso enquanto relativas à classe gestora empresarial e nacional não deviam auferir rendimentos, nem uma infinidade doutras regalias, desde logo além das pobres capacidades do País, tal como sucede com as classes intermédias e baixas da sociedade, desde logo o rendimento mínimo nacional é baixo, argumentativamente porque o País é pobre _ e não só não creio, como estou mesmo certo que há muita gente competente e produtiva aos níveis, por assim dizer operários intermédios e básicos e atenção que a este nível nem sequer me refiro a mim que sou essencialmente esforçado e/ou voluntarista. Pelo que também aqui, mais uma vez meu caro e ilustre anónimo, se há gestores muito, se acaso e em efectivo muitíssimo competentes mesmo, não me vai dizer que não há funcionários intermédios e de base que também o são _ inclusive a justificarem e competência gestora e vice-versa; mas que ainda assim e mais uma vez salvo as devidas excepções com as classes médias e baixas não raro e inclusive cada vez mais a não auferirem rendimentos, nem regalias acima do legalmente estipulado ou à altura das suas competências, desde logo comparativa e proporcionalmente à classe gestora, que segundo o meu caro e ilustre anónimo esta última merece indiscutivelmente tudo; sendo ainda que se e quem aufere rendimentos e/ou regalias acima da lei, está em situação de irregularidade com relação ao Estado de Direito _ quero eu dizer que por norma ninguém contrata um funcionário de base acima do vencimento mínimo, inclusive por mais competente que este último seja na maioria dos casos está condenado a isso mesmo (vencimento mínimo) e quando há algum reconhecimento da entidade empregadora, confesso que com base numa experiência (auto) "chico "espertista"" partilhada que tive em tempos e mas também no que se ouve por vezes dizer, imagino que qualquer pontual ou mesmo linearmente pequeno acréscimo de vencimento não é declarado ao Estado, entrando-se em ilegalidade. Pelo que sem esquecer uma e outra vez que o legalmente estipulado, desde logo ao nível do vencimento mínimo nacional tem de estar legalmente ao pobre nível do país, independentemente das competências ou incompetências práticas e funcionais de a quem de médio e baixo nível social _ vulgo operários; já as classes gestoras até segundo as palavras do caro anónimo parecem merecer ser pagas ao nível das suas respectivas competências, com tudo o que isso tenha e tem de subjectivo, mas que mais objectivamente ao nível de como diz o caro anónimo: “um bom gestor, valer por 500 funcionários medíocres” ou seja ainda por outras e minhas palavras, como na prática frequentemente se confirma, acima das pobres capacidades do País(*), além de que e então pergunto eu, quando um competente funcionário médio ou básico valha por todos os gestores incompetentes? Numa palavra: injustiça social e até universal explica tudo isto. 

            Enfim, digo eu, que enquanto não tivermos tomates para auto assumir o melhor mas também equitativamente o pior de nós mesmos individual, familiar, social, cultural, nacional e/ou por si só existencialmente, ao invés de transferir-mos e projectarmos sempre, unilateral e incontornavelmente para o outro, para o próximo, para o estranho, para o diferente, para o externo, para o acima ou abaixo de nós, etc., o pior e ficando com o melhor apenas para nós, nunca, repito, nunca jamais passaremos duma sociedade não só nacional quanto humana pejada de clivagens, de injustiças e por inerência até de incompatibilidades. Em que sendo o que e como constatavelmente é, será bom ou mau, melhor ou pior consoante consigamos lidar mais ou menos positiva e construtivamente com isso ou não!?

            E nesta global base e sequência, que é apenas um pálido e enquanto descrito por mim também rudimentar retrato da sociedade em que, desde logo você e eu vivemos ou em que uns vivem e outros mal sobrevivem, meu caro anónimo. E que da sua parte até por si só enquanto anónimo e mantendo essas suas perspectivas essencialmente unilateralistas, apesar de e/ou até por todas as razões que o assistam, garanto-lhe que jamais iremos a lado algum que valha verdadeiramente a pena, aquém e além do, salvo as devidas excepções, já conhecido desde globalmente sempre e até ao presente momento, como seja: crises, austeridades, ditaduras, injustiças, convulsões sociais, Estados de Direito disfuncionais e por ai fora! 

            Em conclusão e salvo que tenho mais ou menos genérica ou excepcional fé e esperança de que até às custas dos recorrentes “sacrifícios”, em especial quando os mesmos tocam a esmagadora e transversal maioria, a coisa possa mudar ou ir mudando para melhor, pois que de resto e caso contrário, enquanto tal, lamento dize-lo mas é básica e genericamente assim, como eu digo atrás, com os factos (históricos e presentes) a não o desmentirem, designadamente com o “desenrasca” e/ou “chico espertismo” de sempre, nas suas respectivas melhor e pior versões!

