domingo, janeiro 29, 2017

Afectação global e dúvida’s

Deixando à partida o benefício da dúvida com relação ao conclusivo resultado final da administração dos EUA sob presidência do Sr.º Donald Trump, mas também correspondendo ao compromisso com a minha pró humanista/universalista consciência pessoal própria, tendo por base a legitimidade que me é conferida pela respectiva governação dos EUA enquanto maior potência mundial, sob a respectiva e interessada batuta de quem de resto se instituiu ou pelo menos maioritariamente dirigiu a dita de genérica Ordem Mundial e/ou Liberal Democrática de há décadas a esta parte, com afectação duma ou doutra e melhor ou pior forma da vida de todos e cada um de nós, onde quer que globalmente nos encontremos, inclusive aqui na Europa enquanto já velha aliada dos EUA, respectivamente tão pouco posso ou quero deixar de responsável e consequentemente tecer e expor a minha seguinte reflexão própria:
            
                                                      I

            Pela luxúria; pela confessa corrupção; pela arrogância; pela prepotência; pelo discurso; pelo paradoxo entre a sua retórica populista em nome do povo e a sua real condição de rico que vive numa “gaiola dourada” muito distante do povo; pelo facto do senhor ter crescido empresarialmente e ter sido eleito presidente dos EUA, em qualquer dos casos sob o tecto democrático e agora enquanto também já na condição de presidente dos EUA democraticamente eleito, começar no entanto unilateral, leviana, simplista e/ou por si só anti-democraticamente a taxar de terroristas comunidades inteiras da própria população dos EUA, tão só por estas últimas pertencerem a uma concreta etnia, religião, nacionalidade, etc., inclusive com alguma/s incoerência/s como ao externamente não incluir a Arábia Saudita nas nacionalidades no gratas para a administração Trump dos EUA, quando segundo comprovadamente consta a Arábia Saudita é por si só uma das maiores fontes de financiamento e até de elementos activos/directos do radicalismo islâmico; sem esquecer que, segundo também rezam as crónicas oficiais, morrem multiplamente mais cidadãos dos EUA internamente e às mãos dos seus próprios concidadãos do que externamente e/ou desde logo às mãos de radicais criminosos islâmicos ou outros; sequência de que o, na melhor das hipóteses, discriminatório simplismo da Administração do Sr.º Trump nos EUA face a outras nacionalidades, por todos os motivos e mais um me parece redundar em interesses mais ou menos obtusos, quando não mesmo perversos/controversos; pelo que enquanto tal e sem absoluto prejuízo dos EUA como qualquer outro País se defender de ameaças internas e externas, no entanto por tudo o já conhecido da personalidade e correspondente administração dos EUA por parte do Sr.º Trump, permita-se-me então ser também eu um tanto simplista para dizer que até inclusive pela sua própria expressão facial; etc.; etc., a meu ver, o Sr.º Donald Trump é um ser essencialmente ofensivo, no pior sentido do termo (ofensivo). E nem o facto do mesmo frequentar a igreja o livra da, a meu ver, sua pejorativamente ofensiva condição, até porque a própria Igreja jamais deixou de institucional ou marginalmente conter os seus ofensores próprios, inclusive a um nível criminal com bispos e padres pedófilos, corruptos e afins; claro que tudo isto sem absoluto prejuízo da Divina mensagem, que no entanto contém o problema de quando não raro a interpretação humana/religiosa da Mensagem ser usada para sustentar individuais/corporativos estatutos de poder e/ou grupos de influência humanos que pouco ou nada têm que ver com a própria Mensagem _ de resto alguns dos mais hediondos crimes cometidos por e de entre humanos, foram-no às institucionais mãos da própria Igreja, sob beneplácito, complacência ou pelo menos em nome desta última; inclusive a emergência política de ofensivas personagens como o Sr.º Trump, ao menos em substancial parte, deriva directa e ironicamente da securitária necessidade de defesa humana face à pejorativamente ofensiva ou se assim se quiser face à diabólica interpretação e utilização humana/religiosa da Mensagem, a contemporâneo exemplo prático no mais diabolicamente destacado caso do malfadado Estado Islâmico e seus sucedâneos. Seja que apesar de e/ou até por em nome da e para com a mensagem Divina, no entanto a correspondente interpretação humana/religiosa desta última não raro e até de todo demasiadas vezes deixa na prática muito ou mesmo tudo a desejar em termos de Amor; de Paz; de Justiça; de Fraternidade; de Empatia; de Perdão; por si só e em suma em termos de religiosa mensagem dum Deus bom e misericordioso!

