segunda-feira, dezembro 23, 2013

Gostar

           Quando escrevo como aqui invariavelmente o faço, pelo melhor e pelo pior, pelo mais coerente e/ou paradoxal, etc., em qualquer caso e de qualquer modo sinto ou mesmo constato colocar-me intimamente a nu. O que apesar de e/ou até por tudo não me é incomodo, se acaso até bem pelo contrário, enquanto sentindo ou mesmo constatando estar a dar-me ao exterior, com base e em sequência do que o exterior (já) me deu a mim, como que num retorno de mim para com o exterior, que enquanto filtrado em e por mim, acaba por me ser algo próprio para com o exterior! Bem mas para não começar a baralhar ou complicar o que pode e deve ser algo minimamente ordenado e simples do ponto de vista expressivo ou descritivo, ainda que e/ou até porque o mesmo já contenha e/ou provenha dum fundo significativamente baralhado e complicado em e por si só, vou passar desde já ao que mais directamente me inspirou esta breve introdução, que no caso foi e é algo que partilhei previamente no Facebook e é o seguinte:

           _ Gosto que outras pessoas gostem de mim, especialmente aquelas de quem eu mesmo gosto; tal como gosto de gostar doutras pessoas, desde logo das que gostam de mim; mas por qualquer minha prática e interactiva disfuncionalidade ao nível de ser gostado pelo próximo e/ou de gostar do próximo, acaba por em qualquer caso me ser um "gostar" essencialmente tortuoso _ salvo se nesta última acepção quando gosto ou até amo de forma impessoal ou interpessoal e socialmente subjectiva, desde logo como presentemente, dando-me a um vasto e subjectivo exterior, aquém e além de quem mais pessoalmente me inspire a tal!...

                                                                                                   VB

domingo, dezembro 22, 2013

Natal

            Ouvi ontem mesmo, inclusive como recorrentes votos dum determinado autarca/político numa respectiva rádio local em alusão ao Natal, algo como:

            _ “Nesta quadra todos nos sentimos mais afáveis, mais solidários com quem mais precisa, com quem tem menos do que nós, com quem não tem o que comer, vestir, calçar, etc., ...

            Por estranho que possa parecer e/ou seja logo à partida, permita-se-me discordar desta palavras, não pela vertente da afabilidade e da solidariedade, mas sim pela concentração das mesmas na quadra natalícia. É que tenho auto entendido que quem mais precisa, quem tem menos que nós, quem não tem o que comer, vestir, calçar etc., não o tem ou deixa de ter apenas no Natal; no caso têm-no ou deixa de o ter um ano dia-a-dia. Sequência de que o conceito de Natal chega mesmo a ser-me ou parecer-me algo abjecto _ salvo que ao apelar à afabilidade e à solidariedade, mesmo que para muitos como uma pontual ou absoluta excepção à regra, o mesmo seja aquilo que efectivamente é ou pretende ser: benevolente!

            Mas a partir de que não sei se eu mesmo sou tão ou mais afável e solidário que quem mais quer que seja, até porque isso pode ser e é algo tão subjectivo quando as diversas formas, possibilidades, qualidades e quantidades de afabilidade e de solidariedade inerentes a cada qual e/ou de entre uns e outros, mais o facto de as colocarmos mais ou menos em pratica por nós mesmos e com relação a outrens ou não!? Mas desde logo e por mim mesmo falando, tanto ou mais que eu ser tão respectivamente mais ou menos afável e solidário por mim mesmo, que salvo a imodéstia vou-o sendo mais ou menos recorrente e em continuidade aquém e além de Natal ou de não Natal; e desde logo sou-o porque acima de tudo me identifico, me coloco empática ou potencialmente na pele de quem efectivamente está pior ou tem menos do que eu, seja que tanto ou mais que ser ou não ser solidário com o próximo, eu já me sinto à equitativa, prévia ou potencial altura de quem me suscita ou merece solidariedade, concretizando eu esta última como se o estivesse a fazer comigo mesmo, aquém e além de se alguma vez necessário do exterior para comigo eu receba equitativa solidariedade ou não _ sendo que efectivamente já a recebi!

            Sequência de que na medida do afável e/ou do solidariamente possível todos os dias, diria mesmo que todos os (in)constantes e impermanentes presentes momentos, são efectivos ou potenciais natais para mim; de resto chaga a ser-me enfadonho, deprimente e/ou stressante a massiva corrida aos shopping’s no afã de adquirir presentes natalícios de base materialista, o que enquanto tal só se justifica na respectiva sociedade, cultura ou mesmo civilização materialista e mercantilista em que vivemos. E não que o materialismo ou o mercantilismo sejam um mal em e por si sós, pois que na verdade não passam de mais um factor vital ou humano de entre uma infinidade de muitos outros; o problema, ao menos para mim, está em quando o materialismo/mercantilismo, tal como de resto qualquer outro “ismo” (fascismo, comunismo, espiritualismo, etc., etc., etc.,) ao nível humano se impõe ou sobrepõe unilateral e se acaso até opressiva/repressivamente sobre todas e quais queres outras facetas e/ou potencialidade vitais ou universais, de que por si só a humanidade é mera parte integrante.

            Seja que sem prejuízo do melhor sentido e/ou significado do conceito de Natal, como tudo o sub ou sobrejacente ao mesmo, por mim próprio e salvo que a (minha) família se reúna, o que inclusive não vai ser possível porque para se ganhar a vida ou a subsistência cada qual está deslocado por aqui e por ali, além de que apesar de e/ou até pelo materialismo/mercantilismo global e essencialmente vigente, as possibilidades de deslocação de muitos, diria mesmo que da grande maioria, estão limitadas às suas parcas capacidades económicas/financeiras, pelo que para muitos nem espaço, tempo e/ou dinheiro para deslocações conseguem arranjar a fim de se reunirem com os restantes familiares, nesta também dita de afável quadra natalícia, a partir de que de resto e/ou até por isso e para mim necessito que haja tantos natais ao longo do ano e/ou dos anos quantos literal e/ou permanentemente possível; é que por si só a minha necessidade de afabilidade e/ou de solidariedade para com o próximo e/ou do próximo para comigo não se resume a um dia ou a uma concentrada época de cada ano _ Natal.

            Pelo que sem prejuízo do que auto promoções pessoais, politicas, sociais ou outras com base em afáveis ou soldarias palavras de circunstancia, também tenham de efectiva ou potencialmente positivo, no entanto a mim interessa-me de todo mais o que cada um pode, consegue e/ou quer fazer e faz, se acaso discretamente em afável ou solidário nome do outro, desde logo em nome do bem comum, do que em espampanantes, ornamentais e/ou auto promocionais palavras de natalícia circunstancia, desde logo como se a afabilidade e a solidariedade se concentra-se ou deve-se concentrar na mera quadra natalícia!

            Finalmente, volto a repetir que em, com e por tudo isto não quer dizer que eu mesmo seja tão ou mais solidário que quem mais quer que seja, se acaso e em comparação a muito/a(s) outro/a(s) até eventualmente bem pelo contrário, pois que por exemplo estou muito longe de ser um dito missionário que mergulha solidária, voluntária e se acaso incondicionalmente em respectivas missões humanitárias e/ou em nome da vida e do bem comum, se acaso e não raro com risco da própria vida, desde logo com sacrifício do bem estar e/ou de qualquer forma de comodismo próprio(s), salvo a satisfação de se ser afável e/ou solidário como um principio, um meio e um fim em si mesmo. Sequência de que com o presente e ao invés de muitos outros não me pretendo de todo ou ao menos e tão só auto promover pessoal, social, por si só afável, solidária ou absolutamente a e por mim mesmo, pois que quiçá a minha afabilidade e/ou solidariedade pudessem ou devessem eventualmente ser ainda (muito) maiores e mais intensas do que são e/ou alguma vez foram; aquém e além de que tentar auto promover-me pessoal, social ou existencialmente com base e em sequência das minhas efectivas ou potenciais formas de afabilidade e de solidariedade, quiçá ou seguramente anulassem estas ultimas na medida em que poderia estar ou estaria mesmo a praticar uma por si só forma de mercantilista propaganda, na medida em que eu estaria a “dar” com o afã de “receber” algo equitativo ou até superior em troca, como se a (minha) afabilidade e/ou solidariedade não se valem-se em e por si sós, sem mais!

                                                                                                          VB 


            Nota: Não tenho suficiente espaço, tempo e a partir de determinado limite sequer disponibilidade interior para estar a auto rever, corrigir e/ou complementar o que acabo de escrever de forma espontânea; a partir de que pelo melhor e pelo pior, para o bem ou para o mal, que o mesmo valha como e enquanto tal, ou seja: originalmente espontâneo.  

quarta-feira, dezembro 18, 2013

À Amizade, mesmo que de mera base virtual

            De entre uma minha existência pessoal própria, global e essencialmente nula em termos práticos, (inter)activos e funcionais; versos uma minha respectiva natural necessidade de existir prática, (inter)activa e funcionalmente em e por mim mesmo, perante e para com o exterior; respectivamente nasceu, cresceu e vive esta minha circunstancial ou providencial existência virtual, quer no Blogger quer no FB

            A partir de que com base em todas as pessoas que duma ou doutra forma gostaram e/ou gostam de mim e/ou de quem eu gostei e gosto, desde logo de entre eu ter deixado de existir e mas de continuar a necessitar existir prática, (inter)activa e funcionalmente, nasceu o respectivo seguinte texto que partilho como uma espécie de dádiva própria a um exterior publico e impessoal, ainda que e/ou até por enquanto comigo baseado nas pessoas que mais gostaram e gostam de mim e/ou de quem eu gostei e gosto desde globalmente sempre, mas na circunstancia com particular inspiração numa minha presente amizade virtual, digo:   

            Amiga, a seguinte não é a confissão que há tempo lhe prometi, mas dalgum modo vai dar ao mesmo substancial resultado...

