segunda-feira, setembro 28, 2015

Uma razão

            Ainda que havendo coisas que não se explicam por palavras, há no entanto por outro lado também palavras que têm de ser explicadas ou consubstanciadas com mais palavras.    

          Sequência de que não só uma das razões, como até a principal razão de eu tender a ser muito extensivamente descritivo no que e como escrevo explica-se pelo seguinte:

            Como é já significativa e globalmente comum, também eu pessoalmente simpatizo com a, natural e genuína, personalidade do Papa Francisco. Mas apesar disso ou até por isso não tenho de estar sempre de acordo ou pelo menos plenamente de acordo com o que diz o Papa. Por exemplo na sua última palestra em território Norte Americano (EUA), inclusive em tom humorístico o Papa disse algo como: _ “nas famílias por vezes voam os pratos!”. O que como alusão a que naturalmente nem sempre tudo corre bem no seio de qualquer família, logo com a metafórica ou mesmo literal figura do prato a voar como sinónimo dos naturais e mas também excepcionais desencontros familiares a poder funcionar muito bem e inclusive humoristicamente. O problema é quando a figura de estilo dos pratos a voar é não só literal como até a norma de determinadas famílias, em regra com um dos membros, por norma o masculino e/ou paternal a impor-se unilateralmente pela razão da força e não pela força da razão, até porque esta última se prevê natural e familiarmente repartida.
            Seja que para uma família dita normal em que há naturais desentendimentos e/ou desencontros de entre os seus membros, mas cujo esses desentendimentos ou desencontros funcionam como parte do (pró) positivo e genericamente harmonioso entendimento e/ou crescimento familiar, as respectivas palavras do Papa foram e são de facto humorísticas. E de resto creio que foi nessa base que o Papa proferiu ditas palavras. Mas quando há muitas, de todo demasiadas famílias como de resto aqui em Portugal vem crescentemente a suceder e diria mesmo que se vem a vulgarizar, em que no limite é um dos elementos familiares a assassinar o outro ou mesmo a restante família suicidando-se de seguida ou não, na circunstância como expressão (homicida/suicidária) mais grave duma dita violência doméstica que inclui literalmente pratos a voar e não só, como uma de todo lamentável norma e não excepção de e em certas famílias. Pelo que neste último caso creio eu que as palavras do Papa Francisco já não são tão ou mesmo de todo humorísticas. De resto é por isso que eu próprio falo improvisadamente cada vez menos e escrevo reflexivamente cada vez mais, desde logo para ser o menos mal interpretado possível, pois que na minha reflexiva expressão escrita procuro introduzir as mais diversas vertentes e/ou perspectivas possíveis de qualquer assunto ao qual me refira, como no caso do assunto agora aqui presente.
            A partir de que não discordo de todo das humorísticas palavras do Papa Francisco com relação aos familiares pratos a voar, mas como mínimo e enquanto tal também acho que o Papa deveria ter acrescentado uma contextualização para essas suas palavras, desde logo fazendo ressaltar que há muitos casos, de todo demasiados casos, relativamente aos que essas palavras pouco ou mesmo absoluto humor algum têm, bem pelo contrário. De resto imagine-se a felicidade ou a insuflação de poder que essas palavras devem ter significado para todo/as o/as que exercem violência doméstica/familiar, versos a angustia e a impotência que essas mesmas palavras devem ter significado para o/as que inversamente são vitimas de violência doméstica/familiar.  
            Enfim na minha humilde insignificância pessoal, prefiro ainda assim ou até por isso escrever extensiva/descritivamente muito e ser pouco lido por quem quer que qualitativa ou quantitativamente seja, do que dizer ou escrever sucinta/popularmente coisas que por muito boas intenções de partida que tenham, não raro também carregam em si todo o inverso peso negativo que de resto faz parte integrante do paradoxo que é a própria vida enquanto tal. Inclusive eu que mesmo nasci e cresci num contexto sociocultural, familiar ou existencial geral em que era perspectivado pela negativa logo à partida, seja que senão permanente pelo menos recorrentemente tinha de justificar muito bem o que e como dizia ou fazia. O que para além de que há coisas que não exigem explicação dado que são o que e como são e ponto, mas especialmente ainda ao nível da infância e/ou da adolescência não raro me tenha sido difícil explicar justificativa/descritivamente sempre tudo o que e como dizia ou fazia natural e espontaneamente, mas a partir de que por mais positivo que isso fosse, no entanto havia sempre quem me interpretasse pela negativa, neste caso como algo que em certa medida até é natural dado que jamais algo ou alguém será universalmente consensual para tudo e/ou para todos, a partir de que o problema é quando somos interpretados pela negativa como norma de princípio, tanto mais se com base em preceitos e preconceitos mesquinhos e/ou socialmente discriminatórios por parte duns estratos sociais sobre outros, como por exemplo para o que está aqui global e essencialmente em causa com a estratificação sociocultural dos géneros sexuais, salvo seja, com o género masculino sobre o feminino, enquanto algo com que jamais terminei de me identificar aquém e além dalguma rebuscada artificialidade, sem esquecer ainda algumas invejas e/ou traições de entre estratos equivalente ou de entre elementos dum mesmo estrato; o que no meu caso levou a que me tenha auto fechado reflexiva/contemplativamente em e sobre mim mesmo, o que podendo ter pendido para o lado da rebeldia ou da revolta, no ainda meu caso pessoal (auto) procurei e procuro que penda para a positiva introspecção/circunspecção pessoal, humana, vital e universal, de que depois e dadas as circunstancias resulta esta minha forma de expressão e/ou de existência escrita, em que se acaso perdoe-se-me ou agradeça-se-me pela extensiva descrição inerente, que apesar de ou até por tudo através da mesma procuro e por inerência espero ser o mais vital/universalmente transversal e razoável possível.

            Em qualquer caso e de qualquer modo responsável e consequentemente:
                                                                                              Victor Barão    

domingo, setembro 20, 2015

Em contracorrente II

            Eu que até por estar a escrever o presente me tenho a mim mesmo como não sendo muito inteligente, nem muito culto e menos ainda muito sábio, caso contrário estaria a viver plenamente em vez de estar a escrever pró vital, sanitária s/ou subsistentemente. Ainda que até também por estar a escrever o presente me esforce por (auto) subsistir o mais (pró) positiva, vital e universalmente possível à minha própria carência de inteligência, de cultura e/ou de sabedoria próprias, enquanto com estas parcial ou conjunturalmente necessárias a uma vida plena. Pelo que perante situações positiva e vitalmente demeritórias como as abordadas em “Contracorrente I” e agora a um outro nível aqui em “Contracorrente II”, o que mesmo incluindo todos os efectivos ou potencias positivos méritos humanos inerentes, no entanto e em qualquer um dos positivamente demeritórios casos inerentes, imagine-se que tristeza de mundo e/ou de dimensão humana é também esta em que genericamente existimos. Desde logo e tanto mais tristeza para mim que necessito referente, influente e consequentemente da inteligência, da cultura e da sabedoria alheias, como forma de compensar a minha própria carência das respectivas. Que no que a mim por mim mesmo respeita face a um genérico meio envolvente que me ultrapassa de muitas formas, pouco mais ou nada me restando do que resistir, resistir, resistir, … agarrando-me o mais, melhor e consequentemente possível a toda e qualquer vital e universalmente inteligente, culta e/ou sábia _ vulgo positiva _ referencia e influência externa a mim, por mais mínima que a mesma seja enquanto tal. Ainda que e/ou porque isso me leve a um senão continuo, pelo menos a um recorrente combate intrínseco a mim mesmo, de entre o meu efectivo ou potencial melhor e pior próprio, não raro inspirado em mim pelo efectivo ou potencial melhor e pior envolvente. Neste último caso, tanto mais assim quando e por quanto tendo eu auto fracassado a (quase) todos os positivos níveis de vida ou de existência própria, logo para não cair em todo e qualquer unilateral ou absoluto nível negativo próprio, acabei auto anulando-me prática e (inter)activamente como personalidade, identidade, vida e/ou existência própria, tendo como tal ficado susceptível e/ou permeável a tudo o que fossem e sejam referências e influências externas, necessariamente pela positiva e pela negativa, a partir de que para tão só (auto)sobreviver básica e imediata e mas tanto mais se positivamente a isso acabei por entrar em já dita e redita autogestão existencial própria, de entre procurando preservar e cultivar a melhores referências e influências externas a mim que por si sós suscitam o meu positivo melhor próprio, versos até por isso neutralizar e combater as piores referências e influências externas a mim enquanto estas senão directamente ameaçadoras, pelo menos suscitadoras do meu respectivo pior próprio. Em qualquer caso e salvo eventual excepção em que eu tenha de me defender directamente perante o exterior e ainda assim se tanto quanto literalmente possível sempre pela positiva e não sendo igual ou pior que o pior exterior, de resto com dito combate essencialmente no meu próprio intimo, até porque antes, durante ou depois de eu poder mudar, emendar ou influenciar o que ou quem quer que seja externo a mim, tenho sempre de me mudar, emendar ou influenciar a mim mesmo e só então a partir do meu subsequente exemplo próprio e prático poderei eventualmente contribuir para mudar, emendar ou influenciar o meio directa ou remotamente envolvente. Pelo que quando não raro e mesmo recorrentemente me deparo com referências e influências essencialmente negativas, no mínimo é-me motivo de tristeza e no máximo não posso evitar combate-las na medida do positivamente possível, desde logo a partir do e no meu próprio íntimo enquanto auto assumindo-as humana e vitalmente para mim próprio, cujo maior, melhor quando não mesmo único reflexo desse meu combate interno, na respectiva medida em que natural, necessária e positivamente eu vou auto sobrevivendo no e ao mesmo é precisamente esta minha forma de expressão e de existência escrita. Com esta última que em si mesma não beneficia quem não a ler, nem prejudica quem não a quiser ler. Sendo que quem quer que seja é forçada/o a lê-la e/ou a deixar de lê-la, como no caso concreto a partir do momento em que a exponho como aqui responsável e consequentemente o faço. 
   