            Pelo que salvo haja uma maioritária consciência social/civilizacional com valores vitais, universais e/ou morais muito mais pluralmente alargados e nobres, dependente ou independente da/s religião/ões, de resto os ofensivos diabinhos desta vida acabarão por arrastar consigo a restante ou mais vasta humanidade para uns já sobejamente reconhecidos infernos, o que salvo desejável erro de perspectiva da minha parte, à partida conta também já com o Sr.º Donald Trump, como uma espécie de (pró) contemporâneo e destacado elemento, se acaso até timoneiro mor _ Deus queira que me engane. 

            Mas de entre o que em qualquer caso até há uma substancial dúvida que me assalta, que é a de que tal como o dia e a noite, a saúde e a doença, o viver e o morrer, enfim todos os paradoxos da Vida com os seus correspondentes pólos que tanto se distanciam quanto de confundem de entre si, me leve a perguntar(-me) se os respectivos demónios desta vida não serão tão indispensáveis quanto as consciências mais vital, universal e/ou moralmente nobres, inclusive com os primeiros (demónios) como prova da existência das segundas (consciências mais… nobres) ou no limite até com os primeiros para com o transversalmente alargado (re)despertar das segundas!?

                                                   II

            Até talvez ou seguramente por em directa sequência do imediatamente anterior, ao menos alguns dos positivamente maiores saltos evolutivos da civilização humana sucederam regra geral de entre e/ou após grandes cataclismos naturais e mas acima de tudo de original derivação e acção humana, norma geral sob liderança ou influência de ofensores (déspotas e/ou criminosos) humanos da pior espécie, que entretanto se auto canibalizaram ou de que a restante humanidade se soube defender. Mesmo que depois tão pouco os grandes e/ou mais positivos saltos evolutivos humanos tenham sido e sejam só exclusiva e/ou conclusivamente positivos, em especial quando os níveis sociais e culturais dai resultantes se tenham fechado (inebriado/acomodado) em demasia nos princípios e meios dessa/s evolução/ões, como por exemplo na revolução industrial que trouxe tanto de mecânica/economicamente evolutivo quanto de natural/ecologicamente destrutivo. Enfim, duma sucinta e singela perspectiva maniqueísta, o bem e o mal estão permanentemente latentes e um para o outro, ainda que e/ou até por em oposição um ao outro. Perante o que a, racional e inteligente, humanidade é que tem de encontrar permanentes pontos de equilíbrio face aos mais diversos (complementares e/ou opostos) paradoxos da Vida _ incluída a própria (paradoxal) humanidade, claro está.

            A partir de que se simplificarmos muito e traduzirmos tudo isto em termos de medo, ainda que a níveis muito diferentes, eu diria e digo que pessoalmente me assusta tanto ou mais o Sr.º Trump quanto o dito e feito terrorismo internacional. Ainda que por outro lado e até por tudo o que nos trouxe à crise económico-financeira global, ao terrorismo internacional e agora à eleição presidencial do Sr.º Trump nos EUA, respectivamente eu também creia que mais tarde ou mais cedo e duma ou doutra forma teria de vir algo e/ou alguém que abana-se a árvore _ vulgo o status mundial _ e de momento há três grandes factores a contribuir para o abanão da árvore, sendo esses factores a própria crise económico-financeira global, não totalmente sarada nas suas causa, efeitos e consequências; o respectivo terrorismo internacional de base religiosa, sem imediato fim à vista; e a também agora respectiva eleição do Sr.º Donald Trump para Presidente da mais influente e respectivamente consequente super potência global/mundial.

