sexta-feira, dezembro 23, 2016

Em detrimento dos maus exemplos, em especial se vindos de cima

            Em abono da franqueza, começo por confessar-me simpatizante do S.L. Benfica. Mas antes, durante e depois de ser simpatizante do Benfica, sou amante da própria Vida. O que neste último caso inclui por exemplo o Amor a um meu sobrinho simpatizante do Sporting C.P., como seja que uma vitória do Benfica me é tão satisfatória por mim mesmo, quanto uma vitória do Sporting me é satisfatória com base no meu sobrinho, no limite incluindo a vitória de qualquer outro clube pelos seus respectivos simpatizantes. Seja que desportivamente desejando eu por mim mesmo uma vitória do Benfica, já vitalmente não me choca em absoluto uma vitória de qualquer outro clube, inclusive sobre o próprio Benfica. Mais concretamente uma vitória desportiva do Benfica não pode estar nem está para mim acima de tudo o mais, nem sequer duma vitória desportiva de qualquer outro clube por si só e sobre o próprio Benfica. Ainda que pareça que para muito “boa gente” a vitória clubista do seu respectivo clube de simpatia esteja acima de qualquer outro valor, se acaso e no limite até acima do valor Vital _ basta atentar na potencialmente letal irracionalidade das claques clubistas, muitas vezes sustentadas pelos próprios clubes e em qualquer caso toleradas socialmente.

            E tendo eu escutado recentemente na rádio um adepto do Sporting dizer que é dos que vão ao estádio, de Alvalade, assistir os jogos ao vivo. Adiantando esse mesmo adepto do Sporting que já houve tempo em que ia ao estádio da Luz (Benfica) e de Alvalade (Sporting) em conjunto com amigos benfiquistas, mas que actualmente, dadas as tendencialmente radiais crispações de entre clubes, adeptos e dirigentes desportivos já não se atreve a ir a outros estádios que não ao de Alvalade, do seu clube de simpatia Sporting, nem muito menos a fazê-lo em companhia e no meio dos adeptos doutros clubes, designadamente do Benfica. O que desde já digo eu que é algo tão circunstancialmente compreensível quanto absolutamente lamentável, desde logo da perspectiva desportiva, mas também da  mais transversal perspectiva sociológica.

            Sequência em que devo dizer que eu mesmo também fui dos que cheguei a ir aos estádios, incluindo ao estádio de Alvalade (Sporting) em companhia de amigos sportinguistas assistir ao confronto desportivo: Sporting-Benfica, o mesmo se passando no sentido inverso no estádio da Luz (Benfica), sem que no primeiro caso os sportinguistas não me tratavam mal no seu estádio enquanto eu benfiquista, mesmo que com vitória do Benfica que eu naturalmente festejava, tão pouco respectivamente no segundo caso os meus amigos sportinguistas eram mal tratados no estádio da Luz, mesmo que com os mesmos festejando a vitória do Sporting. Mas na circunstancia refiro-me à já relativamente longínqua década de oitenta do passado século XX. No caso longínqua década da perspectiva temporal, mas também e quiçá acima de tudo da perspectiva da evolução cultural-desportiva que se deu desde então e que nem sempre nem em todos os casos foi uma evolução positivamente edificante. Pois desde logo e ao invés do que se passa actualmente, mesmo que com curioso inicio precisamente na década de oitenta e agravada evolução na década de noventa do passado século XX, como foi o advento das claques clubísticas organizadas, no entanto à altura (anos oitenta do passado século XX) não me recordo dos adeptos, especialmente os das designadas claques clubísticas serem encaminhados/transportados como autêntico e irracional gado bravo entre “campinos/pastores” _ vulgo entre corpos especiais de polícia. Algo ao e para com o que creio eu que estão inerentes múltiplos factores, desde logo incluindo a genérica forma como se evoluiu social e culturalmente dentro da designada liberdade democrática, o que como dalgum modo já referi atrás, nem sempre e nem em muitos casos coincide com necessária evolução positiva, de entre e/ou acima do que se inclui a referentemente destacada classe dirigente clubística e desportiva, que até por isso com influência social modo geral.

            A partir de que sem absoluta exclusão doutros dirigentes clubísticos e desportivos em concreto, incluindo o do Benfica em particular, vou no entanto e na circunstancia aludir ao actual Presidente do Sporting C.P., Sr.º Bruno de Carvalho muito em concreto, que inclusive o ouvinte radiofónico sportinguista que referi logo ao inicio classificou criticamente como o “presidente do Sporting que compra todas as guerras e mais uma”; de resto digo eu que a maioria ou pelo menos alguns dos seus mais qualitativamente acérrimos detractores são os simpatizantes do próprio Sporting. Pelo que continuando a falar por mim, também enquanto simpatizante do Benfica, mas acima de tudo como amante da própria vida, que neste último caso inclui o meu sobrinho simpatizante do Sporting, diria e digo que desde que o Sr.º Bruno de Carvalho chegou à presidência do Sporting C.P. que duma ou doutra forma  a entender (quase) toda a gente do mund do futebol como estando mal e/ou sendo incorrecta, excepção feita a ele próprio Sr.º Bruno de Carvalho que alegadamente estará sempre bem e/ou de forma correcto no futebol nacional. O que enquanto tal, me parece a mim que não só não contribui em nada para emendar o que efectiva ou alegadamente esteja mal e seja incorrecto nos restantes, quanto até pode contribuir para que tudo fique ainda um pouco pior e/ou mais incorrecto. Sequência de que no caso habituei-me a por mim mesmo taxar o Sr.º Bruno de Carvalho de “espalha brasas” sem grande ou qualquer coerente, objectivo e acima de tudo exemplar sentido ao nível dos princípios, dos meios e/ou dos objectivos. Seja que se um monte de brasas tem potencialidades positivas e negativas, mas o Sr.º Bruno de Carvalho tanto ou mais que utilizar esse monte de brasas objectivamente para o bem, se limita a pouco mais e melhor que espalhar as respectivas brasas mais ou menos indiscriminadamente sem grande sentido, enquanto tal acaba sendo sim mais potencialmente negativo do que positivo, inclusive se de entre meio (quase) só auto assumindo méritos próprios, deixando os deméritos para os restantes.   

            E entretanto até são já os próprios e mais racionais analistas futebolístico-desportivos que começam a concluir que por coincidência ou não, o facto é que nas semanas em que o Sr.º Bruno de Carvalho mais ondas faz e/ou da minha perspectiva “mais brasas espalha” na comunicação social e/ou nas redes sociais virtuais, regra geral a falar mal de (quase) tudo e de todos os restantes, respectiva e quase invariavelmente também o Sporting perde, empata ou desde logo joga algo pior do que o costume. De entre o que voltando a falar por mim, não termino por exemplo de entender o raciocínio do Sr.º Bruno de Carvalho na base de que supostamente o Benfica só ganha sob proteccionismo arbitral e/ou sob conspiração ao mais alto nível do futebol nacional; sendo que a maioria do que o Benfica ganhou nos últimos anos foi sob orientação técnica do treinador Jorge Jesus, que precisamente a direcção do Sporting C.P. sob cúpular Presidência do Sr.º Bruno de Carvalho foi buscar directamente a partir do Benfica e ainda por cima numa sequência muito significativamente atribulada, polémica e mal esclarecida que envolveu a demissão do até prova em contrário excelente treinador Marco Silva, à altura no Sporting, com a suposta e insistentemente alegada perspectiva de que o Sr.º Jorge Jesus afinal é ou será o melhor treinador português, a treinar em Portugal _ tornando-se difícil perceber onde começa e termina aqui o mérito do treinador Jorge Jesus, a corrupção arbitral e/ou a conspiração do status futebolístico interno modo geral, excluindo natural e excepcionalmente o próprio Sporting presidido pelo Sr.º Bruno de Carvalho. Isto por já não falar em muitos outros confusos, pouco claros e potencialmente incendiários exemplos subjacente ao Sr.º bruno de Carvalho, como no caso concreto do último jogo Benfica-Sporting no estádio da Luz em que alguns adeptos benfiquistas se comportaram lamentavelmente, ao atirarem ilegítima e repetidas vezes cartões, vulgo objectos sólidos, para o terreno de jogo, no enatnto tão ou até talvez mais lamentavelmente que os próprios adeptos benfiquistas foi o Sr.º Bruno de Carvalho enquanto Presidente dum dos maiores clubes nacionais, o próprio Sporting C.P., que respectivamente na sua condição de mais alto responsável clubístico-desportivo se tinha objectivas e tanto mais se materiais queixas a apresentar o deveria ter feito nos devidos termos e nas correspondentes instâncias oficiais, já seja ao mais alto nível desportivo ou se acaso a qualquer outro correspondente nível institucionalmente falando modo geral. Desde logo em construtiva e pedagógica alternativa a uma espécie de pró "incendiário" toca e foge, inclusive ao nível de mesquinhas queixinhas e/ou por si só como mais ou menos reiteradamente indiscriminado “espalha brasas”, o ter feito em frente às câmaras de televisão, voltando imediatamente costas, sem mais. Isto quando as câmaras televisivas já haviam mostrado in loco a lamentável atitude dos adeptos benfiquistas e as suas respectivas consequências no terreno de jogo, não sendo objectiva ou absolutamente necessário o próprio Presidente do Sporting repisar o assunto, pior se duma forma que não acrescentou nada ao já conhecido e que enquanto tal pouco ou nada o dignificou enquanto Presidente dum dos referente e influentemente maiores clubes nacionais, o próprio Sporting C.P..