            _ Portugal, nação (Lusa) que de entre uma infinidade de efectivas virtudes naturais e/ou humanas se tem muito em concreto como de forte atracção turística. No entanto de forma indefinidamente continuada ano após ano, ainda que no caso aqui retratado de forma mais condensada no tempo e no espaço enquanto após mais uma época de férias de Verão e numa particular zona de forte trânsito de época, o resultado da irracional acção ou da falta de higiénica acção de muitos automobilistas e/ou famílias em trânsito para a natural zona balnear nacional por excelência, inclusive com extensão turística internacional, que é o Algarve, o respectivo resultado ao nível de acondicionamento de lixo por parte de muito/as, de todo demasiado/as, é recorrentemente o que e como as seguintes fotos lamentavelmente retratam:





            Sendo que o que estas fotos documentam refere-se a um local muito específico de paragem automóvel, já seja para descanso dos automobilistas em circulação ou já seja para observação da paisagem local que na transição de entre as províncias do Alentejo e do Algarve tem por si só algum correspondente interesse turístico. Pelo que logo neste local em concreto o cenário de lixo, que inclusive as fotos aqui em causa mal conseguem documentar em toda a sua verdadeira extensão, assume particular destaque e gravidade, mas ainda que de forma mais dispersa e mas com relativa continuidade o mesmo cenário estende-se a toda a extensão da via de circulação, encontrando-se recorrentemente garrafas plásticas, embalagens tetra-pack, papeis dos mais diversos tipos, fraldas e tudo o mais que se possa imaginar ao nível de lixo que a partir de qualquer veiculo se possa deitar para a via pública e/ou para o espaço natural, independentemente de mais dispersa ou de mais condensadamente, mas em qualquer caso ao longo de incontáveis quilómetros. Tudo isto independentemente de haver ou não contentores de lixo apropriados na proximidade, como duas das fotos documentam em objectivo existir (*) no local fotografado _ já agora referir a destruição do painel indicativo de entrada no Alentejo, seja por destrutivos "escritos" sem nexo e/ou pela própria extração de parte desse mesmo painel, situado atrás e acima do contentor de lixo assinalado. Ao que há que adicionar o facto de que com relação ao lixo em concreto, nos últimos anos, não sei se pagas pelo Estado central ou se pelas Autarquias locais, periodicamente costumam haver umas equipas a fazer recolha deste tipo de lixo à beira das estradas nacionais. Pelo que imagine-se o que e como seria sem esta última periódica limpeza _ e bem sei que o País tem muito desemprego, mas digo eu que o tipo de emprego que necessitamos não é própria e em grande medida sequer absolutamente com base na genérica falta de higiene interna, por parte de todos e/ou de cada qual em abstracto e/ou dalguns muito em concreto. De entre o que digo também eu é que se não houver contentor do lixo disponível na imediata proximidade, pode sempre acondicionar-se o lixo num qualquer recipiente até chegar a um contentor adequado e lá o despejar.
Que por mim mesmo falando e sem qualquer modéstia, até porque auto reconhecidamente já sou suficiente medíocre como para não criar algo de positivamente novo, para produzir algo próprio com utilidade geral, na melhor das hipóteses limitando-me a contribuir esforçada, sofrível, servil e/ou humildemente para as positivas ideias e/ou produtivas necessidades alheias; agora o que também evito é ser negativo ou contribuir para a negatividade envolvente, pelo que ao menos a este nível permita-se-me ser imodesto e não pedir perdão por isso, na medida em que neste assunto de despejar e espalhar lixo no espaço público e/ou natural, no meu caso chego a por exemplo juntar uma boa “mão cheia” de garrafas plásticas e/ou de papéis inutilizados dentro do carro, de entre a minha utilização da/os respectiva/os e o momento em que a/os despejo no contentor de lixo e/ou no ecoponto apropriados.  

            E atenção que perante as dificuldades económicas, financeiras e acima de tudo sociais modo geral do País, que tanto pior se lhe adicionar todas as equitativas dificuldades internacionais e/ou mesmo de conflitos abertos do Mundo com implicações transversais a toda a humanidade, este questão do lixo à beira das estradas, enquanto tal despejado/abandonado no espaço público e/ou natural pode parecer uma questão menor. Mas a meu ver e sentir não é assim de facto, na medida em que o vejo e sinto associado a um mental sociocultural comodista, facilitista, arrogante e prepotente do tipo faço o que unilateralmente quero e não o que colectivamente devo, em suma um mental sociocultural vitalmente mesquinho e universalmente ignorante, que por si só contribui para a redundantemente precária condição económica, financeira e acima de tudo social modo geral do País, inclusive e no limite com potencialidades negativas ao nível das piores crises internacionais e/ou dos mais graves conflitos Mundiais, que de resto até tão só por isso associo este presente texto ao imediatamente publicado antes, inclusive concedendo-lhe o mesmo titulo "Em contracorrente", com a subsequente diferenciação de "Contracorrente I e II". 
            Ah! E claro que auto-reconheço ser originário e residente dum dos países mais belos, mais naturalmente contrastados, mais historicamente ricos, por si só mais antigos, com um dos povos mais humildes e solidários, etc., etc., do Mundo, que e como é de facto Portugal. Mas a partir de que até ainda um pouco ao reflexo estilo do antigo regime ditatorial que procurava ignorar e/ou ao menos “varrer para debaixo do tapete” as efectivas misérias existenciais próprias, só auto assumindo as efectivas ou potencias virtudes nacionais, desde logo os meus compatriotas me perguntarão ou poderão perguntar: mas porque é que com tanta coisa bela em Portugal passível de ser fotografada/retratada e descrita, eu vou logo fotografar/retratar e descrever (também) uma das piores?! Ao que desde logo eu correspondo em parte com o que disse o patrão dum trabalho que tive em tempos idos (quase três décadas atrás), que enquanto patrão e inclusive como genericamente muitos outros jamais elogiava um funcionário por qualquer positivo mérito deste, mas era rápido e implacável a fazer ressaltar qualquer mínimo erro ou pequeno demérito de qualquer funcionário, a partir de que quando um dia confrontado com isso respondeu: “_ pois quando eu não digo nada tomem-no como elogio significando que está tudo bem ou como devido, a partir de que o que importa é evitar ou sancionar e corrigir os erros!” Eu concordei, ainda hoje concordo e sempre concordarei em parte e mas jamais concordarei plenamente com o mesmo, visto que para mim ao menos (pró) moral e animicamente reconhecer os méritos é tão importante quanto fazer ressaltar pró sancionante ou correctivamente os deméritos _ mas isto é uma questão de perspectivas mais ou menos discutível que inclusive por parte de muitos patrões tem o propósito psicológico de evitar ter de compensar os méritos na mesma proporção em que sancionam os deméritos, enfim mais uma controvérsia humana de entre uma infinidade doutras. E atenção que no que a enaltecer ou elogiar os méritos seja de quem for e do funcionário duma qualquer empresa em concreto, não me estou a referir aos méritos de cada qual cumprir as suas normais e correntes obrigações do dia-a-dia, refiro-me sim a quando se tem de resolver excepcionais circunstancias extra dia-a-dia e por vezes até extra deveres e obrigações técnicas/profissionais que dito funcionário correntemente exerce, salvo quando exerça funções indiferenciadas e como tal tenha de resolver de tudo um pouco e logo sem direito a reconhecimento de mérito algum porque tudo o que tem de resolver é “normal e corrente”, de qualquer modo no que se refere aos erros e/ou deméritos deste último (funcionário) os mesmos tão pouco são o seu normal e corrente no dia-a-dia, de resto mal seria para o próprio e para a respectiva empresa em que trabalha, logo sem absoluto prejuízo de serem corrigidos os erros ou os deméritos, o que no entanto estes não deviam tão pouco era ser extra enfatizados ou sancionados no imediato, ao menos sem paralela ou intermediamente se reconhecer e/ou fazer ressaltar os equitativos acertos e/ou méritos _ se é que pró positiva e equilibradamente me faço entender(!?).
            Pelo que ao que da minha unilateral parte respeita, ao fazer o paralelismo duma situação de trabalho com base nas conceptuais palavras do patrão atrás aludido, com o facto de eu fazer aqui ressaltar um demérito nacional com base no indiscriminado abandono de lixo no espaço público e/ou natural, face aos muitos respectivos e maiores méritos nacionais, diria e digo ainda que por e para mim próprio o que está positivamente bem não me preocupa, por exemplo uma pessoa feliz apraz-me de deixa-me tranquilo enquanto tal, já uma pessoa infeliz me intriga ou no limite até me perturba. A partir de que neste último caso, se não podendo eu fazer directa, imediata e consequentemente algo positivo pela pessoa em causa, no mínimo terei de auto gerir interna e pró positivamente de e para mim mesmo o intrigante ou perturbador reflexo efeito da infelicidade dessa pessoa em mim. Mas de entre o que se for o caso não deixarei de revelar e fazer ressaltar a felicidade da primeira, aquém e além de poder ter de revelar e se acaso até fazer ressaltar a infelicidade da segunda. O que traduzido para o mais genérico e contextualmente abrangente nível nacional aqui em causa, em que não deixando eu de enaltecer os positivos méritos naturais e/ou humanos internos, mas que até por e para com ampliação e/ou aperfeiçoamento destes últimos tão pouco posso ou quero deixar de referir, como no caso de fotografar/retratar e descrever os respectivos positivos defeitos ou deméritos internos. Seja que ao parcial invés do patrão aludido acima, da minha parte tanto faço ressaltar os méritos quanto os deméritos nacionais e/ou vice-versa, tal como no que se refere ao que ou de quem mais quer que seja. Até porque o patrão aludido acima calava e ignorava os méritos dos seus funcionários em geral, que não falo de mim em particular, ainda que reconhece-se e fizesse ressaltar os deméritos dos seus mesmos respectivos funcionários para nesta global conjuntura poder controlar os seus funcionários em seu unilateral interesse, a partir duma perspectiva de positiva impotência por parte dos seus funcionários aquém e além da supervisão e/ou comando da entidade patronal _ talvez por isso a empresa em causa sempre teve grande rotação de funcionários, salvo ao nível de personalidades submissas e/ou fragilizadas duma ou doutra forma, com resultado numa empresa que salvo pontual circunstancia, de resto jamais passou de algo sofrível, que uns anos após eu ter deixado de trabalhar na mesma vim a concluir que a mesma fechou portas, ainda que eu não tenha jamais sabido objectivamente porquê(!?), até porque não me interessou sabê-lo. Enquanto por outro lado e no por si só presente caso eu próprio reconheço e faço ressaltar os positivos méritos, na circunstancia nacionais dum modo geral (para com o que por si só tenho um Blog de fotografia a que só lamento dedicar (ainda) pouco tempo ao mesmo), mas também reconheço e faço ressaltar os respectivos positivos deméritos nacionais, como no presente caso, para, salvo a imodéstia, no seu global conjunto puxar positiva e transversalmente para cima quem apesar de e/ou até por tudo está (ainda!...) positivamente muito abaixo de mim, pelo menos a este nível de despejar lixo indiscriminadamente no espaço público e/ou natural com todo o mental sociocultural retorcido ou mesmo negativo a isso sub e sobrejacente, como já minimamente abordado em anterior parágrafo, mas que acrescento agora ainda a esse mental sociocultural uma característica designada de "chico espertismo nacional", na medida em que neste caso as individualidades ou colectividades que despejam indiscriminada e mas se no limite também criminosamente lixo no espaço público e/ou natural se sentem a elas mesmas muito "espertas" por o fazerem em unilateral interesse próprio, sem que alguém mais saiba disso, salvo que elas mesmas e as suas próprias consciências jamais deixarão de o saber, o que as leva a viver numa dimensão de no mínimo parcial retorcida ilusão com relação à realidade concreta e/ou mais positiva, vital e universalmente abrangente.  
            A partir de que cada qual que o interprete como possa, saiba ou muito bem entenda; como seja no contextual caso concreto em que em contracorrente com o positivo melhor nacional, eu acabe a fotografar/retratar e descrever os factos aqui em causa relacionados com aleatória e anti-higiénica dispersão de lixo como duma das mais positivamente demeritórias facetas nacionais, tanto mais ainda se num País auto e extra proclamado de civilizado e de turístico, inclusive com expressão internacional enquanto tal.
                                                                                              Victor Barão             