            Sequência de que sem absoluto prejuízo dos mais diversos exemplos históricos, mas também no presente momento de crise económico-financeira global não devida e totalmente sarada, em diversos aspectos até bem longe disso; com acréscimo do terrorismo internacional de base religiosa; que em qualquer dos casos o Sr.º Trump pretende combater fechando os EUA o mais possível em e sobre si mesmos, quando paradoxalmente os EUA foram e são um dos grandes esteios ou mesmo maior responsável por uma dita e reinante globalização liberal em que dalgum modo se enquadrada quer a crise económico-financeira global, quer o próprio terrorismo internacional; pelo que precisamente vejamos então o que sucede em sequência da muito destacada e globalmente influente/consequente governação dos EUA sob presidencial tutela do Sr.º Trump, por si só e/ou acima de tudo face à mais globalmente vasta consciência social/civilizacional humana, que com todas as multiplamente diversas nuances individuais, sociais, culturais e em suma existenciais de entre cada um individual, comunitária, nacional, etc., no entanto depende de todos e de cada um de nós que formamos o todo, incluído o Sr.º Trump, mas também aquém e além do Sr.º Trump e seus afins que enquanto lideres nacionais que representa/m parte do todo e mas não o todo, nem sequer do/s seu/s próprio/s país/es e muito menos do globo, ainda que pela sua condição de líder/es nacionais, que tanto mais ainda se como no caso do Sr.º Trump enquanto líder duma confederação de Estados que compõe a maior super potência mundial, acabe/m mesmo este/s último/s por influenciar e afectar muito directa e consequentemente não só o todo do seu país mas também o todo global, em qualquer caso pelo melhor e pelo pior e para o bem ou para o mal; sendo que por todos os motivos já referidos e eventualmente por alguns outros mais, no concreto e globalmente destacado caso do Sr.º Trump me parece à partida a mim ser mais directa e essencialmente pelo pior e para o mal, desde logo quando o mesmo parece pretender reverter repentina e em muitos aspectos radicalmente toda a política dos EUA desde globalmente sempre, inclusive enquanto EUA como grandes timoneiros, ao menos do dito mundo ocidental desde há décadas a esta parte; pelo que respectiva e até pró subsistentemente fincando a responsabilidade do melhor e para o bem a cargo de todos e de cada um de nós restantes ou não!?

                                                    III 

            Que por mim e com tudo isto procuro ao menos e/ou mesmo acima de tudo inquietar consciências, se por muito remoto e no caso concreto até mesmo por absolutamente improvável acaso a consciência do próprio Sr.º Trump; de qualquer modo de e por mim mesmo é que não pude deixar de afectada e inquietantemente o escrever e de respectivamente o partilhar, em directa sequência da eleição e respectiva política do Sr.º Trump, enquanto Presidente da maior potência económica e militar global/mundial.

            E que já agora, se eu tivesse oportunidade, de entre muitas outras possíveis, de momento gostaria de fazer duas concretas perguntas ao Sr.º Donald Trump, Presidente dos EUA e que são as seguintes:

            _ Primeira: segundo o argumento do Sr.º Trump de que terá ocorrido fraude eleitoral, em que alegadamente muitos imigrantes ilegais se terão fraudulentamente recenseado e votado em diversos Estados, com beneficio dos oponentes democráticos do Sr.º Trump; da minha parte estranho que por um lado imigrantes ilegais dentro dos EUA tivessem a liberdade, a autonomia e o a vontade, etc., para poderem cometer tal fraude, a partir de que pergunto então sim até que ponto e a um nível extra imigrantes esse mesmo tipo de fraude não poderia ser cometida por próprios concidadãos e partidários do Sr.º Donald Trump, em seu respectivo favor próprio?

            _ Segunda: quando o Sr.º Donald Trump fala em só aceitar emigrantes que amem profundamente os EUA, enquanto eu potencial emigrante para os EUA gostaria de saber quais os parâmetros e métodos usados para medir essa amável profundidade?

            Finalmente quem escreve tudo isto é um português católico, pobre, pouco escolarizado, que jamais fui e eventualmente jamais irei aos EUA, mas que até gosto e admiro os EUA, sendo que com extensão a qualquer outro país do Mundo, se alguma vez for aos EUA que seja por eu ter positiva e equivalentemente tanto a dar aos EUA quanto a receber dos EUA.

            VB   

Geração ar condicionado

             Sem prejuízo das devidas e contínuas excepções, de resto e em especial nas últimas quatro ou cinco décadas a esta parte, cada vez mais genericamente se nasce em hospitais/maternidades com ar condicionado; se cresce e se estuda em escolas com ar condicionado; se é transportado em transportes públicos com ar condicionado; se faz transportar em transporte próprio com ar condicionado; se vive em casas com ar condicionado; se vai ao supermercado, ao centro comercial, ao café, ao restaurante, ao cinema, à farmácia, etc., etc., etc., tudo com ar condicionado. Como seja uma geração para quem tudo o que sejam amplitudes térmicas a baixo de 10º ou 12º e/ou acima de 35º ou 40º graus, em qualquer dos casos positivos, já é logo mediático motivo de noticia e de respectivos alertas amarelo, laranja ou vermelho por parte das instituições oficiais de saúde. O que não deixa de ser compreensível e/ou até desejável, precisamente dentro da e para com a que, a partir daqui, passarei a designar como: geração ar condicionado.  