            Seja que titulando-a de “confesso dilema”, é assim:

            Confesso dilema

            Não gostaria de perder a sua amizade, mesmo que só virtual; mas por outro lado estou com crescente dificuldade em manter e/ou em cultivar uma amizade meramente virtual, sem o dito olho no olho; ainda que por outro lado, quiçá eu me subestime tanto quanto a ponto de não saber lidar com a admiração, a amizade, se acaso com o amor ou que tão só com o genérico gostar alheio relativamente a mim, sem que isso me suscite um profundo e se acaso maniqueísta conflito interno

            Pelo que não sei como salvar e cultivar esta nossa amizade virtual, com poucas hipóteses de concretização prática olhos nos olhos, tanto mais assim quando há muito deixei de permitir a interactiva, prática, funcional, intima ou comprometida entrada de quem quer que fosse na minha vida, desde logo e inclusive pelo que aqui deixo transparecer, em que acho ou tenho mesmo a certeza que quem quer que seja merece levar com os efeitos dos meus, no limite, maniqueístas conflitos internos, desde logo de entre o positivo efeito de quem gosta ou demonstra gostar minimamente de mim, versos há muito eu ter deixado de gostar de mim mesmo e/ou de ao menos não poder confiar positiva, coerente e a espaços mesmo absolutamente em mim próprio _ em qualquer caso com ressalva para o facto de em regra eu gostar de mim ou de confiar positivamente em mim próprio, tendo por base as pessoas de quem mais substancialmente gostei e gosto e/ou que dalgum modo gostaram ou gostam genuinamente de mim

            Mas de entre o que por exemplo não tenho conseguido evitar as minhas recorrentes dúvidas e/ou inseguranças na sua amizade com relação a mim, na medida em que (ainda!?...) não terminei de estar positivamente seguro de mim por mim mesmo e com relação ao exterior, desde logo com relação ao próximo; sendo que eu tenho por adquirido que pessoas inseguras “não prestam”; ainda que e/ou até porque com base e em sequência de quem alguma vez gostou ou demonstrou gostar de mim e de quem eu mesmo gostei e/ou gosto, eu procure constante e permanentemente ser alguém que “preste”, desde logo alguém que honre esse gostar alheio com relação a mim e/ou de mim com relação a  esse alguém ou ao melhor exterior modo geral

            A partir de que dadas estas genéricas, que não raro contraditórias ou até mesmo incompatíveis circunstancias desta minha existência, por norma quando como no presente caso me exponho ou dou-o ao exterior tendo a fazê-lo duma forma pouco ou mesmo nada personalizada, de onde de resto e contra todas as previsões de partida, nasceu circunstancial/providencialmente esta minha existência virtual quer no FB quer no Blogger, não necessária ou objectivamente para fazer conquistas afectivas, sexuais e/ou outras, desde logo não para fazer “colecção” de respectivas amizades virtuais, muito menos ainda para me limitar a partilhar lugares comuns, frases feitas ou generalidades sem particular interesse, mas sim como uma minha forma de dádiva ao exterior, desde logo como uma minha pró vital, sanitária ou subsistente forma de expressão e de existência própria, se tanto quanto possível honrando quem gostou e/ou gosta de mim e/ou quem eu gostei e gosto; em qualquer dos casos a partir do meu próprio intimo, ainda que e/ou até por enquanto baseado no que e/ou em quem me inspirou e/ou inspira a tal, no presente caso concreto com você minha virtual amiga já incluída e aqui em particular destaque

            Global sequência de que talvez eu não mereça (ainda!?...) mais nem melhor do que uma mera amizade virtual de quem quer que seja, por mais interessante que seja a pessoa real por detrás dessa amizade, no caso concreto de você minha amiga virtual em quem aqui mais particularmente me inspiro e com quem partilharei uma versão mais personalizada do presente; a partir de que se você merece a amizade (virtual) de alguém como eu é seguramente também porque tem amizades reais que a podem compensar positivamente disso (disto)

            De qualquer modo e em qualquer caso, da e pela minha respectiva parte, inclusive até enquanto por e para comigo mesmo, necessito tudo fazer para senão ser continuo merecedor da sua amizade (virtual), pelo menos para honrar a mesma até onde e como em seja positiva ou literalmente possível, de resto assim tem sido ao longo da minha genérica existência, perante quem, para com quem e/ou em sequência de quem me inspira a tal _ como no presente e reiterado caso você mesma

            Pelo que conclusivamente de momento, vou partilhar o presente texto publica e impessoalmente no Blogger e subsequentemente no FB, com o respectivo presente a pretender honrar a nossa amizade virtual, desde logo a amizade virtual que você me disponibilizou, com tudo o que da minha, da sua ou da nossa respectiva comum parte nos trouxe à mesma, enquanto no caso concreto comigo directamente inspirado em si e para consigo minha amiga, ainda que natural e confessamente também em sequência de anos de introspecção e circunspecção da e pela minha parte, em regra inspirado por uma série doutras pessoas e/ou factores vitais, aquém e além de si  

            Em transcritivo resumo final acrescentaria que como disse alguém algures: “na vida nada acontece por mero acaso”, pelo que salvo efectiva ou eventual excepção à regra do anterior dito, acima de tudo espero, desejo e necessito que termo-nos conhecido ou pelo menos termos tomado (virtual) consciência da existência um do outro, tenha sido e/ou seja algo verdadeiramente providencial para ambos, desde logo que ambos saiamos a ganhar positiva, vital e universalmente de e com tudo isso (desta e com esta nossa amigável interacção virtual), aquém e além da maior ou menor consciências que tenhamos desse “ganho” ou não!?

            Considerável e amigavelmente


                                                                                              VB 

domingo, novembro 24, 2013

Questão de valores

            Não tenho tido muito tempo, espaço e/ou acima de tudo disponibilidade interior para escrever tudo o que potencialmente me é suscitado enquanto tal.

            Mas de entre o que há algo que recorrentemente insiste em não se perder, enquanto meu potencial motivo de escrita que foi e é o caso alusivo à condenação dum elemento policial(GNR), decorrente deste último ter morto um menor a tiro na sequência duma respectiva perseguição policial a uma carrinha em fuga após assalto perpetrado pelos elementos ocupantes desta última, designadamente o pai do menor abatido e o próprio menor respectiva e necessariamente.

            Sequência de que o que mais substancialmente se me oferece dizer ao respeito é que:

            Primeiro e da parte do elemento policial, que enquanto tal pertencente a uma corporação armada, tanto mais se de institucional base militar como é a GNR (Guarda Nacional Republicana), logo é alguém na posse do derradeiro poder, que é o poder das armas, um poder que no limite decide objectiva ou subjectiva e voluntária ou involuntariamente entre a vida e a morte. Pelo que a este nível todos os cuidados, todas as formações, todas as exercitações prático(a)s e teórico(a)s na utilização ou pró utilização das armas jamais serão positiva, vital, ética ou moralmente demasiado(a)s. Até porque o risco de se incorrer por excesso ou por defeito na utilização das armas é constante e permanente, em qualquer dos casos com efeitos potencialmente perversos!

            Segundo, não quero, nem posso ser eu a julgar, desde logo ética e moralmente o caso em questão alusivo ao menor morto por um elemento policial nas circunstancias em que tal sucedeu(!), não só porque não tenho suficientes dados objectivos para o fazer, bem como porque ao nível legal nem suficiente formação ou conhecimentos tenho para o poder fazer, inclusive e até decorrente do primeiro ponto imediatamente atrás também porque há factores tão sensíveis, complexos, contraditórios e semi objectivos ou subjectivos como a suposta e recorrentemente alegada falta de formação ou pelo menos falta de prática de tiro por parte dos elementos policiais modo geral.