sexta-feira, setembro 18, 2015

Em contracorrente I

Eu que jamais me consegui identificar ou pelo menos terminar de me integrar no que e como a sociedade, a família e/ou o exterior em geral, me apresentaram, me indicaram ou no limite mesmo me impuseram como suposto “melhor” para mim; até por isso e mas aquém e além disso, eu que em e por mim mesmo tão pouco jamais terminei de me (auto) afirmar proficuamente pela positiva, dependente ou independentemente das referências e influências externas que não raro se me apresentaram profunda e consequentemente incoerentes de entre retórica e prática concreta dessas mesmas referências externas de per ou de entre si; em suma eu que fracassei por mim mesmo redundantemente pela positiva sob e sobre todos os aspectos, tendo chegado a um ponto em que sem já constatáveis motivos de fé ou de esperança acima de tudo em mim mesmo e mas também em muito do genérico meio envolvente, como que senti e/ou mesmo constatei que só me restava cair directa ou indirectamente na mais pura e dura decadência própria ou então e apesar de ou até por tudo entrar ainda assim e até por isso em (pró) positiva autogestão vital/existencial própria. Seja que mesmo sem positivos fundamentos vivências ou experienciais próprios que justificassem esta última hipótese de autogestão, no entanto se não queria mesmo entrar em directa ou indirecta (auto) decadência e degradação própria mais e melhor não me restou do que, de entre fé e razão e/ou intuição e objetividade, aferrar-me a um pró positivo, vital e universal processo de autogestão que redundou naquilo que eu auto designo como uma história em si mesma e que no fundo é a minha própria história pessoal, que nas circunstancias em causa tem tanto de prática e objectivamente desinteressante, quanto até por isso de interpretativa e subjectivamente interessante. Sendo que se a minha história de vida pessoal própria me vem desde sempre, desde a minha origem já esta minha inclusa auto gestão (pró) vital/existencial própria subjacente me vem de longe, de cerca de três décadas atrás, como seja cerca de três quartos da minha vida até ao momento e que enquanto tal me é algo continuo e imparável. O que numa sequência de causas, efeitos e consequência prática/os, a partir de certo e determinado estágio espacial, temporal e existencial deste meu último e continuamente presente processo de auto gestão em concreto, circunstancial ou providencialmente o mesmo passou acto espontâneo a integrar esta minha pró vital, sanitária ou subsistente necessidade de escrever, que entretanto até se me impôs natural e espontaneamente como minha maior, melhor quando não mesmo única forma de expressão e de existência própria. O que numa primeira e auto subsistente instância sucedia essencial e exclusivamente em ciclo fechado de e e para mim mesmo, no entanto alguns anos, cerca de duas décadas após, eis que a partir de não menos circunstancial ou providencial determinado momento e correspondentes circunstancias me vi na tão pouco menos natural e espontânea necessidade de expor o que e como escrevo ao exterior, numa primeira fase a partir dum e para com um contexto sentimental em ciclo relativamente fechado de mim para com uma outra pessoa; mas posteriormente ainda em outro subsequente momento e respectivas circunstancias, neste caso, de base mais socialmente abrangente, inclusive com potencialidades pré ou pró litigiosas face a outras individualidades, entidades colectivas e/ou mesmo instituições oficiais do Estado, o que me levou a (inter)agir responsável e consequentemente por escrito perante e com uma série de identidades individuais e colectivas, sempre pela e para com a positiva da minha parte, inclusive enquanto tudo subjacente ao meu próprio processo de autogestão, que se queria e quer ele mesmo pró vital, sanitária ou subsistentemente positivo em continuo; o facto é que num conjuntural acumular de factos e/ou de causas, efeitos e consequências a partir de mais uma vez não menos circunstancial ou providencial momento me senti na por si só não menos natural e espontânea posterior necessidade de começar a também expor o que e como escrevo ao mais indefinido exterior público, desde logo e inicialmente aqui via Blogger, com subsequente complementação no Facebook(FB).  