            Só que a geração ar condicionado, enquanto numa base social crescentemente generalizada tem no máximo cerca de meio século, quando a própria humanidade existe há milhares de anos. Além de que sempre houve e eventualmente jamais deixará de haver os que estão em grande e corrente medida à margem da geração ar condicionado. Como seja que por natureza humana, animal, vital ou universal, com todas as suas intermédias dimensões existenciais, jamais deixou de se viver e morrer, dependente ou independentemente do relativamente recente advento do ar condicionado como uma norma corrente e cada vez mais abrangente. O que faz da geração ar condicionado algo aberrantemente ridícula face à natureza climática e até à própria natureza humana e da própria vida desde globalmente sempre e até há cerca de meio século a esta parte. Claro que quando a humanidade começou original e remotamente a fazer fogo e/ou a vestir-se já estava dalgum modo a condicionar o ar em seu redor e/ou com relação a si humanidade. Mas o que leva a mais um acto aberrantemente ridículo da actual geração ar condicionado, enquanto uma espécie de culto em si mesmo, que é o acto de recorrente e crescentemente virem uns senhores, ditos representantes oficiais dos serviços de saúde nacionais e mundiais aconselhar mediaticamente as populações a protegerem-se quer do frio quer do calor, como se dentro da medida do colectivo e/ou individualmente possível isso não fosse algo naturalmente intrínseco à própria condição humana e inclusive a qualquer outra forma de vida animal, desde sempre.

            Para com o que um concreto paradigma deste aberrante ridículo foi e é o facto de por exemplo alguém que eu conheço tão relativamente bem quanto sempre foi meu vizinho, que inclusive nasceu, cresceu e globalmente viveu/existiu durante décadas em condições que pouco ou nada tinham que ver com ar condicionado, no sentido mais tecnológico e actual do termo ar condicionado, no entanto quando por volta do seu meio século de vida o mesmo fez obras em casa e respectivamente colocou o propriamente dito ar condicionado no mais corrente e tecnológico sentido do termo, neste último caso enquanto algo ainda pouco vulgar aqui por estas provincianas bandas, talvez precisamente também por essa genérica invulgaridade, associada a alguma sua vaidade pessoal, um ocasional dia em pleno café e mais ou menos propositada ou despropositadamente o senhor, meu vizinho, em causa disse/perguntou(-se) num ar muito admirado e importante: _ Não sei como é que as pessoas conseguem viver sem ar condicionado?

            Claro que a anterior frase/pergunta do meu vizinho pode ser interpretada de várias formas, desde logo na nuance de entre viver e sobreviver, sendo que o mesmo poderia estar a querer dizer que sem ar condicionado apenas sobreviveu durante o cerca de seu primeiro meio século de existência própria e que respectivamente passou a viver plenamente a partir de que passou a ter ar condicionado em casa. Mas como tão pouco tem de ser necessária ou absolutamente assim, creio que o aberrante ridículo da sua frase/pergunta se mantém enquanto tal, porque a resposta estava no primeiro meio século da sua própria existência. A partir de que, na actual e crescente geração ar condicionado, não só compreendo como até mesmo subscrevo que por exemplo seja mediático-sanitário motivo de noticia haver (ainda) de todo demasiadas pessoas literalmente sem abrigo e que respectivamente se tomem medidas publicas para protecção dessas mesmas pessoas; agora que os próprios e mais correntemente naturais factores climáticos, como temperaturas de entre 10º positivos e até por exemplo 5º negativos ou acima de 35º e até cerca de 41/2º positivos sejam por si sós motivo de noticia é ao menos para mim um puro, duro e aberrante ridículo, que só faz mesmo sentido numa geração ar condicionado e/ou numa humanidade cada vez mais e mais artificial/tecnológica face à mais pura/ecológica natureza original _ se assim se quiser, com o/as incontornáveis defeitos e virtudes de ambas as partes: artifício humano e natureza original.  