            Responsável, consequente e identificadamente:

                                                                                              Victor Barão

            (*) Bem sei que estamos numa sociedade mundial crescentemente globalizada, o que refira-se tem infindas potencialidades positivas e mas também necessariamente negativas, como de resto tudo mais da e na vida, incluindo o respectivo e/ou por assim dizer inverso provincianismo. Até porque fazemos todos parte integrante dum mesmo Mundo e eu diria ainda dum mesmo Universo, em sentido literal e até por isso escrevi Mundo e Universal em letra maiúscula. Mas então que essa globalização se aplique aos “bons”, vulgo aos competentes, quer ao elitista nível de gestão, quer ao intermédio ou básico nível operário, no caso concreto a nível nacional interno. Até porque como já referi atrás: não estou a ver um bom gestor ter sucesso com funcionários medíocres _ creio eu que com justa e transversalmente merecida repartição dos correspondentes lucros da(s) empresa(s) de sucesso em causa, pelos seus diversos intervenientes e não como diz o ilustre anónimo, que mais uma vez transcrevo: _ Um bom gestor vale mais que 500 funcionários medíocres juntos, logo merece ser pago pelos milhões que fizer a empresa lucrar. Mas também mais uma vez replico também eu que: empresa alguma com “500 funcionários medíocres” dará jamais lucro _ salvo se às custa duma infame e/ou até repressiva exploração, que rima, mas não condiz com "boa gestão".   
            Dai caro anónimo, eu ter-lhe dito em determinado momento num meu respectivo comentário no Blog Pensando e Falando que o ilustríssimo tem um discurso unilateralista, afunilado em e sobre si mesmo, a que acrescente corporativismo e egocentrismo _ pelo menos tudo levando a crer que o caríssimo é gestor e “bom gestor , no caso e desde logo dos seus unilaterais ou corporativos interesses. Pelo que sem lhe pedir perdão, permita-me que defenda os meus respectivos e equitativos interesses, que inclusive e dadas as circunstancias não são sequer tão equitativos assim, porque desde logo eu defendo e reconheço também os méritos da actividade gestora, enquanto o meu caro parece só reconhecer os deméritos da classe operária. O facto é que no relativo a responsabilidades, as mesmas estão onde e em que estão de facto _ por exemplo e por mim não contribui para o endividamento do país, desde logo porque jamais me endividei a crédito em nome de “futilidades” mas também em absoluto; ainda que deva confessar que tão pouco sou um poço de virtudes ou de competências, se acaso até bem pelo contrário, tendo inclusive nesta minha necessidade de escrever, uma minha pró vital, sanitária ou subsistente forma de sobreviver a mim mesmo e a muito do que e de quem me rodeia. Mas isto sou eu, um efectivo e auto assumido imperfeito que se auto reconhece enquanto tal e por isso auto assume as imperfeições próprias, já outros parecem ser só méritos, sim no caso concreto refiro-me ao ilustre anónimo aqui em causa _ naturalmente, sem qualquer ironia nem respectivo prejuízo com relação aos seus efectivos méritos. Mas em qualquer caso não se ponha muito em “bicos de pés”, porque pode desiludir-se consigo mesmo, salvo que o “bicos de pés” aqui se torna algo paradoxal, dado o anonimato do caríssimo. Valha então o “bico de pés” argumentativo!  
            Em qualquer caso e acima de tudo que haja mais inteligência universal e menos “chico espertismo” _ até porque inteligência e cultura universal, na melhor das hipóteses têm muito pouco que ver com mera competência e sabedoria técnica, salvo no que qualquer técnica válida tenha de estar apoiada em bases e regras universais, ainda que a aplicação prática das técnicas ou do resultado destas possa não estar de todo de acordo com a respectiva lei ou justiça Universal! Seja que não me interessa se um gestor é tecnicamente muito bom desde logo a angariar lucros para uma empresa, mas depois distribui muito mal esses mesmos lucros pelos seus diversos colaboradores ou subordinados _ se acaso nem sequer cumprindo com fornecedores e/ou com o próprio Estado. Tal como não me interessa se um funcionário é um excelente técnico no que quer que seja, mas se limita a fazer o menos possível em nome do maior rendimento possível, se acaso ainda é o primeiro a auto promover-se e/ou a gabar-se da sua condição _ salvo os que já quase nem rendimento têm, por mais que se esforcem e trabalhem! Num e noutro caso, creio ter sido minimamente claro e espero que razoavelmente justo na análise e correspondente expressão da mesma!   

            Atenção: Que se em e com tudo o anterior, não ficou pelo menos implícito, então devo aqui explicitar que não tenho absolutamente nada contra a classe gestora ou quais queres outras natural e legitimamente instituídas na sociedade. E desde logo não pretendo uma “igualdade” entre todos e cada qual e/ou entre todas e cada uma das classes em causa, até porque isso naturalmente não existe. No caso e salvo a modéstia ou a imodéstia, limito-me apenas a procurar equilíbrios entre os diversos factores e/ou as diversas classes sociais em causa; o que não sei até que ponto consigo ou não, pelo menos retórica e salvo a presunção racional/intelectualmente, mas ao menos tento-o com tanta natural e espontânea necessidade quanto necessito encontrar equilíbrios em e para mim mesmo. Agradeça-se-me ou perdoe-se-me por isso!

            Há! E escrevo “muito” e “muito” complexamente!? Bem mas a situação a que aqui aludo _ “chico espertismo” _ desde logo pelo melhor e pelo pior, com base e sequência das primeiras palavras do ilustre anónimo que logo no segundo parágrafo transcrevi, também é uma situação que tem um longo percurso e de todo não menos complexo, que o que e como eu (aqui) escrevo, se acaso até bem pelo contrário!...