quinta-feira, janeiro 28, 2016

Abençoado

Tomando por base a frase: _ "A dificuldade humana de gostar de gatos está directamente ligada à incapacidade de Amar sem dominar", que neste último caso li numa partilha alheia a mim e anónima com relação a/o autor/a original, no Facebook. A partir da que foi-me suscitado escrever ou mais bem contar a seguinte história real passada também comigo próprio como protagonista e que foi a seguinte:
Antes de mais, sem natural prejuízo de quem assim não seja, eu pessoalmente adoro gatos.
A partir de que da última vez que fiz análises clínicas, quando entrei na sala de espera do respectivo laboratório já lá estavam dois outros utentes, mais duas funcionárias. E acto quase imediato a eu entrar e ter cumprimentado todos com um "bom dia" a que fui genericamente correspondido, eis que a despeito dum gato que se passeava na varanda do prédio em frente à janela da sala de espera do laboratório de análises clínicas, um dos utentes presentes começou com um convicto e até algo veemente discurso do literal tipo: _ "não gosto nada de gatos, são maus bichos; são perigosos; só fazem o que querem; e são um dos piores predadores que existem; tenho lá em casa um cão que ensinei a ir aos gatos e gato que ele agarre é gato morto, o último que ele agarrou partiu logo pelo meio!"
Dado que o senhor não parecia falar com alguém em concreto, mais bem falando, alto e bom som, para todos em geral, logo e dadas as circunstancias eu não resisti a pedir licença a saber se podia meter a minha "colherada" ao respeito. Ao que o até então unilateral orador, talvez pensando que eu ia concordar com ele, me respondeu, inclusive num tom e numa postura algo altiva: _ "claro que sim!"
E sem mais demoras comecei: _ "Isso que o senhor acaba de referir pelo pior com relação aos gatos aplica-se a nós humanos de forma multiplamente redobrada. Desde logo no que respeita a predação, pelo menos que eu saiba os gatos só matam básica e essencialmente para se alimentar, já o ser humano mata para se alimentar; mata por gula; mata por prazer; mata por desporto; mata por luxo; mata por vaidade; mata por preceitos e por preconceitos; mata por ignorância; mata por arrogância; mata por ganância; mata por soberba; mata por medo; mata por superstição; mata por tradição; mata por desprezo pela vida alheia/diversa; mata porque "sim" e porque "não"; mata por "tudo" e mata por "nada"; inclusive mata, imagine-se, por """amor"""!" (*)
O senhor escutou-me atenta ou talvez estupefactamente e quando finalizei o mesmo não discordando mas tão pouco concordando comigo, limitou-se a corresponder-me com uma história algo desconexa que eu nem sequer memorizei de incoerente e contextualmente desajustada quer era, baseando-se em alguém que ele orador conhecia e que alguma vez esse outro alguém teria dito ou feito algo relacionado com caça, mas que em qualquer caso não fazia grande ou qualquer sentido para o contexto. E acto imediato continuou o orador ainda em monologo, no caso voltando-se para a funcionária que estava mais perto de si, que segundo parece era sua conhecida dizendo algo como: _ "sabe eu costumo ir almoçar à marisqueira de tal e de qual e outro dia encontrei lá fulano de tal!"
Em momento algum, alguém dos restantes disse ou fez alguma coisa, salvo o outro utente que esboçou de si para si um sorriso tímido e a funcionária sua conhecida que correspondendo-lhe com relação à observação dele ter encontrado um conhecido comum lhe disse: _ "ai sim!?". Enquanto tudo isto eu fiquei a pensar com relação ao orador: _ "quem será esta ave rara(?) _ no pior sentido do termo, de entre outras que por ai há".
Como o orador em questão estava à minha frente na sequência de atendimento clínico-analítico, acabou por naturalmente também sair primeiro do que eu, no caso despedindo-se das restantes pessoas presentes, que entretanto e segundo recordo já incluía mais dois ou três utentes, além das duas funcionárias, mas não se despediu de mim, de resto nem me olhou à saída, tanto mais quando eu era o que estava mais próximo da porta; o que me levou a concluir que o mesmo havia entendido o que eu lhe havia dito com relação ao "pior predador" e que se havia sentido tocado por isso; o que nas circunstancias em causa me deixou agradado comigo mesmo e em paz com a própria vida.
E entretanto a última vez que eu reparei no gato na varanda em frente, o mesmo estava elegantemente sentado sobre o parapeito da mesma, numa pose de absoluta indiferença com relação à altura ainda significativamente alta com relação ao chão na rua em baixo e pensei: _ abençoado!
VB
(*) Claro que aqui, a frio e por escrito, acrescentei alguns adjectivos à boa meia dúzia que disse oral e espontaneamente ao senhor, odioso de gatos, na devida altura.