            A partir de que talvez seja eu que sou demasiado simplista, porque de resto tudo isto é demasiada confusão para a minha cabeça e para  meu espírito, salvo que também o seja para o futebol nacional modo geral e para o próprio Sporting C.P. em concreto, neste último e circunstancial caso com prejuízo do meu próprio e amado sobrinho simpatizante do Sporting. Que já agora e a terminar devo confessar que nas últimas duas décadas e meia deixei se ir aos estádios por mim mesmo e as duas únicas vezes em que nas duas últimas décadas e meia fui assistir a jogos ao estádio, ambos no estádio da Luz (Benfica), uma dessas vezes derivou de bilhete oferecido e a outra foi para assistir a um jogo da consensual selecção nacional de futebol, em ambos os casos precisamente por ser em companhia do meu sobrinho simpatizante do Sporting e mas acima de tudo amante do futebol e do desporto modo geral, a quem de resto e até pelo anterior tenho prometida a assistência a um jogo do Sporting em Alvalade para logo que me seja possível, em nome do desporto e no caso concreto do futebol, aquém e além de clubites e dos seus básicos ou elitistas “espalha brasas” _ vulgo, maus exemplos, pior se vindos de cima.

VB

quarta-feira, novembro 09, 2016

O mundo acaba de começar a mudar...

            Donald Trump, Presidente dos EUA

            Como historicamente comprovável, em determinadas circunstancias até pequenos e pobres Estados-nação como Portugal podem alterar o xadrez e o status quo  mundial. Mas grandes, ricos e poderosos Estados-nação como os EUA, podem alterar o xadrez e o status quo mundial em qualquer momento e/ou em qualquer circunstancia, dependendo desde logo e acima de tudo da vontade de quem, como e com que bases o/s governa.

            O que sem entrar em grandes e prévias considerações ao respeito, mas que tão só com base nas grandes linhas eleitoralista de Donald Trump, como por destacada exemplo a de que “rasgará todos os acordos comerciais, ambientais, etc., em vigor internacionalmente” e que naturalmente incluam os EUA, leva como mínimo a pressupor que os EUA se vão fechar essencialmente (ainda mais) em e sobre si mesmos, isto numa fase da vida global em que desde logo e como mínimo ao nível ambiental, com reflexo geral, se necessita e mesmo exige a maior união global possível.

            Seja que muito, mas mesmo muito resumidamente, até para mim que costumo ser algo extensivo a explanar o que necessito dizer, no entanto no presente momento e neste caso concreto, limito-me a dizer que, como melhor das hipóteses me parece que a política e o statu quo global vai sob e sobre diversos aspectos regredir algumas décadas, com consequências absolutamente imprevisíveis!

            Sequência de que conclusiva e humildemente não me atrevo a dizer/prever até que ponto, até onde, como ou quando essa mudança vai ser vital e universalmente para melhor ou para pior!? O que sim sei, inclusive por antecipação, é que tal como em outros momentos históricos e inclusive por num tempo e num presente contexto global em que se necessita e exige o maior equilíbrio possível entre conservadorismo e evolução progressista, todo leva a crer que se vai regredir em diversos aspectos essencialmente conservadores e/ou a evoluir em direcções na melhor das hipóteses imprevisíveis, como seja que com Donald Trump o mundo acaba de começar a mudar e independentemente do rumo e seu respectivo resultado final, estou convicto de que pouco ou nada mais será como até aqui!...

VB

segunda-feira, outubro 10, 2016

Evolução, transformação ou revolução IV

                                                                   IV

           Desabafo

            Ainda em directa sequência das obras na casa familiar, como algo, por assim dizer, globalmente estranho para mim. Na respectiva circunstancia, a quando da nossa provisória estadia familiar em casa dos meus avós maternos, com esta última agora compartida propriedade da minha mãe e dos meus tios maternos, por inerência da já não existência dos meus avós, mas que para aqui vou continuar a designá-la como a casa dos meus avós, em cujo decurso da nossa provisória estadia na nesta última acabou ocorrendo algo para adensar com acréscimo a minha intermédia estranheza inerente. Desde logo estranheza a começar por a casa dos meus avós maternos, ser uma casa genericamente ao mesmo equitativo nível habitacional e de conservação da nossa própria casa familiar antes das obras na mesma, designadamente com isolamento climático e sonoro muito permeável em ambas as casas. Pelo que respectivamente e ao menos a este nível de condições de habitabilidade acabou por não haver tanta estranheza para mim na provisória mudança da nossa casa familiar própria para a casa dos meus avós maternos, dadas as suas similitudes no que a genéricas condições de habitabilidade respeita de entre as duas casas, desde sempre; quanto respectiva e mas inversamente está a haver, inclusive, acrescida estranheza no definitivo regresso à nossa casa familiar própria após as obras na mesma e vindos de mera provisória estrada em casa dos meus avós. Isto porque para além de tudo o mais que já escrevi ao respeito, com ainda mais tudo o que lhe está pré, pró e pós inerente (pessoal, humana, social, familiar, vital e existencialmente) modo geral, acresce que a casa dos meus avós, acaba sendo uma casa que tem uma muito melhor localização envolvente, designadamente para a possessão de animais ditos domésticos, como por exemplo cães e gatos, dado que esta fica situada num dos extremos de toda a residencial zona edificada local. Seja que há muito mais espaço livre envolvente e logo propicio a animais quer domésticos quer até naturais. A partir de que para além das duas cadelas que já possuíamos, acabamos por na circunstancia ser também ainda familiarmente adoptados por dois gatos ou melhor por um gato e uma gata, que neste último caso acabou trazendo consigo mais três descendentes, tudo enquanto de nossa provisória estada em casa dos meus avós maternos. E no caso digo que fomos adoptados pelos gatos (gata e gato) porque ainda que de inicio nós não lhes fossemos hostis, no entanto e até para evitar eventuais posteriores desgostos tão pouco lhes ligássemos muito ou mesmo nada, além de que durante o dia as nossas cadelas estavam connosco no quintal da casa dos meus avós e como tal não deixavam os gatos aproximar-se; no entanto já fosse enquanto algum de nós passeava as cadelas durante o dia ou quando à noite as levávamos para o quintal da nossa casa familiar em obras, onde de resto as alimentávamos e também onde as mesmas tinham abrigo, além de enquanto tal guardarem o espaço da casa e as respectivas ferramentas dos mestres-de-obras; neste último respectivo caso da ausência das cadelas do espaço da casa dos meus avós, quer o gato macho quer a fêmea, como que estando ambos permanentemente à espreita, para ver quando saiamos com as cadelas e respectivamente aproveitar todas e cada uma das ausências destas últimas para no caso e em especial o gato se ir apoderando da casa como se lá sempre tivesse pertencido, além da gata fêmea que mesmo sendo algo mais esquiva, no entanto na respectiva ausência das cadelas também nos aparecia a miar à porta várias vezes ao dia, em qualquer dos casos por mais que inicialmente e durante mais duma semana nós ignorássemos quer o gato quer a gata. Isto ainda que até por se não acarinhando mas tão pouco hostilizando nós os felídeos em causa, o facto é que os respectivos insistiam em nos ir recorrentemente bater à porta, como seja o gato entrava e instalava-se em casa como se sempre lá tivesse pertencido e a gata mais tímida, mesmo significativamente assustadiça e até algo arisca, ainda assim e como mínimo insistia em aproximar-se da porta e miar insistentemente, desde logo chamando-nos natural e instintivamente a atenção; sequência de que acabamos por ao conjuntural nível familiar ir-mos ficando gradualmente rendidos aos felídeos (gato e gata) em causa, começando aos poucos e primeiro por dar-lhes restos de comida e depois cada vez mais irresistivelmente começamos também a comprar-lhes comida própria. Resultado que cerca de três meses após provisória instalação em casa dos meus avós maternos, acabamos familiarmente e desde logo acabei também eu pessoalmente afeiçoando-me a um par de gatos adultos, mais concretamente a um gato e uma gata, com posterior e dalgum modo surpreendente acréscimo de respectiva tripla prol desta última. 

