sexta-feira, dezembro 23, 2016

Em detrimento dos maus exemplos, em especial se vindos de cima

            Em abono da franqueza, começo por confessar-me simpatizante do S.L. Benfica. Mas antes, durante e depois de ser simpatizante do Benfica, sou amante da própria Vida. O que neste último caso inclui por exemplo o Amor a um meu sobrinho simpatizante do Sporting C.P., como seja que uma vitória do Benfica me é tão satisfatória por mim mesmo, quanto uma vitória do Sporting me é satisfatória com base no meu sobrinho, no limite incluindo a vitória de qualquer outro clube pelos seus respectivos simpatizantes. Seja que desportivamente desejando eu por mim mesmo uma vitória do Benfica, já vitalmente não me choca em absoluto uma vitória de qualquer outro clube, inclusive sobre o próprio Benfica. Mais concretamente uma vitória desportiva do Benfica não pode estar nem está para mim acima de tudo o mais, nem sequer duma vitória desportiva de qualquer outro clube por si só e sobre o próprio Benfica. Ainda que pareça que para muito “boa gente” a vitória clubista do seu respectivo clube de simpatia esteja acima de qualquer outro valor, se acaso e no limite até acima do valor Vital _ basta atentar na potencialmente letal irracionalidade das claques clubistas, muitas vezes sustentadas pelos próprios clubes e em qualquer caso toleradas socialmente.

            E tendo eu escutado recentemente na rádio um adepto do Sporting dizer que é dos que vão ao estádio, de Alvalade, assistir os jogos ao vivo. Adiantando esse mesmo adepto do Sporting que já houve tempo em que ia ao estádio da Luz (Benfica) e de Alvalade (Sporting) em conjunto com amigos benfiquistas, mas que actualmente, dadas as tendencialmente radiais crispações de entre clubes, adeptos e dirigentes desportivos já não se atreve a ir a outros estádios que não ao de Alvalade, do seu clube de simpatia Sporting, nem muito menos a fazê-lo em companhia e no meio dos adeptos doutros clubes, designadamente do Benfica. O que desde já digo eu que é algo tão circunstancialmente compreensível quanto absolutamente lamentável, desde logo da perspectiva desportiva, mas também da  mais transversal perspectiva sociológica.

            Sequência em que devo dizer que eu mesmo também fui dos que cheguei a ir aos estádios, incluindo ao estádio de Alvalade (Sporting) em companhia de amigos sportinguistas assistir ao confronto desportivo: Sporting-Benfica, o mesmo se passando no sentido inverso no estádio da Luz (Benfica), sem que no primeiro caso os sportinguistas não me tratavam mal no seu estádio enquanto eu benfiquista, mesmo que com vitória do Benfica que eu naturalmente festejava, tão pouco respectivamente no segundo caso os meus amigos sportinguistas eram mal tratados no estádio da Luz, mesmo que com os mesmos festejando a vitória do Sporting. Mas na circunstancia refiro-me à já relativamente longínqua década de oitenta do passado século XX. No caso longínqua década da perspectiva temporal, mas também e quiçá acima de tudo da perspectiva da evolução cultural-desportiva que se deu desde então e que nem sempre nem em todos os casos foi uma evolução positivamente edificante. Pois desde logo e ao invés do que se passa actualmente, mesmo que com curioso inicio precisamente na década de oitenta e agravada evolução na década de noventa do passado século XX, como foi o advento das claques clubísticas organizadas, no entanto à altura (anos oitenta do passado século XX) não me recordo dos adeptos, especialmente os das designadas claques clubísticas serem encaminhados/transportados como autêntico e irracional gado bravo entre “campinos/pastores” _ vulgo entre corpos especiais de polícia. Algo ao e para com o que creio eu que estão inerentes múltiplos factores, desde logo incluindo a genérica forma como se evoluiu social e culturalmente dentro da designada liberdade democrática, o que como dalgum modo já referi atrás, nem sempre e nem em muitos casos coincide com necessária evolução positiva, de entre e/ou acima do que se inclui a referentemente destacada classe dirigente clubística e desportiva, que até por isso com influência social modo geral.

            A partir de que sem absoluta exclusão doutros dirigentes clubísticos e desportivos em concreto, incluindo o do Benfica em particular, vou no entanto e na circunstancia aludir ao actual Presidente do Sporting C.P., Sr.º Bruno de Carvalho muito em concreto, que inclusive o ouvinte radiofónico sportinguista que referi logo ao inicio classificou criticamente como o “presidente do Sporting que compra todas as guerras e mais uma”; de resto digo eu que a maioria ou pelo menos alguns dos seus mais qualitativamente acérrimos detractores são os simpatizantes do próprio Sporting. Pelo que continuando a falar por mim, também enquanto simpatizante do Benfica, mas acima de tudo como amante da própria vida, que neste último caso inclui o meu sobrinho simpatizante do Sporting, diria e digo que desde que o Sr.º Bruno de Carvalho chegou à presidência do Sporting C.P. que duma ou doutra forma  a entender (quase) toda a gente do mund do futebol como estando mal e/ou sendo incorrecta, excepção feita a ele próprio Sr.º Bruno de Carvalho que alegadamente estará sempre bem e/ou de forma correcto no futebol nacional. O que enquanto tal, me parece a mim que não só não contribui em nada para emendar o que efectiva ou alegadamente esteja mal e seja incorrecto nos restantes, quanto até pode contribuir para que tudo fique ainda um pouco pior e/ou mais incorrecto. Sequência de que no caso habituei-me a por mim mesmo taxar o Sr.º Bruno de Carvalho de “espalha brasas” sem grande ou qualquer coerente, objectivo e acima de tudo exemplar sentido ao nível dos princípios, dos meios e/ou dos objectivos. Seja que se um monte de brasas tem potencialidades positivas e negativas, mas o Sr.º Bruno de Carvalho tanto ou mais que utilizar esse monte de brasas objectivamente para o bem, se limita a pouco mais e melhor que espalhar as respectivas brasas mais ou menos indiscriminadamente sem grande sentido, enquanto tal acaba sendo sim mais potencialmente negativo do que positivo, inclusive se de entre meio (quase) só auto assumindo méritos próprios, deixando os deméritos para os restantes.   