                                                        II Parte

            Em qualquer caso creio que no meu caso sou um relativo outsider face à corrente e crescente geração ar condicionado, desde logo porque salvo onde publicamente não possa escapar ao ar condicionado, de resto nasci, cresci e continuo a (sobre)viver à margem do ar condicionado, no actual sentido mais artificial e tecnológico do termo ar condicionado, inclusive tive o meu primeiro carro próprio com ar condicionado desde há cerca de três/quatro anos a esta parte e mas devido a por norma não ligar o ar condicionado até me chego a esquecer que o carro possui tal faculdade. Além de que sempre vivi em casas sem ar condicionado e inclusive sem isolamento de portas, de janelas e de telhados, sendo que quando recentemente fizemos obras em casa, com estrutural melhoramento do isolamento de portas, de janelas e de telhados, também nos desfizemos da lareira que existia originalmente em casa, até porque sem o recente isolamento estrutural já havia anos que não acendíamos fogo na lareira, inclusive porque os Invernos são em média cada vez mais termicamente amenos, pelo que com um pouco mais de estrutural isolamento térmico da casa e correspondentemente estrutural condicionamento do ar no seu interior, a lareira só estaria a ocupar espaço. Sendo que para alguma mais inusitada urgência, confessamente não deixamos de possuir um irradiador a óleo, mas que só ligamos mesmo muito pontualmente _ com eventual possibilidade de virmos de futuro a colocar ar condicionado com base em tecnologias ditas ecológicas. Mas entretanto e no que ao meu caso respeita, enquanto relativamente extra geração ar condicionado desde logo a partir do próprio lar familiar original e ainda actual; se adiciona ainda o facto de eu ter frequentado escolas sem ar condicionado; da esmagadora maioria das minhas actividades laborais/profissionais terem sido e serem executadas ao ar livre ou pelo menos alternada e correntemente de entre o interior de edifícios ou de veículos e o clima natural _ vulgo ar livre. Inclusive e curiosamente ou não, a frase/pergunta do meu vizinho: _ Não sei como as pessoas conseguem viver sem ar condicionado?, foi proferida num café onde, num contexto colectivamente mais alargado, ocasionalmente nos encontrávamos também eu e o próprio no final dum dia de trabalho de ambos, sendo que há altura este meu vizinho trabalhava na Câmara Municipal local, ainda que eu não saiba qual era a sua função lá, enquanto eu trabalhava nos projectos agro-florestais, em concreto plantando materialmente árvores a partir das sete da manhã, normalmente sobre a geada matinal a estalar debaixo dos pés, sendo que mais das vezes de entre o ponto de partida (sede empresarial) e o ponto de chegada (local de trabalho) havia umas dezenas de quilómetros de entre meio, com o transporte de pessoal, incluído o meu caso concreto, a ser processado em carrinha de caixa aberta, que mesmo com um toldo a proteger a frontal e as laterais da caixa, no entanto a traseira estava em aberto, com frequentemente de entre uma a duas horas de viagem durante o auge de gélidas madrugadas. Como seja tudo isto reiterada e literalmente à margem e/ou mesmo ao invés da geração ar condicionado, inclusive ainda por uma vertente algo irónica que era e é o facto de, como humanamente desde sempre, dentro da medida do possível eu e quem mais me acompanhava nestas lides laborais/profissionais e de respectivo transporte, não deixasse-mos jamais de na medida do possível nos proteger-mos das inclemências climáticas, designadamente do frio, mesmo sem os recentes e cada vez mais mediaticamente comuns alertas amarelos, laranja e vermelhos face ao clima (frio e/ou calor), sob correspondentes recomendações das entidades oficiais de saúde para com essa protecção. O que com extensão a toda a história humana, foi como se também ainda eu e os meus pares estivéssemos à frente do nosso próprio tempo, na medida em já nos abrigávamos natural e espontaneamente do frio antes mesmo do frio ser mediático alvo de noticia e dos respectivos avisos sanitários pró abrigo face a esse mesmo frio. Enfim parece-me a mim que há correntemente demasiados noticiários e/ou demasiado tempo de noticiários mediáticos, com tudo o que isso implica técnica, humana, económica, financeiramente, etc., pelo que à falta de melhores ou mais estrondosos motivos de genuína noticia passou a fazer-se noticia até do que é normal e corrente, por vezes até com alguma inversa contradição, pois que por exemplo e a meu ver seria muito mais motivo de noticia o facto de cada vez mais, como por si só no caso concreto do corrente Inverno, pelo menos até meio de Janeiro, estar a ser genérica e medianamente mais quente do que o comum, inclusive o normal frio Invernal que chegou a partir do final da primeira metade de Janeiro, ainda que já devesse ter vindo há cerca de um mês e meio a dois meses atrás; sendo ainda que por mais intensamente frios que sejam os dias de efectivo frio, estes são cada vez quantitativamente menos, vindo cada vez mais tarde e indo-se cada vez mais cedo do que historicamente costume, inclusive eu que até me tenho como significativamente friorento, no entanto fiz todo o último mês de Dezembro e o próprio Natal em chinelos de enfiar (havaianas). No entanto parece que para a geração ar condicionado a verdadeira notícia é o próprio e normal frio de Inverno _ sinal dos tempos, alta e crescentemente artificiais/virtuais.     
  