            Terceiro, ainda que e/ou até pelo que tendo por base os genéricos elementos que designadamente via comunicação social disponho a respeito da morte do menor às mãos dum policial em sequência duma respectiva perseguição policial a uma carrinha com esta última foragida dum contexto da assalto por parte dos seus respectivos ocupantes designadamente um pai e o seu filho menor, tendo conclusiva e respectivamente resultado por um lado na condenação do militar em nove anos de prisão, com correspondente obrigação de indemnização em dezenas de milhar de €uros por parte do elemento policial ao pai (à família) do menor, por perda do filho, nas circunstancias em causa; tendo por outro lado resultado na condenação do pai do menor em dois anos de prisão; tudo isto quando alegadamente o elemento policial terá disparado procurando atingir os pneus da carrinha e não sabendo objectivamente da presença do menor no interior da mesma; isto enquanto perseguição policial à carrinha em fuga, a partir de contexto de assalto, com mesmo dito assalto perpetrado pelo pai do menor em companhia do próprio filho, sendo que segundo consta o pai do menor já possuía um vasto cadastro por assalto e inclusive por agressão a idosos, na circunstancia fazendo-se também já acompanhar do próprio filho menor nesta sua delinquente existência; pelo que não querendo, não podendo ou não devendo eu julgar e muito menos absolver ou condenar quem quer que inerentemente seja, no entanto e como mínimo não posso deixar de concretizar a seguinte questão que é: se nas circunstancias em causa, o elemento policial mereceu uma condenação de nove anos de prisão e uma dívida de indemnização à família do menor morto; será que o pai do menor que para além do delinquente exemplo prático de vida incutido no próprio filho ao transportá-lo para um contexto de assalto, com ainda todos os riscos inerentes, inclusive com um desses riscos concretizados da forma conhecida _ morte do próprio filho menor, tanto pior se tendo o pai do menor já um prévio cadastro enquanto delinquente por assalto e inclusive por agressão, será então que este último não mereceria como mínimo, repito, como mínimo tantos anos de prisão quanto o elemento policial? Além de que se o elemento policial tem o dever de indemnização ao pai ou à família do menor, porque o elemento policial teve a responsabilidade de disparar a arma de serviço, em respectivo cumprimento de serviço, com correspondente morte dum menor; no entanto esse respectivo menor foi transportado pelo próprio pai para um dos piores cenários que existem, já seja como exemplo de vida ou já seja pelos riscos inerentes que foi e é o contexto de assalto, com respectiva fuga motorizada por parte do pai, com risco de acidente próprio e/ou envolvendo terceiros, em qualquer caso com o próprio filho menor a acompanhar, pergunto ainda o que merece o pai do menor a este mesmo nível indemnizatório? Quiçá o mesmo não mereça o que quer que indemnizatóriamente seja, por parte de quem quer que seja para consigo, porque o mesmo tem tantas ou mais responsabilidades na morte do próprio filho que qualquer outra pessoa, no caso concreto que o elemento policial! 

            Quarto, parece-me em toda a anterior sequência que até enquanto reiteradamente sendo as institucionais corporações policiais de natural e/ou necessária índole armada e assim na detenção do derradeiro poder, no limite de entre a vida e a morte, logo não podendo ou nem devendo estas últimas estar na posse de poderes ilimitados sob risco de utilização dos mesmos por excesso, no entanto tão pouco me parece que se lhes deva retirar todos os poderes, como designadamente o poder de perseguir e se acaso capturar delinquentes em fuga, após detecção dos menos a delinquir em flagrante delito, sob respectivo risco de utilização dos seus poderes por defeito ou seja não utilização dos mesmos _ com todo uma infinidade de nuances, entre utilização por excesso ou por defeito do poder aramado subjacente às institucionais corporações policiais!

            Quinto e último, referindo-me agora ao poder judicial, enquanto supremo poder institucional e tanto mais assim se em Estado de Direito Democrático, respectivamente tendo por base a decisão judicial alusiva ao caso aqui em questão, da morte dum menor à mão dum elemento policial, nas respectivas e já minimamente aludidas circunstancias em causa, com a também genérica e subsequentemente descrita decisão judicial em causa, pergunto ainda se não é o próprio e ao menos para mim, inestimável Estado de Direito Democrático que fica cada vez mais em causa? Levando-me a concluir que tanto ou mais que dum assunto ou duma legitima "guerra" entre instituições policiais e delinquentes, o que (também) por vezes me parece haver é uma perseguição e/ou guerra entre instituições de poder democrático, designadamente policial e judicial, o que não deixando de fazer o seu natural e incontornável sentido, no entanto ultrapassados determinados limites do razoável e do universal bom senso, pode ser democrática e/ou socialmente contra producente modo geral, desde logo ao nível dos mais substanciais valores da própria vida _ tendo por exemplar base o caso aqui em questão e a correspondente decisão judicial ao respeito e/ou em sequência do mesmo!(*)


                                                                                              VB

           (*) Após reler tudo o que escrevi no texto atrás, como que fiquei com a sensação de não ter sido muito objectivamente claro, se acaso até ter criado alguma confusão, em particular com o último parágrafo do mesmo. Pelo que sendo tão objectivamente claro quanto me seja possível, desde logo por e para comigo mesmo, adiantaria agora resumida e complementarmente que: 

           Desde logo o último parágrafo do texto atrás, é condensada conclusão de todos os restantes parágrafos que o precedem. Querendo eu com o mesmo inquiritiva e/ou exclamativamente concluir que se o elemento duma força policial de base militar armada (GNR), enquanto tal e no limite com permanente risco de própria vida e/ou da vida alheia no decurso da sua missão, em que por consubstanciado(s) exemplo(s) disso mesmo, digo que se no caso aqui em apreciação foi um elemento policial a abater um civil menor, mas mais recentemente foi um elemento civil a abater um elemento policial, curiosamente da mesma instituição policial (GNR); a partir de que voltando em exclusivo ao caso aqui em apreciação, se um elemento policial termina condenado a nove anos de prisão e ao dever de indemnização de milhares de €uros à família dum menor morto por acção armada do respectivo militar em causa no decurso da sua missão oficial e armada; sendo que a acção do militar foi espoletada por delinquente acção do próprio pai do menor abatido, sendo o pai do menor abatido um delinquente com prévio cadastro por assalto, por agressão a idosos, salvo erro por fuga à prisão, etc., que inclusive (já) transportava e se fazia acompanhar pelo filho menor na e para com a sua actividade delinquente, como desde logo ocorreu no dia e hora dos acontecimentos que levaram à, supostamente involuntária, morte do próprio filho por acção dum elemento policial no decurso duma respectiva perseguição policial à carrinha conduzida pelo pai do menor morto, após assalto perpetrado pelo condutor desta última carrinha com respectiva fuga às autoridades policiais; tendo respectivamente o pai do menor tido como subsequente pena condenatória dois (meros) anos de prisão. Pelo que sendo aqui o mais objectivamente claro possível, inclusive como condensado resumo final de todo o texto atrás, além de como justificação do titulo do mesmo (Questão de valores), acaba por entra a minha seguinte semi questão-exclamação que é: quais os verdadeiros valores vitais, desde logo éticos, morais e/ou de verdadeira justiça universal subjacente às duas condenações aqui em causa, na correspondente sequência em causa?! 

           A partir de que então sim deixa de entrar todo e qualquer meu julgamento próprio, deixando à respectiva consciência e/ou ao correspondente juízo de cada qual, a resposta à minha anterior e conclusiva questão-exclamação!     

sábado, novembro 23, 2013

Fé e esperança

            Perdi há muito (décadas) a mais positiva e objectiva confiança em mim mesmo e em muito do que e de quem exterior a mim _ em certa e significativa medida com uma coisa levando a outra e vice-versa.

            O que com a actual e diria mesmo que cíclica crise económica e financeira nacional e de valores sociais modo geral, resta-me ter fé e esperança no mais subjectivo dos factores que eu conheço: um Milagre(*)!

                                                                                              VB


            (*) Creio que os Milagres se merecem! Pelo que se assim é e/ou for, espero que até pelo pró positivo, sanitário ou subsistente presente eu o mereça ou pelo menos esteja a fazer por o merecer!...

terça-feira, novembro 05, 2013

Roger Waters - 5:11 AM (The Moment of Clarity)

Enquanto escutava o álbum : The Pros and Con of Hitch Hiking _ Roger Waters, em suporte de CD, eis que curiosa e estranhamente, ainda que não a primeira vez, me senti mental/espiritualmente remetido para as minhas mais remotas origens existenciais próprias. Com as minhas mais remotas origens existenciais próprias de base e essência rural e provinciana, em contexto político/social ditatorial muito fechado em e sobre si mesmo, inicialmente sem acesso a meios de comunicação social como televisão, rádio ou musica modo geral e muito menos a musica de origem estrangeira _ que inclusive esta última estava preconceituosa, simplista e auto determinadamente mal vista logo à partida; seja que à partida não haveria nada em Roger Waters e na sua música que me pode-se remeter objectiva ou até absolutamente para as minhas mais remotas origens, salvo a universalidade da própria música que me remete para uma certa superior universalidade de que inclusive fizeram e fazem parte integrante pessoas absolutamente analfabetas como os meus avós e afins que mesmo trabalhando de sol a sol para tão só existirem básica, rudimentar, sofrível e/ou subsistentemente, apesar de e/ou até pelo que no entanto marcaram a minha vida duma ou doutra universalmente positiva e indelével forma, desde logo na universal necessidade de subsistência humana ou biológica, inerente a todos e a cada qual, no caso a partir da minha mais remota origem pessoal, familiar, social, cultural, vivencial ou existencial própria. Seja que há ou haverá uma certa identificação universal entre as minhas mais remotas origens e a universalidade da música enquanto tal e da musica de Roger Waters em particular!