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Faça-se Luz

            Em sequência duma mistificação humana, no caso a partir da correlação humana com os elementos naturais, designadamente com as temperaturas e respectivas amplitudes térmicas climáticas, mas que até também pelo genérico mental sociocultural humano inerente, aproveito para reflectir um pouco ou mesmo muito mais além da particular mistificação em causa, tendo por base a seguinte frase, socioculturalmente, feita:

            "O frio é psicológico”, sendo uma expressiva frase que eu já ouço desde há muito, dalgum modo desde sempre ao nível das minhas origens, no entanto mais recentemente também li essa mesma frase aqui na Net em sequência dos, mais ou menos, tradicionais banhos de Ano Novo, já seja no mar ou em rios, mas em qualquer caso em cursos d’água naturais, ao ar livre e com a, no caso, fria e em alguns casos mais a norte nacional ou continental mesmo gélida temperatura ambiente do ar e da água, logo podendo considerar-se como valentes os e as que se atrevem a banhar-se nessas mesmas águas geladas, em alguns casos inclusive mais duma vez por ano, designadamente aquém e além do excepcional banho de Ano Novo. Em que no relativo ao excepcional banho de Ano Novo eu próprio já cheguei a fazê-lo e de noite, mas uma única vez e nas águas apesar de tudo relativamente tépidas aqui do Sul continental, logo não me tenho como muito valente enquanto tal, mas para quem o faz por tradição, inclusive para além do Ano Novo e ainda mais se ao nível do gélido Norte Europeu e/ou até Mundial, como reflectem algumas noticias na comunicação social _ https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjL_PvtiajKAhWDfRoKHZkVCQUQFghOMAk&url=http%3A%2F%2Fwww.tsf.pt%2Fsociedade%2Finterior%2Fimunes-ao-frio-na-siberia-4967584.html&usg=AFQjCNEdrI2oZ9OsxTLQRC3wFto-yGwQYA&sig2=fC7S88HPjkswlmzqIzg7TQ _, eu diria que esses e essas são mesmo uns e umas valentes, desde logo ao nível psicológico e mas creio que também físico e mental.

            Sequência de que a valentia em causa é ou só pode ser, no mínimo, psicológica, mas logo e enquanto tal não sendo eu, no mínimo, psicologicamente muito valente, no entanto resta-me, ao menos, ainda alguma capacidade de raciocínio, para dizer que o frio não é de facto psicológico. Seja que o frio existe de facto climatericamente e constata-se fisicamente. Até porque se o frio fosse meramente psicológico, até não seria só o frio e mas também o calor, o que enquanto tal quereria dizer que não havia amplitudes térmicas naturais, haveria sim uma temperatura constante, que depois a psique de cada qual humanamente falando interpretava à sua maneira, como quente ou fria, como mais quente ou mais fria e/ou ainda duma forma mais constante ou mais intermitentemente quente ou fria segundo as circunstancias em que se encontrasse a psique de cada qual, a cada momento. O que como se sabe ou pelo menos eu julgo saber que, mais uma vez, não é só ou sequer de todo assim de facto.

            Pelo que, também mais uma vez e ao menos eu, tenho de chegar à conclusão de que o frio tal como o calor, no fundo as temperaturas e suas respectivas amplitudes térmicas climáticas existe(m) de facto, agora a maior ou menor adaptabilidade e/ou resistência às mesmas é que já depende (também) muito da psique de cada qual. A partir de que entre a frase o frio é psicológico e o que eu acabo de escrever ao respeito, quer-me ainda parecer que uns seremos mais fortes psicologicamente e outros mais fortes racionalmente, independentemente de ambos ou outros sermos também mais fortes ou mais fracos duma outra qualquer forma, designadamente física; mas que em qualquer caso se conjugadas positiva e construtivamente as fortalezas e as fraquezas duns e doutros, o que eu também creio que surge ou pode surgir é a Luz, no caso concreto a Luz do auto e do interconhecimento pessoal, humano, vital e universal. No caso auto e interconhecimento este que é tão mais potencialmente infinito quanto mais positiva e construtiva for a sua respectiva gestão e posta em prática por parte de todos e de cada qual e/ou pelo menos pela maioria de todos e de cada um de nós humanos por nós mesmos e de entre uns e outros. Sendo que com isto tão pouco creio que eu esteja a dizer/escrever algo de extraordinário, crendo sim que estou tão só a auto e interassumir a realidade Vital/Universal e no caso terrena de que as temperaturas térmicas existem de facto, relativamente às que a adaptabilidade e/ou a resistência humana é que varia de entre uns e outros, por si só dependendo do próprio estado psicológico, mas também do estado físico, anímico, mental e espiritual de cada qual, podendo esse estado variar inclusive radicalmente de entre uns e outros e/ou por si só em cada qual segundo diversos momentos e circunstancias da nossas próprias vidas individuais ou colectivas. Em qualquer caso é a humanidade que se adapta e/ou que resiste às reais amplitudes térmicas climáticas, segundo também a condição psicológica do individuo ou do colectivo humano; em vez das amplitudes térmicas serem uma mera projecção psicológica humana, como se as mesmas não existissem climatologicamente de facto, no caso aquém e além da psique humana. Mas tudo isto não mereceria tanta conversa se não fosse o que se segue, enquanto da minha perspectiva derivado de misticismos simplistas como o de que “o frio é psicológico”, como se o simples frio climático não existisse realmente de facto.