            O que sem absoluto prejuízo de quem mais quer que seja, bem mesmo pelo contrário, incluindo desde logo os pais e/ou os avós de todos e de cada um de nós, como seja com natural e incontornável extensão aos primórdios da própria humanidade, mas no entanto por mim mesmo corrente ou futuramente falando, não quer dizer que eu não venha circunstancialmente a morrer de frio ou de calor, mas ao menos (sobre)vivi a ponto de estar a escrever o presente, em grande e substancial medida à margem da geração ar condicionado!

            Ah! E em sequência do inusitado alarmismo mediático e sanitário face ao natural frio climático da época, perante a respectiva reportagem televisiva alusiva ao natural frio invernal muito bem disse uma octogenária da, por esta altura do ano (Janeiro/Inverno), relativamente gélida região rural de Chaves: _ “As pessoas lá de baixo, do Sul, ou que vivem mais protegidas estranham este frio, nós não, para nós é normal!
                                                       III Parte

            Seja que a finalizar, como de resto já referi atrás, para mim pessoalmente a verdadeira noticia neste corrente Inverno seria e é o facto das temperaturas médias até andarem significativa e parece que crescentemente ano após ano demasiado elevadas para a época (Inverno). Quando pelo anacrónica e climaticamente contrário parece que para a geração ar condicionado e verdadeira noticia é mesmo o natural frio de Inverno. Pelo que complementarmente digo ainda que à geração ar condicionado também se pode atribuir o adicional título de geração sol e praia, na medida em que regra geral e tanto quanto possível o que se quer é sol, calor e praia, logo não admira que o próprio Inverno acabe por tornar-se motivo de notícia mediática e de alerta sanitário em e por si só. Salvo que como também há uns crescentes alertas mediático-sanitários de calor durante o Verão, mais das vezes alusivos a relativamente normais temperaturas entre os 35º e os 41/2º graus positivos, neste último caso se poderem atribuir também ainda a uma geração crescentemente sensacionalista/alarmista e mediática/virtualmente artificial. Isto quando salvo puro, duro e generalizado cataclismo, de resto jamais se deixou de viver e de morrer, no limite também de frio ou de calor, que inclusive no caso do calor nem mesmo quando por mais alertas mediático-sanitários que se façam deixa inclusive de livre e dalgum modo até culturalmente, com base no culto da imagem exterior e do respectivo bronze, haver pessoas estiradas durante horas seguidas ao sol nas mais escaldantes horas de Verão _em alguns casos (quase) criminalmente acompanhadas de crianças de tenra idade. Pelo que sem prejuízo de que segundo individual ou colectivamente entendamos ou necessitemos naturalmente proteger-nos dos em si mesmos naturais factores climáticos, frio e calor, etc., em qualquer caso incluindo ou excluindo alarmistas alertas mediático-sanitários, acima de tudo tenhamos um pouco de consciente bom senso, na circunstancia de entre a nossa existência humana cada vez mais e mais artificial/virtual face à primordial natureza vital/climática.

            Seja ainda que sem tão pouco prejuízo de onde e como o literalmente dito ar condicionado faça mínimo ou indispensável sentido humano, no entanto o ar condicionado por si só não nos salva, se bem analisado, desde logo pelo choque de entre a geração ar condicionado e o próprio clima natural, quiçá se adoeça e morra tanto ou mais de entre esse choque do que pelo próprio clima natural em e por si só _ sem já falar nos nefastos efeitos dos artificiais condicionalismos humanos sobre o próprio clima atmosférico e a respectiva vida natural, de que em qualquer destes últimos casos a própria humanidade é parte integrante e/ou dependente.     

