sábado, junho 04, 2016

Global uniformização cultural

A globalização que tudo uniformiza
A continuar o processo de globalização tal como está, na sua especulativa base económica/financeira que não olha a meios para auto exigentemente atingir os seus contínuos e crescentemente lucrativos fins, por exemplo ao multicultural nível humano torna-se cada vez menos aliciante transpor o horizonte, porque cada vez menos haverá algo novo, diverso, interessante, surpreendente e acima de tudo genuíno a encontrar, a conhecer e a viver do outro lado.
Pelo que salvo o clima, a paisagem, a fauna e a flora naturais de cada latitude global, que de resto e em qualquer dos casos também estão em globalizada decadência, talvez cada vez mais só vá-a restando mesmo o que para significativa parte da humanidade até basta e que é a colecção de carimbos no passaporte e/ou o historial de "resorts" mais ou menos elementares ou luxuosos visitados(*), em toda e qualquer região planetária, ainda que num planeta de ambiente natural crescentemente degradado e de generalizada cultura humana cada vez mais e mais global e monotonamente uniformizada _ ainda que de forma social e injustamente assimétrica!
Bem sei que até por natureza humana e da própria vida não é possível nem desejável parar a global e diria mesmo universal evolução. Mas restando então saber de que global evolução é que, desde logo ao concreto nível humano, falamos e dentro dessa evolução, qualquer que ela seja, se não há lugar à mínima preservação do melhor e/ou do mais genuíno que ainda existe quer humana quer naturalmente modo geral, como no caso concreto da seguinte comunidade, Makoko, que é em si mesma uma cultura humana muito simples, que respeita a natureza, que gosta de ser como é e de viver onde e como vive.
Ah! E também sei ou pelo menos posso imaginar que o próprio planeta não é eterno. Mas dai a que seja a minha própria humanidade a (auto) destruí-lo extemporânea, artificial e por si só numa voraz e irracional vertigem económica/financeira ou qualquer outra equivalente, vai uma distância imensa.
Enfim, por mim deixo à criteriosa descrição de cada qual decidir se a evolução de que trata a grande civilização global de fundamental base económica/financeira que tudo uniformiza e/ou torna artificial, enquanto tal inversamente sobreposta à preservação duma simples e modesta cultura humana, genuinamente única e respeitadora do meio natural, como a "Makoko" é algo lamentável ou louvável!?
Mas ainda que tão pouco deixando de assumir a minha própria posição ao respeito, posso e devo adiantar que para mim é algo absolutamente lamentável. vb
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(*) Atenção que: não tenho nada contra colecções de carimbos de passaporte e/ou historiais de "resorts" visitados. O problema está em que se acaso até bem pelo contrário parece haver cada vez menos genuínos e diversos motivos de substancial interesse para carimbar passaportes, salvo mesmo se com mera base em mais ou menos elementares ou luxuosos, mas sempre artificiais "resorts" turísticos, que inclusive neste último caso sejam um dos especulativos motivos para a continua extinção de muitas, diversas e genuínas, culturas humanas.
E por favor contradiga-se esta minha perspectiva, mas não com base em cínicos argumentos do tipo que "as culturas que se extinguem é porque são muito pobres e vão para melhor"! Porque não digo que em alguns casos não seja assim, em especial quando a iniciativa parte natural e livremente do seio e/ou dos elementos dessas mesmas culturas. Porque de resto, o que regra geral se passa é a expropriação e/ou aniquilação forçada dessas mesmas culturas, que na melhor das hipóteses jamais deixarão de ser pobres do material ponto de vista económico/financeiro, mas que acima de tudo passarão também e acima de tudo a ser pobres do mais substancial ponto de vista cultural e identitário próprio _ vulgo desaparecem como e enquanto tais. Sendo que há materiais pobrezas económica/financeiras, que no entanto são inestimavelmente ricas ao mais substancial nível vital _ ainda que a nossa materialista "civilização" não o consiga entender. 

VB

http://www.quesabesde.com/noticias/petrut-calinescu-lagos-con-texto-fotografico_14474