            A partir de que creio eu ser de todo em todo melhor (re)conhecer a realidade do que mistificá-la, até porque se por norma a realidade é simples e a sua mistificação simplista, já de entre uma coisa (realidade simples) e outra (misticismo simplista) o que costuma resultar são grandes complicações, ainda que não necessariamente ao nível de casos como o de que o frio é psicológico, que é relativamente insignificante em si mesmo, mas já pela mentalidade sociocultural simplista associada ao mesmo podem resultar e não raros resultam de facto complicações de maior, como por exemplo xenofobias várias, designadamente raciais, políticas, nacionais, religiosas, culturais, etc., cujo uma das consequências é a de que em vez de se procurar conjugar as inevitáveis e até desejáveis diferenças individuais ou conjunturais de entre uns e outros, duma forma positiva, construtiva e/ou por si só inteligente com base na realidade, o que não raro se faz é tentar subjugar ou mesmo aniquilar a diferença duma forma negativa, destrutiva e/ou estúpida com base em mistificações da realidade _ por exemplo ao nível de misticismos políticos, religiosas e afins, por norma numa base do eu e o meu partido, eu e a minha religião, eu e a minha ideologia, etc., etc., é que sou o bom e o correcto, já tudo e todos os que sejam diversos, tanto pior se opostos a mim, ainda que e/ou até porque os opostos se confundam, serão inferiores a mim e logo exploráveis, desprezáveis ou mesmo aniquiláveis por mim. O que subentenda-se é uma complicação que, como histórica e mas também correntemente bem se sabe costuma levar incontornavelmente a um ciclo degradante, cadente e no limite até catastrófico.

            Pelo que a terminar algo que tem potencialmente muito o que se lhe diga, mas que aqui para o presente sucinto contexto voltaria ao paradigma da Luz já figurativamente focado atrás, ainda que agora concretamente focado para o em si mesmo e mais literal nível da Luz de origem eléctrica, para por concreto exemplo _ que já alguma outra vez utilizei _ dizer que esta última (Luz de origem eléctrica) nasce de dois pólos que são não só diversos como até mesmo inversos, designadamente um positivo e outro negativo, ainda que quando conjugados inteligentemente dão origem à corrente e respectiva Luz eléctrica; mas já se os mesmos ditos pólos confrontados de forma meramente aleatória e/ou pior se objectivamente frente a frente sem mais acabam repelindo-se com violência, dando origem a curto-circuito e logo inviabilizando qualquer positivo, inteligente ou absoluto aproveitamento _ dalgum modo originando as trevas ou pelo menos que não termine de se sair destas últimas _ podendo a energia eléctrica neste último caso ser irracionalmente encarada como um místico poder diabólico; ainda que quando racionalmente encarada e aproveitada (a energia eléctrica) como a simples realidade Vital/Universal que é, acaba por dar origem à corrente eléctrica que paralela e mas inversamente à sua irracional mistificação se pode considerar uma dádiva Divina. Tudo isto, mesmo que de entre meio, o racional e objectivo conhecimento da simplicidade da Vida possa exigir e de facto exige um significativo e não raro complexo esforço humano, mas que no final e se esse esforço for de origem e com um objectivo positivo acaba sempre por compensar humana, vital e universalmente, não só pelo efectivo (re)conhecimento humano da realidade Vital/Universal, mas também pelo positivo/construtivo bom uso desse (re)conhecimento. Pelo que apesar de e/ou até por, de entre meio, com algum maior ou menor esforço humano, acrescido ainda dalguma maior ou menor complexidade racional pró (re)conhecimento humano da realidade, mas em qualquer caso pró detrimento das trevas por inerência da simplista mistificação humana da realidade, acima de tudo que faça-se Luz com base na simples realidade tal como ela Vital/Universalmente é de facto, mais o seu real (re)conhecimento humano.                                                                                                                                                                                                                            VB

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Miserável, "chico espertismo", humano

            Antes do mais, devo dizer que eu mesmo não sou Santo, bem longe disso, mas até por ter essa auto consciência e por isso estar permanente e pró positivamente predisposto a assumir os meus erros, também procuro ser constante e permanentemente melhor pessoa na prática concreta do dia-a-dia, e que até talvez ironicamente por ou de entre isso, em associação ou dissociação às minhas origens humildes/obedientes, à minha personalidade auto exigente e rigorosa e ao genérico meio envolvente que não raro está pejado dum chico espertismo porco ou mesmo criminoso, como não raro se constata até aos mais altos níveis políticos e sociais, de entre o que no seu conjunto e por mim não termino de sair da cepa torta _ vital ou existencial própria e em geral. Global sequência se entre o que também conheço muito boa gente, inclusive pseudo civilizadamente urbana ou cosmopolita, que ao menos externa e/ou retoricamente aparenta uma pretensa superioridade e em alguns casos até com sucesso, ao menos, materialista, mas a exemplo de casos como o que se segue não só são, como parece que fazem gáudio de ser, na melhor das hipóteses uns puros patos bravos!

            Hoje mesmo (06/01/2016), tendo o meu carro circunstancialmente parado à beira duma das vias públicas de acesso e de saída do meu local de residência _ sede de freguesia local. Eis que, na circunstância estando eu algo distante e mas com vista para o carro, a determinada altura vejo aproximar-se outro veículo, como naturalmente já outros dois antes e outro depois disso passaram mesmo ao lado do meu carro, já fosse entrando ou saído da localidade. Mas o veículo a que aqui me refiro, vindo a sair da povoação, precisamente quando a par do meu carro o condutor ou condutora, que à altura e dada a distância, a posição da luz no pára-brisas e o facto de eu não conhecer o carro em questão, não consegui identificar o/a condutor/a, mas o facto é que com a maior das desfaçatezes e das displicências este/a acabou por atirar pela correspondente janela do lado de condução algo para a via pública, mesmo ao lado do meu carro. Imediatamente vociferei algo como “quem será o porco ou a porca!?” “será que não havia um contentor de lixo antes ou depois onde deitar o lixo que atirou pela janela do carro?!”, “patos bravos, é que por ai mais há são patos bravos”_ unissexualmente bem entendido.