Seja que no que a esta minha forma de expressão e/ou de existência escrita se refere, diria e digo que antes, durante e depois do mais escrevo de, por e para mim mesmo. Pelo que respectivamente antes, durante e depois de pretender tocar, influenciar e/ou se no limite mudar o que quer que seja em quem quer que seja exterior a mim, necessito tocar, influenciar e mudar-me (pró) positiva, vital e universalmente a mim mesmo. O que num processo de auto gestão, tanto mais se a partir do meu mais rotundo fracasso vital ou existencial próprio enquanto directa e globalmente pela positiva, a começar logo pelo meu mais redundante e profundamente marcante fracasso interpessoal, social e curricular escolar; passando por subsequentemente interminável desencontro/fracasso interpessoal, social, profissional e existencial próprio modo geral no dia-a-dia prático, de que em qualquer parcial ou cumulativo caso se salvou ou tem salvado desde logo a minha mais básica e elementar subsistência fisiológica, o que isso sim associado ao meu respectivo dito processo de pró positiva autogestão pessoal, humana, vital e universal própria, mais palpável e/ou constatavelmente resultou e resulta então também nesta minha por si só pró vital, sanitária ou subsistente forma de expressão e de existência escrita. O que como mínimo poder-se-á imaginar que é um processo tão globalmente complicado e exigente, quanto até por isso também aliciante e gratificante na medida em que e como se vá-a concretizando com um respectivamente mínimo positivo e continuo sucesso, que enquanto tal e por paradigmático presente caso se traduz por, eu, tão só estar aqui e agora a escrever o presente, com tudo o que me trouxe ao mesmo e que do mesmo possa derivar e derive incontornavelmente de facto para com e sobre mim, de mim para com o exterior, do exterior para comigo e/ou de entre mim e o exterior. O que tão só por isso faz com que eu necessite e procure permanentemente que seja tudo pela positiva, seja e signifique isso o que quer que seja ou signifique, mas que desde logo creio minimamente semi-implícito ou explícito no que e como por si só, aqui e regra geral, escrevo. 

Tudo isto que, apesar de e/ou até por com todos os respectivos prós e contras inerentes, não raras vezes se me torna significativa e processualmente vã,o indefinido, cansativo, no limite mesmo desesperante, na medida em que por mais que e como eu me mude e evolua (pró) positiva, vital e universalmente, não raro vejo-me, sinto-me ou mesmo constato-me a andar _ vulgo a remar _ em contracorrente, senão repare-se: recorrentemente deparo-me com políticos descaradamente mentirosos que como tal minam todo e qualquer tipo de confiança social geral, isto aquém e além das clubites partidárias para quem o que interessa é festejarem e usufruírem das suas unilaterais/corporativas vitórias partidárias e respectivo poder inerente, sem esquecer a arrogância politica/partidária dos que só vêm virtudes em si mesmos e defeitos no próximo e/ou no diverso, com mais ou menos catastróficas consequências ao nível político, económico e social geral(justiça, saúde, educação, etc.,), o que no caso de Portugal faz deste um dos mais socialmente desequilibrados e injusto da Europa; mas no limite e como recorrentemente se constata em diversas partes do Globo com unilaterais e/ou radicais interesses políticos, ideológicos, religiosos, civilizacionais, etc., que levam aos mais abjectos conflitos entre humanos, com resultados práticos como por exemplo no infindavelmente dramático processo de refugiados do Médio Oriente para a Europa nos dias correntes, com tudo o prévio e posterior a isso, mais ainda se numa e para uma Europa dita de “Unida” mas que de unida tem muito pouco(!), por já não falar em todos os dramaticamente contínuos conflitos prévios a este e/ou paralelos e independentes deste em qualquer outra parte do Mundo, com consequências tão dramaticamente devastadoras e humanamente abrangentes como a expressa no seguinte caso concreto, de que aqui deixo o correspondente link:
Sendo precisamente também por isto que eu não posso nem enquanto tal quero deixar de me expressar como por si só aqui pró vital, sanitária ou subsistentemente o faço por via da escrita, desde logo por haver perturbação pessoal/humana e no limite poder haver colapso sanitário/vital da minha parte, em sequência de algo que ao mesmo tempo que consequentemente me afecta também transcende a minha capacidade de o influenciar positivamente, enquanto o mesmo em contracorrente ao meu pró positivo longo esforço autogestivo próprio, por si só pró preservação e culto do efectivo ou potencial melhor intrínseco e extrínseco a mim, versos até por isso automática neutralização e supressão do efectivo ou potencial pior intrínseco e extrínseco a mim.
 
                                                                                              Victor Barão

sábado, setembro 12, 2015

De repente senti nostalgia

           

           O local que as fotos documentam situa-se à beira duma estrada onde, salvo raras excepções, à partida e por norma só circula trânsito local ou seja que durante horas pode não circular carro algum. Eu próprio só transito por esta estrada por objectiva opção ou por circunstancial necessidade, como por exemplo quando me for mais perto circular por ali para chegar a algum determinado lugar em concreto, o que é raríssimo. Até porque esta estrada conduz a lugares que por natural norma não frequento. Pelo que só por aqui circulo quando de todo mais por opção do que por necessidade, como por exemplo quando por numa espécie de passeio procuro variar a rota ou o destino duma minha saída mais lúdica e/ou então por excepcional necessidade como quando aqui trabalhava ou quando em transito para qualquer outro trabalho em que por aqui tivesse de passar. O que, repito, em qualquer dos casos é raríssimo. Mas hoje foi um desses raros dias, em que num misto de objectiva e lúdica opção por me deslocar a um determinado local, mesmo havendo outras possíveis vias para lá chegar, no entanto num semiobjectivo ou subjectivo misto me deu mais circunstancial jeito circular por ali; como seja que desta vez foi por opção antes de ser por necessidade, ainda que no final por um redundante e conclusivo, raro, misto de opção e necessidade. Ou seja, ainda, que tendo eu optado por ir a um lugar onde não necessitava objectivamente faze-lo, acabou por me ser mais objectivamente útil faze-lo por esta via _ estrada.


            A partir de que as presentes fotos documentam um projecto agroflorestal com cerca de dois anos, precisamente à beira da estrada em causa, enquanto projecto agroflorestal que em parte eu ajudei a plantar enquanto integrado numa grande equipa de mais de dez pessoas, além ainda da respectiva vedação do projecto que numa respectiva equipa de trabalho entre duas e quatro pessoas, esta sim, eu acompanhei de princípio a fim. Seja que cada pau da vedação passou-me duma ou doutra forma pelas mãos, já fosse a distribuir os mesmos, a abrir covas e buracos para os respectivos, a espetá-los e a bate-los, a aprumá-los, etc., e o mesmo se refere à rede que desde carregá-la, descarregá-la, distribui-la no terreno, desenrolá-la, ligar cada rolo ao outro, esticá-la, pregá-la, enfim de tudo um pouco desta vedação me passou pelas mãos. Em qualquer dos casos, execução de plantação das árvores e da vedação não foi nada de extraordinário para mim na medida em que trabalhei cerca de nove anos nesta actividade em infindáveis hectares de árvores plantados e incontáveis quilómetros de rede iniciados e concluídos.

 
            Pelo que o que tornou este projecto em particular digno de eu o ter fotografado e no dia de hoje em concreto foi o facto de que inclusive após já ter passado por ali alguma que outra vez após o mesmo projecto concluído sem que isso me disse-se algo de significativo, de resto como quando passo junto doutros projectos equivalentes em que trabalhei e em que sem me ter esquecido de tal facto, no entanto muitas ou mesmo mais das vezes quando me dou conta já deixei os mesmos para trás sem sequer me ter apercebido disso _ no fundo sou também um tanto distraído, vulgo lunático. Além ainda de que cada vez sou menos saudosista e/ou nostálgico do passado recente e/ou remoto, preferindo ou necessitando naturalmente aproveitar o melhor e o pior do passado como referência para um presente e um futuro melhores, desde logo procurando evitar o pior e procurando cultivar o melhor, mas deixando o passando por si só onde lhe pertence que é entregue a si mesmo. Mas hoje foi especial. Era já fim de tarde, o sol cada vez mais baixo, a luz a bater perpendicular, a estrada deserta e de repente enquanto circulava ao lado do projecto bateu-me uma nostalgia que já após ter passado os limites do próprio projecto não evitei parar o carro e voltar para trás. Senti que tinha de parar ao menos uns minutos e tendo a máquina fotográfica comigo não consegui tão pouco evitar fazer umas fotos. Sendo que após voltar para trás e estacionar o carro na berma da estrada, houve ainda algo mais a aguçar a minha nostalgia que foi o facto de que só se ouvia o chilrear dos pássaros e o atrito da leve brisa nos ouvidos, como que estando pessoal e humanamente sozinho ao cair da tarde num local em que vivi momentos relativamente intensos em companhia doutras pessoas e ao serviço duma pessoa em concreto, por norma a partir do inicio da manhã e durante as intermédias horas de cada dia em que ali trabalhei, aguçando ainda mais a minha sensibilidade do momento, fazendo de toda aquela conjunção de factores e naquele momento algo particularmente nostálgico, a ponto de eu ter revivido com uma intensidade extra os dias que por ali trabalhei e a companhia das pessoas com quem o fiz, como jamais me sucedeu em qualquer outro lugar semelhante ou equivalente e que foram muitos, que ainda por um motivo ou outro, com uns a deixarem-me mais recordações que outros. E mas este se não o era já, a partir de hoje tornou-se um dos mais significativos não só a nível de recordação do mesmo, mas também e mais ineditamente a este nível de nostalgia.  
 
