quarta-feira, setembro 26, 2012

Sedutoramente frustrante

            Imagino que deva ser tão compensador quanto equitativamente frustrante para o género feminino a seguinte situação:

            Mas ainda antes de continuar devo dizer que o exemplo masculino que vou utilizar de base é só para dalgum modo facilitar a explanação do que quero transmitir, pelo que não tem de ser necessariamente assim ou com este paradigma masculino em concreto, de resto apresentarei mais algumas possibilidades, ainda que para o comunicativamente pretendido o paradigma aqui apresentado como central, seja uma ou mesmo a forma mais simples, objectiva e suprema de o caracterizar!

            Por exemplo tendo por base um sacerdote, tanto mais se relativamente jovem, naturalmente inteligente, que não violando o voto de castidade, nem se limitando aos formalismos e teorias da homilia, mas sim e acima de tudo que tenha uma consciência, uma lucidez, uma sensibilidade e uma sabedoria humana, vital e universal com natural aplicação prática, como para em regra ter o gesto ou a palavra certos, no momento e da forma certo(a), perante e para com o próximo individual ou colectivamente.

            Mas em que ou quando sendo esse próximo um individuo adulto do género feminino, também relativamente jovem, mas correntemente carente de tais atributos humanos por parte do género masculino, deva precisamente ser aqui algo tão reconfortante e sedutor, quanto equitativamente desolador e frustrante, desde logo para o elemento feminino em causa, não poder usufruir desses atributos humanos pela parte masculina, no dia a dia prático, em toda a plenitude da relação entre géneros e de entre um homem e uma mulher muito em concreto.

            Dai eu titular o caso de Sedutoramente frustrante, na medida em que, mesmo havendo empatia e/ou um tão subjectivo quanto também efectivo factor de sedução, no entanto e dadas as circunstancias jamais podendo haver um pleno relacionamento entre os elementos masculino e feminino em causa. Já seja porque, menos mal, o elemento masculino é sacerdote; mas também porque podendo ser alguém integro e fiel, desde logo a si mesmo na media em que não faça momentânea ou globalmente parte do seu processo existencial assumir um compromisso, desde logo sentimental/sexual e/ou ainda se por si só sendo fiel a uma já sua companheira de vida, enquanto tal não fazendo qualquer outro elemento feminino intima e correntemente parte da sua vida; sem esquecer ainda a possibilidade do elemento masculino em causa ser homossexual e enquanto tal até poder ter muito bons gestos ou palavras pessoais, humanos e de vida para com o género feminino, ainda que não com base num inter relacionamento integral, designadamente incluindo o factor heterossexual.  

            Global sequência em que tendo-me sido natural e espontaneamente suscitado a mim escrever o presente, tendo por base na minha própria experiência de vida, em que não sendo eu sacerdote; nem até por isso tendo feito voto de castidade; não tendo tão pouco a quem ser objectivamente fiel, aquém e além de a mim mesmo, ainda que neste último caso sem rejeitar de todo a possibilidade dum compromisso sentimental/sexual, mas também sem que este último termine de se concretizar para essa inconcretização poder ser taxada de algo apenas momentâneo; nem sendo eu tão pouco homossexual, porque desde logo se algo me inspira e me impulsiona a seguir positivamente em frente é o género feminino e/ou o fascínio, a atracção e a sedução que este por si só exerce em e sobre mim, logo poder ser algo tão mais profundo, complexo ou que tão só complicado o facto de ser eu a escrevê-lo do que o mesmo em e por si só!

            Talvez justificando dalgum modo uma minha vida social praticamente nula e/ou esta minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade de escrever, com tudo o pré, pró, pós, paralela, divergente ou convergentemente inerente, enquanto tal!

                                                                                  VB 

              Atenção: Em qualquer caso, no anterior não me refiro a um relacionamento meramente sexual, até porque tanto mais se nos liberais tempos que correm, este último tenha várias possibilidades de concretização. Refiro-me sim a um relacionamento mais amplo, mais abrangente, por si só mais vitalmente pleno, no que a entre géneros se refere _ se por dalgum modo dizê-lo, ao nível da Alma Gémea!      

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