domingo, julho 28, 2013

Vazio

            O vazio como princípio, meio e fim existencial!

            Por mim não tenho, nem creio querer ter qualquer fé, esperança ou confiança no futuro individual e/ou colectivo.
           
            Por mim apenas consigo acreditar no que e como eu mesmo vou conseguindo produzir, criar ou construir, o que em regra é residualmente muito pouco ou não raro mesmo absolutamente nada. Mas mesmo quando existe alguma residual produção, criação ou construção própria, ainda que a mesma fique como referência passada e se reflicta dalgum modo pró futuro, no entanto a mesma enquanto tal tem básica e essencialmente que ver com o (in)constante e (im)permanente presente momento!

           Já quanto a produções, criações ou construções envolventes, aquém e além das minhas próprias, mas incluindo-me a mim individual e/ou humanamente como criação divina/universal, não raro e a prazo chega-se à conclusão de que afinal de contas as mesmas são positiva ou vitalmente prejudiciais a isto e aquilo ou a este e aquele outro _ designadamente à multiplicidade da vida e/ou da biodiversidade terrena!

            Pelo que em regra e na essência tudo o que de melhor ou pior me resta é mesmo um significativamente profundo vazio de princípios, de meios e de fins próprios e/ou por vezes até positiva e coerentemente envolventes(*). No caso um vazio que não raro ou mesmo por norma se vê preenchido de dor nas suas mais diversas facetas (angustia, tristeza, desespero, em si mesma dor física, etc., etc., etc.). E só na medida em que e como eu vou conseguindo (auto) sobreviver nessa e a essa dor, com tudo e todos o(s) que a isso directa ou indirectamente me inspiram, é que respectivamente vou conseguindo experimentar (sentir/ter) alguma correspondente alegria de viver.

            Em qualquer caso, tendo resumida e conclusivamente o vazio como maior, melhor ou mesmo único princípio, meio e/ou fim existencial(**)!...


                                                                                              VB

           (*) Incluindo ou excluindo de tudo isto falsas aparências ou sensacionais foguetórios próprios e envolventes para inglês ver!...

           (**) No meu caso, até enquanto tendo eu umas bases ou raízes pessoais, familiares, socioculturais e/ou vivenciais práticas globalmente instáveis, indefinidas, inseguras ou mesmo profunda e em alguns aspectos até revolucionariamente contraditórias, comigo como sujeito passivo ou até mesmo subserviente de entre meio _ o que enquanto tal implica a história da minha própria vida, que não cabe descritivamente no presente contexto, ainda que e/ou até porque a mesma tenha tanto de efectivamente desinteressante quanto até por isso de potencialmente interessante!  

domingo, julho 14, 2013

Um pouco de Beleza da Vida

           Nos últimos dias tenho dissipado a minha necessidade de escrever, por outros níveis ou por outras plataformas, inclusive aqui da Net.

           Pelo que hoje vou postar algo que não me é próprio, salvo o respectivo gosto e correspondente partilha, que com as presentes e também seguinte palavras introdutórias de minha autoria própria, é:        

           Nas Belas Palavras de: Federico García Lorca

           Na Bela Música de: Leonard Cohen

           Na Bela Interpretação vocal da por si só Belíssima: Ana Belén

                                                                                        VB

                                        Pequeño Vals Vienes (Take This Waltz)
(*)
       

           (*) ...lamentavelmente a interpretação aqui é em Playback; mas como não gostei muito de nenhum dos vídeos postados no Youtube relativos a esta canção, na interpretação da Ana Belén, incluindo o presente, no entanto acabei por decidir-me a partilhar este, que ao menos ao nível visual é por assim dizer o mais definido; pois que quanto à voz da Ana Belén, não é para mim absolutamente necessário que a mesma interprete aqui ao vivo, porque já a conheço doutras andanças _ ao vivo _ e que enquanto tal sei que a mesma tem a excelente voz que aqui demonstra em Playback! De resto o próprio poema de García Lorca está aqui cerceado de parte da suas versão original. Em qualquer circunstancia e se for o caso desfrutem!... VB 

                
         

terça-feira, julho 09, 2013

Legitimidade e água benta...