            Algo para com o que definitivamente contribuiu um factor decisivo que foi a pessoa ao serviço da qual trabalhei naquele local, inclusive pessoa que nem era de acompanhar os trabalhos muito directamente de perto, mas que salvo rara equitativa excepção aquele projecto acompanhou-o mais de perto que a qualquer outro, em todo o tempo que trabalhei para a pessoa em causa, cerca de três anos. E que sendo a pessoa em causa relativamente jovem, pouco mais velha que eu, no entanto já não se encontra entre nós, devido a de todo inesperada e lamentavelmente ter falecido às assassinas mãos dum seu respectivo funcionário, no caso e se assim se pode dizer meu ex.colega, porque entretanto eu já não estava a trabalhar na empresa, mas mesmo quando comigo ainda ao serviço da empresa e enquanto tal com esse ainda colega, o mesmo tinha um estatuto significativamente diverso do meu dentro da empresa, digamos que tinha um estatuto de muito maior responsabilidade e de mais proximidade ao patrão do que eu. E quando eu, de entre uma série doutros colegas saí(mos) da empresa, por momentânea falta de trabalho para tantos funcionários, cerca de vinte à altura, foi ainda com a possibilidade de voltar a trabalhar na mesma. Mas entretanto com o fatídico desaparecimento do patrão, ainda que tendo ficado as filhas do respectivo à frente da empresa e sem absoluto desprimor algum para com estas últimas, se acaso até bem pelo contrário, no entanto mesmo que esse regresso se concretiza-se ou concretize já nunca seria ou será a mesma coisa, que independentemente de ser melhor ou pior, será sempre diferente e haverá já sempre um antes e um depois muito substancial, até por com o factor fatídico de entre meio, que entretanto e ainda por cima tendo-me apanhado esse fatídico acontecimento fora da empresa na altura da sua ocorrência, logo sem que eu vivesse a natural transição por dentro, pelo que agora e ao menos para mim seria e será já sempre uma outra coisa, se assim se pode dizer uma outra empresa, apesar de no fundo ser a mesma. 
 
            E não digo tudo isto num sentido cínico ou hipócrita de elogiar o falecido só porque é falecido, até porque com mais ou menos razão de parte a parte, assumo que ainda que raras vezes no entanto nem sempre concordámos um com o outro e isto quando eu sou muito interpessoalmente reservado e o respectivo mesmo que conferindo natural responsabilidade também deixava muito espaço aos seus funcionários, como no caso eu. Pelo que digo-o sim porque na tarde de hoje, que fala por si só ao respeito, houve um momento em que me cheguei a emocionar mais do que é comum, inclusive sem jamais deixar de haver uma significativa carga emocional enquanto por ali me mantive, tão só por estar naquele lugar onde inclusive um dos dias e numa determinada circunstancia do meu trabalho ali e ao seu serviço não concordei com ele como patrão, ainda que tendo-lhe obedecido eu enquanto funcionário, mesmo que no final a minha perspectiva tenha prevalecido por posterior interferência doutro funcionário com mais influente peso que eu dentro da empresa e face ao patrão, enquanto interferência esta última alheia a mim e mas coincidente com a minha perspectiva ao respeito, face ao patrão. Na circunstancia ao invés ainda do que alguma outra vez em algum outro trabalho em que ele patrão me corrigiu com toda a razão da sua parte e/ou ainda alguma que outra vez em que a razão era partilhada a partir de perspectivas diversas e mas complementares de entre nós. Tudo isto para dizer que nem sempre tudo são ou têm de ser só "rosas", até porque não existem "rosas" sem "espinhos", para que no balanço final das recordações sejam global e essencialmente positivas, como neste caso em que ao menos para mim as recordações são de todo mais positivas que negativas, inclusive porque estas últimas dependeram mais de mim mesmo do que do exterior como por exemplo do patrão em concreto. Até porque eu estive de todo mais presente em corpo (físico) do que em alma (essência). Ainda que minha correspondente presença mais em corpo (físico) do que alma (essência), com base na que dei o melhor possível de mim enquanto tal, inclusive de forma abnegada e conclusivamente às custas da pouca saúde física que ainda me restava em especial ao nível da articulação dos joelhos e mas não só. Sendo que enquanto tal jamais me defendi positivamente a mim mesmo, até porque no caso defender-me positivamente a mim mesmo estava muito aquém e além do trabalho de subsistência na empresa aqui em causa ou em qualquer outra equivalente e/ou pró minha mera subsistência básica e imediata, dependente ou independentemente ainda desse subsistente trabalho em concreto ou não. A partir de que enquanto tal tão pouco poderia defender positivamente quem mais quer que fosse, como por exemplo a empresa aqui em causa e o respectivo patrão desta última, ao menos aquém e além de me disponibilizar de forma (fisicamente) abnegada/voluntariosa e/ou de forma mais pessoalmente esforçada e sofrível do que natural e espontânea, dum modo geral. Ainda que e/ou até porque _ subsistente, voluntariosa e/ou esforçada _ base esta última em que de resto e apesar de ou até por tudo sinto não ter ficado a dever o que quer que seja a quem quer que seja, salvo talvez a mim mesmo e por inerência à (minha) própria vida como e enquanto tal. De qualquer modo e nesta mesma sequencial base, devo ainda e por mim mesmo confessar que tão pouco jamais me senti tão prática e funcionalmente integrado na concreta empresa aqui em causa, enquanto integração no sentido da interacção pessoal e social em geral e com o patrão em concreto, quanto por comparativo exemplo muitos outros funcionários e enquanto tal meus respectivos colegas. Porque desde logo no meu caso pessoal e salvo por exemplo ao nível do que e como (aqui) escrevo, de resto e norma geral sou suficientemente reservado como para não criar grandes interactivos e equitativos laços com quem quer que seja, inclusive ou acima de tudo com patrões com quem inclusive prefiro manter a estatutariamente devida e respeitosa distância. Isto ainda que e/ou se tanto mais quando este patrão em concreto tratava genericamente connosco funcionários (quase) como se de familiares próximos ou íntimos a si próprio _ o que, curiosamente, refira-se no meu pessoal caso concreto me embaraçava mais do que me deixava à vontade perante e para com o respectivo (patrão).
 
            Mas que sem mais delongas, de entre outras recordações ao serviço desta empresa e com aquele patrão em concreto, a partir de agora prefiro também ou acima de tudo ficar-me pela tarde de hoje(*) que falou e valeu por si só no que a este assunto respeita: como seja eu sentir natural e espontânea nostalgia do tempo em que trabalhava para uma pessoa(**) que no caso concreto me fez sentir isso mesmo nostalgia, tendo-me de repente apercebido que entretanto passaram cerca de dois anos e que para a frente nada mais será como antes, não só porque o passado não se repete no literal sentido do termo, mas também porque no caso concreto já faltará eternamente sempre um dos elementos, que por si só era o elemento central, o próprio patrão a serviço do qual trabalhei neste projecto aqui retratado.
 
            Ficam então as fotos que, para mim, mais que retratarem um local ou um momento, retratam acima de tudo uma emoção: a minha nostalgia, isso sim, naquele local e naquele momento.
                                                                                              Victor Barão
            (*) Hoje, refere-se ao momento e que comecei a escrever o transacto texto, agora já ontem 11-09-2015, na media em que só o terminei de escrever na presente madrugada de hoje 12-09-2015, em cujo respectivo final da manhã o estou finalmente a publicar após auto revê-lo e seleccionar as fotos a integrar no mesmo.
            (**) Ah! Que não revelo aqui o seu nome, porque não sei até que ponto a sua família concordaria e aceitaria ou não(!?), no fundo para não ferir eventuais e de todo legítimas susceptibilidades. Mas já agora refiro que o mesmo era o maior empregador privado do concelho de onde sou natural, além dum dos maiores empregadores privados de toda a região envolvente num raio de pelo menos uma centena de quilómetros. VB
 

quinta-feira, setembro 10, 2015

(In)grata auto-gestão

            Auto-gestão pessoal ou existencial modo geral, com reflexo na auto-gestão sanitária e física em particular e/ou vice-versa. Tudo dentro dum contexto pessoal próprio e sociocultural envolvente, por assim dizer e como mínimo, sanitária ou existencialmente duvidosos. E não o digo como mutua partilha de insanidade existencial própria e envolvente para evitar carregar essa insanidade toda só para mim, mas porque o que precisamente também estou já cansado é de e unilateralmente auto carregar essa insanidade, desde há muito, só para mim.
 