            Um par de dezenas de minutos após, quando regressei ao meu carro deparei-me então com o lixo atirado pela janela do carro anteriormente de passagem e em causa, cuja posição e proximidade em que o lixo ficou com relação ao meu carro, se eu não soubesse que não tinha sido eu a fazê-lo até desconfiaria de mim próprio como autor da façanha de atirar aquele lixo para ali. Lixo que na circunstância reparei ser papel embrulhado aleatoriamente _ como de resto lixo que era _ aproximei-me um pouco mais e numa primeira instância conclui ser um ou mais envelopes postais, que dadas as respectivas circunstâncias e até porque me ocorreu logo escrever algo ao respeito, não resistir nem de resto quis circunstancialmente resistir a por um lado a tirar uma ilustrativa foto da posição em que aquele lixo ficou na via publica e face ao meu carro, dado que a minha estância ali se devia a eu ter ido fazer algumas fotos dum motivo relacionado com a fauna natural e já que estava “armado” de máquina fotográfica não resisti a fazer duas ou três circunstanciais fotos do sucedido, mas após o que tão pouco e muito menos resisti a ver se podia identificar o destinatário do/s envelope/s postal(ais) em causa. Identificação que acabou por suceder, sendo então o destinatário e também por isso o alegado autor da façanha de atirar lixo indiscriminadamente pela janela do veículo para a via pública, uma pessoa de identidade masculina relativamente jovem e originária, da própria freguesia local, mas de residência localmente externa.

            Sendo ainda que como já referi atrás, eu havia parado o carro naquele local precisamente para ir fazer umas fotografias dum motivo relacionado com a fauna natural, tendo aproveitado para fazer uma foto da referencial posição do lixo face ao meu carro e à posição na via publica de saída da localidade em causa, mas também posteriormente a fazer duas fotos identificando esse mesmo lixo, que no confirmado caso eram dois envelopes postais, de cujas fotos dos mesmos ocultei editorialmente à posterior a identidade quer do remetente quer do endereço, ao menos dum dos envelopes, já que o outro era de janela e logo não possuía endereço externo _ e naturalmente dentro dos envelopes postais não havia nada.

            Resumindo e independentemente de eu vir ocasionalmente a dizer na cara de quem, ao menos alegadamente e dada a identificação num dos envelopes, cometeu o acto de atirar lixo para a via pública mesmo ao lado do meu carro e dalgum modo “nas minhas barbas”, o que penso ao respeito, que no limite fica desde já aqui expresso pela transcrição que fiz acima do que vociferei na altura do acto em si e que reitero com extensão a todas as pessoas que cometem actos iguais ou idênticos. Incluindo ainda que se esta pessoa aqui em causa e em concreto quer continuar a atirar lixo pela janela do carro para a via publica, ao menos que o faça a partir de lixo que não o identifique à posterior _ salvo que este parece ser o tipo de mentalidade em si mesma do tipo chico espertista ao estilo vou fazendo merda, desde que e/ou até que não se possa provar in loco a autoria da respectiva merda, sem sequer imaginar que isso pode funcionar e funciona ao menos durante um tempo e em unilateral ou corporativo proveito próprio, mas mais tarde ou mais cedo e duma ou doutra directa ou indirecta forma acabará por pagar caro por isso, o problema é que não raro paga-se a partir e através da acção individual ou corporativa no colectivo e por isso em sequência do prejuízo colectivo _ mas pobres mentalidades que nem entendem a tamanha infinidade da sua mesquinhez pessoal, humana, vital e universal. No fundo este é um tipo de mentalidade que vive tanto ou mais de aparência e/ou de possessão, do que de essência e/ou de genuíno Ser(*).

            Entretanto deixo seguidamente as fotos que fiz no local, após ter chegado próximo do meu caro e também depois de ter desembrulhado e identificado o destinatário dos envelopes postais, com estes últimos como materialização do lixo em causa.



            (*) Por mim pessoalmente, desde há muito que passei em objectivo a preferir, por exemplar limite, ser um medíocre genuíno, a ser um génio aparente _ até porque o primeiro pode sempre contar com a solidez da genuína verdade, enquanto o segundo só pode contar com a volatilidade da aparência e mais tarde ou mais cedo e duma ou doutra forma deixa cair a mascara, mesmo se fazendo um sacrificado esforço para que a mascara se mantenha! Ainda que, no meu caso, ao não me conformar com a mediocridade especialmente própria, passei a necessitar esforçar-me para ser um pouco positivamente mais ou diverso que mero medíocre. Sendo que a natureza desse esforço é constante e permanente em si mesma. Mas esforço que nesta última acepção não é necessariamente um vicioso sacrifício, mas sim um virtuoso prazer ou pelo menos pró virtuoso prazer!

                                                                                                    VB

terça-feira, janeiro 05, 2016

A “inteligência” humana

Humanamente falando somos de facto inteligentes: temos consciência da nossa própria vida e morte; conseguimos raciocinar a um nível que transcende a nossa própria existência humana e/ou terrena; recriamo-nos a nós mesmos e à própria vida; somos engenhosos a ponto de construir tecnologias, como desde logo a que me permite estar aqui e agora a escrever e subsequentemente a partilhar o presente com o “resto do mundo”; etc., etc., etc.; no entanto e apesar disso ou até por isso não conseguimos terminar de evitar estarmos permanente e/ou mesmo cada vez mais acrescidamente à beira de nos auto destruirmos directa ou indirectamente. 