            Nasci e ainda que o contexto tenha revolucionariamente mudado, no entanto reflexamente também cresci num contexto sociocultural, familiar, vivencial e existencial modo geral bastante restritivo. Desde logo quem como eu nascia na base de todas as bases socioculturais tinha constante e permanentemente de, por assim dizer, provar que merecia existir. Seja que nascia-se com o estigma da negatividade e tinha constante e permanentemente de se provar ser positivo, em qualquer caso perante uma infinidade de hierarquias e/ou de estratos socioculturais (pseudo) superiores. Seja ainda que praticamente não se tinha direito a vida e/ou a expressão própria, salvo se sob os ditames de precisamente uma infinidade de hierarquias e/ou de estratos socioculturais (pseudo) superiores. Base e sequência em que ao mais ínfimo erro ou que tão só e não raro a preconceituosa ou interessada interpretação de erro por parte duma hierarquia ou estrato sociocultural (pseudo) superior com relação ou sobre um estrato sociocultural inferior, se era imediatamente humilhado, restringido disto ou daquilo outro e no limite até oprimido ou reprimido _ em regra e salvo as devidas excepções, remetendo sempre, que não raro esforçada ou artificialmente para uma condição sociocultural e estatutariamente inferior ou mesmo negativa. No fundo e na verdade nasci e cresci como “menino mal” a ter de provar constante e permanentemente ser “menino bem”, o que no meu caso e tanto pior ainda se quando já após revolucionário mudança de paradigma sociocultural, ainda que e tanto mais se ao nível semi analfabeto e provinciano rural, com continuo reflexo do paradigma anterior, não tendo eu conseguido auto afirmar-me pela positiva, designadamente ao nível interpessoal, social e curricular escolar e/ou posteriormente familiar próprio e social modo geral, tudo o que me restou e/ou resta ainda hoje e quiçá indefinidamente é uma muito significativa, por não dizer mesmo profunda insegurança, carência de autoconfiança, não raro mesmo de auto estima e/ou de amor próprio, como melhor das hipóteses traduzida(s) em auto exigência, em rigor, em idealismo, em perfeccionismo, com significativa austeridade própria de por meio. Mas em que na circunstancia sendo eu o exemplo de “menino mal”, o exemplo que se segue é um daqueles exemplos de “meninos bem” _ tá a ver_ neste último caso tanto mais se a um nível sociocultural relativamente elevado por si só e/ou muito significativamente elevado com relação a mim. Sendo o exemplo de “menino bem” aqui em causa o seguinte:

            

            E que sendo o “menino bem” em causa um ex. afamado jornalista, um ex. governante e após várias tropelias, em que o mesmo se tornou por assim dizer catedrático, é também o actual vice Primeiro-Ministro da nação. Mas que de entre o jornalista que foi, mais o  ex. governante que foi e o governante que actualmente (ainda) é, de que em qualquer dos casos o vídeo atrás exposto é mero e mas também genérico paradigma da personalidade em questão. Cuja respectiva personalidade em questão como líder dum partido político que vale cerca de oito por cento (8%) dos eleitores nacionais, mas que apesar disso e em directa sequência das tropelias atrás referidas e da tão lamentável quanto diria eu mesmo anedótica situação do próprio País, a personalidade em causa é dalgum modo quem dita muitas, cada vez mais e quiçá já as maioritárias regras da governação e/ou pelo menos da composição governativa. Tudo isto quando no debate político e social nacional modo geral, em que até pelas globais circunstancias em causa, se fala muito e cada vez mais de legitimidades e/ou de ilegitimidades para cá e para lá; logo e que tendo por base a personalidade em causa e a sua posição política e social diria e digo eu que: legitimidade e água benta cada qual toma a que quer!...