Mas após reflectir um pouco mais ao respeito, ainda enquanto escutava Roger Waters em The Pros and Cons of Hitch Hiking, eis que cheguei a uma outra comum conclusão de entre o que eu escutava musicalmente via tecnologia electrónica ou informática (leitor de CD'R do computador), versos as minhas mais remotas origens em que nem corrente eléctrica havia ao nível do meu contexto existencial local e regional original, quanto mais acesso a formas de possessão de meios tecnológicos de leitura e/ou reprodução musical, inclusive os poucos rádios a pilhas existentes era em regram para utilização dos adultos e não raro apenas para escutar as noticias _ porque não se podia gastar muitas pilhas que eram "caras". Cuja correspondente comum conclusão de entre uma coisa e outra está ou estará na presente acepção no pormenor de que eu (também) gosto de musica de origem estrangeira, designadamente em língua inglesa mesmo sem que regra geral eu entenda, fale ou escreva inglês ou qualquer outra língua estrangeira, o que a um outro nível me torna um analfabeto, dalgum modo tal como os meus avós, tão só por isso remetendo-me mais uma vez para as minhas mais remotas origens, mas também porque um dos motivos pelos quais eu tenho dificuldade ou mesmo incapacidade de e para aprender, entender, falar ou escrever um qualquer idioma estrangeiro, designadamente o universal inglês, segundo minha suspeita auto perspectiva própria, provém também das minhas mais remotas origens pejadas de ditatoriais verdades absolutas, versos uma posterior revolução democrática em que as verdades passaram a ser muito relativas em si mesmas e/ou no limite literalmente inversas às prévias verdades absolutas de base ditatorial. O que na sua global sequência, em associação ou dissociação a uma série de factores interpessoais, sociais, familiares e existenciais práticos da e pela minha parte e do meio envolvente a mim, me levou a desconfiar ou a desacreditar positiva e coerentemente no que e em quem quer que fosse, inclusive a começar e terminar em e por mim mesmo que não terminava de me (re)encontrar pelo meio de tamanha e revolucionária confusão, com o seu pré ditatorial e o seu pós democrático. Com efeito prático em e sobre mim, no facto de eu ter passado a tender refugiar-me na subjectividade da vida, face à para mim crescentemente complicada, dura ou mesmo adversa objectividade dessa mesma vida, inclusive após cerca de doze anos de frequência escolar tendo eu saído sem saber objectivamente muito ou mesmo quase nada acerca da maternal língua portuguesa, além das restantes disciplinas curriculares de matemática, de história, de física, de química, de artes visuais, de línguas estrangeiras (francês e inglês), etc., etc., enfim do que quer que curricularmente fosse; o que só poderia derivar de eu ser muito "burro" ou então de precisamente eu não conseguir ou quiçá até ter deixado de querer concentrar-me no lado objectivo da vida e do próprio ensino curricular escolar, inclusive mesmo que na minha origem pessoal própria eu não fosse assim, no entanto a partir de que há muito a vida me levou a isso, o facto é que ainda na actualidade tenho se não aversão pelo menos tenho dificuldade em concentrar-me e/ou fixar-me no lado mais objectivo e material da vida, ainda que tenha uma relativa facilidade em me concentrar e/ou em absorver o lado mais subjectivo e essencial da vida, por exemplo tenho dificuldade em decorar objectivas passagens dum livro que eu leia, ainda que em regra perceba muito significativamente a subjectiva mensagem desse mesmo livro, sem no entanto descorar e até mesmo ter de fazer algum (re)equilibrante esforço pró objectivo; de entre o que dalgum respectivo modo cheguei semi objectiva ou subjectivamente à (auto) conclusão de que prefiro não aprender/entender línguas estrangeiras, porque como tal posso sempre pensar, imaginar ou sentir que quem as fala estará sempre a dizer algo muito importante, se acaso até algo transcendente e/ou de todo em todo algo positiva, objectiva, coerente e/ou absolutamente credível; ao invés da dúbia e/ou revolucionariamente fracturante dimensão de entre a minha mais remota origens de base sociocultural ditatorial desde logo pejada de redundantes lugares comuns e de verdades absolutas ou inquestionáveis, versos a minha continua existência a partir duma dita revolução pró democrática desde logo preenchida de auto determinantes exigências criativas e de verdades relativas ou questionáveis, até ao presente momento.

Seja que há conclusivamente tantas objectivas distancias, quanto subjectivos pontos de contacto universal de entre a música de Roger Waters e a minha própria vida e/ou as minhas origens existências próprias, enquanto algo (contacto) que na essência eu julgo conseguir vivênciar mental e/ou espiritualmente _ an "Moment of Clarity"!

                                                                                                  VB

       Obs: Tudo o transacto foi acabado de escrever e de postar aqui, sem mais (auto) revisões, correcções ou complementações do que as derivadas duma única (re)leitura do mesmo, pelo que o mesmo valha também e/ou essencialmente por isso!  

 


quinta-feira, outubro 31, 2013

Libertário paradoxo

            Tenho de auto assumir logo à partida que isto que e como eu escrevo, não é ou não será atractivo, em certa medida será mesmo algo técnica, substancial ou concepcionalmente indigesto para muita gente! Mas no caso eu não escrevo para quem quer que seja em concreto ou sequer para quem quer que seja em absoluto; no caso eu escrevo acima de tudo como uma minha pró vital, sanitária, subsistente e/ou descompressiva necessidade própria. E a partir dai, mais concretamente a partir de eu expor o mesmo ao exterior, se por inerência há ou houver alguém circunstancial/providencialmente interessado e de proveito, tanto melhor para os respectivos, até enquanto antes, durante e depois do mais sendo-me o mesmo de (pró) vital, sanitário ou subsistente proveito próprio!  

           Tendo por base o contexto sociocultural opressivo/repressivo, machista/paternalista, sectário/estratificador, pejado de preceitos/preconceitos em que eu originalmente nasci e comecei a crescer, respectivamente até como (pró) meio e forma deste último me levar para onde o mesmo ditatorialmente queria, nas suas múltiplas, não raro antagónicas ou mesmo incompatíveis hierarquias, com estas últimas por norma opressivas/repressivas ou pelo menos integradas em contexto sociocultural geral de base e de prática opressiva/repressiva; sob e sobre muitos respectivos aspectos o mesmo tinha pouco ou nada que ver com a natureza bruta, selvagem, livre, indefinida em que ou com que eu originalmente nasci.

            Sequência de que quando eu ainda não havia terminado de entender, nem de me adaptar e/ou de me integrar, como oprimido ou como opressor, no respectivo contexto sociocultural opressivo/repressivo; eis que acabou impondo-se-me repentina e revolucionariamente uma dita de liberdade política, social, cultural, individual, sexual e regra geral democrática.

            A partir de que talvez por eu não ser suficientemente inteligente(!?) e/ou porque apanhei a fase de transição de entre ditadura e democracia na crucial fase pré adolescente e adolescente da minha existência, em associação ou dissociação à minha personalidade e/ou vivência interpessoal, social, familiar e geral própria, o facto é que acabei por não me adaptar nem à opressão, nem à democracia; dalgum modo limitei-me a auto subsistir de entre uma coisa e outra, aquém e além de entre toda uma infinidade de potencialidades pessoais, humanas, vitais e universais inerentes a mim e ao genérico contexto sociocultural envolvente, já fosse ou seja pela vertente opressiva ou pela vertente democrática deste último.

            Sendo (ainda) que em sequência do contexto sociocultural opressivo/repressivo inerente às minhas mais remotas origens pessoais, familiares, sociais ou existenciais próprias, com estas últimas de base humilde e/ou mesmo obediente, aprendi a auto vigiar, acautelar, censurar, se acaso e no limite até a auto reprimir todos e quais queres ditos e/ou feitos da minha própria parte. Cuja efectiva ou pelo menos ilusória liberdade que me restou foi a de tentar auto prever e/ou identificar antecipadamente o que e como a sociedade esperaria e/ou exigiria de mim, auto correspondendo ou procurando eu auto corresponder em e por mim mesmo ao contexto sociocultural, antes, durante e/ou depois deste último me expressar, me exigir e/ou me impor o que quer que fosse em e por si próprio _ ainda que nem sempre nem de todo as minhas antecipações coincidissem com o expectável e/ou exigível por parte das múltiplas hierarquias socioculturais envolventes relativamente a e sobre mim, enquanto eu individuo originário de estrato social humilde ou mesmo obediente, num respectivo contexto sociocultural geral de base opressiva/repressiva enquanto inerente às minhas origens, até porque as minhas antecipações estavam baseadas em prévias experiências e vivências próprias no contexto sociocultural em causa, só que as diversas hierarquias socais eram não raro profunda e paradoxalmente incoerentes de per e/ou de entre si, como seja tão expectavelmente prepotentes, quanto indefinidas, como seja dependendo do momento, das circunstancias, dos interesses e/ou das hierarquias em causa; sendo que por exemplo as exigências da hierarquia maternal/paternal( familiar) poderiam não coincidir ou até mesmo divergir incompativelmente com as exigências da hierarquia política/social modo geral, com as exigências da hierarquia religiosa, com as exigências das sub hierarquias sociais como por exemplo a hierarquia etária do mais velho sobre o mais novo e/ou a hierarquia sexista _ salvo seja_ do macho sobre a fêmea e assim sucessivamente até ao infinito, por parte de cada uma das hierarquias em causa de per ou de entre si, como por exemplo a hierarquia maternal/paternal(familiar), em que designadamente o meu pai ou a minha mãe jamais me tendo castigado fisicamente, porque feliz ou infelizmente eu a isso os não levava, no entanto os mesmos concordavam com os castigos físicos/psicológicos por parte do corpo docente (professor/a) em contexto escolar, porque tinha-se como adquirido que só se aprendia com base no castigo físico/psicológico e/ou pelo menos na permanente eminência do mesmo, além de que a hierarquia docente fazia parte directa da hierarquia do Estado que estava acima da hierarquia familiar, levando esta última a ter de obedecer à primeira, tanto mais se em contexto opressiva/repressivamente ditatorial, aquém e além de substancial concordância ou discordância de entre as hierarquias em causa! Pelo que por assim dizer, ao tentar auto prever e/ou identificar antecipadamente por mim mesmo, o que e como a sociedade nas suas mais diversas hierarquias esperaria e/ou exigiria de mim, acabei muitas vezes caindo em erro, em absurdo, em ridículo e/ou em auto humilhação por mim mesmo e perante o exterior, mesmo que dalgum paradoxal ou até absurdo modo com isso já estivesse a tentar libertar-me do opressivo/repressivo jugo sociocultural envolvente, instituído à altura das minhas origens existenciais próprias, com reflexo disso até aos dias de hoje e quiçá ou seguramente de forma espaço/temporalmente indefinida em mim e na minha vida, quer pela referente e influente vertente opressiva/repressiva de origem, quer pela libertária ou auto determinante necessidade e exigência democrática posteriormente instituída e ainda corrente, com todas as múltiplas, paradoxais ou mesmo incompatíveis facetas de entre uma coisa e outra!