            Seja que ao sanitário nível pessoal e físico em concreto, sofro de luxação espontânea no joelho esquerdo desde há cerca de trinta e dois anos e em sequência duma pancada a jogar futebol sofro de luxação no joelho direito desde há cerca de trinta anos, em qualquer dos casos a esta parte. Ou seja que tão só de entre a revelação espontânea de luxação no joelho esquerdo e a revelação de luxação em sequência duma pancada a jogar futebol no joelho direito, tudo isto ainda durante a minha adolescência ou pré-adolescência passaram-se cerca de dois anos em que no caso concreto se cimentou agravadamente a luxação no joelho esquerdo, sem que apesar disso eu tenha deixado de jogar futebol, a ponto de me ter surgido luxação no joelho direito precisamente em sequência duma pancada a jogar futebol cerca de dois anos após me ter surgido acto espontâneo a luxação do joelho esquerdo também a jogar futebol. Sendo que entretanto e tão só nesses, cerca de, dois anos a rotula do joelho esquerdo saiu em processo de luxação seguramente mais duma e não sei ao certo se não mesmo duas ou mais dezenas de vezes. Que só para se ter uma ideia a rótula esquerda chegava sair-me duas vezes por semanas e ainda assim eu não parava, não conseguia, nem queria parar de jogar futebol. Tendo chegado ao ponto em que a rótula me saía nas circunstâncias mais banais e correntes do dia-a-dia, como por exemplo ao fazer uma simples rotação corporal sobre o joelho, nos mais comuns movimentos diários, aquém e além dos movimentos mais bruscos ou mesmo dos choques subsequentes à prática do futebol _ que salvo uma derradeira e dadas as circunstancias também algo despropositada e pró depressiva experiência pré-profissional, de resto numa prática meramente amadora como sempre o pratiquei.
            Bem mas a partir daqui e tão só pelo anterior, já se pressupõe um processo existencial da minha parte e dalgum modo sociocultural e existencial envolvente a mim, em qualquer dos casos e por assim dizer pouco saudável modo geral. Sequência de que não me querendo, nem sequer me devendo alongar muito ao respeito neste presente contexto que se quer o mais sucinto e objectivo possível, no entanto posso e devo adiantar que se não havia já no anterior alusivo à prática do futebol pela minha parte, um meu processo de auto-gestão existencial geral e sanitária em particular, seguramente a partir dai essa auto-gestão se me impôs crescentemente. Auto-gestão que enquanto a partir da minha pré adolescência e mas mais objectivamente a partir da minha adolescência derivou de eu ter deixado de confiar positiva e/ou até absolutamente em mim mesmo e mas também em muito do que e de quem em envolvia; o que enquanto da minha parte e à altura apenas com auto-confiante ressalva para o nível duma minha auto didáctica evolução na prática futebolística e tão só por isso eu não conseguia deixar de praticar futebol, por mais obstáculos ou limitações inerentes, até ao dia em que claro essa impossibilidade se me impôs crua e duramente acima de qualquer minha vontade ou necessidade em positivo sentido contrário. Tudo isto ainda numa sequência em que por minha original natureza própria eu nem sequer gostava de futebol, nem de ver nem de jogar, salvo como inicial meio de socialização e/ou de afirmação perante e para com um factor social de destaque como já era e continua a ser o futebol, isto quando logo a partir da infância eu sempre senti significativas dificuldades na integração e pior se na afirmação interpessoal, social e curricular escolar. Tendo apesar de ou até por tudo, encontrado circunstancial/providencialmente no futebol um misto de escape à minha global e crescente frustração interpessoal, social e curricular que por si só não incluía sequer oficial ou curricularmente a vertente desportiva ou de educação física, mas encontrei também na prática futebolística o minimamente razoável meio de socialização modo geral e com o meu género masculino em particular. Seja que resumidamente à posterior posso concluir que o futebol se me apresentou circunstancial/providencialmente como um “presente envenenado” em si mesmo, ainda que apesar de e/ou até por tudo e à altura me tenha concedido a ideia de que eu tinha algumas positivas potencialidades próprias por vida da minha auto didáctica evolução técnica e táctica ao nível futebolístico, mas também correspondentes potencialidades interpessoais e sociais por directa ou indirecta via e em sequência dessa mesma prática futebolista. Que mais directamente por via de e para com todos e todas o/as demais ligado/as à prática do futebol e mais indirectamente derivado da mínima autoconfiança em mim mesmo que essa prática futebolística me proporcionava reflectida nas interacções pessoais e sociais modo geral. Só que quanto a impossibilidade de poder continuar a praticar futebol se me impôs acima de qualquer outra, o que também resultou em e para mim foi o inicio da minha primeira grande depressão, designadamente carência de motivação, de força anímica, de objectivas ou absolutas perspectivas relativamente ao que mais quer que fosse, inclusive às relações interpessoais e sociais que até então estavam essencial e até então essencial e/ou circunstancialmente baseadas na prática futebolística pela minha parte. Inclusive nesta sequência cheguei mesmo a sentir ódio de mim mesmo, já que não terminava de positivamente fracassar, já fosse no que a sociedade me propunha ou impunha como por exemplo ao nível interpessoal, social e curricular escolar, mas também no que inclusive por isso eu me auto propunha a mim mesmo, como ao nível da prática futebolística/desportiva de índole físico, no fundo e na verdade era e foi como deixar de confiar em mim fosse a que nível fosse: interpessoal, social, racional, intelectual, cultural, agora também físico e em suma existencial próprio modo geral. Ainda que tão pouco tenha deixado de ser providencial o facto de eu não poder continuar a jogar futebol, já que as interacções pessoais e sociais por mais positivas e dignas que fossem como de facto eram enquanto ligadas à prática do futebol, no entanto não tinham própria e naturalmente que ver com a minha natureza pessoal própria, que de origem incluía o facto de eu nem gostar de futebol. De entre o que se algo positivo se salvou, da minha auto-didáctica prática futebolística, foi precisamente (também) a minha auto noção de que não deixava de ter algumas positivas potencialidades próprias, ainda que até então essencialmente baseadas em algo, prática futebolística, de que não gostava originalmente e em que acabei por fracassar (também) por (congénitas) limitações físicas, quando entretanto já havia fracassado redundantemente no para mim muito marcante processo interpessoal, social e curricular escolar. Seja que fosse qual fosse o meu futuro, o meu presente estava essencialmente marcado por todo um globalmente fracassado passado. Sequência de que o melhor que circunstancial/providencial e depressiva/autogestionariamente consegui foi auto assumir-me a mim mesmo pela negativa ou como positivamente inócuo, ainda que não tendo perdido de todo a noção de bem e de mal e/ou do que era positividade própria e na circunstancia acima de tudo positividade envolvente, porque a minha positividade própria era algo cada vez mais meramente latente e em regra baseado em apesar de ou até por tudo eu ainda ir conseguido identificar a positividade alheia/envolvente, como reflexo da minha latente positividade própria, de entre o que como que acabei por duma vez por todas entrar em cada vez mais auto-consciente processo de auto-gestão existencial própria. Isto quando entretanto e apesar de ou até por tudo o subjacente a mim e mas também a muito do que e de quem me envolvia, como que acabei perdendo a positiva a não raro mesmo absoluta confiança não só em mim mesmo mas também em muito do meio sociocultural e existencial envolvente. Até porque sem pretender passar todas as responsabilidades dos meus males ou das minhas positivas misérias para o exterior, no entanto tão pouco quero mais auto assumir essas mesmas responsabilidades exclusivamente para mim, pois creio eu que o facto é que o meu rotundo fracasso interpessoal, social e curricular escolar e existencial modo geral não pode ter dependido só de mim, pelo menos assim o perspectivo à distância temporal e circunstancial. De entre o que tão pouco creio que tenha dependido só de mim a minha insistência na auto-prática do futebol durante cerca de três a quatro anos para além de tudo o que se pode considerar razoável nas circunstancias em que eu continuava a fazê-lo de entre ter-se-me revelado a dupla luxação em ambos os joelhos e o posterior momento em que por força das circunstancias tive mesmo de deixar de praticar futebol. Seja que enquanto auto-prática futebolística e em contexto de auto-gestão existencial própria modo geral, em qualquer dos casos a partir da minha pré adolescência, essa respectiva prática fizesse todo o sentido para mim, creio eu que o meio envolvente não deixou de ter as suas responsabilidades inerentes, desde quem quer que individual ou institucionalmente fosse me tivesse ajudado a encontrar um natural caminho vital ou existencial próprio, quando quase tudo e todos se me apresentavam directamente em nome do meu próprio bem, incluindo até o meio médico que à partida está para o bem de quem quer que seja, mas em que à altura por mais que eu me queixa-se dos problemas que sentia nos joelhos, com fé de que os mesmos fossem medicamente tratáveis ou que pelo menos que me tivessem dito por A+B que assim não era em efectivo; o facto é que sempre esbarrei com um sistema sociocultural em geral e posteriormente também médico em particular que a mim e à altura por todos os motivos e mais um me fez sentir insignificante, impotente e em resumo descrente no e perante o mesmo sistema sociocultural geral e médico em particular, aquém e além de eu jamais ter terminado de crer/confiar em mim mesmo. Sendo que o meio sociocultural geral era, por assim dizer, significativamente ambíguo sob e sobre diversas perspectivas, desde