            Só que agora com a já definitiva mudança para a nossa casa familiar própria, que está localizada num ponto central do global contexto local edificado e habitado, cuja respectiva envolvência não se presta muito ou mesmo nada à possessão de gatos, desde logo porque toda a envolvência é muito mais preenchida em termos humanos, muito mais movimentada em termos de tráfego automóvel e ainda ou acima de tudo com mais hostil ocupação canina face aos gatos, tudo isto em comparação com a localização da casa dos meus avós maternos, que entretanto provisoriamente habitamos e onde por si só os gatos nos adoptaram familiarmente. E sendo que os gatos estão dalgum modo de entre a vida natural selvagem e a vida animal domesticada pelo ser humano, neste último caso tornada dependente da e pela própria humanidade. Pelo que de momento, com a definitiva mudança para a nossa casa familiar própria após obras na mesma, desde logo eu encontro-me divido entre por um lado voltar imperdoavelmente costas a uns animais (gatos) que entretanto a norma geral tornou domesticamente dependentes da própria humanidade e no presente caso concreto do gato e da gata aqui em causa já dalgum modo dependentes de mim e da minha família em particular, incluindo que neste último caso nós próprios nos afeiçoamos familiarmente aos gatos em questão; ou por outro respectivo lado dar-mo-nos familiarmente ao trabalho de ir diária e indefinidamente alimentar aqueles mesmos gatos no quintal da casa dos meus avós maternos, mesmo já sem a nossa habitacional presença lá. Sendo ainda que sem a nossa habitacional presença lá, a respectiva casa dos meus avós só é pontual e momentaneamente habitada pelos meus respectivos tios maternos que em regra habitam extra localmente; logo deixando os gatos sem corrente companhia humana, salvo quando os vamos alimentar, também respectivamente sustentando nós uma potencialmente aleatória procriação desses mesmos (gatos), contribuindo para um ciclo sem fim à vista. Incluindo ainda que de entre meio não sei como reagirão os meus tios maternos à presença dos gatos no quintal da casa dos meus avós maternos, mas imagino que nem todos aceitem muito bem a ideia! 

            Sequência de entre o que se o pré, o durante e o após obras na nossa casa familiar própria e por inerência de tudo o que até ao momento já escrevi ao correspondente respeito, me foi e é por si só algo como mínimo e reiteradamente estranho, então esta última, circunstancial/providencial, situação relacionada com os gatos, precisamente iniciada durante todo o processo de obras na casa familiar, só veio complicar e/ou adensar tudo ainda significativamente mais, em especial no que à minha, como mínimo, inerente estranheza respeita. De entre o que, no meu caso, fazendo fé na providencia Divina ou Universal, diria no presente contexto, com particular destaque para os felídeos (gatos) em causa, que ao terem-se estes últimos aproximado natural, espontânea e sedutoramente de mim e da minha família, sem mais objectiva e original razão, ao menos aparente do que a por si só coincidente existência vital desses mesmos gatos e da minha respectiva família, comigo incluído, tudo num determinado espaço e tempo, com respectiva e consequente influência mútua, para que também subsequentemente eu continue ainda e de forma pró futuramente indefinida a alimentar os felídeos em causa, a partir de que de resto e como muitas vezes se diz com relação a muitos factores da vida e/ou por si só com relação à própria Vida, digo também eu agora e a partir daqui no relativo à minha ligação com os gatos em causa, que: _ seja o que providencialmente Deus e/ou o Universo quiserem!

            Global e sequencial base, relativamente à que de momento, não sei se ou até que ponto e como melhor ou pior das hipóteses, me resta ao menos este conclusivo e descompressivo desabafo.

VB

quarta-feira, outubro 05, 2016

Evolução, transformação ou revolução III

                                                                    III

            A realidade

            Permita-se-me acrescentar aqui uma pequena história por si só relacionada com o motivo pelo qual escrevo em sequência das obras na casa familiar, em vez de por exemplo estar tão só e sem mais a desfrutar dos benefícios derivados dessas mesmas obras. Cuja pequena história é a seguinte:

            _ Primeiro se as recentes obras na casa familiar, tivessem sido executadas há três décadas atrás eu tê-las-ia agradecido sem mais e/ou mais ainda se ao arrepio do meio ambiente natural. É que tal como agora, também há cerca de três décadas atrás seria humanamente reconfortante ver e sentir, por exemplo, os níveis de isolamento climático e acústico da casa significativamente melhorados, até porque esse duplo isolamento sempre foi péssimo, com particular destaque para o isolamento climático, mas desde logo para mim pessoalmente e há altura (três e mais décadas atrás) tão mais reconfortante ainda seria se vendo esse isolamento estendido a todo o meio ambiente natural modo geral. Pois que para além do sempre unilateralmente reconfortante bem-estar humano derivado do melhor isolamento climático e sonoro da respectiva habitação humana face ao meio ambiente natural, que ao nível sonoro também com relação ao próprio bulício humano, acrescia a que há altura, cerca de três décadas atrás, eu pessoalmente estava mesmo mais concentrado em evoluir aos mais diversos níveis socioculturais, civilizacionais e por si só de mero bem-estar humano aquém e além do meio ambiente natural, do que propriamente em preservar ou salvaguardar este último em concreto, que sob e sobre muitos aspectos até bem mesmo pelo contrário. Por exemplo e a um nível mais extremo, há altura eu tinha uma profunda fobia a répteis. Pelo que para mim os répteis podiam perfeitamente desaparecer da face da terra, que eu até agradecia. Agora imagine-se que há precisamente cerca de três décadas atrás e derivado das condições de habitabilidade, mais concretamente dos tectos da casa familiar serem essencialmente tradicionais tectos de cana (caniço) e/ou de madeira, mas em qualquer dos casos não perfeitamente executados e logo com diversas fissuras entre canas, entre tábuas e/ou ainda entre estas últimas e as respectivas paredes da casa, tudo acrescido de telhas velhas, defeituosas e mal acondicionadas. O que para além de permeabilidade térmica e sonora, ainda deixava espaço à introdução dum significativamente diverso tipo de fauna natural. Tanto mais assim quanto estando a casa familiar localizada em meio rural e até há cerca de poucos anos atrás directamente ligada a uns casarões caídos e com ligação destes mesmos casarões a quintais semi-abandonados, etc., etc., logo a respectiva probabilidade e até facilidade de diversa fauna natural se introduzir cá em casa era significativamente alta e não me estou a referir apenas a melgas e mosquitos. Estou a referir-me também e no literal limite a répteis, em que para além dumas mais vulgares, mas para mim e há altura (umas décadas atrás) também nojentamente repulsivas osgas que eram do mais comum nas paredes exteriores e interiores da casa familiar, acresce ainda a que em mais duma ocasião entraram mesmo cobras cá em casa, como mais destacadamente num determinado dia, enquanto eu executava uma qualquer tarefa cá em casa me caiu aos pés e por escassos milímetros não me caiu literalmente encima uma cobra com cerca dum metro, precisa e curiosamente com uma osga na boca. Escusado será dizer que para quem como eu há altura tinha profunda fobia a répteis aquilo foi como mínimo um profundo choque, por não dizer um trauma. A partir do que e durante anos passei a ter dificuldade ou mesmo incapacidade de entrar, de estar e/ou de circular por casa sem observar atenta e insistentemente tudo ao meu redor, especialmente acima e abaixo de mim, para que não me caísse encima ou para que eu não pisa-se algo estranho!  

            Até porque há altura nem a casa era ainda propriedade familiar própria, nem a capacidade familiar de fazer obras era muita e o senhorio só fazia obras parciais, provisórias ou da mais elementar e por assim dizer remendona emergência. E aquilo de caírem coisas estranhas _ designada e inclusivamente répteis _ do tecto não era em absoluto motivo de e/ou para obras por parte do senhorio e para a família essas obras ou eram inviáveis financeiramente ou pelo menos por não serem em propriedade própria. Seja que quer a família modo geral, quer no caso concreto eu em particular, tivemos durante décadas de nos ir conformando com o que habitacionalmente havia e/ou estava ao nosso alcance, no fundo com a realidade concreta que era a que era. E a realidade concreta por exemplo ao particular e concreto nível de invasão reptiliana, incluía as recorrentes e inevitáveis osgas, além dum segundo episódio de invasão por parte de cobras, quando também uma pequena cobra de entre cerca de 20 e 30 centímetros, de qualquer modo monstruosa para quem como eu tinha profunda fobia às mesmas, invadiu o quarto dos meus pais _ supostamente também caída do tecto. Seja que ao menos em potência a, no limite, intromissão de répteis no espaço habitacional familiar era ininterruptamente contínua. Isto sem contar os quase permanentes ruídos sobre os telhados e/ou a intromissão doutros seres naturais, como por exemplo aracnídeos, além das comummente inevitáveis melgas, mosquitos e afins _ salvo que os aracnídeos e as osgas consomem insectos (melgas e mosquitos) e as cobras consomem osgas!!! De entre o que em qualquer dos casos encontrava-me eu que humana e/ou pessoalmente me se sentia e sinto incomodado com as melgas e os mosquitos, no mínimo tinha nojo das osgas e no limite tinha fobia a cobras, do mal, o menos que os aracnídeos sempre me foram relativamente indiferentes. Mas de entre o que de facto o lar familiar era uma espécie de permanente e múltiplo micro cosmos natural, senão em efectivo pelo menos em potencia, além da efectiva permeabilidade climática.