            A partir de que quando se me impôs a liberdade democrática, ainda na infância e gradualmente na adolescência, por um lado eu não sabia muito bem ou de todo positiva e absolutamente o que e como fazer da e com a mesma, salvo se viver a mesma duma forma algo anárquica e/ou se dalgum inverso e quiçá paradoxal modo continuar, agora já de forma democraticamente livre e auto determinada a, no caso, fazer paradoxalmente o culto da auto repressão. E na circunstância, quiçá por carência de positivas, coerentes e/ou satisfatórias perspectivas democráticas envolventes, incluindo ou excluindo as minhas positivas, coerentes, satisfatórias e inteligíveis ou democráticas carências próprias, o facto é que como melhor das auto gestionáveis hipóteses se me apresentou e/ou se me impôs mesmo a auto repressão própria; ainda que e/ou até porque como (pró) meio e forma de me levar para onde eu mesmo queria e/ou acima de tudo necessitava ir, como designadamente seja para uma, se acaso para esta minha responsável e consequentemente livre forma de expressão e de existência própria, tão pró positivamente construtiva, criativa, produtiva, natural, espontânea, genuína, se acaso satisfatória e por si só livre ou auto determinada quanto pessoal, humana, vital e universalmente possível.

            Seja que como resumidamente melhor ou pior das hipóteses, pelo menos até ao presente momento, resultou esta minha pró vital, sanitária e/ou subsistente forma de expressão e existência própria, que enquanto por via da escrita como um respectivo acto executado essencialmente em contexto de solidão, a partir de algum respectivo dia eu me ter auto anulado ou reprimido prática, activa e funcionalmente a e por mim mesmo, designadamente por ter deixado de confiar positiva, coerente, democrática e/ou não raro até absolutamente em mim mesmo e mas também em muito do que e de quem me rodeava, o que regra geral acabou levando-me ou trazendo-me a uma dimensão essencialmente introspectiva/circunspectiva, reflexiva/contemplativa, introvertida/meditativa, em suma interpessoal e socialmente solitária; ainda que e/ou até porque apesar de e até por tudo isso, comigo permeável e toda uma infinidade de referências e influências externas, que no e pelo seu melhor e pior envolvente, acabaram suscitando-me o meu respectivo melhor e pior próprio; mas que enquanto tendo-me eu auto anulado ou reprimido prática, activa e funcionalmente a e por mim mesmo e com relação ao exterior, acabei por viver esse efectivo ou potencial melhor e pior próprio e/ou envolvente no meu próprio intimo, como seja com a minha energia vital encerrada em mim mesmo, necessária e correspondentemente numa quase permanente guerra interior, no limite, de base maniqueísta, em que até por positiva insegurança própria, me auto assumi a mim mesmo pelo pior e mas para com o melhor próprio e envolvente, de entre e a partir de que algum circunstancial/providencial dia acabei encontrando acto espontâneo e/ou impulsiva/compulsivamente nesta solitária e mas também pró exterior e/ou pró interactiva expressão escrita, não só a minha maior e melhor como até mesmo e não raro a minha única forma de expressão, de existência e/ou ao menos de descompressão própria, apesar de e/ou até por todas as minhas infindas limitações técnicas, linguísticas, concepcionais, formativas e/ou outras relativamente ao acto da comunicação em geral e da escrita em particular. 

            Global sequência de entre o que o conclusivo facto é que para eu ter um mínimo de equilíbrio ou de motivação natural para tão só me levantar dia após dia, por exemplo em nome de ir trabalhar pró subsistentemente, tive e tenho, como no paradigmático caso concreto, de pró vital, sanitária, subsistente e/ou descompressivamente escrever para tão só necessitar sobreviver, designadamente de entre todos os efectivos ou potencias paradoxos possíveis e imaginários, como por concretos exemplos de entre opressão e anarquia e/ou e no limite de entre vida e morte própria e envolvente, em qualquer caso com o virtual ou virtuoso equilíbrio vital/universal de entre meio!...

                                                                                              VB   

sábado, outubro 12, 2013

Ser macho

           Tudo o que eu vou escrever de seguida é, pela positiva ou pela negativa, sem prejuízo das coisas espontâneas da vida, mas por exemplo e pela positiva pode e à partida até deve nascer-se plenamente saudável, ainda que também se possa excepcionalmente nascer doente, deficiente, etc., de entre e a partir de que há muito mau (doentio) que se ao longo da via não o procuramos enquanto tal, no entanto tão pouco fazemos muito para o evitar, o que em si mesmo implica com não raro afastar-mo-nos do bom (saudável).

            Ser Macho

            Ser macho tal como eu o apreendi prática e teoricamente, é em significativa e substancial medida ser suicida.

            Por exemplo no manuseio dum produto químico potencial ou mesmo expressamente perigoso para a saúde, em que designadamente o rotulo do produto em causa aluda expressa e objectivamente a essa perigosidade, desde logo aconselhando o uso de óculos e/ou de mascara e avisando que ao mais mínimo sinal de mal-estar se deve consultar o médico e/ou o centro de antivenenos, etc.; mas por norma o estereótipo de macho a que aqui aludo não liga a rótulos, inclusive para o mesmo isso de rótulos é coisa de meninos (crianças) e/ou de senhoras (sexo fraco). Pois que macho que se preze faz uso do produto químico em causa, sem mais e ponto final. De resto é suposto que o tipo de macho em causa seja imune a esse tipo de perigosidades e/ou então simplesmente o mesmo não tem ou não deve mostrar medo da dor, em ultimo caso da própria morte! E se o acidente se der e/ou a doença derivada aparecer, respectivamente a culpa é do “cabrão do azar”, da “feiticeira de serviço”, etc., etc. mas nunca por nunca é ou será culpa do durão do macho, inclusive as insensatas práticas inerentes ao tipo de macho em causa, tanto mais se socioculturalmente aceite como tal, chegam a tornar-se tão irracionais e inconscientes que não raro para o próprio meio sociocultural envolvente, o acidente ou a doença inerentes ao macho são coisas “inexplicáveis”, são coisas “da vida”, são _ mais uma vez _ coisas do “azar”, em suma é motivo para se dizer e voltar a dizer “coitado, era uma boa pessoa, um homem trabalhador e logo a ele lhe foi acontecer uma coisa destas...”; como melhor das hipóteses diz-se “era o que tinha de ser, é o destino da pessoa!”.

            Tal como introdutoriamente, repito que uma pessoa pode nascer logo doente, deficiente, pode até ter um acidente e/ou uma doença para os quais não tenha contribuído em absoluto, aquém e além do facto de estar vivo. Mas o facto é que para o estereótipo de macho aqui em causa, quer o acidente, quer a doença angariados pelas próprias mãos e/ou pelas promiscuas acções ou positivas inacções próprias, estão permanentemente por detrás da porta, por detrás de cada instante de vida dos respectivos. E em que tendo eu nascido e começado a crescer num contexto sociocultural em que o estereótipo de macho em causa era a norma e em grande medida ainda actualmente está vigente em alguns lugares e/ou contextos sociais, além de na mente dalguns particulares indivíduos, por si só mais unilateralmente machos do que plenamente humanos; por mim enquanto “gota de água” deste másculo “oceano social”, em determinados momentos e fases da minha vida até embarquei no másculo culto em questão, noutros momentos e/ou fases deixei que o meu instinto de sobrevivência fala-se mais alto! No primeiro caso fui dalgum modo aceite e tido socioculturalmente como mais um; no segundo caso fui essencialmente olhado como um espécime raro, uma espécie de extraterrestre, o tipo que se preocupa com essas “mariquices”!  

            Actualmente, se não me apetece chatices no imediato e/ou se eu próprio estou animicamente mais pró suicida(*) do que pró sobrevivente, então tendo a abandonar-me ao culto másculo em causa, ainda que (já) não o faça para me sentir parte integrante, nem muito menos para parecer bem ou para fazer favores a quem quer que seja, simplesmente faço-o por passivo abandono, inclusive e ironicamente abandono à minha mais imediata necessidade de subsistência e/ou então para não ter chatices extra dia-a-dia; mas se por outro lado eu estou com suficiente reserva de auto estima e de amor-próprio, com animicamente suficiente primazia pró sobrevivente e se até por isso não temo chatear quem quer que seja, nem que quem quer que seja me chateei a mim, então entrego-me pura, simples e acima de tudo pró positiva e activamente ao meu próprio instinto de sobrevivência, no caso preocupando-me e levando em positiva linha de conta essa coisa de “mariquices”, designadamente auto protegendo-me na medida do possível de qualquer risco, por mais que isso vá-a contra o culto social envolvente de base e essência do macho incorruptível e/ou que não tema a morte _ é que eu mesmo não temo a morte enquanto tal, mas dai a desejar ou a procurar a morte vai uma distância imensa, diria mesmo que infinda!