            VB   

Estado de calamidade, com origem gripal ou paranóica

            Como algo transversal a tudo o mais que eu escrevo, digo que comecei originalmente a escrever e continuo indefinidamente a escrever porque há coisas que me incomodam ou que mesmo me magoam para além do que mais e melhor eu possa fazer que não seja basicamente desabafar (falar/escrever) ao respeito. Sendo que quando essas coisas têm que ver exclusiva ou essencialmente comigo, o simples facto de falar/escrever ao respeito já me leva a entendê-las melhor e se acaso a ultrapassá-las positivamente, já quando essas coisas têm que ver também ou essencialmente com o exterior, pode que ao escrever e partilhar o que escrevo ao respeito com o respectivo exterior isso possa influenciar dalguma positiva ou pelo menos pró inquietante e reflexiva forma esse mesmo exterior!?

            O texto abaixo vai particularmente dedicado ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Já agora o mesmo foi originalmente escrito no imediatamente passado dia 3 do corrente, mas por diversas contingências só hoje dia 29 do mesmo corrente Janeiro de 2017 me está a ser possível partilhá-lo, sem absoluto prejuízo da sua continua vigência que é crescentemente recorrente ano após ano, inclusive com possíveis reincidências num mesmo ano.

            Em directa sequência da mediática notícia televisiva: _ “urgências hospitalares, sem capacidade de resposta _ vulgo em rotura ou estado de calamidade _ devido a forte adesão de pacientes com sintomas gripais”. 

            O oito e o oitenta, entre gripe e paranóia

            Talvez o meu caso pessoal não seja prático exemplo para alguém mais. Sendo o meu exemplo, o de alguém que para além de padecer de renite alérgica, fazendo com que a Primavera seja um pequeno inferno para mim, incluindo que quando pró subsistentemente necessário, a respectiva penitência dos meus pecados, não deixo ou pelo menos até à data não tenho deixado de trabalhar directa e activamente com cereais e/ou no meio de poléns, o que chega a ser de loucos dado o meu significativamente elevado nível de alergia quer a fenos quer a poléns modo geral; pelo que também ainda e para com o concreto contexto gripal aqui em causa, diria e digo que salvo as raras e por isso dificilmente memoráveis excepções em que isso não aconteça, mas por outro inverso e mais recorrente lado incluindo as possíveis recaídas, por norma costumo ter, ao menos, um episódio gripal por ano. Designadamente com febre, falta de apetite, falta de forças, dores no corpo, inusitada dificuldade de concentração, etc.; no entanto, até por uma ancestral condição cultural(*) que já vem dos meus pais, avós, etc., o facto é que jamais recorri a um médico e/ou quando tenho emprego jamais faltei a um dia de trabalho devido a estar com gripe, mesmo que com febre. O que incluindo ainda que as minhas actividades laborais/profissionais nas cerca de duas últimas décadas têm sido exclusivamente praticadas ao ar livre, pelo que na medida do possível procurando sempre não transmitir o vírus a outras pessoas, de resto e por respectiva norma tenho curtido e curado os meus estados gripais ao sol, à chuva, ao vento, ao calor, ao frio, em resumo segundo o estado climatérico de cada momento e/ou respectiva estação do ano, sempre sem acorrer aos serviços médicos devido a gripe.

            Mas no extremo oposto, também estão as pessoas, como um jovem senhor aparentemente entre os vinte e os trinta anos de idade, que precisamente inserido na reportagem televisiva aludida acima e que dava conta do estado de rotura das urgências hospitalares devido à forte acorrência de pacientes com sintomas gripais, cujo respectivo jovem senhor em causa, enquanto entrevistado televisivamente em momento algum espirrou, tossiu, lacrimejou, pingou do nariz, etc., seja que sem absoluto prejuízo do senhor estar de facto em estado gripal, ao menos externamente não o aparentava em absoluto, o que como mínimo leva a crer que estaria num estado gripal muito inicial e/ou pouco agravado, no entanto acorreu logo às urgências hospitalares, digo eu, tão só por isso! Contribuindo, na circunstancia, também ele para a dita rotura/calamidade das urgências hospitalares, com consequência prática de passarem a ficar à porta dessas mesmas urgências utentes verdadeiramente graves, como entre outros incluído um concreto caso de AVC com hemorragia que ficou indefinidamente em espera sobre uma maca dos bombeiros à porta das próprias urgências hospitalares por incapacidade de resposta destas últimas, o que também foi paralelamente relatado nessa mesma reportagem televisiva. 