De entre o que no entanto não gosto, nem quero ser profeta da desgraça. De resto o que vou escrever de seguida não é a objectiva antecipação de nenhuma catástrofe, até porque não tenho objectivos dados para tal e muito menos ainda tenho qualquer vocação divinatória do porvir, já seja pelo melhor ou pelo pior. Mas dada a experiência de vida acumulada que nos vai concedendo dados que nos permitem calcular certas e determinadas situações, a partir de respectivas determinadas premissas e/ou circunstancias correntes, tudo aquém e além dum factor mais subjectivo e em regra ignorado como é por exemplo ainda a intuição. Em que nesta sequência e tomando por referência base tudo o que objectiva/cientificamente já se conhece acerca da intervenção humana na vida terrena em geral e na vida (fauna e flora) natural em particular, já seja por via da intensiva/extensiva exploração agrícola com mais ou menos indiscriminado recurso a meios mecanizados e/ou químicos; a que acresce ainda a genérica e intensa exploração industrial ou transformadora nas suas mais diversas formas; em qualquer dos casos com muito directo e imediato proveito para a humanidade, mas não raro e como se sabe com prejuízo para o clima e para a vida (fauna e flora) natural, com respectivas repercussões a médio e longo prazo na própria vida humana. Sequência esta em que se integra a civilização em que humanamente vivemos, em si mesma por nós humanamente constituída desde há muito e até ao presente momento, por destacado exemplo enquanto essencialmente baseada em matérias-primas e energias de origem fóssil, com toda uma infinda variedade de seus derivados, inclusive químicos e por si só pró industriais modo geral. Cujo, salvo algumas eventuais excepções, de resto e por norma sempre com prejuízo do clima atmosférico, mais da vida (fauna e flora) natural modo geral. Clima atmosférico que em associação à (fauna e flora) natural, com toda a infinidade de factores físicos e químicos natural e originalmente inerentes, pelo seu efectivo ou potencial melhor e pior próprio, acaba por ser e é a base da vida neste planeta humanamente designado Terra, que por si só integra e sustenta a própria vida/existência humana, ainda que e/ou até porque sendo esta última muito significativamente anti-natura, mesmo sem incluir aqui as vertentes mais comummente criminosas, como por exemplo doloso e/ou indiscriminado vazamento de resíduos industriais durante décadas no solo e/ou em cursos de água; no limite até uns ditos de incêndios florestais a nível Global com origem na negligente e/ou mesmo maldosa mão humana; etc., etc., etc., no caso não faltando múltiplos exemplos do mais directo ou indirecto atentado humano à mãe natureza. 

Seja que, incluindo ou excluindo as vertentes (mais) criminosas, no entanto e tão só com base e em sequência das actividades agrícolas, industriais, comerciais, etc., tidas e ditas como humana, social ou civilizacionalmente legitimas, são também e conclusivamente as normas climáticas, mais respectivamente a fauna e a flora naturais que estão a ser cada vez mais continuamente alteradas, desequilibradas ou mesmo destruídas, tudo levando a crer que para com o caos climático e/ou para com o esgotamento e extinção da esmagadora maioria dos recursos naturais a relativamente curto ou médio prazo, tudo enquanto essencialmente à mão humana, aquém e além de quais queres factores naturais em e por si sós. Em que para os mais naturalmente insensíveis, devo acrescentar que claro que por exemplo na medida do auto defensivamente possível não nos vamos deixar devorar, designadamente, por um leão, em nome da defesa da vida natural; mas até com base na própria e auto designada racionalidade e inteligência humana tão pouco creio eu que seja necessário extinguir todos os leões, com extensão a uma infinidade doutras espécies animais que pode ir até ao mais ínfimo insecto, para nos podermos humanamente auto defender face aos mesmos, até porque salvo desequilíbrios naturais que como se sabe também podem ocorrer e ocorrem por si sós desde sempre aquém e além da acção humana, no entanto e regra geral todas as espécies animais e vegetais que existem fazem parte do ciclo de vida natural que por si só integra a própria humanidade, ao menos ao nível Terreno. De entre o que precisamente a verdadeira e efectiva inteligência humana pode fazer a diferença pela positiva, ainda que pela equitativa e inversa estupidez associada também pode fazer a diferença pela negativa. Sendo aqui, nesta última sequência que podem entrar a entra a fé e esperança na própria humanidade ou não!? Pois que entretanto e o facto é que de entre preceitos, preconceitos, tradições, luxos, ignorância, ambição, ganância, vaidade, etc., humanas, por exemplo entre muitas outras espécies, mas pegando ainda no mero exemplo dos leões e dos grandes felídeos modo geral, tão só por directa ou indirecta e legitima ou ilegítima acção humana estão a ser levados literalmente à extinção quando também por outro mero exemplo os abutres necessitam das carcaças de leões e afins para se alimentarem e assim sucessivamente no imenso, complexo e delicado ciclo de vida natural em que todos os seres e/ou espécies dependem duma ou doutra forma de todos os restantes, com o ser humano no topo da cadeia. De resto e veja-se o absurdo quando por mais um mero exemplo, tão só para com a mais básica necessidade de orgânica alimentação humana, em absoluto desnecessariamente mas inclusive de forma industrial, literal e criminal, ainda que não criminizadamente, se mandem por exemplo e literalmente borda fora múltiplas toneladas de variado pescado, em favor de só se aproveitarem umas poucas toneladas duma ou duas espécies de pescado mais económica/financeiramente valorizadas no mercado humano. O que é de todo vital, natural e universalmente mais estúpido do que inteligente da parte humana no seu todo, ainda que muito espertamente por parte dalguns humanos, com repercussão sobre todos, até por com mais ou menos activa ou passiva e consciente ou inconsciente conivência geral. Pelo que creio eu que com os desequilíbrios e tanto pior se com a múltipla, continua e crescente interrupção ou mesmo destruição dos ciclos naturais, quem também natural e conclusivamente sofrerá será a própria humanidade no seu todo, mesmo que e/ou até porque entretanto quem mais estúpida, egoísta e unilateral do que inteligente, racional e universal proveito tirou foi e é também a própria humanidade, pelo menos em parte e temporariamente.