            Em resumo diria que eu gosto tanto ou mais da minha masculinidade, quanto necessito e procuro viver o mais e o melhor possível como pessoa humana, ao invés de muitos que querendo ser e/ou parecer muito machos, parecem estar mais próximos da morte do que da vida ou seja mais próximos de não viverem a sua própria plenitude pessoal, humana, vital e universal, no caso enquanto do género masculino, do que o seu positivo inverso. Sendo ainda que macho que se preze não entende nem aceita subtilezas ou meios-termos, para o verdadeiro macho ou se está com e pelo mesmo ou se está contra o mesmo, tudo o mais é inútil, inexistente e/ou então incomodo, sendo que macho pode incomodar, mesmo que não o admita, mas não pode ser incomodado, mesmo que em sequência de incomodar!

            Talvez deva aqui dizer que não me compete julgar quem quer que seja, pelo menos não sem dalgum modo me estar a julgar a mim mesmo, desde logo a este nível que envolve a minha própria masculinidade. Mas então e ao menos devo dizer que há um certo desfasamento, diria mesmo que há um certo conflito entre o por si só culto do macho normalmente bruto, rude e a cheirar a cavalo, versos a procura da plenitude vital e humana, no masculino ou no feminino que inclusive e não raro esta última (plenitude) envolve mais riscos, pela positiva, do que o macho bruto, que neste último caso envolve acima de tudo um culto suicida, se acaso e no limite com um póstumo: “coitado tinha o seu feitio, no entanto era boa pessoa, um bom trabalhador, mas a sorte não quis nada com ele”!  

            Em conclusão diria que há Seres Humanos e há machos e fêmeas. Sendo que eu escolho Ser Humano, no meu caso no masculino _ ainda que e/ou até porque isso não raro envolva um meu conflito interno próprio, desde logo derivado do meu, por vezes, passivo e abnegado abandono ao promíscuo e decadente culto do macho em causa, dependente ou independentemente de qualquer positiva e/ou plena utilidade pessoal, humana, vital e universal que se possa ter para com o que ou quem mais quer que indefinidamente seja, aquém e além dum imediato e (pró) suicida exibicionismo másculo, sem mais!  


                                                                                              VB

           (*) Atenção que na acepção em causa, não quer dizer que eu procure objectivamente a morte, quer dizer sim e por exemplo que em determinados momentos e/ou contextos da vida, viver ou morrer torna-se significativamente irrelevante, desde logo quando circunstancial ou excepcionalmente para tão só sobreviver tenhamos contraditoriamente de arriscar a própria vida!

domingo, outubro 06, 2013

Marcante, o que quase todos pretendemos ignorar

           Não sei exactamente porquê, mas há vários dias que ando para partilhar algo do Senhor que se segue. E como hoje acabei por fazer essa mesma partilha no Facebook (FB), no caso e tendo por base um pequeno texto que escrevi no FB alusivo à partilha que fiz do respectivo, de repente foi-me suscitado fazer essa mesma partilha aqui no Blogger; o que basicamente é assim:

           Digo eu por experiência própria que: por vezes para nos sentirmos minimamente reconfortados connosco mesmos e com a própria vida, temos de mergulhar fundo no que (nos) é profundamente desagradável!

           O que me parece ser o (re)corrente caso deste grande Senhor da Arte fotográfica, designadamente do fotojornalismo de guerra e/ou das situações mais extremas da humanidade e da própria vida _ James Nachtwey's.

           No fundo e sem prejuízo doutros, James Nachtway's mergulha, retrata e por inerência traz-nos aquilo de que em regra fugimos, aquilo que em regra pretendemos ignorar, aquilo perante o que não raro olhamos para o lado.

           Bem dito ou maldito sejas James Nachtway's; que em qualquer caso e por mim admiro-te profundamente, desde quando há uns anos tomei conhecimento da tua existência, por via do teu imensamente marcante trabalho fotográfico! 


                                                                                     Victor Barão

           Obs: Não vou copiar qualquer foto de James Nachtway's para aqui, porque não sei até que ponto isso é legal ou não?! Mas por exemplo vou deixar o endereço do Site do mesmo que é: www.jamesnachtway.com (WITNESS photography by James Nachtway) 



sábado, setembro 28, 2013

Arte Sublime

            Ao Amor que eu jamais tive a Arte de saber Viver

           Em sequência duma minha prática, activa e funcional auto anulação própria, com tudo o que pessoal e envolventemente me levou e/ou trouxe à mesma, acabei por cair num significativamente profundo vazio existencial próprio. Vazio existencial próprio que como melhor das hipóteses acabou preenchido pela Arte, como seja a expressão artística humana propriamente dita e a Arte de viver modo geral de quem em qualquer dos casos externo a mim me expressava e/ou inspirava essa mesma Arte. Cheguei inclusive a fazer culto desse vazio existencial próprio, designadamente com recurso a prática, activa e funcional auto anulação própria de forma objectivamente recorrente, para que de entre outras coisas como por exemplo a realidade da vida no seu melhor e pior, mas que no que depende-se de mim auto impregnando-me acima de tudo e o mais objectivamente possível de referências e influências Artísticas (literárias, musicais, pictóricas, imagéticas, por si só de vida em geral) externas a mim, mas que me tocavam ou tocam, como se de mim mesmo se trata-se ou trate.

            No caso e resumidamente auto anulei-me por me ter auto assumido pelo pior, ainda que e/ou até porque inspirar-me no, pelo e para com o melhor da própria vida. Levando-me enquanto tal, a um introspectivo, circunspectivo, contemplativo, por si só solitário processo de auto gestão existencial própria, que não está de todo em todo terminado, que de resto creio ser até mesmo potencialmente infinito, mas que a partir de determinado momento espero possa passar a integrar prática, (inter)activa e funcionalmente outras pessoas. Mas mesmo que assim não seja, e em que estando eu presentemente numa fase existencial de entre abrir-me interactiva, prática e funcionalmente ao próximo e ao exterior ou simplesmente não o fazer, neste último caso perpetuando o meu processo de auto gestão existencial própria, de base essencialmente solitária, que só faz sentido em nome da Arte; já no primeiro caso essa dita abertura ao exterior e/ou ao próximo só faz sentido em nome do Amor ao próximo e/ou à própria vida; em qualquer dos casos (Amor e/ou Arte) de base e essência Universal, mesmo que por via de e para com algo ou de alguém em concreto!


            Tudo apesar de que e/ou até porque por diversos motivos e razões, no caso sinto-me de todo mais próximo de continuar indefinida e/ou perpétuamente o meu processo de auto gestão essencialmente solitário em (pró) nome da Arte, do que de reverter o mesmo para um processo existencial prático, interactivo e funcional em nome do Amor; salvo que como creio Amor sem Arte e/ou Arte sem Amor não façam grande ou eventualmente mesmo qualquer substancial ou absoluto sentido! De entre o que enquanto não termino de me (re)encontrar a mim mesmo com a Arte e o Amor própria(o) e relativamente ao exterior, passo a partilhar um pouco da Arte e do Amor alheia(o)s, no caso por via dum sublime poema de Florbela Espanca, que Amo e que passo a partilhar na voz de Luís Represas (Trovante), via Youtube, o que é assim:




                                                                           VB

quinta-feira, setembro 26, 2013

Voto Democrático

            Até por isto que eu aqui escrevo, só posso amar ou pelo menos estar permanentemente a aprender a amar a democracia, política e social.

            Mas!

            Ando suficientemente ocupado a procurar sobreviver, para poder ter o devido tempo e/ou disponibilidade interior para escrever a este respeito. Mas dadas as circunstancias inerentes ao momento pré eleitoral vigente e ao momento eleitoral propriamente dito que se avizinha já no próximo fim-de-semana, tão pouco quero ou posso deixar de escrever algo ao respeito. Desde logo para dizer que já nem me recordo quando exerci o cívico direito de voto democrático pela última vez, como seja há pelo menos duas décadas que o não exerço.

            E porque não exerço eu tal direito há tanto tempo? Basicamente por duas ordens de razões, uma da minha própria parte, que passa pelo facto de eu ter entrando há muito numa auto reconhecida dimensão de instabilidade, de indefinição e/ou de crise existencial própria, inclusive e à cautela com prática, activa e funcional auto anulação própria, na melhor das hipóteses procurando as respectivas melhores referências e influências externas, como pró culto de partida ou de chegada próprio; ainda que e/ou até porque não me sentido ou constatando prática, activa e funcionalmente à imediata altura dessas mesmas melhores referências e influências externas, salvo no e pelo facto de eu as auto identificar como e enquanto tais: “melhores”! Seja que tornei-me prática, activa e funcionalmente muito pouco dinâmico, em certa medida até passivo, inconsequente e/ou reservado, a ponto de por exemplo o cívico exercício do voto político democrático em quem quer que seja não caber nesta minha existência, se acaso porque inclusive eu não me mereceria o meu próprio voto.