            Seja que se o meu caso pessoal é até pouco recomendável no que ao não recurso aos serviços médicos e concretamente às urgências hospitalares respeita, já o caso do jovem senhor atrás referido me parece estar no extremo oposto no que a esse mesmo recurso respeita, em qualquer dos casos por inerência dum, digo eu, mero estado gripal. O que se no meu caso pode levar a colocar em causa a minha própria saúde, enquanto na medida do possível procurando eu sempre evitar contagiar outras pessoas; já no segundo caso, do aludido jovem senhor, me parece levar a uma mais ou menos injustificada rotura dos serviços de urgências, com prejuízo dos casos verdadeiramente urgentes. Pelo que se o meu caso é dalguma forma insensato, por não acorrer sequer ao médico de medicina geral e muito menos a uma urgências hospitalares devido a sintomas de gripe, então o caso do jovem senhor em causa parece-me ser mais insensato ainda ao acorrer directamente às urgências hospitalares em sequência dos primeiros e/ou mais leves sintomas gripais ou quiçá de mero constipado(!?).

            Enfim, não sei até que ponto derivado ou não dos epidemicamente falsos alarmes que foram a gripe aviaria e posteriormente a gripe suína, em que até talvez porque não terminarem de morrer massivamente nem aves nem suínos devido às epidemicamente correspondentes gripe’s aviaria e suína, este respectivo segundo caso derivou alternativamente numa mais subjectiva gripe A. Sequência a partir da que, sem prejuízo da maior ou menor gravidade inerente, inclusive pelo ditos grupos de risco ou mais vulneráveis ao vírus gripal, como por exemplo os idosos, etc., o facto é que em qualquer caso parece estar instalada uma certa paranóia gripal, com resultados práticos como o de cíclica e parece que crescente rotura _ vulgo estado de calamidade _ anual nas urgências hospitalares por inerência de estados gripais ou se acaso de mera suspeita de estados gripais. Pelo que talvez o SNS deva instituir não só o estado de alarme gripal, mas também já o estado de alarme de calamidade das urgências hospitalares devido a alarme gripal; pois parece-me a mim que a subjacente paranóia é senão já uma das patologias, pelo menos é também já um dos sintomas inerentes!

            VB

            (*)...muito resumidamente, pela vertente cultural venho duma referente, influente e consequente base que com genérica extensão social, ao tempo dos meus avós e parte do tempo dos meus pais estes viviam/subsistiam a um nível mesmo muito rudimentar, a ruçar a miséria, em que por mais que trabalhassem esse trabalho rendia muito pouco e regra geral só o elemento masculino é que trabalhava ou pelo menos tinha o dever e obrigação de trabalhar remuneradamente fora de casa; como seja um tempo em que salvo se estivesse mesmo a morrer, praticamente ninguém se podia dar ao luxo de ficar um só dia, pior se mais que um dia sem trabalhar/ganhar, no que por exemplo resultava que ficar-se em casa por uns simples sintomas de gripe ou constipado; sendo que há altura não se fazia muita distinção entre gripe e constipado, muito menos se tinha noção de pandémicas gripes aviaria, suína e/ou A(alfabética); logo e tanto pior se por parte dum elemento masculino, regra geral ficar em casa por um mero estado gripal, era sinónimo de estigmatizante mariquice ou de quem não queria era (ir) trabalhar _ independentemente de onde, quando e a quem estas ultimas duas hipóteses se aplicassem ou apliquem de facto. Sem esquecer que o acesso aos médicos era (quase) nulo e então se por um/a simples gripe/constipado nem sequer se pensava recorrer ao médico, seja que como para quase tudo o sanitariamente mais, por incontornável norma recorria-se às designadas mesinhas caseiras. Logo eu que semi-circunstancial e opcionalmente vivo/subsisto do ponto de vista cultural de entre o passado e o (in)constante e (im)permanente presente momento, se por um lado não deixo de contemporaneamente recorrer à medicina sempre que algum sintoma patológico se me torna absoluta e/ou pelo menos auto gestionadamente insustentável, por outro mais corrente e por si só cultural lado também sou muito resistente a esse mesmo recurso à medicina, menos ainda se por uns natural e/ou culturalmente simples sintomas de gripe/constipado.