De entre o que em qualquer caso e como resumo final vou deixar algo de que inclusive jamais ouvi ou li ao respeito enquanto dito ou escrito por alguém em lugar algum, pelo que logo é algo que ou não está estudado ou pelo menos não está divulgado cientificamente e/ou nem ainda e muito menos social/civilizacionalmente consciencializado ao nível da população geral, ainda que a partir de algo que sim todos nós devia-mos conhecer objectiva, consciente, racional e inteligentemente que é o facto de que tudo nesta humana/natural vida terrena, tem causas, efeitos e consequências, não sendo necessário ser-se doutor, engenheiro, cientista e/ou afins para o saber; a partir de que uma das multiplamente diversas consequências que tem por causa a exaustiva e diria mesmo (quase) criminosamente exclusiva exploração de combustíveis fosseis durante décadas e décadas, foi e é o do por si só também decisivo e este sim já (re)conhecido contributo para alteração climática, com subsequentemente directa ou indirecta interferência nos recursos naturais modo geral. Mas por exemplo o que eu jamais ouvi falar ou li é a respeito das consequências dessa exaustiva e durante décadas (quase) exclusiva exploração dos combustíveis/energias fosseis no próprio subsolo. Sim porque por experiencial A+B eu não acredito em absoluto que os efeitos de tal exaustiva/exclusiva exploração do subsolo sejam tão só e sem mais inconsequentes para o próprio Planeta. E com isto não estou a tentar dizer que não se deviam explorar humanamente os recursos energéticos, com mais toda uma infinidade de inerentes matérias-primas de origem fóssil, o que quero dizer é que desde literalmente sempre isso se devia ter complementado com o desenvolvimento duma diversidade doutras energias e matérias-primas, que no entanto os vital/universalmente cegos e/ou unilaterais interesses económico-financeiros humanos subjacentes à exploração dos recursos fosseis activa ou reflexamente não permitiu desenvolver outras complementares formas energéticas ou de matérias-primas menos naturalmente agressivas ou até mesmo mais harmoniosas com e para com o meio ambiente natural. Tendo sido ou estando a ser necessário chegar-se ao cada vez mais aceleradamente próximo limite do esgotamento dos recursos fosseis para então se passar a apostar noutras alternativas, ainda assim muito lentamente e com muitos interesses mais unilaterais ou corporativos do que vitais ou universais por parte da humanidade ou pelo menos de determinados grupos humanos. Global sequência de que até porque não quero ser profeta da desgraça, logo não vou estar aqui a antecipar efectivas ou potenciais consequências negativas. Mas dado que ao nível da população humana modo geral andamos suficiente ou mesmo demasiadamente ocupados com tão só sobreviver e/ou se acaso com ser um pouco mais materialmente ricos, como para que até por isso e em qualquer dos casos não nos importarmos muito ou mesmo nada com coisas como esta das efectivas ou potenciais consequências das nossas acções humanas, pró mero, imediato e unilateral interesse humano, na e sobre vida natural e planetária em geral. De entre o que apesar de eu próprio ser mera e comum parte integrante da população humana dum modo geral, no entanto não consigo nem quero deixar de perguntar a quem é ou pelo menos deve ser de objectivo, douto ou cientifico entendimento da matéria, o seguinte: _ quais as efectivas ou pelo menos potenciais consequências positivas e negativas do indefinidamente imenso vazio que fica abaixo da crosta terrestre em directa sequência da exaustiva e pró esgotável extracção de matérias/combustíveis fosseis? E por favor não me venham dizer que não há consequências ou pior que se a haver essas consequências as mesmas são só positivas, porque então digo eu que quem o disser ou é um/a profundo/a ignorante vital/universal e/ou então está pura e simplesmente a mentir por unilaterais ou corporativos interesses próprios.  
  
Finalmente da minha unilateral e respectivamente infínda impotência própria ao respeito, aquém e além do que por aqui vou escrevendo e seus reflexos em e para mim mesmo e logo de mim perante e para com o meio humano, vital, universal e/ou por si só natural envolvente, sabendo eu no entanto e de antemão que quem quer que seja, de devido direito e/ou de correspondente competência, me vai corresponder em sequência do que aqui escrevo e/ou aqui pergunto em concreto, até porque enquanto tal esse(s) alguém(s) de devido direito ou de correspondente competência sequer lerão o que aqui escrevo e pergunto, logo termino então com um por si só inteligivelmente impotente dito subjacente às minhas origens socioculturais, familiares e existências próprias que era e se quando acaso continua a ser, na presente circunstancia tendo por base a acção humana no e sobre o meio ambiente natural, cujo dito é: _ “Seja o que Deus quiser”!