            A outra razão passa pela acção ou inacção e responsabilidade ou irresponsabilidade externas, em suma e em qualquer caso passa pelo activo ou passivo pior envolvente a mim, designadamente e para o caso concreto por parte de quem já teve ou tem responsabilidades políticas e sociais. E a este nível posso adiantar como excepção que há pessoas com quem eu até simpatizo e/ou que até tenho como positivas referências de vida, desde logo ao nível político e social. Mas regra geral, até por com base nas excepções, como melhor das hipóteses não confio no sistema e como pior das hipóteses o sistema suscita-me inclusive global aversão ao respectivo. Não sei como é noutros países e/ou noutras democracias, mas ao nível nacional e regional interno que e como eu conheço, não raro ou mesmo em regra reina a mesquinhez, a mediocridade, a mendicância, o cinismo, a indignidade, em alguns aspectos até a coacção, desde logo e em qualquer dos casos na forma como se solicita o voto individuo a individuo, com beijos, abraços e palmadinhas nas costas de entre pessoas que não têm corrente conhecimento, afinidade ou relação pessoal de entre si e/ou com solicitação do voto ao de todo equivalente nível de quem mendiga uma moedinha na rua para tão só sobreviver, neste último caso com falta de dignidade por parte de quem solicita o voto por si só e/ou ainda falta de respeito destes últimos para com aqueles a quem o voto é solicitado, designadamente por parte dos candidatos políticos relativamente ao dito povo; no caso como se não bastasse cada individualidade, partido ou movimento(*) político(s), que enquanto candidato(s) a eleição democrática sob secreto sufrágio universal, apresentarem-se e apresentarem o seu respectivo projecto político, de gestão da causa pública, deixando natural e livremente à democrática consciência de cada qual em que individualidade, em que partido ou em que movimento politico(s) votar democrática e secretamente, sem mais. A partir de que não raro entra a vaidade, a arrogância e/ou a prepotência com que alguns são, estão ou se assumem após eleitos a um cargo de gestão política pública. A tudo isto há que somar, como exemplo prático o arruamento duma população que durante quatro anos de duração dum mandato político esteve por arranjar e depois a poucas semanas ou até a poucos dias das eleições lá se vai arranjar a rua ou ruas à pressa, o que digo eu não será por universal e incondicional consciência pública ou de serviço público das populações, por parte dos gestores políticos da causa pública em vigência, mas sim por tacticismo eleitoralista _ a este nível tudo tanto pior quanto as entidades publicas de gestão política façam uma infinidade de exigências, por exemplo a qualquer particular/privado para com a concretização duma obra (casa) nova ou para concretização de obras em casa já existente desse(s) mesmo(s) provado(s), ainda que os acessos públicos a essa(s) obra(s) e/ou casa(s) privada(s) se mantenham anos na pior e crescente das degradações. Depois há a recorrente e multilateral maledicência, em que parece alguém individual ou colectiva (partidariamente) ser incapaz de reconhecer méritos aos adversários políticos, dizendo o que faria diferente ou melhor, em regra limitando-se cada qual a apontar defeitos e/ou erros ao próximo, ao diferente, ao concorrente, por vezes até adonando-se dos méritos ou dos feitos uns dos outros e/ou apontando como defeito no outro, o que se tem como mérito próprio. Sem esquecer a ânsia com que uns pretendem perpetuar-se indefinidamente no poder e outros pretende aceder ao mesmo, o que enquanto tal ansiosamente, eu só consigo entender numa base de interesses individuais, corporativistas, partidários ou outros sectários, aquém e além do universal interesse público, nacional, regional e/ou local modo geral. De entre o que há ainda as, consoante os casos, favoráveis ou desfavoráveis, situações semi constatáveis e/ou intuíveis dos compadrios, das simpatias, das amizades, dos corporativismos sobre a ao menos e à partida universalidade do Serviço Público, do Estado de Direito e/ou do Estado Democrático. Ah! E muito importante, são as chamadas promessas eleitoralistas, que em parte acabam por não ser cumpridas e/ou que a sê-lo, não raro são-no às custas do que o próprio País não é e/ou não possui em e por si só. Entretanto é o próprio País que está (pré) falido económica e financeiramente, com risco da própria perda da democracia, que em vários aspectos está perdida desde há muito(!), com ainda correspondente e crescente perda de confiança das populações na classe política, em qualquer dos casos sob respectiva acção da gestão política nacional, regional e/ou local. Enfim e sem prejuízo dos positivos e democráticos méritos de quem, onde e como os tenha, o facto é que em regra as situações menos positivas ou mesmo negativas são tantas, tão inumeráveis, em muitos casos e aspectos até inexpressáveis, que ao menos no que a mim se refere e mas como eu há cada vez mais e mais pessoas descontentes e desiludidas, para quem votar se está no limite a tornar o um acto de auto humilhação. Pelo que no meu caso concreto, sem prejuízo das pessoas com quem até simpatizo e que até tenho como positivas referências, enquanto em exercício de cargos de gestão política da causa pública, inclusive e acima de tudo sem prejuízo de em qualquer dos casos a multifacetada beleza territorial e riqueza histórica ou cultural nacional, mas até por isso como positiva desilusão com a generalidade do sistema político e social vigente na prática, mais uma vez vou abster-me de votar, no caso enquanto inclusive com base nesta minha exposição ao respeito, como um pró consequente modo ou voto de protesto em si mesmo e não como uma inconsequente abstenção. Seja que não vou deixar de votar por em alternativa ir para a praia, por ir para o shoping e/ou por ter de ir votar longe, até porque nesta última acepção a assembleia de voto da minha freguesia fica a cerca de cem metros de minha casa. No caso e simplesmente não voto porque estou positivamente desiludido com o sistema, inclusive já muito acima de qualquer positiva desilusão comigo mesmo(**)

            Seja ainda e resumidamente que para muitas pessoas o exercício do voto é um acto cívico; para outras um culto; para outras um acto de fé; para outras um acto clubistico (partidário); para outras um acto de interesse próprio/corporativo; para outras isto ou aquilo outro; para mim tornou-se-me há muito um acto de vergonha. Sim isso mesmo, votar para mim tornou-se-me uma vergonha, já seja pela minha (mesmo que cada vez mais remotamente) dita auto noção de imerecimento de voto em mim mesmo ou já seja porque em muitos casos e aspectos votar é estar a eleger tudo e todos menos aquilo ou aqueles que se pode(m) ter por mais sincero(s), nobre(s), justo(s), digno(s), positivo(s), leal(ais), consciente(s), competente(s), universalista(s) e/ou por si só democrático(s) propriamente dito(s), que não raro até bem pelo contrário. Isto ao nível de quem exerce cargos públicos de essência política democrática, com correspondente responsabilidade de quem ao nível do dito povo, apoia e/ou elege por via do voto democrático tais personalidades e/ou entidades mais ou menos colectivas, desde logo partidárias, pouco ou mesmo nada positiva e coerentemente confiáveis(***)!

           Conclusivamente tenho entendido que quem, como eu, não se cola, nem se vende aos poderes instituídos, designadamente aos poderes político/partidários, salvo positivos e universais méritos próprios, de resto acaba invariavelmente por ter a existência e/ou a própria subsistência, mais ou menos, dificultada, senão por pejorativa acção dos poderes instituídos, pelo menos por positiva omissão dos respectivos. Mas como há muito auto assumi a auto gestão da minha existência e/ou subsistência própria, ainda que e/ou até porque confessamente com apoio de quem me é familiar e/ou intimamente próximo, no que depender de mim não será agora que cedo, nem até onde e como possível jamais cederei e muito menos procurarei colagens aos poderes instituídos ou pró instituíveis, aquém e além do meu legitimo dever para com os mesmos ditos poderes instituídos! E assim sendo, salvo esses poderes ou pró poderes, enquanto democraticamente elegíveis, me passem a merecer positivo e universal respeito em e por si sós, de resto e se cabe a todos os títulos lamentavelmente não contarão tão cedo e/ou de todo, no caso concreto com o meu respectivo voto democrático. 

                                                                                          Victor Barão

            (*) Sendo que mesmo timidamente, emergem cada vez mais uns ditos de movimentos (partidariamente) independentes, que em alguns aspectos, como por exemplo e desde logo pela vertente independente, me suscitam alguma curiosidade, mas que ainda não me conseguiram suscitar a suficiente atenção e/ou atracção como para que eu me sinta vocacionado a apoiar, muito menos a integrar e/ou que tão só a votar secreta e democraticamente num dos respectivos. Pelo que veremos o que o futuro reserva a este nível!? 

            (**) Até porque ao menos em comparação com os piores, eu já me sinto positivamente merecedor do meu próprio voto!


            (***) Por exemplo, a nível nacional e independentemente do partido ou da ideologia defendida pelo mesmo, o Dr.º Paulo Portas é o paradigma pessoal começado e acabado de quem descredibiliza todo um sistema político e social democrático, quer pelo seu passado remoto, que pelo seu passado recente, quer pelo seu presente e eventual futuro, desde logo e em qualquer caso de profunda, radical e/ou incompatível incoerência entre ditos e feitos do próprio. A partir de que ver este tipo de individualidade recorrentemente em cargos de poder político/democrático, torna-nos colectivamente a todos nós directa e activa ou indirecta e passivamente responsáveis pelo crescente atoleiro político, económico, financeiro, social, por si só degradante e decadentemente democrático em que estamos mergulhados. O que em conclusão e a mim me leva a ter vergonha de votar democrática e secretamente, enquanto eu _ apartidário e politicamente discreto _ tão só poder ser suspeito de ter votado em alguém como a personalidade em causa, entre outras que tais, nacional, regional ou localmente falando!  

domingo, setembro 15, 2013

Encontros vs Desencontro

           Ai se eu fosse Poeta, que Poemas eu escreveria

          Aquém e além da sua própria perspectiva ao respeito, que eu mesmo confesso desconhecer em objectivo, pelo que digo que talvez ela não saiba, ainda que quiçá ela possa semi objectiva ou subjectivamente intuir o quanto eu desejo e necessito que cada um dos nossos encontros se prolongue(m) indefinidamente no espaço e no tempo.