            E como duma ou doutra forma eu não tinha circunstancialmente mais remédio do que viver com o que, no caso, habitacionalmente havia, logo ou colapsava pessoalmente nas e às circunstâncias existentes, ou escapava o mais literalmente possível dessas mesmas circunstancias ou então ainda adaptava-me e sobrevivia nas e às respectivas. Sequência de que por exemplo há altura da minha adolescência, anos 80 do passado séc. XX estava em pleno auge um fenómeno nacional interno que era o da emigração, não só para o estrangeiro como também do interior rural agrícola para o litoral urbano industrializado. Pelo que independente e mas coincidentemente a muitas outras pessoas e em especial após um meu rotundo fracasso interpessoal, social e curricular escolar, também eu acabei por procurar escapar às condições existenciais originais, não só mas inclusive também por tudo o relacionado com as familiares condições habitacionais originais, designadamente rumando à grande urbe _ vulgo capital nacional _ em qualquer caso em busca de melhores condições de vida humanas e pessoais próprias, no imediato e pró futuro. E não se pode dizer que eu não me tenha adaptado ao meio urbano, pois que mesmo sem perder de todo as referências originais, no entanto rapidamente cheguei a um ponto em que salvo para visitar a família, desde logo os meus pais que se mantiveram nas origens rurais, de resto se eu não voltasse às origens tão pouco sentia grande falta. Só que por diversos motivos e razões, incluindo desde logo por eu ter rumado ao meio urbano tanto ou mais como uma fobiaca fuga às origens do que como uma pró positiva convicção própria, além de que por uma série doutros motivos mais ou menos tangíveis ou intangíveis, mas que de qualquer modo não vêm agora à coacção, o facto é que a partir de determinado momento senti ou mesmo constatei que não terminava de evoluir positivamente mais em alternativo meio urbano do que tinha evoluído ou no caso deixado de evoluir em meio rural original. Pelo que curiosa e ironicamente após três experiências pró urbanas e extra origens, acabei sentindo um profundo impulso de regressar às origens e de se acaso reencontrar-me e recrear-me a partir das e/ou de dentro das respectivas origens _ não necessariamente por motivos comodistas como muitos pensam e insinuam, que se acaso, sob e sobre diversos aspectos, bem mesmo pelo contrário _ desde logo com e por todos os riscos e/ou por si só pelas fobias inerentes. Até porque nas circunstancias em causa, já fosse e seja em contexto original ou extra original próprio, designadamente ao nível das comodidades, por exemplo é inegável a, pelo menos à partida, maior comodidade de regressar ao contexto original que se conhece melhor que qualquer outro contexto existencial, tanto mais ainda se com permanente apoio familiar nas origens, em alternativa a designada e simplesmente arriscar no desconhecido e extra origens _ salvo que o espírito humano e o meu espírito pessoal em concreto tem (também) natural tendência para apostar/arriscar no desconhecido, o que não sendo correspondido na prática se torna uma incomodidade em si mesma; mas também e pelo lado das incomodidades enquanto tais, na circunstancia ao nível das minhas origens, o por si só facto de permeabilidade do lar familiar a diversos factores climáticos e da fauna natural era e é apenas uma mera e em grande medida até mínima, suportável e relevável parte das por si sós e/ou para mim multi-incomodidades inerentes; . desde logo com inclusão aqui de todos os respectivos riscos inerentes ao meu regresso às origens nas circunstâncias em causa, designadamente o risco de entre o meu potencial (re)encontro e a minha respectivamente potencial perdição pessoal e existencial próprio/a, em sequência de não ter terminado jamais de me sentir seguro de mim mesmo e/ou ainda de me sentir plenamente integrado no meio envolvente, quer ao nível das origens quer extra origens próprias, logo com esses riscos e/ou incomodidades sempre presentes quer nas minhas origens quer nas minhas alternativas fugas às origens, tal como por si só e acima de tudo estão presentes na própria vida modo geral e enquanto tal. Cujo um desses riscos a estar por exemplo presente em eu puder perder-me ou sucumbir nas e às origens ou designadamente sucumbir a mim mesmo dentro das próprias origens, no presente caso concreto em sequência do meu regresso a estas últimas, nas respectivas circunstancias em causa, ainda que tal como de resto poderia estar e está esse mesmo risco presente também em qualquer outro lugar ou contexto extra origens. Sendo que eu regressei às origens para minimizar esse risco quando o mesmo se tornou potencialmente enorme e quase intransponível extra origens, ainda que jamais saiba se foi melhor regressar às origens ou arriscar a continuar extra origens!?. Ainda que nas circunstancias próprias e envolventes aqui em causa, além de muitas outras que não cabem descritivamente no presente contexto, me pareça que foi melhor regressar! 

           E o facto é que regressei há já cerca de duas décadas e meia, como seja tempo mais que suficiente e consequente como para não ter marcha atrás, de entre o que e como se pode constatar, apesar de e/ou até por tudo intra-origens e extra-origens, quer pessoal quer (pró) vital/existencialmente ainda por cá ando, pelo menos do ponto de vista da mera subsistência básica e imediata, mas creio ou pelo menos espero e acima de tudo procuro que também algo (pró) positiva, vital e universalmente mais e melhor. Mas em qualquer caso comigo numa confessa condição de por assim dizer ambiguidade, designadamente de entre estar (ainda) integrado na família original, de inclusive habitar na respectiva casa familiar original, de subsequentemente não ter deixado de subscrever quer a iniciativa familiar pró aquisição quer pró obras na casa familiar, para com o que de resto e em qualquer dos casos até contribui do ponto de vista funcional prático; no entanto sem qualquer minha empreendedora e/ou autónoma iniciativa própria para qualquer dos respectivos processos familiares inerentes ou quais queres outros familiares ou extra familiares, porque inclusive e confessamente devido a uma multiplicidade de motivos e de razões que em grande parte não cabem descritivamente aqui ou que em eventual parte até serão objectivamente indescritíveis, o facto é que continuo a não me sentir e menos ainda a constatar-me devidamente seguro de mim para desde logo e acima de tudo apostar empreendedora ou autonomamente em mim mesmo, já seja ao nível do meu contexto original próprio ou de qualquer outro existencial contexto extra origens, salvo o instintivo e por si só natural facto de ir salvaguardando a minha própria auto subsistência básica e imediata, isso sim com um mínimo de pró positiva fé, esperança, confiança ou pelo menos teimosia própria, na circunstancia não podendo deixar de respectivamente integrar o genérico meio envolvente à minha própria existência ou subsistência, já seja intra ou extra origens e nas circunstancias em causa senão duma forma plenamente activa e própria, pelo menos duma forma servilmente humilde e obediente _ isso sim e se neste último caso em concreto, tanto quanto literalmente possível sempre perante e para com o que e quem seja ou pelo menos se me apresente e aparente como positiva, vital e universalmente legitimo.  