                                                                                              VB     

segunda-feira, janeiro 04, 2016

Datas especiais

Claro que em sequência de determinadas circunstancias que nos marcam duma ou doutra (pessoal, familiar, comunitária, nacional, humana ou vital) consequente forma, em associação ao momento temporal em que tal ocorre, acabo por entender e aceitar o culto de certas datas especiais, como por destacado exemplo o Natal católico.

Mas ao mesmo tempo não gosto pessoalmente de datas especiais, não só porque prefiro que todos os momentos sejam especiais, como até estou certo que todos os constantes e permanentes momentos são de facto especiais _ independentemente da marca que deixam em nós seja, no limite, mais positiva ou mais negativa. Além de que por exemplo datas especiais para uns não coincidam com datas especiais para outros, por exemplo o Natal católico não diz nada a outros cultos religiosos que não católicos e vice-versa, no entanto somos todos humanos, além de que dentro dos próprios católicos para uns é mais data de celebração religiosa/familiar e para outros mais um pretexto essencialmente consumista, enfim as variantes são potencialmente infindas consoante cada qual e/ou os cultos a que obedeça, em que desde logo para uns as datas especiais têm um significado e para outros têm outro significado completa ou mesmo inversamente diverso _ em que indo para dois exemplos práticos radicais de entre si, por exemplo a significado do Natal e/ou da passagem de Ano não teve seguramente o mesmo significado para os que estavam pessoal e familiarmente bem, versos por exemplo e por mais não dizer os que se viram pessoal ou familiarmente vitimas dos não menos tradicionais e não raro fatais acidentes automóvel desta fase.

De entre o que por mim pessoalmente prefiro e/ou não posso mesmo evitar que cada constante e permanente momento seja especial em si mesmo, aquém e além de datas especiais, como por exemplo o Natal e/ou a subsequente passagem de Ano, em qualquer dos casos no seu efectivo ou potencial melhor e pior próprio, consoante a perspectiva e/ou as circunstancias de vida de cada qual.

Global sequência que por si só justifica a minha inclusão das duas inerentes fotos abaixo e substancialmente diversas de entre si, ainda que feitas a uma distancia espacial de cerca de cem (100m) metros e a uma distancia temporal de cerca de duas (2h) horas de entre uma e outra, em qualquer dos casos na noite de 31/12/2015 para 01/01/2016. Em que o melhor da vida não deixou de estar ao menos potencialmente presente em mim quando fiz a primeira foto, no caso, dum assunto considerado desagradável ou mesmo repulsivo, pelo menos de e para nós mesmos, como um sem abrigo; tal como também ainda o pior da vida não deixou de estar ao menos potencialmente presente em mim quando fiz a segunda foto dum assunto considerado positivamente agradável e/ou por si só atractivo, como fogo-de-artifício na celebração de passagem de Ano; desde logo porque em qualquer dos casos e para a mim a vida interessa-me como um todo e em todo o momento, que não como uma mera parte e/ou a espaços temporais, segundo a conveniência _ sem natural prejuízo de se celebrar ou de se pesar a vida sempre que tal se justifique, o que ao menos em potência é constante e permanentemente para ambos os casos (celebração ou pesar), sendo que por mais contraditório que seja ou que pareça, o facto é que, como bem se sabe ou deve saber na subtil complexidade e/ou no enigmático paradoxo da vida, nem sempre e mas também não raro um caso (celebração) pode levar circunstancialmente ao outro (pesar) e vice-versa!...



                                                                                                                     VB

sábado, janeiro 02, 2016

A "realidade" e a "ideologia" II

           No início do nono ano (2016) não consigo evitar voltar ao Sr. Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva.

            Para no caso fazer alusão precisamente à tradicional declaração de Ano Novo do Sr. Presidente da República, que apesar de ser a última declaração na pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva enquanto ainda Presidente da Republica em exercício, no entanto não foi nem é de todo em todo uma declaração irrelevante.

            E no caso eu pessoalmente resumiria a recente declaração de ano novo do Sr. Presidente da república a dois grandes itens:

            _ Primeiro, no relativo à elogiosa alusão que o Sr. Presidente fez aos portugueses de sucesso, que segundo entendi e interpretei se referia a sucesso empresarial, técnico, profissional, social, cultural, etc., relativamente ao que estou tão mais à vontade para falar nos termos em que e como o vou fazer quando e porquanto eu mesmo estou muito distante de ser um desses portugueses, bem sucedidos seja sob que forma for, ao menos aquém a além da minha mais básica e imediata subsistência própria, que por sinal e em si mesma não só me permite como mesmo me exige pró vital, sanitária ou subsistentemente a presente reflexão. Base e sequência em que eu creio que se o Sr. Presidente se tem ficado por esta referencialmente elogiosa alusão aos portugueses de sucesso, incluindo ou excluindo o facto do próprio ter chegado a duas maiorias absolutas como Primeiro- Ministro e a dois mandatos consecutivos como Presidente da República, teria ficado muito, diria mesmo que muitíssimo bem. A partir de que o problema para mim está no segundo item.