          Mas por qualquer circunstancial providencia ou melhor e no caso concreto por qualquer crónica fatalidade, cada um dos nossos espaço/temporalmente intermitentes encontros, traze(m) em si mesmo(s) a marca do subsequentemente crónico e continuo desencontro. Inclusive desta ultima vez procurei e dalgum modo continuo a procurar expressar objectivamente a minha necessidade de indefinido encontro, o que expressivamente consegui, mas ainda assim há sempre uma ou outra circunstancia que não permite o indefinido encontro na prática, ainda que os intermitentes encontros continuem a suceder!

          E após mais de duas décadas de espaçados e intermitentes encontros, com todo o esmagadoramente restante espaço e tempo de desencontro, apetece-me perguntar: qual o sentido então de que assim seja? Será o meio e/ou uma forma da Vida, do Universo e/ou de Deus nos levar a auto reconhecer o(s) nosso(s) próprios auto, extra e/ou inter desencontros, e respectivamente a necessitarmos e procurarmos circunstancial ou providencialmente (re)encontrar-mo-nos de per e de entre nós mesmos, na respectiva medida do pessoal, humana, vital e/ou universalmente possível!

           O facto é que sendo como imediatamente atrás ou não(!?), entretanto os nossos intermitentes encontros são tão (pró) prazenteiros e frutuosos, quanto subsequente e equitativamente os respectivos desencontros são dolorosos e dispendiosos, desde logo afectiva ou sentimentalmente deprimentes para mim e estou em convicto ou em empático crer que, modéstia à parte, também para ela!

           Mas que podendo falar apenas de e por mim mesmo, digo que no meu caso acabo por ter de dar expressivo vazão à minha correspondente e crónica dor inerente, ainda que e/ou até porque com o seu prévio e intermitente prazer; a pontos de a partir e através dessa ou desta mesma pró vital, sanitária ou subsistente necessidade expressiva e/ou até por isso existencial própria, poder e dever auto subsistir em e a mim mesmo e/ou à bipolaridade (prazer vs dor), desta minha (encontrada vs desencontrada) existência própria modo geral e respectivamente com ela em particular.

           E talvez então, nesta minha sub ou sobre sequência (pró) expressiva e/ou existencial própria, acabe por circunstancial/providencialmente me (re)encontrar comigo mesmo, com ela e com a própria vida no seu todo Universal!?

          Mas entretanto é o que e como se pode (des)encontradamente constatar, por via desta minha (pró) positiva, vital e/ou universal expressão e existência própria, no caso concreto com votos da minha parte de que, se acaso, ela esteja tão ou mesmo mais pró positiva, vital e/ou universalmente no caminho certo do que eu próprio!....

                                                                                                      VB

          Obs: Como outros textos, vou arriscar a postar também este, logo após o ter originalmente escrito, como seja sem grandes revisões, correcções ou complementações! A partir de que então o mesmo valha por si só, como e enquanto tal! Sendo que o estou a escrever após cerca de 24h sem dormir e o vou imediatamente postar logo após terminar de o escrever, como seja em directa sequência de mais um encontro, com correspondente posterior desencontro de entre nós (eu e ela), com todas as respectivas e correspondentes sub ou sobre causas, efeitos e consequências pessoais, humanas, vitais e universais inerentes. Sendo que neste momento tenho inclusive e confessamente auto suspensa toda a minha actividade no Facebook, por não me sentir, nem me constatar anímica ou vitalmente à altura de interagir com outras pessoas, mesmo que só virtualmente, também em directa sequência de mais um encontro e subsequente desencontro entre nós _sendo que não suspendi também o presente Blog, porque aqui neste último, mesmo que com o seu correspondente espaço de comentários em aberto, a realidade é que em regra limito-me a debitar para o exterior, sem ter de interagir com quem quer que seja, porque quase ninguém comenta. E agora mesmo já a cair de sono, cá vai a postagem do mesmo! 


sexta-feira, setembro 13, 2013

SER

Transcrevendo o ditado antigo: _ "A necessidade aguça o engenho!" 

Sendo que em criança eu fui tão ou mais feliz a construir os meus próprios brinquedos, quanto a brincar com eles; e que se existe justiça na vida ela passa por aqui: _ quem não tem como comprar feito, se acaso é feliz a fazer ele próprio e/ou ainda: _ quem não tem o melhor do exterior, se acaso procura o melhor de si mesmo!

E nas crianças da seguinte foto, tanto ou muito mais que pobreza material, há acima de tudo expectativas, ideais, sonhos e a tangível necessidade de os concretizarem em e por si sós. Pelo que sem fazer em absoluto a apologia da pobreza pela pobreza, mas pela minha experiência própria, estou em crer que as crianças aqui em causa, se não são felizes enquanto tais, estão seguramente mais próximas da felicidade construindo o que necessitam, do que muitas crianças da nossa dita sociedade civilizada, tecnológica e/ou materialmente rica que podem adquirir e não raro adquirem (compram) os seus objectos de desejo!

Pelo que a essência da vida não é, nem está no ter, mas sim no ser; e as crianças aqui em causa estão de todo mais próximas do ser do que do ter, desde logo quando para terem têm de ser!

                                                                                   Victor Barão
(*)

Foto: Hoje comemora-se o Dia de África. A primeira coisa que me ocorre quando penso em África é a genuína alegria das pessoas. Que legenda darias a esta foto?

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=518186964900992&set=a.154317627954596.46635.150857761633916&type=1&relevant_count=1

(*) Sendo o texto acima de minha própria autoria, originalmente postado no Facebook(FB) e dai transcrito a partir do meu próprio e respectivo Estado no FB, enquanto texto alusivo à imagem em causa, ainda que esta última tenha sido por mim copiada a partir da página de Facebook do Boss AC _ oficial; ficando aqui e assim a devida referência a tal facto!

domingo, setembro 08, 2013

Estado de Direito ou Estado de Conveniência!!!

            Não quero ser eu, por mim mesmo, a ter a má fé de pensar e muito menos de dizer, tanto mais se tendo como próximo o governo da nação e a sua respectiva liderança (actual), que o próximo está de má fé. 

            Mas como e quando o próximo, no caso concreto o (actual) governo da nação diz e/ou faz certas e determinadas coisas, como por exemplo colocando recorrentemente o Tribunal Constitucional e/ou os juízes deste último em causa; sendo o Tribunal Constitucional o garante da fundamental Lei Constitucional do dito Estado de Direito Democrático, chega-me a fazer pensar em má fé ou em tentações pró Estado de Conveniência, em detrimento de Estado de Direito Democrático, por parte de quem governa ou de quem detém o poder.

            Seja que não está em causa se à partida a Lei Constitucional é, desde logo democrática e acima de tudo universalmente boa ou má, melhor ou pior, mais ou menos perfeita ou imperfeita; mas o mesmo se aplica a qualquer outro código legal, como por exemplo ao código criminal e/ou penal, não se podendo, nem devendo colocar estes permanentemente em causa e/ou tanto mais se alterar os respectivos segundo a conveniência de quem é alvo dos mesmos, designadamente criminosos e condenados em geral, pelo que tão pouco pode ou deve estar recorrentemente o próprio governo e quiçá muito menos este último a, se acaso, culpabilizar a Lei Constitucional e/ou o correspondente Tribunal Constitucional que a faz aplicar, pelas respectivas desgraças do governo e/ou a pretender este último decisões do Tribunal Constitucional segundo as suas próprias conveniências governativas.

            A partir de que o que eu mais desconfio e enquanto tal até temo é que à imagem e semelhança de como o País chegou ao estado económico, financeiro, social e dadas as circunstancias também já democrático ou institucional a que decadentemente chegou, desde logo e duma ou doutra forma como também e tão bem se sabe em sequência da concretização de tantas ou de mais conveniências do que da concretização da fundamental Lei Constitucional Democrática e Universal; quiçá os mesmos e/ou seus correligionários que mais têm convenientemente (legitima ou ilegitimamente) retirado unilateral, corporativo, etc., proveito próprio da Constitucional Lei Democrática de fundo; sejam respectivamente também os mesmo a quem mais uma vez convém unilateral, corporativa, etc., colocar agora (inversa ou coerentemente) a Constitucional Lei Democrática de fundo em causa! Atenção que não afirmo que seja de facto assim, mas dadas as circunstancias muito desconfio e respectivamente temo que em efectivo assim seja!?

            Só a terminar devo dizer que um Estado de Conveniência só pode beneficiar e beneficia os mais fortes, desde logo os “donos” do poder, enquanto o Estado de Direito Democrático, pelo menos à partida e teoricamente beneficia ou deve beneficiar o todo Social, Nacional e/ou acima de tudo o todo Universal.


                                                                                              VB