            E no caso concreto o próprio País, parece lamentável e/ou anedoticamente merecer os legítimos ou ilegítimos(!!!) políticos e/ou o(s) governo(s) que tem, no caso concreto chegando o próprio País a ficar refém deste tipo de personalidade, por assim dizer: egocêntrica, pomposa, vaidosa, oportunista, (algo) ridícula, acima de tudo incoerente, por mais e/ou pior não dizer!

            Mas atenção que tudo isto sou eu, um original “menino mal” que se esforça por ser um “menino bem” ou perdão que se esforça (me esforço) por básica e elementarmente (auto) sobreviver que o diz, desde logo relativamente a alguém que lidera um partido político que apesar de e/ou até por tudo merece a confiança de oito por cento (8%) do eleitorado nacional, cujo correspondente líder político e respectivo vice Primeiro-Ministro dita circunstancialmente tanto ou mais a nível governativo ou pelo menos a nível de composição governativa do que o próprio Primeiro-Ministro, pelo que enquanto da minha parte o presente vale o que vale ou o que deixa de valer! Ainda que e/ou até porque dadas as circunstancias o Dr.º Paulo Portas, vice Primeiro-Ministro da nação, não me oferece, nem me merece confiança, nem sequer positiva e coerente consideração política ou social alguma; o que associado à minha carência de auto confiança própria me remete para uma condição de auto subsistente cada vez mais e mais profunda _ salve-se a minha auto exigência e perfeccionismo, com intermédia austeridade própria _ o que no seu conjunto se me torna muitas vezes mais paralizante do que dinamizante, de entre o que como se diz aqui na minha terra "cá se vai andando, como Deus quer!" e acrescento eu que já nem sei se legitima ou ilegitimamente?!


                                                                                              VB          

quinta-feira, julho 04, 2013

Uma questão de fé, mas acima de tudo de (des)confiança

            Independentemente daqueles que têm vindo a criticar os sucessivos governos da nação conseguirem fazer melhor que estes últimos ou não(?!), o facto é que os respectivos governos da nação têm vindo a dar razão aqueles que sucessivamente os criticam; pois senão repare-se, na boca dos sucessivos governos relativamente ao seu antecessor, desde que não da mesma cor política de entre uns e outros desses mesmos respectivos governos, primeiro passou a encontrar-se o País de “tanga”; depois “a situação era muito pior do que anunciado pelo antecessor”; mais recentemente “encontrou-se o País à beira da banca rota”; presentemente parece até já haver actuais ministros, como o das finanças, que se demite(m) “porque afinal e salvo ao nível duma “boa imagem” perante o exterior, de resto as medidas por si próprio(s) tomadas para salvar o País, parecem estar a resultar internamente em sentido inverso”, pelo que nem já consigo imaginar o que dirá o próximo governo da nação, desde que não da mesma cor política do actual, mas em qualquer caso e dadas as circunstancias dando sucessivamente razão aos críticos de todos e de cada um desses mesmos respectivos governos. 

            Sendo que o Sr.º Ministro das Finanças recentemente auto demissionário, Dr.º Vítor Gaspar, com o correspondente aval do Sr.º Primeiro-Ministro, Dr.º Pedro Passos Coelho, teve na regra da austeridade a sua grande, fundamental ou mesmo (quase) unilateral medida governativa, não só ao nível das finanças, como do próprio governo modo geral; pelo que com relação aos críticos de tal política e do respectivo governo actual eu diria e digo:

            _ Primeiro, a austeridade não é um mal em si mesmo, de resto e por natureza a vida não é nem se faz de constante prosperidade e muito menos de permanente facilidade, pelo que um pouco de austeridade de vez em quando e/ou na justa e natural medida não só não faz mal a quem quer que seja, se acaso até faz bem, desde logo enquanto manutenção do contacto com a realidade da vida nas suas mais diversas facetas. Agora e no caso concreto o mal está ou pode estar em quem, como, porquê e para que é que governativamente aplica a dita austeridade e a quem é que a aplica _ nesta última acepção, parece que a mesma se aplica essencialmente a quem da mesma não se pode defender, aquém e além de quem antes, durante ou depois da mesma saiu ou sai beneficiado dessa ou com essa mesma austeridade(?!), sim porque nestas coisas, tanto mais se ao nível da gestão política e social, justa ou injustamente há sempre quem saia beneficiado e quem saia prejudicado, aquém e além de quem pouco ou nada tenha a perder ou a ganhar de por meio, sem esquecer que como na circunstancia presente, as medidas de austeridade parecem ser económica e socialmente contraproducentes.