            _ Segundo, quando no seu tom tradicional e institucionalmente grave o Sr. Presidente começou a aludir cerimoniosa, institucional e pró moralmente ao combate à pobreza, às desigualdades, às injustiças sociais e afins, acabou por estragar tudo. É que digo eu que logo a pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva que, aquém e além de cargos como ministro das finanças e/ou de primeiro-ministro em minoria, acima de tudo teve duas maiorias absolutas como Primeiro-Ministro e que leva dois mandatos consecutivos como Presidente da República, em qualquer dos casos sob uma pró estruturantemente multi-bilionária financiação do País com fundos Comunitários Europeus, inclusive a fundo perdido. No entanto, apesar disso e/ou até também por isso, incluindo com o Prof. Aníbal Cavaco Silva como Primeiro-Ministro ou como Presidente da República, o que continuamos a ter é um País tão pobre económica-financeiramente e injusto/desigual socialmente quanto sempre foi, o que apesar de não ser novidade mais uma vez me levou na melhor de entre a melhor das hipóteses a ficar de "boca aberta" perante a posição retórica do Sr. Presidente da República, na pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva. Desde logo como se o mesmo se estive a candidatar agora pelo primeira vez a um cargo político e logo como se o passado e o presente nada tivessem que ver politicamente com o próprio, dalgum modo como se o mesmo só tivesse méritos, mesmo que num País pejados de deméritos (crises económico-financeiras, com pobrezas várias, inclusive com crescentes desigualdades e injustiças sociais, etc.), reiteradamente após décadas (também) sob comando do Prof. Aníbal Cavaco Silva como Primeiro-Ministro e/ou como Presidente da República. Sendo caso para conclusiva e pessoalmente eu dizer que a recente postura retórica do Prof. Aníbal Cavaco Silva, enquanto Presidente da República não é de direita, nem de esquerda, nem tão pouco é imparcial, é tão só e/ou acima de tudo altamente cínica _ dalgum modo como disse um seu correligionário de partido: _ "o Prof. Cavaco quando está calado normalmente está bem"!

           Triste discurso e se enquanto tal triste despedida da pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva enquanto Presidente da Republica, de entre o que pior ainda é a tristeza de País que tem políticos como este à sua frente durante décadas _ não necessariamente que os restantes, pelo menos em muito significativa parte e independentemente dos partidos ou das ideologias sejam (muito) positiva, vital ou universalmente melhores, como de resto temos comprovado duma ou doutra forma, mas a pessoa deste ainda nosso Presidente da Republica é uma verdadeira tristeza _ que no seu pouco meritório e muito lamentável merecemos(*) popularmente enquanto tal, até porque eleito e reeleito democraticamente, mas que já agora e no entanto valha-lhe o aprumo e a elegância estético/a que sempre lhe conferem uma muito politica e mediaticamente citada postura Estadista, ao menos na aparência externa.

            Ah! E não posso nem quero esquecer o mérito democrático que designadamente me permite estar a escrever e publicar o presente, enquanto minha livre opinião pessoal própria acerca da mais alta entidade oficial nacional do Estado, Sr. Presidente da República, na pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva com mandato ainda actualmente em vigência _ salvo que a democracia enquanto tal não seja só ou sequer essencial/meritoriamente devida à personalidade política do Prof. Aníbal Cavaco Silva, além de que enquanto tal é uma democracia precária sob e sobre muitos aspectos, como por assim dizer e na melhor das hipóteses, do tipo: "deixa-os (aos do povinho) falar que nós (políticos/governantes) sempre vamos fazendo o que e como muito bem entendemos e/ou nos interessa, aquém e além do povinho e/ou do País no seu todo" _ sequência que até seria um verdadeiro mérito, designadamente governativo e/ou presidencial, caso vivesse-mos num País económica, financeira, jurídica, social, por si só politicamente justo e equilibrado, mas dado que apesar de ou até por com a pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva como uma figura política e institucional recorrentemente no topo governativo e/ou presidencial, o que realmente temos é um País em recorrente crise económica-financeira, com crescentes desigualdades e injustiças sociais, subsequentemente com a democracia deixar muitíssimo desejar, aquém e além do mero poder falar-se e/ou escrever-se livremente, com correspondente responsabilidade, tudo antes, durante e depois do último discurso de Ano Novo, muito retoricamente idealista, do Sr. Presidente da República actual, após já dois mandatos como tal.

(*) Não escrevo e muito menos publico tudo isto pela e/ou para com a pessoa do Prof. Aníbal Cavaco Silva, que de resto está em fim de carreira como Presidente da República e eventualmente como político activo, além de que algum dia tive oportunidade de dizer/escrever a este último via Facebook da presidência o que pensava acerca dos políticos em Portugal, incluindo natural e objectivamente o próprio, como Presidente da República. Pelo que apesar de e/ou até porque com base neste último e na relevância política que lhe foi democraticamente conferida pelo designado povo, escrevo-o e publico-o precisa e pró reflexivamente para com um povo que apesar de todos os bem sucedidos nacional e/ou vitalmente de entre o povo, incluindo ou excluindo a acção real e/ou o discurso idealista do Sr. Presidente da Republica democraticamente (re)eleito pelo próprio povo, o facto é que continuamos a ter um País, no seu todo, significativamente muito mal sucedido sob e sobre muitos aspectos!  

                                                                                                VB