logo enquanto recentemente derivado dum regime ditatorial para um revolucionário regime democrático, de entre o que a minha própria e para mim fundamental família em concreto o mais e melhor que desde há muito me demonstrava semi-implícita e explicitamente era a sua efectiva ou auto-crível positiva impotência própria por si só e/ou face a mim, já que por exemplo durante e para com todo o meu percurso interpessoal, social e curricular escolar o mais e melhor que a minha família e os meus pais em concreto foram capazes de me transmitir baseava-se em “estuda para seres alguém na vida, para não teres de ser como nós que não somos nada nem ninguém, não somos exemplo para ti”. O que a corresponder eu aos conselhos dos meus pais equivalia a ir contra mim mesmo ou contra o que e como os meus pais eram por si sós e/ou significavam para mim, o que neste último caso desde logo originalmente e certa medida até determinado ponto era/m literalmente tudo para mim. Tanto mais ainda assim quando tanto ou mais do que positivo respeito, acima de tudo eu devia obediência aos meus pais, tal como de resto a qualquer estatuto superior que desde logo alega-se ou se supusesse agir em nome do meu próprio bem, a partir de que nem o meus pais nem um qualquer estatuto superior necessitavam ser positiva, objectiva ou conclusivamente coerentes por si só e para comigo ou para com qualquer estatuto inferior, bastando imporem-se hierarquicamente de cima para baixo e ponto. Que por exemplo no relativo a ser positiva, objectiva e conclusivamente coerente vou dar um exemplo muito prosaico e sucinto que era e quando se acaso ainda é o exemplo dos adultos fumarem e mas dizerem ou mesmos proibirem os filhos ou os mais jovens de o fazerem, porque no limite e alegadamente faz mal à saúde; sendo que para mim o exemplo prático, concreto e corrente na educação/formação de quem quer que seja e da própria sociedade como um todo está no exemplo prático, pelo que quando esse exemplo prático é tão incoerente e no limite até degradante e prepotente quanto este último, está mais ou menos tudo dito ao respeito. Seja que associado a toda a respectiva referência e influência sociocultural geral, diria que enquanto tal a minha família me deixou sem positiva ou coerente base de sustentação própria e próxima a que referente e consequentemente me agarrar. Dalgum modo e tão só por isso me senti e vi entregue a mim mesmo, o que enquanto não tendo eu por mim mesmo jamais cimentado uma estabilidade existencial e escolar positiva e coerentemente própria, redundou em ter-me tornado uma espécie de perdido de mim mesmo e do meio envolvente, com refugio na auto anulação, na rebeldia e/ou como melhor das hipóteses na prática desportiva/futebolística. De entre o que, se isso me é legitimamente permitido, à minha família apenas atribuo a responsabilidade de não ter por si só conseguido estar ou de colocar-se positiva e coerentemente acima das globais circunstancias envolventes, no caso limitando-se a ser apenas mais uma das infindas famílias meramente designadas de humildes e/ou no limite de obedientes de baixo para cima, perante e sob o estratificado contexto geral envolvente de que a mesma derivava e era parte integrante desde sempre, aquém e além de serem famílias mais ou menos funcionais ou disfuncionais em e por si própria/s _ o que em si mesmo fazia muita diferença de entre umas famílias e outras, aquém e além do meio envolvente, não será por acaso que sempre houve mais ou menos funcional sanidade ou insanidade quer em famílias de estrato superior quer de estrato inferior, independentemente de em regimes ditatoriais ou democráticos, que nestes últimos ainda inclui estratos intermédios entre altos e baixos. Dalgum modo e mesmo que de inicio não o percebe-se racionalmente como tal e no seu todo, no entanto com o tempo racionalizei o conselho dos meus pais para que estudasse e enquanto tal não ter de ser como eles, mas ao mesmo tempo tão pouco me afastar ou esquecer deles que tudo faziam ao seu alcance para tal, como sendo um conselho dos meus pais para meu próprio bem, mas também uma forma de por assim dizer resgatar a sua (dos meus pais) auto noção de pelo menos positiva nulidade, impotência ou insignificância social/existencial própria, derivada de durante décadas também assim terem sido extramente considerados ou tratados por uma sociedade altamente estratificada, com discriminação e/ou mesmo opressão dos estratos superiores ou pelo menos pseudo superiores sobre os estratos inferiores ou pelo menos pseudo inferiores, com todas as positivas ou solidárias virtudes porque as havia em significativa margem de entre estratos ou dentro de cada estrato de per si, mas também sem esquecer pequenas/grandes invejas e/ou traições de entre estratos diversos ou equivalentes, a partir dum contexto político e social ditatorial em que ainda nasci e os meus pais nasceram e cresceram, com subsequente reflexo em posterior contexto político e social democrático (ainda!...) presentemente vigente. Global sequência em que no meu pessoal caso concreto enquanto já em subsequente contexto político e social geral e do ensino oficial escolar em particular democrático/s, nem por mim mesmo, nem pelos meus pais/familiares eu consegui vingar positivamente quer na escola quer na vida modo geral. Isto a partir de quando natural e ao menos originalmente eu tinha na minha família e nos meus pais em concreto a minha maior, melhor quando não mesmo única referência de vida, desde logo era com quem de origem e genericamente eu podia contar pelo menos pró prosaica subsistência básica, o que em certa medida e até certo ponto de origem era (quase) literalmente tudo.
            Seja que sem me alongar muito mais a todo este respeito, mais uma vez no e para o presente contexto que se quer o mais sucinto e objectivo possível. Resumiria dizendo que em toda a anterior sequência tudo me foi remetendo para aquilo que pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal se resumiu e resume a um meu logo processo de auto gestão que me vem de longe, dalgum modo da infância e mas acima de tudo ou pelo menos mais objectiva e racionalmente a partir da adolescência. Um processo de auto gestão que continuamente, mas no presente e concreto e era aqui que eu queria chegar, tendo como no e para o presente contexto por base a minha auto gestão sanitária e física concreto, me leva por recorrente exemplo a situações concretas como a que passo a descrever a seguir:
            Por parte dum pequeno empresário agrícola próximo, no dia de ontem (08-09-2015), foi-me solicitado ir hoje mesmo (09-09-2015) ajudá-lo a ele e aos seus familiares e colaboradores a apanhar umas ovelhas, vulgo acondicionar umas ovelhas para poderem ser vacinadas, fazer-se recolha de sangue e ainda colocar-se chips e brincos identificativos nas respectivas. Mas antes de continuar e dado que entretanto e ao invés do que sucedeu durante cerca de três décadas de auto gestão existencial geral e sanitária em particular, no entanto dada a aceleradamente negativa evolução da saúde os meus joelhos em concreto vi-me forçado a ter de voltar a recorrer ao sistema de saúda, após no que a este assunto dos joelhos se refere em concreto já não o fazer desde 1989, última vez em que o havia feito em concreto, até que o voltei a fazer há três ou quatro meses atrás. Seja que desde então a minha auto gestão sanitária e física em concreto, que por si só deriva da minha auto gestão existencial geral, sendo que entretanto e inclusive por minha não sei se congénita, mas ao menos já crónica carência de confiança interpessoal e social, logo (quase) todas as minhas actividades de subsistência básica e imediata assentam em actividades laborais/profissionais de índole físico como por exemplo aos níveis agro-florestal, construção civil e afins, mesmo que apesar de e/ou até por eu tão pouco e cada vez menos puder confiar no meu físico, no entanto e em resumo foi-me sempre mais directa e imediatamente simples e fácil disponibilizar o físico, do que uma qualquer e mais substancial ou subtil confiança interpessoal e social que não tenho desde há muito, dalgum modo e salvo raras e pontuais excepções desde globalmente sempre. Resumo de que a minha auto-gestão modo geral e no que ao problema dos meus joelhos em concreto se referes tem-se baseado em durante anos eu ter auto ignorado esse problema pelo menos explicitamente perante e para com o exterior, como seja agindo por norma como se nada de anormal se passa-se, dando desde logo uma ideia errónea de perfeita saúde da minha parte para com o exterior, tanto mais quando e porquanto até tenho um aspecto exterior significativamente saudável e se acaso até algo robusto. Mas no entanto o problema teve, tem estado e está cá desde há muito. Inclusive porque até dado o circunstancial facto de que em regra tendo eu de praticar actividades laborais/profissionais de mera subsistência básica e imediata de índole físico, quando entretanto havia há muito deixado de poder praticar actividades físicas mais lúdicas/prazenteiras e se acaso como possível forma de vida, como por exemplo ao nível futebolístico/desportivo de índole físico, que neste último caso me chegou a proporcionar algum prazer, ou inclusive ainda ao nível da simples corrida ou de andar de bicicleta, o facto é que paralelamente a essas circunstanciais actividades laborais/profissionais de mera subsistência com base no físico, na medida do que e como me foi sendo possível tão pouco jamais deixei de auto praticar actividades físicas de base lúdica e/ou de manutenção aeróbica e física em geral, como corrida e/ou bicicleta aquém e além da saúde ou falta dela nos meus joelhos. Seja que dando sempre uma ideia errada do meu estado de saúde física, no caso ao nível do joelhos perante e para com o exterior e dalgum modo enquanto tal auto ignorando-o até de e para mim mesmo, ainda que sabendo-o empiricamente bem vivo, activo e até continuamente agravado em mim. Com intermédia ressalva de que se eu pode-se ter praticado actividade física, como corrida, bicicleta, natação, etc., segundo