            _ Segundo e até em sequência de toda a anterior acepção, tanto ou mais que austeridade, por mim digo responsável e consequentemente que não me importo em absoluto, se acaso até bem pelo contrário, de dentro da medida do razoável e/ou do possível, por exemplo dar um dia, uma semana ou um mês da minha vida e/ou do meu trabalho em favor do País e/ou por exemplo duma empresa, sem receber directamente o que quer que seja em troca _ salvo naturalmente o colectivo sucesso do País e/ou da empresa em causa(*). Mas que dadas as circunstancias gerais, tanto mais se num País ou numa cultura que em grande medida se auto denomina de desenrascado(a), com muito chico espertismos pelo meio, inclusive e por exemplo quando se fala em corrupção política ou social em geral vem logo o chico ou a chica esperto(a) dizer: pois parvo(a)s seriam ele(a)s se no lugar que ocupam, como seja governativamente com a faca e o queijo não mão, não aproveitassem legitima ou ilegitimamente o melhor para si mesmo(a)s, no seu lugar eu faria o mesmo(!); a partir de que naturalmente sem prejuízo dos políticos e/ou dos empresários efectivamente competentes e honestos, pergunto no entanto e dadas as correspondentes circunstancias até que ponto estaria ou estarei eu a dar algo de mim em nome de políticos e/ou de empresários incompetentes e/ou no limite até mesmo manhosos e desonestos, em grande medida com o passivo ou se acaso até com o conivente aval do zé povinho ou perdão do chico espertismo envolvente?!

            A partir de que, apesar das que sejam efectiva ou eventualmente merecedoras de tal, em regra e ainda que eu prefira acreditar, no entanto e de facto não consigo ter fé, esperança ou confiança nas elites políticas e/ou empresariais, incluindo aqui a sociedade modo geral, desde logo porque fé e esperança têm-se subjectivamente em Deuses ou por exemplo na capacidade de regeneração da própria vida natural, já quanto a ter confiança, nas circunstancias em causa, nem em mim mesmo que não passo dum mero, básico, esforçado, sofrível, na melhor das hipóteses abnegado e voluntarioso auto subsistente, de entre tudo e todos o(s) que pelo melhor e pelo pior me envolve(m), posso verdadeira, efectiva, positiva e/ou muito menos satisfatoriamente confiar.

            Enfim e assim no que a mim respeita, para aqui vou andando e/ou me vou desenrascando, o melhor que posso e sei _ desde logo escrevendo coisas como esta para ir mantendo ou procurando manter um mínimo de sanidade mental e geral, no meio de tanta e sucessivamente governativa razão concedida aos críticos de quem governa, com uma passiva ou mesmo conivente cumplicidade geral!

                                                                                              VB 

           (*) Atenção! Que isso não faz de mim alguém positiva ou absolutamente melhor que quem mais quer que seja; simplesmente ao não ter eu uma (grande) vida própria, ainda que da minha perspectiva ter essa (grande) vida própria implique por si só contribuir duma ou doutra forma para o colectivo bem comum, pelo que aquém e além de eu estar minimamente à prática, concreta e substancial altura de e para tal, no meu caso resta-me disponibilizar-me esforçada, sofrível ou na melhor das hipóteses de forma abnegada e voluntariosa ao próximo, tanto mais se ao colectivo envolvente, com correspondente retorno para comigo _ na circunstancial melhor das hipóteses com um retorno tão só pró (auto) subsistente, tendo por base o tão só residualmente vital ou positivo que eu tenho por mim mesmo e na sequência para dar ou disponibilizar ao exterior _ como de resto creio semi objectiva ou subjectivamente constatável!