            Pelo que voltando um pouco atrás, acrescentaria que ao sair e depois regressar às minhas próprias origens, inclusive por tudo o que me levou a essa saída e depois a esse regresso também me levou por exemplo a mergulhar mais introspectiva, circunspectiva e contemplativa do que interactiva, existencial e vivencialmente fundo nestas mesmas origens. Sequência de entre o que para eu não sucumbir sanitária e/ou mesmo vitalmente nas e às origens após tudo o que me levou a sair e depois a regressar às mesmas, neste último caso de forma mais introspectiva e circunspectiva do que interactiva e prática, em que também e até por isso passei a necessitar e respectivamente a tentar evoluir tão pró positiva e vitalmente dentro das mesmas respectivas origens quanto natural e literalmente possível; tendo enquanto tal e por circunstancial/providencial exemplo de fazer um significativamente profundo e recorrentemente resiliente reset interior próprio; o que por si só me leva a ter pouca disponibilidade empreendedora e/ou interactiva abertura para o meio envolvente, quer intra-origens quer extra-origens, em especial quando até talvez também por tudo o que me trouxe a esse mesmo profundo e resiliente reset, também genericamente sempre me fez ser ou sentir significativamente impotente para mudar o que quer que seja em mim e em meu redor, desde logo e por contextual exemplo ao nível de minha autónoma (in)capacidade própria pró aquisição e/ou pró melhoramento das condições de habitabilidade pessoal e familiar próprias, incluindo constituição de minha familiar própria, tudo sem excluir e mas também muito aquém e além da minha família de origem. Impotência esta da minha parte que tendo os seus muitos pessoais ou vitais contras, como (quase) tudo na vida também tem os seus equitativamente muitos pessoais ou vitais prós e vice-versa, até ao infinito. Desde logo porque de entre empírica experiência própria e conhecimentos adquiridos, eu ter sido levado a circunstancial/providencial e vivencial/experiencialmente entender que se algo havia ou há a mudar, esse algo começa, passa e termina acima de tudo em e por mim mesmo e só eventual, subsequente e reflexamente depois poderei influenciar e/ou no limite mudar algo no exterior _ em qualquer dos casos desejavelmente pela positiva. Senão repare-se que precisamente no que a minhas mudanças pessoais próprias respeita, diria que evolui, até mesmo radicalmente, não só duma submissão própria aos preceitos e preconceitos socioculturais originais e envolventes modo geral, como se estes últimos fossem uma espécie de dado adquirido em si mesmos e sem mais e/ou como um princípio, um meio e um fim sociocultural ciclicamente instituído por si só, para um inversamente maior respeito e respectiva aceitação da minha mais profunda natureza e essência própria, na pior das hipóteses de entre esta última e os preceitos e preconceitos socioculturais envolventes, enquanto minha mais profunda natureza e essência própria nem sempre, nem por vezes de todo e em alguns acasos em absoluto coincidente com os preceitos e preconceitos socioculturais envolventes, sequência de que muito poderia aqui escrever ao respeito, mas de momento deixo ao critério de cada qual pensar, imaginar ou concluir o que muito bem entenda, possa ou consiga ao respeito, inclusive e acima de tudo por sua respectiva experiência de vida própria; mas de entre o que no meu caso e pró respectivo enquadramento no presente contexto adiantaria que da minha parte e por concreto exemplo evolui duma profunda fobia a répteis que me fazia dispensar em absoluto estes últimos da face da terra, tanto mais e pior se enquanto efectivos ou potencias invasores do meu habitacional espaço pessoal e/ou familiar; para agora e justamente quando tudo o que é vida natural, réptil e não réptil, está em crescente regressão a nível global, acima de tudo por directa ou indirecta acção humana, por norma em favorável nome do mais imediato e unilateral bem-estar humano, precisa e ironicamente ou se no limite assim se pode dizer como uma espécie de síndrome de Estocolmo, eu já sinto saudade das minhas condições de habitabilidade originais, em grande medida permeáveis a diversos factores naturais; de resto permeáveis condições de habitabilidade familiar humana ainda vigentes, porque enquanto escrevo o presente ainda não me mudei para a casa familiar própria após concluídas as obras, logo estou ainda a habitar provisoriamente na casa dos meus avós maternos, que por falecimento destes últimos a sua respectiva casa é agora já compartida propriedade da minha mãe e dos meus tios maternos e que na circunstância é uma casa com as mesmas justas condições de habitabilidade que sempre conheci na minha casa familiar própria pré obras. De resto nos cerca de três meses em que provisoriamente habito a casa dos meus avós maternos, para além de recorrente presença de osgas nas paredes internas, por máximo e mais inusitado exemplo já tive uma excelentíssima centopeia a passear no tecto de cana (caniço) sobre os pés da minha cama. E nem por isso, como de resto mais ou menos compreensivelmente, deixei de dormir tão tranquilamente quanto natural e/ou absolutamente possível, como de resto desde sempre. Seja que como mínimo habituei-me ou fui-me continuamente habituando a (con)viver com as condições de habitabilidade que tive desde sempre, designadamente com significativa permeabilidade a factores externos, como desde logo factores climáticos e naturais modo geral. Pelo que ainda que a determinada altura da minha vida (em especial na adolescência) e durante anos eu tivesse desejado alterar essas condições de habitabilidade familiar radicalmente, desde logo com relação a isolar-me o mais possível face ao meio ambiente natural, em meu unilateral beneficio ou bem-estar pessoal, humano e familiar próprio; incluindo que até por genérica natureza pessoal, humana e/ou vital própria eu não pudesse deixar de querer ou de necessitar evoluir duma ou doutra positiva forma na vida, o que dentro do quadro da minha intermédia evolução nas circunstancia em causa, me trouxe a necessitar ou mesmo a desejar que essa evolução se desse com o máximo respeito e consideração possível por e para com toda a restante vida natural. Até porque entretanto adquiri um nível de respeito, de consideração e em última instância de Amor pela vida em geral e/ou por si só pela vida natural, que sem exclusão de minha maior simpatia ou antipatia e compatibilidade ou incompatibilidade pessoal com os restantes factores mais vitalmente naturais ou mais artificialmente humanos, o facto é que a Vida na sua mais ampla diversidade me merece todo respeito e consideração; tudo naturalmente sem prejuízo de na medida do possível eu me defender pessoal e humanamente de factores naturais e/ou humanos efectiva ou potencialmente hostis, mas de entre o que o facto é que também passei a reconhecer tão equitativo direito desses factores naturais e humanos existirem, quanto de eu mesmo existir _ de entre o que resta cada qual cumprir o seu devido papel, desde logo auto defensivo próprio e/ou ainda de interacção e de ajuda face uns aos outros, numa conjunturalmente infinita multiplicação de possibilidades; o que nuns casos e num dos extremos resulta em interactiva harmonia, como por exemplo na interdependência humana com outros seres ou factores naturais e viventes; noutros casos mais intermédios resulta em relativa indiferença, como por exemplo de entre humanos e outros seres ou factores viventes não directa, activa ou explicitamente dependentes de entre si; com ainda no extremo oposto a resultar ou a poder resultar numa, por assim dizer, guerra aberta, como por exemplo de entre humanos e alguns mais hostis ou que tão só incompreendidos seres ou factores naturais, além de entre humanos por si sós. Mas em qualquer dos casos com todos e cada qual dos seres ou dos factores naturais e humanos a merecerem-me positivo e transversal respeito e consideração Vital/Universal, tal como de resto e à partida o devo a mim mesmo, ao menos e se em ultima instância auto defensivamente.  


            Dai que regressando de novo ao contexto das obras na casa familiar pró beneficio de nossas melhoradas condições habitabilidade humana, sem na medida do possível prejudicar muito o meio ambiente natural, que se acaso e tanto quanto possível até pelo contrário beneficiando este último, enquanto genérico meio natural de que de resto somos humana parte integrante e dependente, devo concluir dizendo que aquém e além do próprio conjunto familiar, com os meus pais à cabeça, de resto eu pessoal e confessamente continuo a não ter objectivas e/ou por si só materiais condições para adquirir e/ou para melhorar as minhas condições de habitabilidade pessoal ou familiar próprias, tanto mais se incluindo um sobressaliente respeito, consideração e acima de tudo integração no e com o meio ambiente natural; no entanto sei cada vez mais e melhor, inclusive e acima de tudo por vivencial experiência própria o que quero e/ou necessito ao respeito, o que respectivamente e como mínimo me traz a necessitar expressá-lo ao nível do que e de como aqui o faço, inclusive como minha maior, melhor, quando não mesmo única forma de expressão e de existência própria, de entre todas as causas, efeitos e consequências pré, pró e pós inerentes, o que em qualquer dos casos espero, desejo e necessito seja em (pró) beneficio Vital e/ou Universal, aquém e além de mim por mim mesmo enquanto eu mero individuo pessoal e humano, integrado numa respectiva e concreta família, na circunstancia minha família de origem, com tudo como parte integrante da minha grande e concreta realidade pessoal, humana, social, familiar e existencial/vital própria e respectivamente também envolvente a mim, que em qualquer dos casos é a que é!... 

segunda-feira, outubro 03, 2016

Evolução, transformação ou revolução II

                                                             II

            Saudade

            Da minha pessoal parte, já seja por motivos de saúde, de trabalho e até por isso também de vida em geral, por um lado a aquisição de casa própria era-me e é-me algo literalmente impossível e por outro lado as obras na casa familiar, ao menos de momento estavam mesmo muito longe de ser uma prioridade para mim. Sequência de que sei que vou ser civilizacionalmente incorrecto ao dizer que: é verdade que após as obras na casa familiar, por destacado exemplo quer o isolamento climático, quer o isolamento acústico melhoraram muito. Ainda que outra verdade seja e é também que ao menos eu pessoalmente sinto saudade de escutar a passarada chilreando sobre telhado, regra geral durante todo o ano e mais em especial em época de criação (Primavera), inclusive para mim e a partir de dentro de casa não escutar os sons da natureza, como por exemplo os grilos a cantar nos campos envolventes, é como ser/estar surdo. Mas atenção que ao aludir aqui ao termo saudade, não o faço tão só pela simples estranheza de ter passado duma realidade habitacional para outra, sob diversos aspectos significativamente distinta e alegadamente melhor da unilateral perspectiva humana. Até porque nesta última acepção de passar duma realidade para outra, a mesma deu-se por nossa humana auto determinação, mais empreendedoramente activa por parte do sector feminino familiar e logo mais empreendedoramente passiva por parte do sector masculino familiar, em que neste último caso me incluo eu próprio. Mas em qualquer caso com a mais activa ou mais passiva auto determinação humana em causa para com o nosso melhor e unilateral bem-estar humano próprio. Pelo que a estranheza da minha parte se a existir, como existe, devia ser essencialmente positiva do ponto de vista do nosso bem-estar humano e por isso nem estranheza chega-se a ser, sendo mais bem uma espécie de Ufffff finalmente umas minimamente boas (confortáveis) condições de habitabilidade humana cá em casa.

