E tanto
mais que irrelevante, torna-se mesmo absolutamente descartável, quando com a
introdução do TDT, em detrimento do Analógico, mesmo com aquisição dos
descodificadores de TDT e de novas antenas, parte do País ficou literalmente
sem acesso a televisão e outra parte como onde eu habito ficou parcialmente sem
esse acesso dado que em especial à noite o sinal de TDT desaparece, enquanto o
Analógico era permanente e abrangia basicamente todo o território.
Se a tudo
isto aliar-mos que a implementação técnica e/ou material do sinal aberto _
grátis _ de TDT, foi e é responsabilidade da Portugal Telecom (PT), que por seu
turno é proprietária do serviço de televisão por cabo e/ou satélite _ pago _
MEO, cuja publicidade a este último se tornou algo massivo, por mim e ao ouvir
argumentar política ou tecnicamente que TDT é melhor que Analógico, ao menos em parte vêm-me à ideia: Fraude!
Além de que
se nesta última acepção de publicidade massiva ao MEO, associada a não integral cobertura nacional de TDT, se se está a pensar que a
esmagadora maioria, desde logo todos aqueles portugueses que ficaram literal ou
parcialmente sem sinal de televisão aberto, grátis, TDT, vão aderir à televisão por cabo
ou via satélite, paga, tanto mais se num país estruturalmente pobre e
mergulhado numa particularmente profunda crise e austeridade económica e
financeira, então só mesmo a vaidade, a presunção ou um certo devaneio como que
a justificar o que nos trouxe à crise em que estamos mergulhados, poderia ou
poderá justificar uma adesão massiva por parte do público à televisão _ paga _ via cabo/satélite, mais concretamente ao MEO. Em qualquer dos casos sob acção
e/ou patrocínio da PT e do próprio Estado, quando este último está desde logo
politicamente envolvido em tudo isto.
Do mal o
menos que a implementação do sinal de TDT nos trouxe acesso a cerca de três
dezenas de canais espanhóis em sinal aberto, em especial ao nível do interior
do território nacional português onde eu habito e onde respectivamente o “””melhorado!!!””” sinal de TDT nacional próprio não chega de todo ou só chega
parcial e pontualmente.
Enfim as trapalhadas do costume, num
país que parece cada vez mais e mais sem pés nem cabeça, em que não raro ou
mesmo demasiado frequentemente reina o sempre reiterado chico espertismo, inclusive e/ou acima de tudo por parte do Estado,
seja como reflexo de todos e de cada um de nós modo geral, naturalmente com
ressalva para as devidas e positivas excepções.
Ah! E
“pôs-se” os humoristas de topo ou do momento a fazer publicidade ao MEO _digo
paranoicamente eu: _ talvez para retirar espaço de manobra a quem publicamente
mais corrosivo poderia ser com a situação inerente à fraudulenta implementação de TDT em Portugal. E assim como
sempre cá vamos andando!
Pergunto: dada a crónica pobreza nacional(*) e o particular momento de crise e de austeridade actual, porque não se disponibiliza apenas televisão via cabo ou satélite _ paga? E quem pode acede, quem não pode não acede(**), em qualquer caso creio eu que seria de todo mais coerente e acima de tudo mais leal, com o próprio país e o seu povo, do que este """melhor""" que em suma não é em efectivo melhor; do que este para """todos""" que não é de facto para todos e/ou ainda do que este """grátis""" que acaba por ter de ser pago duma ou doutra forma!
VB
(*) Pobreza material (económica/financeira), pelo menos para uma significativa parte da população, que parece cada vez mais ser maioritária, como sempre, o que houve foi um interregno de duas décadas de ilusão, de miragem de riqueza, que não passou disso mesmo miragem e ilusão; pois que de resto e acima de tudo histórica e culturalmente temos uma vasta riqueza, além de que após uma geração de gente significativamente qualificada, sem esquecer um passado de gente humilde, temos em qualquer caso e ao nível humano um significativo potencial!
(**) Ainda que num País em que (ainda!...) se lê pouco, já seja imprensa informativa ou literatura, em que se vai pouco ao teatro, em que seguramente quem não tiver capacidade económica para pagar uma mensalidade de televisão, paga, via cabo ou satélite, tão pouco terá para adquirir livros ou para ir ao teatro, restará talvez a rádio; pois caso contrário e em especial para pessoas idosas, sem mobilidade e afins equivalerá a ficarem na mais absoluta solidão, silêncio e/ou escuridão _ tanto mais se nesta sociedade, pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, cada vez menos comunitária!
(*) Pobreza material (económica/financeira), pelo menos para uma significativa parte da população, que parece cada vez mais ser maioritária, como sempre, o que houve foi um interregno de duas décadas de ilusão, de miragem de riqueza, que não passou disso mesmo miragem e ilusão; pois que de resto e acima de tudo histórica e culturalmente temos uma vasta riqueza, além de que após uma geração de gente significativamente qualificada, sem esquecer um passado de gente humilde, temos em qualquer caso e ao nível humano um significativo potencial!
(**) Ainda que num País em que (ainda!...) se lê pouco, já seja imprensa informativa ou literatura, em que se vai pouco ao teatro, em que seguramente quem não tiver capacidade económica para pagar uma mensalidade de televisão, paga, via cabo ou satélite, tão pouco terá para adquirir livros ou para ir ao teatro, restará talvez a rádio; pois caso contrário e em especial para pessoas idosas, sem mobilidade e afins equivalerá a ficarem na mais absoluta solidão, silêncio e/ou escuridão _ tanto mais se nesta sociedade, pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, cada vez menos comunitária!
Sem comentários:
Enviar um comentário