            E entretanto até são já os próprios e mais racionais analistas futebolístico-desportivos que começam a concluir que por coincidência ou não, o facto é que nas semanas em que o Sr.º Bruno de Carvalho mais ondas faz e/ou da minha perspectiva “mais brasas espalha” na comunicação social e/ou nas redes sociais virtuais, regra geral a falar mal de (quase) tudo e de todos os restantes, respectiva e quase invariavelmente também o Sporting perde, empata ou desde logo joga algo pior do que o costume. De entre o que voltando a falar por mim, não termino por exemplo de entender o raciocínio do Sr.º Bruno de Carvalho na base de que supostamente o Benfica só ganha sob proteccionismo arbitral e/ou sob conspiração ao mais alto nível do futebol nacional; sendo que a maioria do que o Benfica ganhou nos últimos anos foi sob orientação técnica do treinador Jorge Jesus, que precisamente a direcção do Sporting C.P. sob cúpular Presidência do Sr.º Bruno de Carvalho foi buscar directamente a partir do Benfica e ainda por cima numa sequência muito significativamente atribulada, polémica e mal esclarecida que envolveu a demissão do até prova em contrário excelente treinador Marco Silva, à altura no Sporting, com a suposta e insistentemente alegada perspectiva de que o Sr.º Jorge Jesus afinal é ou será o melhor treinador português, a treinar em Portugal _ tornando-se difícil perceber onde começa e termina aqui o mérito do treinador Jorge Jesus, a corrupção arbitral e/ou a conspiração do status futebolístico interno modo geral, excluindo natural e excepcionalmente o próprio Sporting presidido pelo Sr.º Bruno de Carvalho. Isto por já não falar em muitos outros confusos, pouco claros e potencialmente incendiários exemplos subjacente ao Sr.º bruno de Carvalho, como no caso concreto do último jogo Benfica-Sporting no estádio da Luz em que alguns adeptos benfiquistas se comportaram lamentavelmente, ao atirarem ilegítima e repetidas vezes cartões, vulgo objectos sólidos, para o terreno de jogo, no enatnto tão ou até talvez mais lamentavelmente que os próprios adeptos benfiquistas foi o Sr.º Bruno de Carvalho enquanto Presidente dum dos maiores clubes nacionais, o próprio Sporting C.P., que respectivamente na sua condição de mais alto responsável clubístico-desportivo se tinha objectivas e tanto mais se materiais queixas a apresentar o deveria ter feito nos devidos termos e nas correspondentes instâncias oficiais, já seja ao mais alto nível desportivo ou se acaso a qualquer outro correspondente nível institucionalmente falando modo geral. Desde logo em construtiva e pedagógica alternativa a uma espécie de pró "incendiário" toca e foge, inclusive ao nível de mesquinhas queixinhas e/ou por si só como mais ou menos reiteradamente indiscriminado “espalha brasas”, o ter feito em frente às câmaras de televisão, voltando imediatamente costas, sem mais. Isto quando as câmaras televisivas já haviam mostrado in loco a lamentável atitude dos adeptos benfiquistas e as suas respectivas consequências no terreno de jogo, não sendo objectiva ou absolutamente necessário o próprio Presidente do Sporting repisar o assunto, pior se duma forma que não acrescentou nada ao já conhecido e que enquanto tal pouco ou nada o dignificou enquanto Presidente dum dos referente e influentemente maiores clubes nacionais, o próprio Sporting C.P..

            A partir de que talvez seja eu que sou demasiado simplista, porque de resto tudo isto é demasiada confusão para a minha cabeça e para  meu espírito, salvo que também o seja para o futebol nacional modo geral e para o próprio Sporting C.P. em concreto, neste último e circunstancial caso com prejuízo do meu próprio e amado sobrinho simpatizante do Sporting. Que já agora e a terminar devo confessar que nas últimas duas décadas e meia deixei se ir aos estádios por mim mesmo e as duas únicas vezes em que nas duas últimas décadas e meia fui assistir a jogos ao estádio, ambos no estádio da Luz (Benfica), uma dessas vezes derivou de bilhete oferecido e a outra foi para assistir a um jogo da consensual selecção nacional de futebol, em ambos os casos precisamente por ser em companhia do meu sobrinho simpatizante do Sporting e mas acima de tudo amante do futebol e do desporto modo geral, a quem de resto e até pelo anterior tenho prometida a assistência a um jogo do Sporting em Alvalade para logo que me seja possível, em nome do desporto e no caso concreto do futebol, aquém e além de clubites e dos seus básicos ou elitistas “espalha brasas” _ vulgo, maus exemplos, pior se vindos de cima.

VB