            Seja que no meu caso pessoal o que me faz sentir saudade da dimensão de habitabilidade humana pré obras e/ou estranheza de entre o pré e o pós obras cá em casa é que até por experiência própria eu sei que quanto mais humanamente avançamos e evoluímos ao nível do nosso unilateral bem-estar humano, ao menos segundo a base sociocultural e civilizacional vigente, por respectiva regra também mais e mais nos afastamos da vida natural modo geral. Na melhor das hipóteses desprezando e na pior das hipóteses hostilizando esta última. Sendo que sem muitos dos nossos unilaterais confortos humanos nós podemos perfeitamente viver, como remotamente comprovável desde sempre. Já sem a vida natural modo geral, não diria taxativamente há prior, mas como mínimo imagino que aprazo não possamos nem sequer sobreviver. E o facto é que apesar dalguma ténue e gradual evolução no que à positiva interacção humana com a restante vida natural, o facto também é que o que acima de tudo prevalece, muito generalizadamente e na melhor das hipóteses, é como menos má das hipóteses um desprezo e na pior das hipóteses uma hostilidade humana face a tudo o que é vida natural, em favor do unilateral interesse (bem-estar) humano. De resto a gradual evolução humana no que a positiva interacção com a restante vida natural, é na melhor das hipóteses proporcional à degradação da restante vida natural por inerência de negativa acção ou positiva omissão humana face á restante vida natural; sendo que a mim pessoalmente, de entre observação própria associada a alguns dados científicos, me parece que a negativa acção ou positiva omissão humana vai muito à frente e está muito acima de qualquer positiva acção e evolução humana, em qualquer dos casos face à restante vida natural.

            Seja que creio, ao menos, eu que se com verdadeira e Universal inteligência humana se pode salvaguardar o máximo de bem-estar humano em minimamente devida harmonia com a restante vida natural, como por si só seja com um mínimo prejuízo do meio ambiente natural modo geral e se tanto quanto possível com equitativo e paralelo beneficio deste último face à própria evolução humana _ ainda que esse equitativo e paralelo benéfico esteja cada vez mais distante da realidade, mesmo se incluindo as positivas evoluções ao respeito, em especial se quando estas últimas evoluções por norma andam muito e parece que crescentemente atrás dos já concretizados prejuízos inerentes. Aliás, se como qualquer outro animal e/ou ser vivente dito de irracional, também a humanidade tem a natural e instintiva astúcia/esperteza para defender o seu (nosso) subsistente interesse imediato e unilateral próprio, logo se adicionada a dita de racionalmente engenhosa e inteligente sofisticação humana, enquanto humanidade precisamente (auto) dita de racional e inteligente também deveria ter a natural astúcia/inteligência de defender o Universal interesse natural/vital modo geral, de que de resto a humanidade é parte integrante e dependente. O que em grande medida não sucedendo na prática, regra geral e aprazo pode fazer e faz irónica, paradoxal e conclusivamente da humanidade mais irracional que qualquer outra espécie vivente natural, dita de irracional. Especialmente se a engenhosa e racional sofisticação humana, auto proclamada de inteligência, acabe levando desde logo à própria e directa ou mesmo que indirecta autodestruição/extinção humana, se acaso devido a extinção de toda a restante vida natural e/ou planetária, sob nossa própria mão/acção humana.

            Claro que aqui dir-me-ão alguns: _ pois mas nem o próprio Planeta viverá natural, indefinida e eternamente para sempre! Ao que eu só posso responder que: _ não é por todos e cada um de nós sabermos racionalmente que vamos naturalmente morrer um dia que acabamos por nos matar de véspera…, no limite à nascença ou quando tomamos conhecimento de nós mesmos e da nossa perecível condição animal/humana. Aliás até bem pelo contrário, pois que por norma procuramos é viver ou pelo menos sobreviver o mais tempo e o melhor possível, como seja que de entre nascer e morrer procuramos é retirar o maior e se acaso o mais unilateral e que não raro indiscriminado proveito individual, familiar, corporativo, em suma humano possível de todos e de mais um dos recursos naturais disponíveis e que não raro até de entre humanos, mesmo que aprazo com prejuízo natural/vital dum modo geral e por isso também com prejuízo humano em particular e concreto. Em que contextualizando tudo isto nas particulares obras na nossa casa familiar, diria e digo eu que por diversos motivos e razões, a começar logo pela muito limitada capacidade de investimento familiar, em associação às centenárias características e à respectiva localização da casa familiar em restrito contexto urbanizado, logo e com a excepção dum melhor isolamento térmico derivado das obras já executadas que evita um acrescido desgaste de energia eléctrica e/ou de biomassa com todas as positivas implicações dessa poupança energética ao nível natural geral e climático em particular, de resto as obras executadas cá em casa, como inclusive é genérica norma sociocultural e civilizacional, visaram básica e essencialmente o nosso maior e melhor bem-estar humano, até porque não havendo orçamento para obras mais profundas nem em pró beneficio humano nem até por isso tão pouco em pró benefício natural modo geral. Salvo que para além do benéfico isolamento térmico directamente derivado das obras já executadas cá em casa face à vida natural modo geral, por si só evitando inusitados desgastes de energia humanamente processada, designadamente energia eléctrica; também ainda e já no próprio pós obras, eu pessoalmente tenho algumas ideias próprias para salvaguardar o mais possível a vida natural modo geral, sem prejudicar na essência as nossas condições de habitabilidade humana; enquanto minhas ideias próprias que dentro das minhas respectivas capacidades técnicas e práticas, aquém e além de qualquer residual investimento, incluindo ao menos o parcial aval da restante família, já as comecei a pôr em prática, como por um mero e micro exemplo criando condições para que designadamente as andorinhas continuem a pousar e se for o caso também a procriar nos beirais de nossa casa familiar; mesmo que esta/s minha/s ideia/s vaia/m contra ou pelo menos esteja/m muito lateral/ais à norma sociocultural e civilizacional humana vigente dum modo geral, enquanto norma esta que em regra visa essencial e não raro literalmente auto defender os mais imediatos, comodistas, sofisticados, materialistas e por si só unilaterais interesses humanos próprios, sem grande e não raro sem absoluta perspectiva vital e/ou natural modo geral, em que à imagem e semelhança de muitos outros elementos vitais naturais, por exemplo para o contexto sociocultural e civilizacional humano vigente também o vital elemento natural andorinha é mais um incomodo que suja paredes do que um benefício que consome insectos e faz parte da biodiversidade natural, derivando dai uma continua e crescente hostilização humana, com não raro correspondentemente directa ou indirecta destruição da biodiversidade natural por negativa acção ou ao menos por positiva inacção humana face à restante vida natural, com subsequente prejuízo humano aprazo. Logo sem conclusivamente grande ou mesmo sem absoluta auto proclamada racionalidade e inteligência humana em efectivo e aprazo.

            Até porque entretanto a grande regra sociocultural e civilizacional humana é mesmo a do imediatismo materialista, com toda a sua infinda, crescente e imparável panóplia de processos e de artefactos, designada e crescentemente no momento actual mais aos tecnológicos níveis mecânico e electrónico, que por si sós parecem preencher e/ou esgotar a humanidade enquanto tal. Tudo ainda numa vertigem humana crescentemente asséptica, que parece ser crescente e diria eu que patologicamente alérgica a tudo o que é natural, em especial no que à interacção directa, corrente, cultural e civilizacional da humanidade com a restante vida natural no seu todo, aquém e além dos mais directos, imediatos e unilaterais interesses humanos ao respeito. Enfim e com ressalva para as devidas excepções, de resto com a humanidade cada vez mais e mais genericamente fechada em e sobre si mesma e as suas respectivas obras e/ou criações, o que pessoalmente não me atrevo a dizer em objectivo até que ponto será conclusivamente bom ou mau e melhor ou pior para a própria humanidade sem mais, mas seguramente que para a restante vida natural (fauna, flora e clima) está mais que provado e comprovado que está a ser crescentemente fatal e tão só por isso imagino que venha a ser duma ou doutra forma fatal também para a própria humanidade a mais curto, médio ou longo prazo. Mas também de que importa isso se as imediatas benesses e distracções das próprias materialistas criações e obras humanas, de reiterado cariz mais tecnológico  mecânico e/ou electrónico na actualidade, chegam e sobram para a satisfazer/distrair a própria humanidade por si só e com relação à restante vida natural _ salvo no que as tecnologias, mecânica e electrónica, humanas em causa contribuam ou ajudem a contribuir para a vida natural modo geral e respectiva saúde desta última, ainda que como bem se sabe nem sempre nem de todo assim é, de resto em demasiados casos bem mesmo pelo contrário!