o que e como eu sentia ou constava estar ao meu natural alcance, mesmo que tão só em auto gestão própria e apesar dos problemas nos meus joelhos, apesar de e/ou até por tudo creio que teria joelhos para uma boa série de anos mais; mas a conjunção de autogestionada prática física com actividades laborais/profissionais de índole físico durante anos, neste último caso durante várias horas ao dia, em regra sem fazer prévios aquecimentos nem posteriores exercícios de compensação aos vários esforços exercidos, etc., etc., acabou conjunturalmente levando à degradação da saúde dos meus joelhos até ao ponto em que de há cerca de três anos a esta parte que deixei de sequer poder correr, mesmo que a um ritmo moderado de mera manutenção aeróbica e muscular, mais recentemente de tão pouco poder andar de bicicleta, mesmo sem me levantar do selim com desde há décadas a esta parte e agora cada vez mais me afecta e mesmo condiciona sequer o caminhar normal e correntemente do dia-a-dia sem sentir dor ou pelo menos sem uma forte e consubstanciada sensação de fragilidade/instabilidade ao nível dos joelhos. Em que por exemplo estar algum tempo (quinze ou vinte minutos) sentado ao levantar-me nos primeiros imediatos passos sinto dificuldade em caminhar desde logo sem poder distender ambas as pernas até ao seu natural limite dadas as incontornáveis dores ao nível dos joelhos e/ou em que ao caminhar algum tempo de seguida (um ou dois meros quilómetros), pior se em terreno acidentado e pior se a descer sinto dor e/ou mal-estar e instabilidade geral nos joelhos. Todo quando entretanto e como já referi anteriormente voltei a recorrer ao sistema se saúde, tendo inclusive já feito alguns exames radiológicos e magnéticos que confiram os problemas que entretanto aguardo serem avaliados por especialista ortopédico, com correspondente consulta entretanto já marcada para durante ainda o corrente mês de Setembro de 2015. Mas já agora e apesar de intermédias evoluções e retrocessos qualitativa/os e quantitativa/os nos serviços de saúde, incluindo os seus muitos positivos méritos, devo no entanto também referir que de qualquer modo e no meu caso em concreto continuo a não confiar muito no sistema de saúde, talvez por trauma, talvez por intuição, talvez por constatação dalguns factos mais ou menos correntes, com suscitação de positivas duvidas do e no mesmo, que em mim são dúvidas que vêm de há muito, no mínimo desde meados dos anos oitenta do passado século XX em que senti e mesmo constatei a positiva ou absoluta impotência do próprio sistema de saúde face às já na altura minhas queixas relativas à situação dos meus joelhos em concreto. Sequência de que restou-me entrar em auto gestão já não só existencial modo geral, como sanitária em particular e da situação sanitária dos meus joelhos em especial, pelo menos até que passadas mais de duas décadas e meia, recentemente ter voltado ao sistema de saúde público/a e por inerência a reassumir aberta e socialmente o problema nos meus joelhos _ com tudo o mais que da minha parte e do meio envolvente lhes esteja associado!
            Sequência de que voltando ao que aqui quero objectivamente dizer, por exemplo ontem (08-09-2015) em que o empresário agrícola que acima referi me veio solicitar ajuda para apanhar/segurar umas ovelhas, foi a segunda vez que disse a alguém logo à prior que estou fisicamente limitado, enquanto alguém que me propõe um trabalho em concreto, mesmo que trabalho dum só dia como foi o caso. Que já agora a primeira dessas vezes foi há cerca de dois meses com relação a um trabalho na construção civil, enquanto trabalho que eu já havia praticado outras vezes durante meses consecutivos e alguma vez até mais dum ano consecutivo, mas que desta última vez desde logo por saber como está o estado sanitário dos meus joelhos e tendo assumido o trabalho no entanto avisei logo antemão que tentando corresponder em pleno, no entanto não sabia até onde nem como aguentaria(?!), sendo que no caso tive de deixar em menos de duas semanas a prática do respectivo, por não suportar mais a crescente dor e mau estar nos joelhos, agravadamente no direito em concreto. Portanto desta segunda vez, no caso para um trabalho agro-pecuário, mesmo que de um só dia, ineditamente também perguntei logo se seria para executar uma actividade que exigi-se muito dos joelhos(?), ao que no caso me foi respondido que seria tão só para apanhar/segurar umas ovelhas devidamente condicionadas numa manga _ o que para quem não sabe o que e como é, se resume a pouco mais que segurar a cabeça das ovelhas com estas ultimas devidamente condicionadas num espaço confinado para o efeito. Algo, trabalho de um dia e a que acedi e a que respectivamente hoje 09-09-2015 compareci, com a conclusão de que pouco mais que estar a andar dum lado para outro num espaço de quinze ou vinte metros em terreno plano e mas durante seis horas consecutivas, levou a que findo esse tempo e essa respectiva actividade, após ter chagado a casa, tomado um duche e em suma arrefecer, posteriormente e de momento até como inspiração para escrever o presente sinto os joelhos agravadamente afectados a ponto de após meros cinco ou dez minutos sentado de seguida ao levantar-me ter de caminhar como um semi-inválido sem poder distender a articulação dos joelhos na sua totalidade durante os primeiros passos após levantar-me da posição de sentado, o que se já se tornou uma norma após um “pequeno” esforço adicional como o de hoje acabo por ver essa dificuldade aumentada em muito, aquém e além da permanente sensação de fragilidade por vezes acompanhada de dor mesmo enquanto sentado. Seja que estado agravado num só dia, para os sintomas desse agravamento enquanto tais durarem pelos menos alguns dias mais, face por exemplo ao que e como estavam até esta manhã antes da actividade de seis horas a segurar ovelhas e após algumas semanas de auto gestão dos mesmos joelhos, em que estando momentânea e circunstancialmente desempregado e logo dispondo de (quase) todo o tempo para mim, vou ao longo de cada dia procurando não estar nem muito tempo sentado/imóvel, nem muito tempo em pé ou em movimento, o que leva conjuntural e sustentadamente a suportar melhor a precária condição sanitária a que, por assim degenerativamente dizer, chegaram já os meus joelhos. Como ainda eu costumo cada vez mais dizer: “os meus joelhos não querem muito movimento nem muito repouso” tendo quase de fazer um culto de procurar o equilíbrio entre movimento e repouso.
            Mas por exemplo de entre tudo isto e enquanto sequência dum meu logo processo de auto gestão: se não falo do problema e/ou faço uma auto gestão pró sustentação do problema acabo dando uma imagem de perfeita saúde que no caso não é de todo assim e como tal leva a que se me continue a fazer proposta de trabalho físico, que tem sido a base da minha subsistente existência, que depois e enquanto tal eu não posso ou nem quero rejeitar com consequente agravar da precária saúde dos meus joelhos; mas se falo do problema, sem objectivamente explícita expressão do mesmo, designadamente coxeando, que na medida do possível eu procuro evitar e/ou ainda sem objectiva comprovação medica das minhas limitações inerentes, tanto mais quando até por todo o meu percurso existencial global e essencialmente fracassado pela positiva, com correspondente auto perspectiva negativa ou positivamente inócua de mim mesmo reflectida duma ou doutra forma no exterior, o que resulta é o que e como eu sempre senti, até porque alguma que outra vez o constatei objectiva e explicitamente que foi e/ou é que não se acredite em mim, pressupondo-se que sou desleixado ou mesmo manhoso _ vulgo tipo: “não quer é fazer nada!”  
            Enfim e conclusivamente são ingratidões resultantes dum longo, significativo ou mesmo profundo processo de auto-gestão existencial e sanitária própria, de onde apesar de e/ou até por tudo e do mal, o menos resulta esta minha circunstancial/providencial e por si só, pró vital, sanitária ou subsistente forma de expressão e de existência escrita. Sendo que ontem à noite de entre dia 08 e 09 só dormi cerca de três horas, com seis horas de trabalho físico de entre meio no próprio dia 09 já ontem, e até ao presente momento, sendo que quando escrevo esta linha são já de novo 02:23h(*) da própria madrugada do dia (10-09-12015), sentindo-me num misto de cansaço e de à vez não conseguir parar de escrever, auto rever, corrigir complementar o presente, com tudo o que está para trás, sendo ainda que na própria noite de dia 07 para dia 08 só dormi cerca de duas horas, complementada por uma hora e pouco de sono durante o dia, para também poder ou dever escrever outras coisas e assim sucessivamente, ainda que e/ou até porque tudo inserido neste meu mesmo continuo processo de auto gestão desde há muito, dalgum modo desde globalmente sempre, para o julgamento exterior ou de muitos exteriores é próprio de e para quem “não quer é fazer nada na vida!”.
                                                                                              Victor Barão
            (*) Finalmente às 03:15h da madrugada do dia de hoje 10-09-2015, vencido pelo cansaço e mas acima de tudo sentindo que havia chegado à conclusão dum texto com princípio, meio e fim minimamente consubstanciado, coloquei o computador em suspensão e fui-me deitar. Antes de adormecer ainda me surgiram espontaneamente algumas ideias de pequena correcção ou complementação dum ponto ou outro do texto, que para não ficar com a sensação de que as podia esquecer ou pelo menos para não lutar na manhã seguinte para as recordar uma a uma e no devido contexto do texto em que as mesmas se integravam, acabei por pegar papel e caneta e apontei-as manuscritamente à mão, após o que então finalmente adormeci, só retomando a escrita pouco depois das subsequentes 08:00h da manhã, o que incluindo a conclusão e partilha dum outro texto directamente no FB, dou por pró publicamente terminado o presente texto agora às 20:20h, após uma única auto revisão geral durante a tarde do também dia de hoje 10-09-2015.