            Base de que em grande medida contra a genérica norma sociocultural e civilizacional humana vigente, essencialmente anti-natura, eu pessoalmente sinta tanta ou mais saudade duma maior proximidade com a vida dita de natural, do que por exemplo sinto mera satisfação pela melhoria de unilaterais condições de habitabilidade humana, como no caso concreto de entre o pré e o após obras de melhoramento/renovação na nossa casa familiar própria, desde logo pró nossa melhor condição de habitabilidade humana, mas também com algumas preocupações pró vida natural, ainda que por diversos motivos não podendo concretizar tantas quanto eu gostaria. Sendo este apenas mais um motivo para o meu diverso ou mesmo contraditório turbilhão emocional de entre o pré e o pós obras cá na casa familiar _ salvo que até pelo que presentemente escrevo, com mais tudo o que lhe está pré, pró e pós inerente, eu esteja a tentar e em efectivo creio que estou de facto a conseguir mitigar o meu turbilhão emocional inerente, no caso de entre a minha perspectiva mais pró naturalista e/ou pró transversalidade vital/universal, versos o global contexto sociocultural e civilizacional vigente que aquém e além dalguns consideráveis esforços em sentido contrário é no entanto um contexto genérica e crescentemente anti-natura ou pelo menos cada vez mais à margem da restante vida natural, o que a mim me suscita tanta mais saudade do vital equilíbrio natural quanto mais este último vai ficando crescentemente perdido perante ou sob um contexto sociocultural e civilizacional humano que é cada vez mais agressiva ou pelo menos desprezivelmente hostil à vital biodiversidade natural e ainda ao equilíbrio climático, por mais micro esforços pessoais ou familiares que eu e a minha família faça/mos em sentido positivamente inverso. VB
                                                    

sábado, outubro 01, 2016

Evolução, transformação ou revolução I

                                                                   I

            Empreendedorismo, no feminino

            Em 26-09-2016, primeiro definitivo dia de regresso à remodelada casa familiar, ainda em arrumações finais após obras de melhoramento/renovação dos telhados, dos rebocos, das canalizações, da instalação eléctrica, etc.,. Sendo que neste primeiro definitivo dia de regresso a casa, desde logo da minha parte, as emoções são muitas, muito diversas e em muitos aspectos até mesmo contraditórias.

            Tendo eu de começar por referir desde já que as relativamente profundas obras de melhoramento/renovação nos telhados, paredes, canalizações, instalação eléctrica, etc., cá em casa foram literalmente, repito, literalmente de meritória iniciativa, supervisão, direcção, concepção, etc., das respectivas mulheres da casa/família, na circunstância as minhas irmãs e a minha mãe, independente da perspectiva de cada uma. Pelo que falando por mim pessoalmente, enquanto eu como um dos homens cá de casa/da família incluindo o meu pai, confesso que da minha parte me limitei a assinar por baixo todas as decisões das mentoras das obras, além de ter também tentado ajudar e creio que em efectivo ajudei em tudo o que esteve funcionalmente ao meu alcance, desde a prática desmontagem e montagem de móveis, passando pela mudança de móveis pré e após obras, etc., etc., ainda que vertente funcional prática esta última em que de resto e acima de tudo as minhas irmãs também tiveram um papel absolutamente decisivo. Incluindo ainda em tudo isto que, excepção feita à co-participação financeira do meu pai quer pró aquisição da casa quer agora pró obras nesta última, de resto e por particular exemplo concreto, o respectivo mérito da iniciativa e de todo o correspondente processo de aquisição da casa familiar foi exclusividade da minha mãe. A partir de que feita esta justiça relativa ao grande e empreendedoramente exclusivo mérito, quer para com a aquisição da casa familiar quer para com as subsequentes obras nesta última, ter sido fundamental, por não dizer absolutamente do sector feminino familiar. Tudo sem exclusão de que exclusivos méritos femininos a este nível, sempre foram e em grande medida continuam a ser pouco ou nada valorizados socioculturalmente, se acaso bem mesmo pelo contrário sempre foram e continuam a ser méritos ignoráveis ou se acaso mesmo subversivamente sobreleváveis enquanto tais, face à suprema regra sociocultural, ainda muito significativamente implantada, de essencial base machista/paternalista, _ sem natural prejuízo dos empreendedores méritos masculinos, onde os haja e de quem os tenha.

            Sequência de que começa já aqui ou melhor no (quase) literalmente absoluto mérito do sector feminino familiar, perante o que eu como um dos homens da família me limitei a deixar-me levar por esse mérito, inclusive num momento e numa fase da minha vida em que eu por mim próprio estava pouco ou nada motivado face ao objectivo desse mesmo mérito, que eram e foram as obras na casa familiar. Para que não só e mas também por isso eu agora me sinta submergido num rol de emoções muito diversas e em muitos aspectos mesmo contraditórias, desde o pré obras e mas em especial agora no pós obras. Incluindo aqui que as últimas duas décadas e meia da minha existência estão contidas e organizadas basicamente a partir duma das divisões da casa familiar, o que em sequência do processo de obras, a minha dita de contençãoorganização existencial própria, a partir duma das divisões da casa acabou por sofrer uma evolução/revolução, o que tanto mais quanto não tendo partido dito processo de obras (também) de minha directa e imediata iniciativa ou motivação própria, acabou por ser como se algo ou alguém tivesse entrado na minha vida sem meu absoluto controlo, salvo o de eu me deixar levar pelo alegadamente melhor lado dessa evolução/revolução, pois tudo o mais foi como se uma “tempestade” tivesse passado e não deixado quase nada no seu “devido” lugar _ sem prejuízo do que se possa construir e/ou (re)organizar pessoal, vital ou existencialmente a partir daqui!

            Sequência esta que ainda assim é apenas mera e quiçá a mais superficial parte da enxurrada emocional que sequencialmente me perpassa e domina de momento. Até porque já tendo eu escrito e inclusive por aqui partilhado algo alusivo ao processo de obras cá em casa, entes mesmo das obras em causa se concretizarem; tenho agora de acrescentar que durante o próprio processo de obras sucederam-se factores que fizeram e fazem com que o presente momento de regresso a casa após as mesmas ditas obras já concluídas esteja a ser um verdadeiro vendaval de diversas e/ou mesmo contraditórias emoções, em especial da minha parte pessoal, por quem de resto me limito a falar. E que já agora devo referir que mesmo sendo eu do género masculino, não tenho quais queres complexos por ter sido o sector feminino familiar a assumir toda a iniciativa e responsabilidade empreendedora, quer para com aquisição quer para com obras na casa familiar. Sequência de cuja única ou maior contradição inerente neste particular é a de eu ter passado de forma empreendedora e autonomamente passiva, ainda que funcional e serviçalmente pró activa por todo o processo de obras na casa familiar, mas em qualquer caso sem minha directa e imediata motivação própria para tal, independentemente de quem tenha estado à frente dessas mesmas obras, que no caso e inclusive com minha grata satisfação por isso foi o empreendedor sector feminino familiar no seu conjunto. Pelo que o, por assim dizer, presente introdutório item é acima de tudo uma forma de enquadrar a minha unilateral perspectiva, de inexistente iniciativa empreendedora própria, no caso concreto face a umas significativas obras na respectiva casa familiar. O que apesar de e/ou até por tudo me leva a ficar grata e reiteradamente satisfeito pela empreendedora iniciativa familiar enquanto tal, na circunstancia por literal parte da vertente feminina familiar, sem natural e absoluto prejuízo da minha unilateral perspectiva e posição pessoal própria, independentemente de géneros!...  

segunda-feira, setembro 05, 2016

O princípio / The beginning _ uma agradável surpresa / a pleasant surprise

Eu já conhecia o seguinte video _ Amira Willighagen - Ópera - Holanda's Got Talent _ há algum significativo tempo (vários meses) atrás.

Mas de há três dias a esta parte e na razoável medida do possível não consigo, nem quero parar de escutar as várias interpretações operáticas como: O Mio Babbino Caro; Nessun Dorma; Avé Maria; O Sole Mio; etc., pela fenomenalmente angelical/celestial voz e interpretação de Amira Willighagen.

De resto eu que tenho um contrato de comunicações móveis cujo respectivo plafond não me permite assistir a vídeos na Net, pelo menos sem que esse mesmo plafond se esgote muito rapidamente. Pelo que para conseguir escutar recorrentemente Amira Willighagen, por si só ou enquanto executo outras tarefas no computador, como desde logo enquanto escrevo e partilho e presente, acabei por fazer uma coisa inédita em mim que é manter o computador continuamente ligado, mesmo que necessariamente a espaços suspendendo-o, para assim não perder o download que originalmente fiz de várias interpretações de Amira Willighagen, continuando a escutá-las uma e outra vez, o que já acontece há três dias consecutivos, sem ter de estar recorrentemente a despender dados de que não posso dispor aprazo.  

De entre o que agora passei à fase em que também não posso e/ou não quero deixar de partilhar o meu prazer de escutar Amira Willighagen com quem mais equitativa e coincidentemente lhe for dado desfrutar desse mesmo prazer.

Pelo que com extensão a todas as diversas possibilidades _ (Amira Willighagen _ Ópera _ Holanda's Got Talent; Amira Willighagen Nessun Dorma _ Finals Hollanda's Got Talent; Amira Willighagen Avé Maria _ Semi Finals Hollanda's Got Talent; Opera Singer Amira Willighagen and André Rieu _ O Mio Babbino Caro; etc., etc.,) _ de desfrutar da angelical/celestial voz e interpretação operática de Amira Willighagen no youtube, partilho desde já o primeiro video que deu a conhecer publicamente Amira ao mundo, que no caso foi o da sua primeira audição no Holanda's Got Talent em dois mil e treze (2013) e que é assim:

                             
VB

terça-feira, agosto 09, 2016

Nojo


            Já aqui escrevi a respeito dos crónicos e sazonais incêndios florestais, que ano após ano destroem o meio ambiente natural, além de património humano e com muita pena minha não consigo evitar voltar a fazê-lo, escrever ao respeito. Na presente circunstância para dizer que:

            Até porque, além do património humano, a própria biodiversidade (fauna e flora, incluído o clima) natural me é algo muito caro e a sua respectiva destruição dolorosamente lamentável; logo e se tanto quanto possível, nesta respectiva fase do ano (Verão) evito sequer ver os noticiários televisivos, porque as notícias relativas a incêndios florestais são recorrentes, múltiplas, contínuas e em certa medida até, como mínimo, ridiculamente sensacionalistas. Mas como duma ou doutra forma e num ou noutro momento não consigo evitar ver essas mesmas notícias, além de que tão pouco tenho por objectivo “meter a cabeça na areia” face à realidade concreta, ainda que para isso tão pouco necessite de estar a ver a mesma e tanto pior se ridiculamente sensacionalista história repetida uma e outra vez, resta-me no entanto e enquanto tal dizer que mete-me nojo, profundo e crescente nojo tudo o relacionado com os incêndios florestais e a forma mediática como os mesmos são tratados. Desde logo dando-se essencialmente e acima de tudo o calor climático como o grande responsável dos incêndios florestais, quando de facto o calor climático é apenas e indirectamente um factor contribuinte para esses incêndios, enquanto segundo revelam estudos científicos e de resto é como mínimo intuível por e para qualquer vulgar cidadão comum, como eu, que o grande responsável pelos incêndios florestais é o próprio ser humano, já seja por pura e negligente ignorância ou por pura e criminosa malvadez.

            Mas em qualquer caso e acima de tudo o que também e em certa medida até mais me enoja é a imensa indústria que entretanto se instituiu em torno dos incêndios florestais. No caso uma indústria que envolve milhões na prevenção e no combate aos incêndios florestais, além de muitos outros milhões na divulgação mediática dessa prevenção e desse do combate aos mesmos incêndios florestais; ainda que curiosa e ironicamente quantos mais milhões despendidos, quer na prevenção, quer no combate, quer ainda na divulgação mediática dessa mesma prevenção e desse mesmo combate, parece no entanto e paradoxalmente que mais e maiores incêndios florestais há, ano após ano. E atenção que quando, em termos de nojo, falo na prevenção e acima de tudo no combate a incêndios florestais não me refiro propriamente aos operacionais de base, a começar logo nos bombeiros, entre outros, que arriscam a saúde e a vida em especial nesse concreto combate, refiro-me sim a toda uma cultura e respectiva estrutura organizativa inerente que absorve e inclusive exige crescentes meios e respectivos orçamentos milionários, mas que pegando em comparativos dados históricos, parece não só não funcionar como se acaso até ser contraproducente, no mínimo ao nível preventivo, além de que também ao nível do combate parece que nem sempre nem de todo corre tudo como devido, a destacado exemplo do que pela voz do próprio presidente da Liga de Bombeiros Portugueses sucedeu há meia dúzia de anos atrás num grande incêndio na Serra do Caldeirão no Algarve. 

            A partir de que a espectacularmente perversa “cereja no topo do bolo” parece-me a mim ser a também ainda redundantemente espectacular divulgação mediática do por si só espectacular combate a esses mesmos incêndios florestais e dos em si mesmos, não menos e até crescentemente, espectaculares meios técnicos e humanos envolvidos. Aliás no relativo ao espectacular circo da divulgação mediática do fenómeno incendiário, antes mesmo de haver qualquer incêndio, começam logo umas diárias e digo eu ridiculamente designadas de preventivas previsões de incêndio, que incluem até uns cromáticos códigos (...amarelo, laranja, etc.,) segundo a gravidade da previsão, tendo por base as condições climáticas (temperatura, humidade do ar, etc.,) como se por si só estas últimas fossem ou sejam o grande e principal factor para os incêndios florestais, dalgum mesmo que indirecto modo, como que tomando as condições climáticas como a grande norma para a existência de incêndios florestais. Quando todos os factos levam a crer, e sem medo das palavras digo eu mesmo, que essa norma esta na própria cultura, mente e acção humana, inclusive e se acaso derivada do circo mediático e institucional genericamente gerado em torno do incêndios florestais, desde logo tomando por base o próprio paradoxo de que quanto mais preventivas previsões mediáticas, mais respectivos meios de prevenção e de combate a incêndios, também mais quantitativa e qualitativamente graves incêndios parece haver. O que resumida, reiterada e para eventual bem dos meus, mais ou menos poderosos, detractores ao respeito, também sempre humildemente da minha parte, me parece mais uma vez a mim ser acima tudo e cada vez mais um espectáculo tão solidamente instituído quanto toda a restante e inerente indústria envolvente _ já seja esta última a um nível mais pró benévolo, ainda que no mínimo aparentemente infrutífero enquanto tal, designadamente ao mais indirecto nível dos meios de prevenção e de combate aos incêndios florestais, incluindo ainda a respectiva divulgação mediática desses mesmos meios; ou já seja a um nível mais malévolo, como por exemplo nalguns eventuais interesses económicos ou outros, directamente derivados dos e/ou para com os mesmos incêndios florestais e seus respectivos autores. Mas de entre o que em qualquer dos casos e na circunstancia andam, múltipla e crescentemente, muitos milhões, perdão, muitos interesses, mais ou menos directa ou indirecta e benévola ou malevolamente envolvidos. Tudo quando, para mim, os incêndios enquanto tais e os incêndios florestais em particular são pura e simplesmente para ser evitados e/ou para ser combatidos sem mais, por si só sem grandes e/ou se acaso sem absolutas divulgações, desde logo mediáticas. Mas isso tem que ver com questões culturais, civilizacionais e/ou por si só Vitais/Universais, que em grande media estão até nos antípodas da cultura, da civilização e/ou por si só da Vital/Universal (in)consciência, essencialmente (pró) materialista e sensacionalista, humana actual, no presente caso também com relação a este fenómeno dos incêndios florestais em particular e concreto.

            Global sequência de entre o que lamento tanto mais o fenómeno dos incêndios florestais, quando e porquanto tendo eu mesmo de estar uma vez mais a falar/escrever ao respeito, no meu caso, por pró descompressiva via do que isso me revolta e enoja. Pelo que em resumo final prefiro em absoluto, a abrir e a fechar este meu texto, deixar duas respectivas imagens fotográficas _ de direitos autorais livres _ contendo essas mesmas imagens o que na presente circunstancia e a todos os lamentáveis níveis, os respectivos incêndios florestais recorrente, continua e parece que crescentemente destroem, ano após ano, não só em Portugal quanto no Mundo, ainda que no que mais directa e particularmente me toca, que é Portugal em concreto. Inclusive quando Portugal, que segundo rezam as próprias crónicas oficiais e mediáticas, mesmo enquanto país relativamente pequeno, parece estar a bater todos os recordes a nível Europeu, quer em número de incêndios, quer de respectiva área ardida.

          VB